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A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) figura entre as espécies de

controle concentrado realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ela


objetiva declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos federais ou
estaduais que contrariem a Constituição Federal de 1988.

Uma observação pertinente sobre este ponto diz respeito ao fato de que
até maio de 2008 o STF entendia que se a lei ou o ato normativo fosse de
efeito concreto, não era possível se valer da ADI em virtude da falta de
generalidade e abstração. Entretanto, tal entendimento foi modificado com o
julgamento, em sede liminar, das ADI’s nº 4.048 e 4.049. Assim, atualmente o
STF admite ADI contra espécies normativas primárias, ainda que estas tenham
efeitos concretos.

Segundo uma construção teórica desenvolvida pelo STF, o chamado


instituto da pertinência temática, o artigo 103 do texto constitucional conta com
legitimados universais, que são aqueles que não necessitam demonstrar
interesse de agir para o ajuizamento da ADI. São enquadrados nesta categoria:
Presidente da República; Mesa da Câmara; Mesa do Senado; PGR; Partido
Político com representação no Congresso Nacional; Conselho Federal da OAB.

Por outro lado, OS DEMAIS são legitimados não universais e, sendo


assim, devem demostrar interesse especifico de agir para ajuizar uma ADI, ou
seja, demonstrar uma relação de pertinência entre o objeto da ação e a
atividade de representação.
PETIÇÃO

A ADI 4439 foi proposta pela então Procuradora-Geral da Republica,


Deborah Macedo Duprat de Britto Pereira EM FACE DOS ARTIGOS :

 art.33, caput e §§ Iº e 2º, da Lei n° 9.394/96


 art. 11, § Iº, do “Acordo entre a República Federativa do Brasil e a
Santa Sé relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil”,
aprovado pelo Congresso Nacional através do Decreto Legislativo
n° 698/2009 e promulgado pelo Presidente da República através
do Decreto n° 7.107/2010

Para pedir fossem interpretados conforme o principio da laicidade


(previsto no art.19, I, da Constituição Federal), que impõe que o Estado se
mantenha neutro em relação às diferentes concepções religiosas.

Na petição apresentada a procuradora-geral alega que, em afronta ao


principio da laicidade, ambos os dispositivos estavam sendo utilizados para
implantar nas escolas públicas brasileiras o ensino religioso de modelo
confessional (voltado para crença ou religião especifica) ou interconfessional
(pautado nos consensos que permeiam as religiões).
Diante disso, o Ministério Público argumenta que, se por um lado o
princípio da unidade da Constituição não é compatível com uma ótica que não
admita qualquer possibilidade de ensino religioso nas escolas públicas, por
outro não permite a adoção, com base no art. 210,§1º, CF, da perspectiva de
que as escolas públicas podem ser espaço de catequese e proselitismo
religioso, católico, ou de qualquer outra religião.
A procuradora-GERAL deixa claro que laicidade não se confunde com
laicismo, corrente que se vale do direito para diminuir a relevância da religião
na esfera social, bem como que não é fundamento para a adoção pelo Estado
de uma perspectiva ateísta ou refratária a expressão individual da religiosidade.
Na realidade, a laicidade requer que o estado mantenha uma postura neutra
em relação às distintas concepções religiosas presentes na sociedade. Além
disso, o principio do Estado laico se configura como garantia institucional da
liberdade religiosa e como instrumento indispensável para possibilitar que
pessoas das mais variadas crenças recebam igual tratamento.
Na visão do Ministério Público, a estrita observância da laicidade no
ensino público se dá em virtude de algumas razoes. A primeira delas é extraída
do art. 205 do texto constitucional, que estipula o “pleno desenvolvimento da
pessoa” e o “preparo para o exercício da cidadania” como objetivos
fundamentais da educação. Nesse sentido, cabe ao ensino público formar
indivíduos autônomos que gozem de capacidade de reflexão critica para
determinar e perseguir dos seus projetos de vida, e para atuar como cidadãos
no espaço público.

A segunda razão diz respeito ao fato de que as opiniões emitidas por


professores e autoridades escolares influenciam crianças e adolescentes, que
passam a compreender e reproduzir tais pontos de vista como padrão de
normalidade.

Paralelo a isso, o ensino religioso confessional ou interconfessional passa


ao estudante, de forma indireta, a mensagem de que as religiões não
favorecidas pelo Poder Público são menos dignas de reconhecimento.

Além Disso, MP ressalta que, o fato de o ensino religioso ser previsto


como facultativo não é um meio eficaz para afastar o doutrinamento, tendo em
vista que sobre o estudante que se recusa a assistir a tais aulas recai o
estigma do comportamento desviante.

Por fim, a procuradora-geral defende a tese de que em uma sociedade


plural como a brasileira o único modo de conciliar a laicidade estatal com o
ensino da religião nas escolas públicas e desenvolver a capacidade critica nos
estudantes, de modo que eles possam realizar suas próprias escolhas, é por
meio da implementação do modelo não-confessional, que não endossa ou faça
subvenção a qualquer crença ou religião, cujo conteúdo programático da
disciplina seja pautado na apresentação das doutrinas, das práticas, da
história e de dimensões sociais das diferentes religiões e deposições não
religiosas, como o ateísmo e o agnosticismo, sendo que tais aulas sejam
ministradas por professores regulares da rede pública.

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