Formou-se em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – FEUSP, instituição onde
cursou também mestrado e doutorado. Além disso, realizou um curso de especialização em Gestão Educacional na
Universidade de Campinas – Unicamp.
Começou sua carreira profissional como professora concursada de Educação Infantil da Secretaria Municipal de
Educação de São Paulo. Foi membro de Equipe Técnica da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas – Cenp,
de 1981 a 1983. Na Universidade Paulista – UNIP, atuou como professora do curso de Pedagogia presencial e a
distância; foi coordenadora de curso e líder das disciplinas Estrutura e Funcionamento da Educação Básica e Educação
de Jovens e Adultos, Educação de Jovens e Adultos: Fundamentos e Metodologia, Políticas Públicas de Educação e
Política e Organização da Educação Básica, de 2007 a 2015. É membro do Grupo de Pesquisas de Políticas Públicas,
Gestão e Formação de Professores da UNIP. Atua nos cursos de pós-graduação de Formação em Educação a Distância
e Formação de Professores da UNIP.
84 p., il.
CDU 341.27
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permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Giovanna Oliveira
Lucas Ricardi
Sumário
Direitos Humanos
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................7
Unidade I
1 INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE DIREITOS HUMANOS...........................................................................9
1.1 Processo histórico no Ocidente....................................................................................................... 11
1.2 Declaração de Direitos da Virgínia................................................................................................. 12
1.3 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.................................................................. 12
2 IMPLEMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS UNIVERSAIS DE DIREITOS HUMANOS ................... 20
2.1 Normas internacionais de direitos humanos............................................................................. 20
2.1.1 Tratados....................................................................................................................................................... 21
2.1.2 Ratificação.................................................................................................................................................. 21
2.1.3 Adesão.......................................................................................................................................................... 21
2.1.4 Sucessão...................................................................................................................................................... 21
2.1.5 Costume....................................................................................................................................................... 22
3 DECLARAÇÕES, RESOLUÇÕES E OUTROS DOCUMENTOS
ADOTADOS PELOS ÓRGÃOS DAS NAÇÕES UNIDAS............................................................................... 22
3.1 Documentos............................................................................................................................................ 23
3.1.1 Declaração Universal dos Direitos Humanos................................................................................ 23
4 DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL – 1988........................................................ 30
4.1 Carta da ONU.......................................................................................................................................... 33
Unidade II
5 SISTEMAS REGIONAIS DE PROTEÇÃO E PROMOÇÃO DE DIREITOS HUMANOS...................... 37
5.1 Sistema Europeu de Proteção aos Direitos do Homem......................................................... 37
5.2 Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos.............................................. 38
5.3 Sistema Africano de Proteção dos Direitos Humanos e dos Povos ................................. 39
5.4 Proibição da tortura............................................................................................................................. 39
5.5 Direito de não viver na pobreza...................................................................................................... 40
5.6 Antirracismo e não discriminação.................................................................................................. 41
5.7 Direito à saúde....................................................................................................................................... 44
5.8 Direitos humanos das mulheres...................................................................................................... 45
5.8.1 Origem.......................................................................................................................................................... 46
5.9 Primado do Direito e julgamento justo........................................................................................ 49
5.10 Liberdades religiosas.......................................................................................................................... 50
6 DIREITO À EDUCAÇÃO.................................................................................................................................... 51
6.1 Direitos humanos da criança............................................................................................................ 54
6.2 Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda)..................... 54
6.3 Direitos humanos em conflito armado........................................................................................ 55
6.4 Direito ao trabalho................................................................................................................................ 58
6.5 Direito à privacidade............................................................................................................................ 59
7 LIBERDADE DE EXPRESSÃO E LIBERDADE DOS MEIOS DE INFORMAÇÃO................................ 62
7.1 Direitos à democracia.......................................................................................................................... 63
7.2 Direito das minorias............................................................................................................................. 67
7.3 Direito ao asilo....................................................................................................................................... 68
8 A LUTA GLOBAL PELOS DIREITOS HUMANOS....................................................................................... 69
8.1 Movimentos de direitos humanos e a construção da cidadania....................................... 70
8.2 Políticas públicas de direitos humanos
(órgãos de defesa, proteção e promoção de direitos humanos)............................................... 71
APRESENTAÇÃO
Caro aluno,
Nesta disciplina, vamos estudar temas considerados relevantes para o exercício dos direitos humanos
de todas as pessoas. O estudo dos direitos humanos tem o objetivo de promover a responsabilidade social
orientada para além de todos os direitos considerados universais e inalienáveis, numa visão holística e
voltada à missão prática dos direitos humanos como forma de vida para os países democráticos.
