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OPERAÇÕES UNITÁRIAS

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1 SISTEMAS DE UNIDADES
0.1 Grandezas Físicas e Unidades de Medidas:

As Grandezas Físicas são características próprias dos corpos. Qualquer corpo tem sua própria massa, ocupa um
certo volume, sofre ação de forças diversas podendo ser acelerado por elas, atingindo uma certa velocidade,
etc.
Existem as Grandezas Físicas Fundamentais como massa, comprimento e tempo e as Grandezas Físicas
Derivadas que são definidas a partir das fundamentais como velocidade, pressão, etc.

0.2 Unidades de Medidas:


Unidades de Medidas são padrões arbitrários usados pelo homem com o objetivo de medir as grandezas físicas
como hora e segundo para a grandeza tempo. Já o comprimento pode ser medido em metros, pés, milhas, etc.
As unidades de medidas DE UMA MESMA GRANDEZA podem ser relacionadas entre si através de fatores de
conversão.
Exemplo: 1 m = 3,281 ft
Obs.: Unidades de medidas de grandezas físicas diferentes não podem ser adicionadas, subtraídas, etc. Assim,
a operação 1 ft + 1 h não tem significado pois não podemos somar dimensões de comprimento e tempo. Já 1
hp + 300 w podem ser somados pois ambos tem unidades de potência (energia por unidade de tempo). Como
estas unidades são diferentes, necessitamos de um fator de conversão:
1 hp = 746 w
1 hp + 300 w = 746 w + 300 w = 1046 w

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A Segunda Lei de Newton relaciona as quatro grandezas fundamentais (massa, comprimento, tempo e força) de
modo que fixando-se três dimensões, a Quarta estará automaticamente fixada. Assim, a fixação da unidade de
massa implica na fixação da unidade de força e vice-versa.
F=mxa
Massa em kg → Força em N
Massa em lbm → Força em poundal
Força em kgf → Massa em utm
Força em lbf → Massa em slug
As Unidades de Medidas pertecem a Sistemas de Unidades que se caracterizam pelas dimensões adotadas
como fundamentais

Os principais Sistemas de Unidades com algumas unidades de medidas importantes estão mostrados no quadro
a seguir:

Sistema Grand. L M T F Pressão


Fund.

SI MLT m kg s Newton N/m2

CGS MLT cm g s dina dina/cm2

Inglês Absoluto MLT ft lbm s poundal poundal/ft2

Met. Especial FLT m utm s kgf Kgf/m2

Inglês Eng. FLT ft slug s lbf lbf/ft2

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Americano de MFLT ft lbm s lbf lbf/ft2
Engenharia

Métrico prático MFLT m kg s kgf kgf/m2


Obs.: A unidade de pressão no SI (Sistema Internacional) N/m2 é conhecida como Pascal ( 1 Pascal = 1
N/m2) .Em situações práticas, é mais conveniente expressar as unidades de pressão dos Sistemas Métrico
Especial e Inglês de Engenharia em kgf/cm2 e lbf/in2 (pound square inch - psi), respectivamente.

0.3 Unidades de Concentração:


As unidades que expressam a concentração de uma dada substância numa mistura são de grande importância
no cálculo de balanços materiais, expressão de resultados de análises, cálculo de processo e engenharia etc.
As mais usuais são:
a) % em peso:
É a relação entre a massa de determinado componente e a massa total da mistura. O cálculo da % em peso
de um componente A qualquer numa mistura é dado por:
MA
%A = *100
MT
onde MA é a massa do componente a e MT é a massa total da mistura.
b) Fração Molar e % molar:
É a relação entre o número de moles de determinado componente e o número de moles total da mistura. O
cálculo da % molar e da fração molar de um componente A qualquer numa mistura é dado por:
nA nA
XA = e % A = *100
nT nT
Onde XA é a fração molar do componente A na mistura e nA e nT são, respectivamente, o número de moles
do componente A e o número de moles total da mistura. O número de moles de um dado composto em uma
mistura é dado pela razão entre a sua massa e o seu peso molecular. Por exemplo, o número de moles
de 92 kg de etanol (C2H6O) é de :

