GOIÂNIA, 2015
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GOIÂNIA, 2015
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BANCA EXAMINADORA:
______________________________________________________
Prof.ª Msc. Leidiane Maria de Souza Costa - Orientadora
Faculdade Padrão
_________________________________________________________
Prof.ª Ms. Raquel Araujo Soares - Membro Interno
Faculdade Padrão
________________________________________________________
Prof.ª Adriana Caixeta Costa – Membro Interno
Faculdade Padrão
GOIÂNIA, 2015
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AGRADECIMENTOS
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
RESUMO
O leite materno é o alimento mais completo para a nutrição da criança, devendo ser
ofertado exclusivamente até os seis meses e até os dois anos ou mais junto com
outros alimentos, segundo a OMS e o Ministério da Saúde. Porém esta
recomendação nem sempre é seguida e neste processo de desmame ocorre a
introdução do leite animal de maneira precoce. Esta pesquisa teve como objetivo
destacar os benefícios do aleitamento humano e as consequências positivas e
negativas do leite animal, através de uma revisão bibliográfica em base de dados
virtuais e impressos. A introdução precoce do leite animal na dieta da criança pode
provocar intolerâncias, alergias, baixa oferta de vitaminas e excesso de sódio,
levando à uma sobrecarga renal, além de problemas gastrointestinais,
especialmente a dificuldade de digestão. O estimulo à amamentação deve ser
prioridade para a equipe de enfermagem que lida com pré-natal, parto, puerpério e
estratégia saúde da família, pois poderá contribuir positivamente para um bom
crescimento e desenvolvimento da criança.
ABSTRACT
Breast milk is the most complete food for the child's nutrition and must be exclusively
offered up to six months and up to two years or more along with other foods,
according to WHO and the Ministry of Health. However, this recommendation is not
always followed weaning process and this is the introduction of animal milk at an
early stage. This research aimed to highlight the benefits of human lactation and the
positive and negative consequences of animal milk through a literature review in
virtual and printed database. The early introduction of animal milk in children's diets
may cause intolerances, allergies, low supply of vitamins and excess sodium, leading
to a kidney burden, and gastrointestinal problems, especially the difficulty of
digestion. The encouragement of breastfeeding should be a priority for the nursing
staff that deals with prenatal care, childbirth, postpartum and family health strategy,
as it may contribute positively to good growth and development of children.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
2. METODOLOGIA ................................................................................................... 14
3. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 15
3.1 Fisiologia da Amamentação ................................................................................ 15
3.2 Composição do Leite Materno............................................................................. 17
3.3 Composição do Leite Animal ............................................................................... 19
3.4 Processo de Industrialização do Leite em Pó...................................................... 21
3.5 Processo de Industrialização do Leite Líquido .................................................... 24
3.6 Processo de Digestão do Leite Humano ............................................................. 26
3.7 Processo de Digestão do Leite Animal ................................................................ 26
3.8 Consequências do Leite Animal .......................................................................... 27
3.9 Benefícios do Leite Humano................................................................................28
3.10 Orientações de Enfermagem no Aleitamento Materno ...................................... 28
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 32
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33
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1. INTRODUÇÃO
O leite materno é um fluido biológico com alto teor nutricional para o recém -
nascido e deve ser o único alimento para este durante um certo período de tempo
(DOUGLAS, 2012).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde
recomendam o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, e que após esta
idade devem ser introduzidos outros alimentos saudáveis, porém mantendo a
amamentação até dois anos ou mais (BRASIL, 2009).
O leite humano apresenta algumas composições químicas que irão
possibilitar o fornecimento adequado das necessidades nutricionais do lactente.
Este, na sua fase inicial, colostro, é rico em proteínas e anticorpos, que é seguida
pela secreção de um leite intermediário, antes de se obter um leite maduro
(DOUGLAS, 2012).
O leite animal, especialmente o de vaca, deve sofrer alterações para se
tornar mais adequado às necessidades do lactente. Em sua composição possui uma
quantidade três vezes maior de proteínas e o dobro de caseína que faz com que
após a sua ingestão se forme um coágulo de difícil digestão para o bebê (LACERDA
et al., 2006).
Por ser da mesma espécie, o leite humano contém todos os nutrientes
necessários para uma nutrição adequada do bebê, diminui as chances de alergias,
reduz o risco de hipertensão, diabetes, obesidade, além de evitar diarreia e
infecções respiratórias (BRASIL, 2009).
Para Nascimento & Issler (2003), o aleitamento materno fortalece o sistema
imunológico, reduzindo a probabilidade de alergias e distúrbios gastrintestinais nos
primeiros meses de vida do bebê; favorece o desenvolvimento dos ossos da face,
promove o desenvolvimento cognitivo e psicomotor.
Giugliane & Victora (2000) ressaltam que o ato de amamentar o bebê ao
seio, reduz a probabilidade de câncer de mama na mãe, promove a correta
involução uterina e redução da hemorragia pós-parto.
Pesquisa Nacional de Prevalência do Aleitamento Materno realizada em
2008, aponta para a universalidade da amamentação. Cerca de 95% dos recém-
nascidos iniciam a amamentação; destes 67,7% o iniciam na primeira hora de vida.