A disciplina, desse modo, deve promover diálogos e debates que conduzam ao pensamento crítico e
à análise sistêmica sobre o futuro da humanidade em prol da paz, da justiça econômica e social. Além
disso, deve incentivar o aluno ao entendimento das implicações morais e políticas dos direitos humanos
para que haja a conscientização de que os indivíduos são protegidos pela Declaração Universal dos
Direitos Humanos, aceita pela maioria das nações.
INTRODUÇÃO
De maneira um pouco mais detida, vamos desenvolver o conhecimento básico dos conceitos
apresentados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, capacitando você para promover a
responsabilidade social e o pensamento crítico acerca do desenvolvimento humano e social.
Ao lado dessa reflexão, pretendemos enfatizar práticas como o exercício dos direitos iguais e a
defesa dos fundamentos da liberdade, da justiça e da paz. O Brasil participa de tratados internacionais
e a importância desse consentimento, firmado mundialmente, leva ao compromisso de promover
a cooperação com a Organização das Nações Unidas em ações que semeiem respeito universal e a
manutenção ou conquista de liberdades.
Trata-se, como se pode prever, de um tema polêmico e de entendimento até contraditório. Nosso
intento aqui é apresentar as discussões mencionadas de modo mais generalizado, ou seja, sem nos
aprofundarmos em seus pormenores.
7
DIREITOS HUMANOS
Unidade I
1 INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE DIREITOS HUMANOS
Interrogamos: o que são direitos humanos? São os direitos e liberdades básicas de todos os
seres humanos, inerentes a todas as pessoas, independentemente de raça, cor, sexo, etnia, idioma,
nacionalidade, religião ou qualquer outra condição. É a dignidade humana. Quais são as ideias presentes
nessa afirmação? São os conceitos de dignidade, de liberdade de pensamento, de igualdade perante a
lei e de expressão. Os direitos humanos incluem o direito à vida, à liberdade de expressão e opinião, ao
trabalho e à educação, sem discriminação.
Foi a Organização das Nações Unidas – ONU que proclamou a Declaração Universal dos Direitos dos
Humanos (ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS, [s.d.]), que é respeitada e adotada mundialmente.
A Declaração tornou-se um documento que tem uma importância mundial, apesar de sua não
obrigatoriedade jurídica, isto é, de não ser legislação obrigatória nos países que a adotam.
Para a Assembleia Geral da ONU, a Declaração Universal dos Direitos Humanos tem sido um ideal a
ser atingido por todos os povos e todas as nações. É um instrumento cujo objetivo é garantir que todos
os Estados tenham sempre em mente a importância de promover o respeito aos direitos e liberdades
tidos como básicos e inerentes ao ser humano.
A ONU, órgão internacional constituído por países ocidentais, foi fundada em 1945, em meio à
barbárie da Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de promover e encorajar o respeito aos direitos
humanos para todos, convencida de que os povos haviam reafirmado
9
Unidade I
Observação
Veja a seguir alguns organismos que tratam dos direitos humanos:
• Organização das Nações Unidas (ONU);
• Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura (Unesco);
• Organização Íbero-americana para Educação, Ciência e Cultura (CEI);
• Organização Mundial para a Alimentação e Agricultura (FAO);
• Organização Internacional do Trabalho (OIT);
• Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Wipo);
• Organização dos Estados Americanos (OEA);
• Organização Mundial de Saúde (OMS);
• Justiça Internacional;
• Direitos Humanos no Brasil;
• Direitos Humanos na Universidade de São Paulo (USP).
O objetivo da ONU ao adotar a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi fortalecer a democracia,
os direitos humanos e a paz e evitar as guerras. A ONU defende que todos os homens nascem livres e
iguais em dignidade e em direitos. Diferentemente dos outros seres vivos, o homem é dotado de razão e
de consciência. Essa capacidade lhe dá o poder de escolha com consciência, ética e empatia, e o obriga,
assim, a agir com os outros em espírito de fraternidade.