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n = 92/46 = 2 kmoles, sendo 46 o peso molecular do etanol.
c) Parte por milhão (ppm):
Representa a concentração de uma parte da substância que se quer analisar em um milhão de partes do
solvente. Assim é que no caso de análises de águas, por exemplo, 1 ppm de Cl- na água é igual a 1 mg de
Cl- dissolvido em 1 litro de água pura pois:
1 mg Cl − 1 mg Cl −
= =1 ppm
1 litro H 2 O 1000000 mg H 2 O

Obs.: 0,05 ppm de água em ACRILONITRILA (densidade = 0,812) não eqüivale a 0,05 mg de água por litro
de ACRILONITRILA pois:
0,05 mg H 2 O 0,05 mg H 2 O
0,05 ppm = = = 0,04 mg
1,23 litro NA 1000000 mg NA l

Exercícios:
1. Uma mistura é constituída de 30kg de butano, 20kg de pentano, 1kg de hexano e 300g de água. Expressar a
composição desta mistura em % peso e fração molar.
2. 170 kg de uma mistura constituída de propano (C3H8), butano (C4H10) , metano (CH4) e etano (C2H6) apresenta
a fração molar: prop (10%) but (20%) e met (30%). Expressar a composição em % peso e quantidades de
cada substância, em kg.
3. Se um avião viaja a uma velocidade de 2200 ft/s, qual sua velocidade em km/h?
4. Transformar 400 in3/dia para cm3/min.
5. Qual a concentração de água em mg/l numa mistura com etanol (d=0,8) que contém 100 ppm de água?
Como fazer interpolações:

X: 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Y: 220 340 470 580 690 780 890 965 1010

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QUAL O VALOR DE Y QUE CORRESPONDE AO VALOR DE X IGUAL A 57 ?

CÁLCULO: 57 – 50 = 60 – 57

Y – 580 690 – Y ⇒ 7 * 690 – 7 Y = 3 Y – 3* 580 ⇒ Y = 657

Propriedades Físicas dos Fluidos:

0.4 Massa, Peso e Volume específicos:


A Massa Específica (ρ ) de uma substância é a massa por unidade de volume. As unidades mais usadas para
expressar a massa específica são:
g/cm3,kg/m3 e lbm/ft3
A água, a 4oC, tem uma massa específica de 1 g/cm3 ou 62,4 lbm/ft3.
A massa específica dos líquidos depende da temperatura e para efeito de aplicações práticas considera-se que
independe da pressão. No caso dos gases, a massa específica varia com a temperatura e a pressão.
O Peso Específico (γ ) representa o peso da substância por unidade de volume. As unidades mais utilizadas são:
Kgf/m3 e lbf/ft3.
Para uma mesma vazão, os líquidos com elevado peso específico consomem mais energia nas transferências
por bombeamento.
Já o Volume Específico (ν ) representa o inverso da massa específica, ou melhor, é o volume ocupado por
unidade de massa da substância. As unidades usuais são:
m3/kg e ft3/lbm

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Vapores e gases com volume específico elevado necessitam de linhas com maior diâmetro para o seu
escoamento.

0.5 Densidade:
É definida como a massa específica ou peso específico da substância dividido pela massa específica ou peso
específico da água. A densidade é um número admensional. É comum referir-se à densidade tomando por base
o peso específico da água a 4oC (1g/cm3 ). Neste caso, a densidade torna-se numericamente igual ao peso
específico.
Por exemplo, o ácido benzóico tem densidade 1,316 28oC/4oC significando que seu peso específico
foi medido a 28oC e o da água a 4oC.
No caso de gases, a densidade é referida em relação ao ar nas mesmas condições de temperatura e
pressão.

