GESTÃO DO
TRABALHO E DA
SAÚDE
GESTÃO DO
TRABALHO E DA
SAÚDE
CARGA HORÁRIA:
80 HORAS | 10 SEMANAS
Autores:
Túlio Batista Franco
Luiz Carlos Hubner Moreira
Reitor
Sidney Luiz de Matos Mello
Vice-reitor
Antônio Cláudio Lucas da Nóbrega
Pró-Reitoria de Graduação - Prograd
Pró-reitor: José Rodrigues de Farias Filho
Coordenação de Educação a Distância - CEAD | UFF
Regina Célia Moreth Bragança
Revisão técnica
Camilla Maia Franco
Revisão de Conteúdo
Camila Louzada e Nathália de Ornelas
Projeto Gráfico
Daniele da Costa Pereira
Diagramação
Marcos Maurity e Paulo Carvalho
Autores
Ana Cristina Reis e Cátia Martins de Oliveira
METAS
• Conhecer os conceitos básicos de planejamento em saúde e a relevância do uso;
• Aplicar o planejamento nas atividades a serem desenvolvidas na secretaria municipal
de saúde (ou na unidade de saúde), com especial foco na elaboração do plano de ação;
• Apropriar-se do conceito de rede de atenção à saúde e regulação assistencial;
• Conhecer e incorporar no planejamento o perfil epidemiológico da população do mu-
nicípio (ou estado) com olhos na transição demográfica;
• Articular os conceitos de planejamento, programação, rede de atenção à saúde, regio-
nalização e, assim, firmar pactos que reflitam a necessidade de sua população;
• Conhecer e fazer uso dos instrumentos legais básicos em uso na saúde.
OBJETIVOS
• Problematizar abordagens e a importância do planejamento na saúde;
• Exercitar a articulação entre o planejamento estratégico (com suas ferramentas metodológi-
cas), as necessidades de saúde da população e os processos formais e cotidianos de gestão;
• Abordar a regionalização da saúde à luz das especificidades do federalismo brasileiro e
das estratégias de gestão compartilhada/interfederada no SUS;
• Discutir a estratégia da construção das RAS (Redes de Atenção à Saúde) para reforço de
um modelo de atenção à saúde centrado nas necessidades das pessoas e grupos sociais,
tendo a atenção básica como um dos seus pilares;
• Refletir sobre os grandes desafios para a efetivação da integralidade da atenção e a
construção das RAS nas regiões de saúde;
• Analisar as diferentes dimensões dos mecanismos de regulação (como importante es-
tratégia de gestão) em processos macro e micropolíticos do SUS;
• Subsidiar a construção do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC), na qualidade de pro-
jeto de intervenção.
Tópicos de aulas:
Semana Temática/conteúdo
9 Atividade de Avaliação
ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO 34
Apresentação
Esta Unidade vai discutir o processo de trabalho em saúde. Este tema é de grande
relevância para todos os que estão envolvidos, seja no cuidado ou na gestão do SUS,
porque o processo de trabalho é a essência de tudo o que se faz no funcionamento
cotidiano dos serviços de saúde. Compreendê-lo é requisito para toda proposta de
mudança no SUS, considerando que esta se dá efetivamente a partir dos sistemas de
produção do cuidado. É impossível separar estes dois temas, visto que o produto final de
todo trabalho na saúde é o cuidado realizado.
O tema é apresentado na 1ª. Parte do texto através de uma pequena história
criada para tornar mais didática a apresentação dos conceitos, e dinâmica na forma
de discuti-los. Iniciamos com apresentação de um caso em 4 cenas, divididas entre o
momento do trauma o qual o leva a uma demorada internação hospitalar, e a alta do
hospital como 2ª. Cena; a estadia em casa sob cuidados da mãe e o momento em que
ele é encontrado pela equipe da Unidade de Saúde, 3ª. Cena; e 4ª. Cena o resultado
obtido com o cuidado. A história contada inicialmente serve para ilustrar a discussão
sobre as principais características do processo de trabalho que vem em seguida. Assim
os conceitos ao mesmo tempo em que vão ganhando formam, têm uma imagem de
aplicação dos mesmos.
Na 2ª parte do texto, é apresentado um caso sobre o qual se discute o que
chamamos de “Projeto Terapêutico Singular”, um tema vinculado também ao processo de
trabalho e cuidado. Pode-se verificar uma abordagem familiar, considerando o contexto
social e afetivo no qual vivem as pessoas e são pensadas ações de cuidado, a partir das
necessidades de saúde identificadas pela usuária Marta. A experiência tem como base
o reconhecimento de que o cuidado deva se dar no contexto da vida de cada um, no
campo existencial da pessoa, e não apenas a partir de um determinado problema clínico.