O homem é o centro e o objeto de atenção e valorização. A sua relação com os outros homens e com
o ambiente social, político, ambiental, econômico e financeiro traz para a discussão os direitos a serem
garantidos para que a liberdade e a dignidade humanas sejam garantidas.
A dignidade humana é a grande meta dos direitos humanos e está no centro das discussões desta
disciplina. Os direitos humanos estão baseados em conceitos que envolvem um sistema de valores
universal e comum que tem como objetivo proteger a vida. Para isso, devem oferecer um conjunto de
princípios protegidos por normas e padrões internacionalmente aceitos.
10
DIREITOS HUMANOS
Os conceitos envolvidos na compreensão dos direitos humanos não surgiram de modo arbitrário, foi
a evolução histórica, social, econômica, do conhecimento e tecnológica que influenciou a sua definição
e o estudo de sua complexidade. Essa evolução se deu no tempo e foi ocasionada por diferentes aspectos
e situações vividas pelo ser humano.
No século XX, o conceito chegou a ser compreendido como um enquadramento moral, jurídico e
político e como princípio que deveria orientar para a proteção da vida e para a construção de um mundo
sem medo e privações. No século XXI, o grande desafio que se coloca é que ainda há muito a ser feito
para a implementação dos direitos humanos.
Há que se considerar que o tema direitos humanos é muito amplo e polêmico. Há várias visões e
compreensões sobre o tema, e essas discussões não farão parte deste trabalho.
Observação
Os dois marcos fundantes que defendem a dignidade humana no regime democrático e nas
liberdades civis são a Revolução Francesa e a Revolução Americana, que deram origem à Declaração
Universal dos Direitos Humanos, documento que parte das tradições da Declaração de Direitos do Bom
Povo de Virgínia (1776, quando da ocasião da Independência dos Estados Unidos) e da Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão (1789, quando da ocasião da Revolução Francesa). Esses documentos
da história moderna trazem como fato inédito a presença de declarações de direitos, que, aliás, são
marcadas por momentos de conturbada mudança política e social e foram de grande influência na
história do Ocidente.
Para Maria Luiza Marcílio (2007, p. 88), os documentos trouxeram ideias inéditas, como “liberdade
inerente ao homem para escolher seu próprio caminho [...] igualdade entre os homens [...] fraternidade
que deve reger a relação entre os seres humanos”.
John Locke, filósofo do século XIX, foi um dos grandes defensores da inexistência de diferença
entre direitos naturais e direitos humanos. Como exemplo de pensamento contrário, podemos dar um
exemplo do movimento a favor dos direitos humanos nos Estados Unidos, no século XX, que defendia a
igualdade entre todas as pessoas, mas que, em contrapartida, existia numa sociedade onde havia grande
discriminação contra os negros.
Observação
O motivo que levou à Revolução e à elaboração do documento foi a conduta da Inglaterra junto
às 13 colônias britânicas, com a adoção de leis mercantilistas favoráveis somente à metrópole. Essa
declaração antecipou outra, a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. As ideias
filosóficas que influenciaram o documento de direito foram as obras de John Locke e Thomas Paine. Na
Declaração de Independência, Thomas Jefferson apontou 27 atos cometidos pela Inglaterra, pelo Rei
Jorge III, que violavam os “direitos naturais” dos colonos (CONGRESSO GERAL DOS ESTADOS UNIDOS DA
AMÉRICA, [s.d.]).
Leandro Karnal (2007, p. 94) aponta que esse fato significou uma reviravolta na política do
mundo ocidental:
A Independência dos Estados Unidos teve grande influência na Europa e em especial na França, onde
agravou a situação entre o povo e o rei Luís XVI. Desencadeou, desse modo, um dos mais importantes
processos revolucionários do século XVIII, a Revolução Francesa.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi o documento que expressou as ideias da
mudança política proposta.
Os conceitos apontados pela Revolução Francesa, de 1789, são liberdade, igualdade e fraternidade e
se tornaram referência histórica de maior relevância.