0.6 Ponto de Fulgor:


É a temperatura mais baixa na qual uma substância vaporiza em quantidade suficiente para formar uma
mistura com o ar capaz de inflamar-se quando, momentaneamente, passa-se sobre ela uma pequena chama.
Esta é uma propriedade importante inclusive para determinar as condições de segurança na estocagem e no
manuseio de produtos.

0.7 Viscosidade:
É a propriedade pela qual o fluido oferece resistência ao escoamento. Nos líquidos a viscosidade é reduzida
com o aumento da temperatura porque, neste caso, a viscosidade é determinada pela força de coesão entre as
moléculas a qual diminui com o aumento da temperatura. Para os gases, a viscosidade aumenta com a
temperatura aparentemente porque a viscosidade está ligada à atividade molecular à qual é aumentada com a
temperatura.
Existem dois tipos de viscosidade:
- a viscosidade absoluta ( µ ) cuja unidade mais comum é:

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poise = 100 centipoise = g/cm.s = dina.s/cm2 (sistema CGS).
- a viscosidade cinemática ( δ ) que é igual á viscosidade absoluta dividida pela massa específica. A
sua unidade no sistema CGS é o stoke = cm2/s = 100 centistokes.

0.8 Pressão de Vapor de Substâncias Puras e Misturas:


As moléculas de um líquido estão em movimento constante e suas velocidades são determinadas pela
temperatura do líquido. Assim, as moléculas estão colidindo uma com as outras e, como conseqüência,
algumas alcançam, momentaneamente, velocidades acima da velocidade média das outras moléculas. Se isto
ocorre com moléculas próximas à superfície do líquido, elas podem projetar-se da superfície do líquido e
escapar transformando-se em moléculas de vapor.
Se o sistema for fechado, haverá uma contínua passagem de moléculas da fase líquida para a fase vapor e, ao
mesmo tempo, parte das moléculas retornam da fase vapor ao líquido. Quando o número de moléculas que
escapam do líquido é igual ao número de moléculas que retornam, atinge-se uma situação de equilíbrio entre
as fases e a pressão desenvolvida pela fase vapor é chamada de PRESSÃO DE VAPOR. Para substâncias puras,
a pressão de vapor é função somente da temperatura.
Para misturas de líquidos miscíveis, a pressão de vapor desenvolvida depende, além da temperatura, da
composição da mistura. Para uma dada temperatura, quanto maior a concentração do componente mais volátil
na mistura, maior a pressão de vapor desenvolvida.

0.9 Coeficiente de Expansão volumétrica:


De uma maneira geral, os corpos quando aquecidos sofrem dilatação, isto é, aumentam de volume. Como a
dilatação se dá em todas as direções, chama-se dilatação volumétrica ou cúbica. Assim, quando um líquido é
aquecido, o seu volume aumenta, podendo causar transbordamento em recipientes abertos e ruptura ou
sobrepressão quando confinados.
O volume final a ser atingido pelo líquido é dado pela fórmula:
Vf = Vo(1+Kv∆ T )
Vf = volume final do líquido;
Vo = volume inicial;

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Kv = coeficiente de dilatação cúbica;
∆ T = diferença de temperatura.

0.10 Calor Específico:


Para líquidos, o calor específico representa a quantidade de calor necessária para elevar de uma unidade de
temperatura, uma unidade de massa da substância.
Para a água, o calor específico vale 1 kcal/kg oC. Isto significa que para elevar-se de 1 oC a temperatura de 1 kg
de água, é necessário que se forneça 1 kcal de calor.
Note que quanto menor o calor específico de um líquido, mais fácil de aquecê-lo quando da adição de calor.