O pressuposto é o de que, independente do problema de saúde que a pessoa tenha,
ela não se resume a ele. Por isso, o projeto terapêutico precisa ser integral, singular, no
sentido de pensar todas as dimensões da vida de cada um daqueles que nos procuram.
Boa leitura!
Aula
PROCESSO DE TRABALHO E
O MODO DE PRODUÇÃO DO
CUIDADO
Aula
PROCESSO DE TRABALHO EM
SAÚDE
GESTÃO
GESTÃODO
DOTRABALHO
TRABALHOEE
DADA
SAÚDE
SAÚDE
15
Uma segunda questão é mostrada no cartaz para o grupo:
O que é processo de trabalho em saúde?
Neste item, a enfermeira fez uma explanação sobre o conceito para discussão. Ela
diz o seguinte:
O processo de trabalho em saúde é o modo como se organiza o trabalho e é
definido pelas atividades cotidianas, sejam elas na gestão ou na assistência à saúde,
sendo estas duas dimensões inseparáveis. É importante observar que:
i. Na saúde o trabalho humano é insubstituível, sendo um dos poucos setores em
que a incorporação de novas tecnologias não resulta em redução de postos de
trabalho; pelo contrário, quando novas máquinas são introduzidas no ambiente
de produção, como tomógrafo, Raio-X, etc., cria-se novos postos de trabalho. É
importante registrar, também, que por tecnologia entende-se não apenas máquinas,
mas é preciso considerar as tecnologias não materiais, como o conhecimento e as
relações empregados no processo de trabalho. Isso será discutido mais à frente.
ii. De modo geral, o trabalho em saúde é sempre relacional, ou seja, é na relação de
um com o outro que se produz o cuidado. Essa relação se dá entre os trabalhadores
e os usuários, pois o processo de trabalho acontece, sobretudo, no encontro entre
ambos. Há, portanto, nestes casos, um grande protagonismo de trabalhadores e
usuários para a produção do cuidado. O processo de trabalho, como podemos
ver, é controlado pelo próprio trabalhador, a quem cabe tomar as decisões no
momento exato em que está com o usuário. Isso só é possível porque o processo
de trabalho em saúde é centrado no trabalho vivo em ato, de acordo com Merhy
(1997, 2002). Este conceito será debatido em seguida.
iii. O processo de trabalho é sempre em rede, ou seja, constatamos facilmente
que não há autossuficiência em nenhuma profissão para produzir o cuidado;
há na verdade uma interdependência positiva entre todos. Há uma rede de
conversas intensas no cotidiano da equipe de saúde sobre o trabalho, mostrando
o funcionamento desta rede. Por exemplo, se alguns dependem de médico,
enfermeira, dentista, assistente social, agentes de saúde, recepcionistas, todos
dependem da pessoa que faz higienização, do porteiro que orienta os fluxos do
usuário, do administrativo que anota dados, etc... Constatamos facilmente que é o
trabalho coletivo, o conjunto, que consegue de fato produzir o cuidado, conforme
Franco (2006).
iv. O processo de trabalho em saúde é singular, isto é, é sempre voltado para um
problema específico, para uma pessoa em dada situação de saúde, que também é
única. Isso faz com que a famosa frase “cada caso é um caso” signifique um cuidado
direcionado a uma situação que não se repete. Isso é diferente de pensarmos um
processo de trabalho serializado, que seria o contrário do que estamos falando
aqui. Serializado seria um cuidado padronizado a todas as situações similares. O que
no nosso entendimento não seria eficaz, pois deixaria de atender à especificidade
de cada um. Por exemplo, sabemos que os protocolos são importantes, uma
referência para todo profissional, mas, ao aplicá-lo, cada um investe seu próprio
conhecimento e experiência, a partir da avaliação específica do problema de
saúde, ou seja, há um tom personalizado que dá a característica de que aquele
processo é singular.
Aula
FERRAMENTAS PARA
ANÁLISE DO PROCESSO DE
TRABALHO
O Trabalho em Redes
Grupo 3 – O Trabalho em Redes
Como já foi afirmado aqui, todo processo de trabalho em saúde se dá em redes.
Essas redes podem ser mais harmônicas e integrais ou conflituosas, tensas e até sofrer
rupturas, mas continuam sendo redes. É algo inerente às relações de trabalho, visto a
necessidade de alta cooperação entre saberes e práticas para produzir o cuidado em
qualquer circunstância.
Aula
GESTÃO COMPARTILHADA
Aula
MODELO DE CUIDADO
CENTRADO NO USUÁRIO