Apesar de as ideias da Revolução Francesa estarem vinculadas ao cristianismo, pelos princípios que
defende, a revolução não foi feita por cristãos, na realidade, foi feita contra eles.
Entre os filósofos da época, Jacques Maritain (1956, p. 162), aponta essa peculiaridade, que pode ser
considerada uma contradição:
Liberdade, igualdade e fraternidade compõem uma tríade. Com o processo histórico, essa trilogia de
1789 caminhou em direção à dimensão política e adquiriu uma interdependência entre seus conceitos,
que é a característica das democracias atuais.
Essa conquista se deu por meio de um processo histórico, que não foi percorrido sem problemas, mas
sim com avanços e retrocessos, típicos de todo processo social.
Lembrete
O que se observa é que as nações ocidentais ainda não realizaram o ideal da democracia expressos
nos princípios desde os movimentos do século XVIII.
13
Unidade I
A democracia como regime político é um processo histórico das nações ocidentais que é defendida
devido à convicção de que é por meio da garantia dos direitos humanos que se garante a dignidade
humana. Em função dessa consciência é que a democratização das nações se tornou o desafio a partir
de 1789 e apresentou um processo de aceleração, principalmente após 1870.
Historicamente, comprovou-se que a democratização política dos Estados após 1789 criou melhora
nos indicadores sociais da população, o que veio a fortalecer e criar forças políticas ampliadas e
renovadas. Criaram-se extratos sociais antes não existentes e camadas da população foram inseridas no
sistema político. Foi o inicio da urbanização, da industrialização e da educação de base e superior.
Para se viver na democracia, o conceito de cidadania é o que vai garantir o uso pleno dos direitos.
Podemos definir cidadania como o exercício dos direitos civis, sociais e políticos atualmente previstos
na Constituição. Para que o cidadão exerça sua cidadania, precisa ter consciência de seus direitos e
obrigações e se organizar, participando de movimentos sociais que tenham como objetivo que esses
direitos sejam colocados em prática.
A cidadania para os membros de uma sociedade significa usufruir os direitos humanos, tanto os
individuais como os coletivos ou institucionais, envolvendo também o cumprimento dos deveres para o
bem da sociedade.
Observação
Para Norberto Bobbio (1992), a diferença entre a Declaração de Virgínia e a Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão é que a primeira expressa a concepção que levou à escrita do texto e também
apresenta suas finalidades, relacionando-as com o “bem comum da sociedade”, enquanto a segunda
afirma politicamente os direitos individuais.
Lynn Hunt (2009, p. 179), resumindo os principais artigos da declaração de direitos francesa, afirma:
2). Concretamente, isso significava que qualquer limite aos direitos tinha
de ser estabelecido na lei (artigo 4). “Todos os cidadãos” tinham o direito
de participar da formação da lei, que deveria ser a mesma para todos
(artigo 6), e consentir na tributação (artigo 14), que deveria ser dividida
igualmente segundo a capacidade de pagar (artigo 13). Além disso, a
declaração proibia “ordens arbitrárias” (artigo 7°), punições desnecessárias
(artigo 8°) e qualquer presunção legal de culpa (artigo 9°) ou apropriação
governamental desnecessária da propriedade (artigo 17). Em termos um
tanto vagos, insistia que “ninguém deve ser molestado por suas opiniões,
mesmo as religiosas” (artigo 10), enquanto afirmava com mais vigor a
liberdade de imprensa (artigo 11).
Marcilio (2010) aponta que sistemas eleitorais passaram a se basear em cada vez mais amplo direito
ao voto. Em alguns casos, já haviam adquirido até mesmo o sufrágio universal masculino, em 1870,
como a França e a Alemanha (para o parlamento alemão), a Suíça e a Dinamarca:
O avanço da democracia mostrava que não havia mais volta. Nas nações ocidentais, desde o início
do século XX, novas posturas passaram a ser adotadas para essa nova realidade que estava ocorrendo
nos Estados ocidentais. A realidade desse processo de desenvolvimento da democracia foi muito diversa,
complexa e contextualizada em cada região, país ou continente. Podemos citar que houve a preocupação
com a manipulação política das massas e com a criação e a organização de movimentos sociais. Foi
nesse contexto, aliás, que surgiu a mídia de massas.