Exercícios:
1) Uma carreta de ÁCIDO SULFÚRICO é carregada com 25.000 litros. Qual o peso que a balança deverá
acusar sabendo que a massa específica da substância é 1,83 g/cm3?
2) Uma carreta transporta 15 t de um produto cuja massa específica é 1,105 g/cm 3. É possível
descarregar todo o produto em um tanque com capacidade para 13000 litros?
3) A massa específica da água pura é de 1 g/cm 3 e a do ácido sulfúrico 98% de pureza é de 1,83 g/cm 3. A
massa específica de uma mistura de ácido sulfúrico e água será de:
a) 1 g/cm3;
b) 1,83 g/cm3;
c) 2,83 g/cm3;
d) Qualquer valor entre 1 g/cm3 e 1,83 g/cm3 a depender da quantidade de ácido sulfúrico misturado
à água.
4) A densidade do cloro gás em relação ao ar é de 2,50. Podemos afirmar que:
a) o cloro é mais pesado que o ar;

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b) o ar é mais pesado que o cloro;
c) nada podemos concluir pois o problema não informa a quantidade de cada gás.
d) Ambos possuem o mesmo peso específico.
5) Um tanque de estocagem de ÁCIDO NÍTRICO encontra-se com espaço vazio suficiente para receber
mais 60 t. Por quanto tempo mais este tanque poderá receber produto, sem transbordar, considerando que a
produção da planta é de 6.000 litros/hora de ÁCIDO, com massa específica de 1,05 g/cm3?
6) Um tanque que possuía capacidade para estocar 430 t de SODA CÁUSTICA 50% (massa específica
1,50 kg/litro) foi recuperado para ser utilizado na estocagem de Acrilato de Metila (densidade 0,96 30oC/4oC).
Quantas toneladas de Acrilato de Metila podemos estocar?
7) Entamboramos 190 litros de ácido acético em um tambor cujo volume máximo é de 200 litros. Nesta
oportunidade, madrugada, a temperatura ambiente era 15 oC. Se, no dia seguinte, a temperatura ambiente
atingiu 35oC, o tambor transbordou? Coeficiente de dilatação volumétrica do produto: 0,00107/oC.
8) Calcular a massa específica do álcool etílico a 50oC sabendo-se que a 20oC é 0,790 g/cm3. KV = 0,0003
cm3/OC
9) A seguir, informamos as pressões de vapor (expressas em mmHg), em função da temperatura, para o
hexano e o heptano.

T ( oC ) HEXANO HEPTANO
69 760 295
75 915 348
80 1060 426
85 1225 498
90 1405 588
95 1577 675
99,2 1765 760

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a) Qual o composto mais volátil?
b) Hexano à temperatura de 75oC e submetido a uma pressão externa de 1000 mmHg encontra-se em
que estado?
c) Quais as temperaturas de ebulição do hexano e heptano puros à pressão atmosférica?
10) Consideremos duas substâncias A e B inicialmente à mesma temperatura de 30oC. O calor específico
da substância A é 0,5 kcal/kg oC e da substância B é 0,6 kcal/kg oC. Se adicionarmos 10 kcal de calor às duas
substâncias, qual a que atingirá maior temperatura?

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1 VAPOR DE ÁGUA
Veremos inicialmente alguns conceitos preliminares:

1.1 Energia Cinética Interna:


É a energia do movimento ou velocidade moleculares. Quando a energia adicionada a uma substância aumenta
o movimento ou velocidade das moléculas, a energia cinética interna da substância aumenta, aparecendo
como elevação de temperatura.

1.2 Energia Potencial Interna:


É a energia de separação molecular ou configuração. É a energia apresentada pelas moléculas como resultado
de sua posição em relação às demais.

1.3 Temperatura e Calor:


Temperatura é uma função da energia cinética interna e, como tal, é uma medida da velocidade molecular
média.
Calor é definido como energia em trânsito de um corpo para outro como resultado de uma diferença de
temperatura entre os dois corpos.