Segundo o UNICEF o aleitamento materno na primeira hora de vida reduz a
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2. METODOLOGIA
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Figura: 01. A mama, mostrando o tecido glandular e os ductos das glândulas mamárias.
Figura 02: Secreção de prolactina antes e após o parto. Os picos correspondem esquematicamente
aos períodos de amamentação.
Figura 03: Fisiologia da produção de leite e reflexo de descida. HLP= hormônio de liberação da
prolactina.
Tabela 01: Diferenças do conteúdo de gordura, lactose e proteínas entre colostro, leite de transição e
leite maduro humano
fornecem os demais 50% da energia deste leite. O leite de vaca possui vitaminas do
complexo B em quantidade adequada, porém pouca vitamina C e em geral é
fortificado com 400 UI/L de vitamina D (KATHLEEN & ESCOTT-STUMP, 2002).
Segundo Cardoso (2006) as vitaminas do complexo B apesar de estar
presente no leite em quantidades adequadas, com a diluição e o processo térmico
que o leite “in natura” sofre, torna o leite deficiente em relação a estas vitaminas.
O leite de vaca, assim como o humano também é pobre em ferro, a sua
concentração neste é de cerca de 0,2 a 0,5 mg/l e devido à baixa quantidade de
vitamina C e alto teor de cálcio e fósforo, a sua absorção é reduzida (OLIVEIRA,
2005).
Segundo Cardoso (2006) o ferro possui alta relevância na dieta da criança
pequena e a introdução precoce ou inadequada de alimentos pobres deste mineral
levam a uma anemia carencial com importante proporção mundial, além de retardo
no desenvolvimento neuropsicomotor e intelectual.
Os eletrólitos presentes no leite de vaca é 3 a 4 vezes maior que o leite
humano. Associado ao alto teor de proteínas pode levar à sobrecarga renal. As
vitaminas neste leite podem estar presentes em quantidade mais elevada que no
humano, porém a exposição à luz e ao ar inativam a sua maioria (LACERDA et al.,
2006).
Carrazza (1991), enfatiza que “se em condições de equilíbrio metabólico
pode ocorrer retenção ureica; em condições de distúrbio hidroeletrolítico, como a
desidratação pode ocorrer hipernatremia e hipercalemia”.
O ácido graxo predominante nos leites é o ácido oléico; o ácido linoléico
fornece 1% de energia no leite de vaca; a quantidade de colesterol neste leite é de
10 a 35 mg/dl (KATHLEEN & ESCOTT-STUMP, 2002).
Tabela 02: Os valores são expressos em g/dl de leite; a caseína é expresssa como porcentagem de
proteínas.
Tabela 03: Comparação entre as composições do colostro, leite humano maduro e leite bovino
maduro.
Segundo Kathenn & Escott-Stump (2002), bebês que são alimentados com
leite de vaca integral possuem ingestão menores de ferro, ácido linoleico e vitamina
E além de ingestão excessiva de sódio, potássio e proteína.
Ao substituir o leite humano pelo leite de vaca para alimentar o lactente, o
leite de vaca passa a ter pouca valia, isto deve-se a adaptações que o mesmo sofre
para tornar-se mais adequado e assim reduz bastante o seu valor energético
(GUYTON, 1998).
Segundo Lacerda et al., (2006), a reconstituição energética é feita
adicionando-se à fórmula carboidratos simples e complexos tendo estes a função de
abrandar a estrutura dos coágulos, melhorando a digestão. É de muita valia que
realize a fervura, pois este processo reduz o tamanho dos coágulos, sendo estes
menores que o do leite cru, facilitando assim a digestão do leite de vaca. No entanto,
para que as taxas proteicas e eletrolíticas se aproximem do leite materno é feito a
diluição do leite que o torna mais tolerado.
O leite de vaca integral possui uma grande fração proteica, destas proteínas
a lactoalbumina e lactoglobulina são as grandes responsáveis pelas alergias e
intolerâncias no lactente (CARDOSO, 2006)
O autor supracitado (2006) afirma que:
“ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, devendo ser transmitida
à toda equipe periodicamente; treinar toda a equipe de cuidados à saúde,
capacitando-os para implementar esta norma; informar todas as gestantes
atendidas sobre as vantagens e a pratica da amamentação; ajudar às mães
a iniciar a amamentação até meia hora após o parto; mostrar às mães como
amamentar e como manter a lactação, mesmo que tenham que ser
separadas de seus filhos; não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento
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ou bebida além do leite materno, a não ser por indicação médica; praticar o
alojamento conjunto 24h; encorajar a amamentação sob libre demanda; não
dar bicos artificiais ou chupetas as crianças amamentadas; encorajar a
criação de grupos de apoio à amamentação, encaminhando as mães a
estes na alta hospitalar” (p. 226).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
SILVA, R. C.; ESCOBEDO, J. P.; GIOIELLI, L. A.; QUINTAL, V. S.; IBIDI, S. M.;
ALBUQUERQUE, E. M. Composição centesimal do leite humano e caracterização
das propriedades físico-químicas de sua gordura. Química nova. São Paulo, vol. 30,
nº 7, 2007.