Em fins do século XIX, os novos movimentos de massas realizam defesas ideológicas. Bandeiras
foram hasteadas em defesa da república e da revolução, mas não só: também passou-se a defender
15
Unidade I
Foi o desenvolvimento dos países ocidentais avançados que favoreceu a difusão e o avanço da
república liberal e também da democracia.
Observação
Para Maria Luiza Marcilio (2010), os pontos positivos do avanço do processo histórico da democracia
como regime político de defesa dos direitos humanos garantindo a dignidade humana que podem ser
observados nesse período são:
Se a libertação sexual ainda precisava ser ganha, as mulheres estavam às vésperas de conseguir
igualdade de direitos de cidadania e, embora de modo reduzido e estreito, abriam-se carreiras para seus
talentos, na busca de equiparação aos direitos dos homens.
Observação
No texto Democracia, Cidadania e Direitos Humanos, Benevides ([s.d.]) discute os três conceitos
que dão título à obra e sua evolução histórica, contextualizando-os na atualidade. Para tanto, a
17
Unidade I
autora parte da definição de democracia como “regime político fundado na soberania popular e
no respeito integral aos direitos humanos, regime baseado nos princípios da liberdade, igualdade
e solidariedade” (ibidem).
Considerando democracia política e social como os pilares da democracia moderna, uma vez que
fundadas no ideal republicano e nos valores do liberalismo político, Benevides ([s.d.]) reúne as exigências
da cidadania plena, das liberdades civis e da participação política, reivindicando a igualdade e a prática
da solidariedade. Defende, ainda, a cidadania ativa e social, ou seja, a efetiva e autônoma participação
popular e a garantia de suas liberdades de direito.
Cidadania surge na pólis grega e nas cidades-estado romanas, em italiano, civitas (cidade – cidadão
– cidadania). Na origem clássica da palavra, não havia o conceito de liberdade na vida privada, existia
somente o conceito de cidadania social aos homens que participavam da vida pública na cidade, únicos
detentores dos “direitos políticos”. Na Idade Moderna, a Revolução Inglesa (século XVII) e a ascensão
da burguesia (século XVIII) configuram aquela que passou a ser chamada de reação individualista.
A Revolução Americana e a Revolução Francesa resultaram em conquistas para o mundo ocidental,
no direito do indivíduo e do cidadão, com novos significados. Destaca-se que o legado da Revolução
Francesa traz e faz a ligação entre democracia e cidadania, ao reconhecer três direitos fundamentais:
liberdade, solidariedade e igualdade.
Para Benevides ([s.d.]) distingue-se cidadania ativa, que institui o cidadão como portador de direitos e
de deveres, mas, essencialmente, criador de direitos para abrir espaços de participação de outra, passiva,
que é outorgada pelo Estado, com a ideia moral da tutela e do favor. Conclui, assim, que a cidadania
ativa requer a consciência do papel formador da educação.
Em nosso País, discutir os direitos humanos ainda é polêmico, apesar da criação da Secretaria Especial
de Direitos Humanos, dos Planos Nacionais, Estaduais e Municipais, pois ainda existem ambiguidades
e deturpações. Direitos humanos são direitos essenciais, engendrados a partir do núcleo fundador do
direito à vida, que reconhecem a dignidade de todo ser humano, e hoje fazem parte da consciência
moral e política da humanidade.
Estamos tratando dos direitos comuns, sem discriminação de origem, etnia, especificidade de
fenótipo (cor da pele, traços fisionômicos), nacionalidade, sexo, classe social, nível de instrução, religião,
opinião pública, faixa etária, orientação sexual, ou qualquer tipo de julgamento moral. Esses direitos
são naturais e universais e não se referem a um membro de uma nação ou Estado, mas à pessoa e à sua
universalidade. Naturais porque estão vinculados à natureza humana e estão acima de qualquer lei, não
precisam estar legalmente explicitados para serem evocados. Ainda assim, o fato de estarem presentes,
no caso do Brasil, na Constituição Federal de 1988 (CF/88) e, de modo mais abrangente, em acordos e
declarações internacionais, é um avanço civilizatório no sentido humanista e progressista do termo, o
que facilita o trabalho de sua proteção e promoção.
das classes, na noção antiga da Lex privata. São, por isso, reclamáveis contra o Estado e instâncias
nacionais e internacionais.