1.4 Entalpia:
A entalpia de uma substância a qualquer condição termodinâmica (pressão, temperatura) dada, é a soma de
toda a energia que lhe é fornecida para levá-la àquela condição a partir de uma condição inicial arbitrariamente
tomada como ponto zero da entalpia.
Por convenção, a entalpia da água é zero a 0oC e pressão atmosférica (água no estado líquido).

1.5 Calor Específico:


Conforme visto anteriormente, é a quantidade de energia, em kcal, necessária para mudar a temperatura de 1
kg de uma substância de 1oC. Para a água, o calor específico é de 1 kcal/kg oC.

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1.6 Calor Sensível e Calor Latente:
Quando o calor é adicionado à água à temperatura ambiente, por exemplo, a temperatura desta água sobe
aproximadamente 1oC para cada kcal adicionada a 1 kg de água. O aumento de temperatura pela adição de
calor pode ser percebido pelos nossos sentidos. Isto é chamado de calor sensível.
Se adicionarmos 99,1 kcal a 1 kg de água à temperatura de 0oC e pressão atmosférica, sua temperatura subirá
até 100oC. A partir daí ela entrará em ebulição e, para qualquer outra adição de calor, não haverá aumento de
temperatura e sim uma mudança de estado de líquido para vapor. O calor adicionado durante a mudança de
estado não é percebido pelos nossos sentidos como um aumento de temperatura, ele fica escondido no vapor
formado e é chamado calor latente.
Calor Sensível: Qs = m c ∆ T
Calor Latente: Ql = m ∆ H
Qs e Ql calor sensível e calor latente, respectivamente, em kcal;
m é a massa da substância em kg;
c é o calor específico da substância em kcal/kg oC;
∆ T é a variação de temperatura em oC;
∆ H é a entalpia de fusão ou vaporização em kcal/kg.

1.7 Temperatura de Saturação:


É a temperatura na qual um fluido muda da fase de líquido para a fase de vapor ou, inversamente, da fase de
vapor para a fase líquida. A temperatura de saturação depende da pressão a qual o líquido está submetido. Por
exemplo, se a água estiver submetida a uma pressão maior que a atmosférica, ela não entrará em ebulição a
100oC, mas a uma temperatura maior. Quanto maior a pressão à qual o líquido estiver submetido, maior será a
temperatura de ebulição (a relação não é linear).

1.8 Líquido Sub-resfriado:


É a substância no estado líquido que está abaixo da temperatura de ebulição a uma dada pressão. Exemplo:
H2O a 90oC e pressão atmosférica.

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1.9 Líquido Saturado:
É a substância no estado líquido que encontra-se na temperatura de ebulição a uma dada pressão. Para a água
evaporar a 1 atm de pressão , ela necessita, antes, atingir a temperatura de 100oC.

1.10 Vapor Saturado Seco:


É a substância no estado vapor que encontra-se na temperatura de ebulição a uma dada pressão.

1.11 Vapor Úmido:


É o vapor d’água contendo uma certa quantidade de água no estado líquido. A qualidade do vapor úmido é
dada pelo seu título que é o número que expressa a quantidade de vapor saturado seco existente no vapor
úmido. Para a sua determinação deveremos fazer a relação entre a massa de vapor seco e a massa total do
vapor úmido. É expresso em unidade decimal ou percentual.
mvs
X =
mvs + ma
X = título do vapor
mvs = massa do vapor saturado seco;
ma = massa de água ou gotículas em suspensão no vapor.

1.12 Vapor Superaquecido:


É o vapor a qualquer temperatura acima da temperatura de saturação a uma dada pressão. A qualidade do
vapor superaquecido é dada pelo grau de superaquecimento que informa quantos graus o vapor encontra-se
acima da temperatura de saturação na sua pressão.

