Conceito: são os valores fundamentais que inspiram a criação e a aplicação do direito penal. São
sempre anteriores à norma jurídica. Existem princípios que já foram positivados pelo
ordenamento jurídico e princípios que não estão previstos na norma jurídica e são igualmente
aceitos no direito penal.
Medidas provisórias: existem duas posições sobre o assunto. O STF entende que sim, desde que
favoravelmente ao réu. Ex: estatuto do desarmamento, lei 10.826/03; o prazo dado para entregar
armas ilegais, prorrogado por MP, "abolitio criminis temporário".
Há doutrinadores que entendam que não. Com fulcro no art. 62, 1º, I, b/CF; expressamente,
proíbe as MPs de serem utilizadas no direito penal.
A origem histórica do princípio da reserva legal. Para uns, o postulado da legalidade nasceu no
Direito romano; para outros, na Carta do Rei João Sem Terra(1215), que é onde se encontra o
mais remoto registro.
Há autores que tratam como sinônimos outros que não. O princípio da Legalidade(art. 5º, II)
abrange todo ato normativo do Estado(lei ordinária, delegada, decretos e etc. Art. 59/CF), é a lei
em sentido amplo.
A reserva legal (art. 5º XXXIX) exige lei em sentido estrito(formal e material). A lei em sentido
formal é criada de acordo com o processo legislativo previsto na CF. Em sentido material versa
sobre conteúdo constitucionalmente reservado à lei, pois, é necessário que a lei respeite o
conteúdo da CF, bem como dos tratados internacionais de direitos humanos, observando direitos
e garantias do cidadão.
Princípio da anterioridade - Art. 1°/CP e art. 5º, XXXIX/CF. Dois princípios distintos
na mesma lei que se complementam. A lei penal deve ser anterior ao fato cuja punição
se pretende. A consequência deste princípio é a irretroatividade da lei penal, pois, só se
aplica aos fatos futuros, salvo para favorecer o réu. Por força deste princípio, os crimes
praticados durante "vacatio legis" não serão puníveis.
Teoria constitucional do direito penal: Claus Roxin diz que a Constituição é a responsável por
identificar quais são os bens jurídicos merecedores de tutela penal. O direito penal só é legítimo
quando tiver amparo constitucional. Ex: Homicídio é crime porque a CF assegura o direito à
vida. A injúria é crime porque a CF garante a inviolabilidade da honra.
Exclusiva proteção do bem jurídico - significa que o papel do direito penal consiste,
exclusivamente, na proteção dos bens jurídicos previstos na CF. Não se destina a proteger
concepções políticas, morais, éticas, religiosas, filosóficas.
Princípio do "non bis in idem" - Não se admite, em hipótese alguma, a dupla punição
pelo mesmo fato. Súmula 241/STJ.
Dois resquícios da resp. penal objetiva - Actio libera in causa. Art. 28, II.
Função: realizar uma interpretação restritiva da lei penal. Esse princípio sempre deve ser
analisado caso a caso.
agente com maus antecedentes: por si sós, não impedem a aplicação do princípio, segundo o
STF, mas deve ser analisado caso a caso. O STJ considera fato atípico. - REVISAR COM
LIVRO 2016 POSTERIORMENTE A POSIÇÃO DO STF.
Reiteração criminosa: Segundo STF e STJ, a habitualidade dos crimes, sendo o meio de vida do
agente impede a aplicação do princípio.
Vítima: é necessário observar a importância do bem para a vítima, além disso, deve-se analisar
o valor sentimental do bem.
Aplicabilidade/alcance: aplicável a todo e qualquer crime a ele compatível e não somente aos
patrimoniais, podendo ser aplicado aos crimes tributários. Não existe um valor exato ou máximo
nos crimes patrimonais para aplicação nos crimes patrimoniais, a jurisprudência varia em torno
de 20~22% do salário mínimo(nada exato, apenas estimativa). Nos crimes de
descaminho(tributário), admitem quando o tributo não ultrapassa 20 mil reais.
- O STJ entende que o princípio da insignificância só pode ser aplicado pelo juiz.