É preciso destacar, dentro dos direitos sociais, o direito fundamental à educação, a uma escola
republicana, laica, gratuita e de qualidade, que invista na qualidade de formação e de trabalho de todos
os profissionais que nela trabalham, principalmente dos professores.
Falta acrescentar a isso a educação infantil, já reconhecida na Constituição Federal e na Lei nº 9.394, de 20
de dezembro de 1996 (também conhecida como LDB), como parte integrante da formação plena da pessoa.
Além disso, são direitos coletivos da humanidade: defesa ecológica, paz, desenvolvimento,
autodeterminação dos povos e partilha do patrimônio científico, cultural e tecnológico. Benevides
([s.d.]) chama-os de direitos sem fronteira, de solidariedade planetária.
São irreversíveis, pois, uma vez proclamados, tornam-se direitos positivos fundamentais irrevogáveis.
Em adição, são indivisíveis, na medida em que numa democracia efetiva, não se pode opor o respeito
às liberdades individuais da garantia dos direitos sociais, não se pode considerar natural o fato de que o
povo seja livre para votar, mas continue preso às teias da pobreza e da discriminação.
Discutir o sentido da igualdade como princípio fundador da democracia e dos direitos humanos não
significa homogeneidade. Neste sentido, o conceito de igualdade está associado ao direito às diferenças.
Desigualdade, definida como inferior ou superior em termos de hierarquia ou dignidade, é discriminação.
Na luta contra o capitalismo como um tipo de sociedade onde tudo se compra e vende, firmaram-se
e foram reconhecidos os direitos econômicos e sociais, assim como os direitos individuais garantidos
contra o absolutismo e o feudalismo.
19
Unidade I
Solidariedade ativa como pilar da dignidade enquanto fonte de direitos significa que todos somos
responsáveis pelo bem comum. Trata-se, desse modo, de criar uma nova cultura política.
Observação
Lembrete
A expressão formal “direitos humanos inerentes” surgiu por meio das normas internacionais de direitos
humanos. A partir de 1945, surgiram tratados e instrumentos internacionais de direitos humanos que
possibilitaram conferir uma forma legal dos direitos humanos inerentes. A criação da ONU tornou possível a
constituição de um fórum ideal para a adoção de instrumentos internacionais de direitos humanos.
O Direito Internacional dos Direitos Humanos estabelece obrigações dos Estados de agirem
segundo determinadas diretrizes para promover e proteger os direitos humanos e as liberdades
dos grupos ou indivíduos. O estabelecimento dessas diretrizes e obrigações acontece nas
normas internacionais de direitos humanos, que consistem em tratados, declarações, princípios,
diretrizes etc.
2.1.1 Tratados
Chamamos de tratado o acordo entre os Estados que se comprometem com regras específicas
concernentes aos diferentes aspectos e especificidades dos direitos humanos.
2.1.2 Ratificação
2.1.3 Adesão
A adesão significa que o Estado consentiu em participar do tratado após sua ratificação. Os Estados
assinam a adesão antes e depois de o tratado ter entrado em vigor.
2.1.4 Sucessão
A participação de um Estado por sucessão significa que, em virtude de uma disposição específica
do tratado, consente em participar. Os tratados não são autoexecutáveis: em algumas nações, são
superiores à legislação interna; em outras, adquirem status constitucional; em outras ainda, somente
alguns dispositivos de um tratado são incorporados à legislação interna.
21
Unidade I
Dessa maneira, alguns Estados podem, ao ratificar um tratado, fazer reservas a ele, apontando
que aceitam algumas disposições internas, mas outras, não. A ressalva para essa possibilidade é que
a objeção apontada por um Estado não pode contrariar o objeto de discussão do tratado ou derrotar
o propósito do documento.
Saiba mais
<https://treaties.un.org/>.
2.1.5 Costume
Costume ou direito internacional consuetudinário é o termo utilizado para descrever uma prática
geral e consistente seguida por Estados, decorrente de um sentimento de obrigação legal.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos não se constitui, como um todo, num tratado vinculativo,
pois somente algumas de suas disposições têm o caráter de direito internacional consuetudinário.
É importante destacar que o que constitui normas gerais do direito internacional, ou seja, princípios
e práticas com os quais a maioria dos Estados “concordariam”, muitas vezes constam de declarações,
proclamações, regras, diretrizes, recomendações e princípios.
Esses documentos, apesar de não terem nenhum efeito legal sobre os Estados, representam um
consenso na comunidade internacional. Dessa forma, o reconhecimento internacional tem o efeito
de produzir uma força moral forte e inegável na prática dos Estados. Enquanto conduta nas relações
internacionais do Estado com órgãos internacionais, o consenso tem peso de legalidade.
Podemos citar como exemplo a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas,
que recebeu o apoio dos Estados Unidos em 2010, o último dos quatro-Estados membros que se opuseram
a ela. Nesse caso, ao adotar essa declaração, os Estados se comprometem a reconhecer os direitos dos
povos indígenas sob a lei internacional que diz que eles têm o direito de serem respeitados como povos
distintos e o direito de determinar seu próprio desenvolvimento de acordo com sua cultura, prioridades
e leis consuetudinárias (costumes).
22
DIREITOS HUMANOS
3.1 Documentos
Adotada e proclamada pela Resolução nº 217 a (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas, em
10 de dezembro de 1948, a Declaração foi assinada pelo Brasil na mesma data.
É um marco histórico dos direitos humanos. Foi elaborada por diferentes origens jurídicas e
culturais de todas as regiões do mundo e estabelece pela primeira vez a proteção universal dos
direitos humanos.
O documento foi traduzido para mais de 360 idiomas e inspirou as constituições de muitos
Estados e democracias recentes. Em conjunto com o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
(BRASIL, 1992b) e seus dois Protocolos Opcionais – procedimento sobre queixa e pena de morte
– e com o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (BRASIL, 1992a) e seu
Protocolo Opcional, forma a chamada Carta Internacional dos Direitos Humanos.
A presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser
atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e
cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através
do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela
adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o
seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos
próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
Artigo 1º
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão
e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.
Artigo2º
Não será tampouco feita qualquer distinção fundada na condição política, jurídica
ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um
território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra
limitação de soberania.
Artigo 3º
Artigo 4º
Artigo 5º
24
DIREITOS HUMANOS
Artigo 6º
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa
perante a lei.
Artigo 7º
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção
da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a
presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8º
Toda pessoa tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio
efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos
pela constituição ou pela lei.
Artigo 9º
Artigo 10
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por
parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres
ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo 11
§1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida
inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei,
em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias
necessárias à sua defesa.
§2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento,
não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será
imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao
ato delituoso.
Artigo 12
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar
ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem
direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
25
Unidade I
Artigo13
§1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das
fronteiras de cada Estado.
§2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a
este regressar.
Artigo 14
§1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo
em outros países.
§2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente
motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios
das Nações Unidas.
Artigo 15
Artigo 16
§1. O casamento não será válido senão como o livre e pleno consentimento dos
nubentes.
Artigo 17
26
DIREITOS HUMANOS
Artigo 18
Artigo 19
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui
a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Artigo 20
Artigo 21
§1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente
ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
§2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
§3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será
expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou
processo equivalente que assegure a liberdade de voto.
Artigo 22
Artigo 23
§1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições
justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
§2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por
igual trabalho.
27
Unidade I
§3. Toda pessoa que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória,
que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade
humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
§4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para a proteção
de seus interesses.
Artigo 24
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas
de trabalho e a férias periódicas remuneradas.
Artigo 25
§1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua
família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos
e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego,
doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência
em circunstâncias fora de seu controle.
Artigo 26
§1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos
graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução
técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada
no mérito.
§3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será
ministrada a seus filhos.
Artigo 27
§1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade,
de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios.
28
DIREITOS HUMANOS
§2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes
de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.
Artigo 28
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e
liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo 29
§1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno
desenvolvimento de sua personalidade é possível.