Na imprópria(não tem previsão legal) o fato é típico e ilícito e o agente é culpável. Sendo assim,
há ação penal, porém, surge a situação de desnecessidade da pena. É uma ideia surgida na
Alemanha, a doutrina não concorda, em maioria, a situação em que a pena não é necessária para
o réu. Ex: furto simples, em que durante o tempo da morosidade do judiciário, o réu se casou,
trabalha, tem filhos, empregados a pena não ajudaria em nada a sociedade.
Lei temporária e lei excepcional
A primeira é a que tem o seu período de vigência pré-estabelecido, tem prazo de validade. Ex:
Lei 12.663/2012 Lei geral da copa. Nesta lei, os tipos penais nela descritos tem validade até
31/12/2014.
- São autorregováveis: seja pelo decurso do tempo ou pelo fim da situação de anormalidade.
Também chamadas de leis intermitentes. São dotadas de ultratividade. RE 768.494 PLENÁRIO
STF.
A lei temporária e excepcional continuam aplicáveis, mesmo depois de revogadas, desde que o
fato tenha sido praticado durante sua vigência. O fundamento da ultratividade é evitar que
manobras protelatórias levem a impunidade do fato.
LUTA
Lugar - Ubiquidade(LU)
Tempo - Atividade(TA)
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado. Essa teoria só vale para os crimes materiais(tipo penal com conduta e
resultado, exigido para consumação). Teoria da atividade.
- Aplica-se a lei em vigor ao tempo da conduta, salvo se a lei que estava em vigor ao tempo da
resultado for mais favorável.
- Súmula 711/STF; crime continuado e crime permanente. A lei penal mais grave aplica-se ao
crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência.
Crime permanente, aquele que se prolonga com o tempo, por vontade do agente. Ex: Art.
159/CP Crime de extorsão mediante sequestro. Em situação do referido tipo ocorrer, e durante
sua execução, vier lei que torne a pena do crime mais gravosa, esta será aplicada, mesmo que o
delito tenha sido iniciado antes; uma vez que o agente continuou a praticar o crime. No crime
permanente, este é renovado sempre.
Prescrição - O código adota como regra a teoria do resultado. Art. 111, I. A prescrição começa a
correr no momento que o crime se consuma.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou
em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Nos crimes plurilocais são aqueles em que a conduta e o resultado ocorrem em comarcas
diversas, porém, no mesmo país. A questão não envolve soberania e sim competência. Deve-se
optar pelo local do resultado como local do crime, essa é a regra do art. 70/CPP, sendo adotada
a "teoria do resultado".
Crimes plurilocais dolosos contra a vida - adota-se a teoria da atividade. Por criação doutrinária
e jurisprudencial. O STJ HC 73.451, Resp 1.195.265, Inf 482. Fundamento: a) Produção de
provas/busca da verdade real
2º Para Luiz Flávio Gomes, socorrendo-se do princípio do in dubio pro reo, não admite-se
interpretação extensiva contra o réu(na dúvida, o juiz deve interpretar em seu benefício). Art.
22.2 do Estatuto de Roma usa essa tese.
3º Para Zaffaroni, em regra, não cabe interpretação extensiva contra o réu, salvo quando
interpretação diversa resultar num escândalo por sua notória irracionalidade. Adotada pelo STF
e STJ.
Na interpretação extensiva amplia-se o alcance da palavra. Ex: arma > qualquer elemento usado
como arma, não só o objeto criado com fim bélico.
Assim vê Rogério Sanches, Rogério Greco entende que as duas interpretações são as mesmas
coisas.
Interpretação analógica não se confunde com analogia. Esta não é forma de interpretação e sim
integração, na analogia parte-se do pressuposto de que não existe previsão legal empregada à
outra situação similar. No direito penal, a analogia só pode ocorrer se houver dois elementos: a)
Certeza de sua aplicação será favorável ao réu, "in bonam partem".
- O crime de roubo não tem esse privilégio, aqui a lacuna não é involuntária, logo, mesmo sendo
uma analogia in bonam partem, não pode ocorrer. O silência do legislador aqui é eloquente e
não involuntário.