§2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas
às limitações determinadas por lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido
reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas
exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
§3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos
contrariamente aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 30
O artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) refere-se aos principais pilares
do sistema de direitos humanos, isto é, liberdade, igualdade e solidariedade. Liberdades tais como
a liberdade de pensamento, de consciência e de religião, bem como de opinião e de expressão, estão
protegidas pelos direitos humanos. Do mesmo modo, os direitos humanos garantem a igualdade, tal
como a proteção igual contra todas as formas de discriminação no gozo de todos os direitos humanos,
incluindo a igualdade total entre mulheres e homens.
A solidariedade relaciona-se com os direitos econômicos e sociais, tais como o direito à segurança
social, remuneração justa, condições de vida condignas, saúde e educação acessíveis, que são parte
integrante do sistema de direitos humanos.
Aqueles pilares surgem em detalhe, sob cinco títulos, sendo estes os direitos políticos, civis,
econômicos, sociais e culturais, juridicamente definidos em dois pactos paralelos que, juntamente com
a DUDH, formam a Carta Internacional dos Direitos Humanos, como já mencionamos.
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Unidade I
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 (CF/88) é conhecida como Constituição Cidadã, apelido que
se deve à ampla participação popular em sua elaboração.
Na Constituição – mais precisamente em seu artigo 3°– a República apresenta seus objetivos:
construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a
pobreza e a marginalização; reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos,
sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação
(BRASIL, 1988).
No artigo 7º, são apresentados os direitos dos trabalhadores, que não ficam atrás dos das democracias
populares socialistas e das democracias progressistas do primeiro mundo. A emenda constitucional nº
26, de 14 de fevereiro de 2000, inclui a conquista ao direito à moradia. A Constituição de 1988 trata de
forma combinada dos direitos humanos e dos do cidadão. E assim, lutando pela cidadania democrática
no Brasil também se luta pelos direitos humanos, sendo que ambos são resultado de longa história
de lutas sociais e de reconhecimento ético, político e da dignidade intrínseca de todo ser humano,
independentemente de quaisquer distinções.
Constituição
Art. 7° São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
30
DIREITOS HUMANOS
§ 2.º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso
público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado
às pessoas portadoras de deficiência.
§ 5.º A adoção será assistida pelo poder público, na forma da lei, que estabelecerá casos
e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.
§ 6.º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Veja, a seguir, alguns documentos que tratam dos direitos humanos no Brasil:
32
DIREITOS HUMANOS
Saiba mais
Foi assinada em São Francisco, no dia 26 de junho de 1945, ao final da Conferência das Nações
Unidas sobre Organização Internacional. Entrou em vigor dia 24 de outubro de 1945. O Estatuto da
Corte Internacional de Justiça faz parte da Carta.
A seguir listamos alguns documentos que fazem parte das publicações da ONU:
• O Campo de Ação da Sociedade Civil e o Sistema dos Direitos Humanos das Nações Unidas – Guia
Prático para a Sociedade Civil;
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Unidade I
• Guia de orieNtação das Nações Unidas no Brasil para Denúncias de Discriminação Étnico-racial;
Resumo
Exercícios
Questão 1.
O que justificava a barbárie era a existência de uma suposta superioridade ariana, muito utilizada
pelo Partido Nacional Socialista alemão para unir o povo alemão e lançar as bases da perseguição contra
os judeus considerados inferiores.
I – A Declaração Universal dos Direitos Humanos determina que todos os seres humanos nascem
livres e iguais em dignidade e direitos e devem agir com os outros com espírito de fraternidade
PORQUE
I – Afirmativa correta.
Justificativa: a afirmativa I está correta porque o artigo I da Declaração Universal dos Direitos
Humanos tem essa previsão, ou seja, de que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade
e direitos e que são dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito
de fraternidade
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa – a afirmativa II está incorreta porque não é possível afirmar que o holocausto tenha sido
a maior manifestação de ausência de fraternidade entre os homens, uma vez que outros acontecimentos
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Unidade I
mundiais foram igualmente violentos, como a escravidão dos negros e o massacre dos curdos pelos
turcos na década de 1930.
Questão 2.
C) Aos refugiados que estão sendo acolhidos pelos países europeus para conseguirem melhorar suas
condições econômicas e sociais.
D) Aos refugiados que estão sendo perseguidos em seus países por motivos de raça, religião,
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas.
E) Aos turistas que são surpreendidos por guerras e conflitos em países aos quais foram em
razão de visitas.
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