Tabela de Propriedades do Vapor Saturado

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Pressão Temperatura (oC) HIS (Kcal/kg) ∆ HVAP HVS (Kcal/kg) ν (m3/kg)
(kgf/cm2) (Kcal/kg)

1,0 99,1 99,1 539,4 638,5 1,725


2,0 119,6 119,9 525,9 645,8 0,902
3,0 132,9 133,4 516,9 650,3 0,617
4,0 142,9 143,6 509,8 653,4 0,471
5,0 151,1 152,1 503,7 655,8 0,382
10,0 179,0 181,2 481,8 663,0 0,198

Hls é a entalpia do líquido saturado;


∆ Hvap é a entalpia de vaporização;
Hvs é a entalpia do vapor saturado;
ν é o volume específico.

Propriedades do Vapor Saturado:


- Possui uma relação constante entre pressão e temperatura. É possível controlar-se a temperatura de
um processo atuando-se apenas sobre a pressão.
- É facilmente condensável, cedendo prontamente seu calor latente.
- Suas propriedades são bem conhecidas conforme indicado na tabela.

Propriedades do Vapor Superaquecido:

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- Não possui gotículas de água em suspensão. As gotículas de água são nocivas a equipamentos,
tubulações, válvulas, turbinas pois provocam erosão.
- Por não provocar erosão, permite usarmos velocidades maiores no escoamento e, consequentemente,
tubulações de menor diâmetro, representando menor investimento.
- Possui maior quantidade de calor que o vapor saturado de mesma pressão. Esta vantagem seria
desprezada considerando-se que esta quantidade de calor deve ser adicionada na caldeira o que, em
princípio, representaria maior gasto de combustível. Isto não traduz a verdade pois para se obter o
vapor superaquecido apenas se fazem algumas passagens a mais nos gases de combustão através
dos superaquecedores.

1.13 Vapor de Reevaporação:


Imaginemos uma fábrica consumindo 10 t/h de vapor a uma pressão de 7 kgf/cm 2. Este vapor, se saturado,
contém 660,8 kcal/kg (calor total). O vapor, após gerado, é enviado aos consumidores onde fornece seu calor
latente. Após a condensação do vapor, os purgadores drenam o condensado, retirando-o dos equipamentos
para dar lugar a novo vapor. Este condensado deixa o equipamento contendo todo o seu calor sensível. Esta
quantidade de calor, de acordo com a tabela de vapor saturado, é de 171,3 kcal/kg a 7 kgf/cm2 . Após sua saída
do equipamento, a pressão cai ou para a atmosférica ou para a pressão da linha de retorno de condensado.
Vamos supor que o sistema de retorno de condensado esteja a 2,0 kgf/cm 2 . O condensado nestas condições de
pressão estará a 119,6oC e poderá conter apenas 119,9 kcal/kg. A 7 kgf/cm2 (antes do purgador) ele possuía
169,6oC e 171,3 kcal/kg. Esta diferença de calor, 51,4 kcal/kg, será responsável pela reevaporação de parte do
condensado à saída do purgador. O vapor formado é conhecido como vapor flash ou vapor de descompressão.
Desta forma, podemos produzir vapor saturado de menor pressão a partir de condensado de maior pressão.
Quanto menor a pressão de operação de um tambor de flash, maior será a quantidade de vapor produzida mas,
o seu aproveitamento torna-se mais difícil por se tratar de vapor de menor temperatura.
No caso do exemplo anterior, a quantidade evaporada seria de :
(10.000 kg/h * 51,4 kcal/kg) / 645,8 kcal/kg (calor latente a 2,0 kgf/cm2) = 795,91 kg/h

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1.14 Redução da Pressão do Vapor:
Alguns equipamentos dentro de um processo industrial, podem necessitar consumir vapor a uma pressão
inferior aos demais.
Neste caso, quando o vapor gerado estiver a uma pressão mais alta do que a necessária, é sempre interessante
considerar a distribuição do vapor a alta pressão (menor diâmetro das tubulações) e reduzi-la próximo ao
ponto de consumo.

Diz-se que o vapor, após uma válvula redutora de pressão, é superaquecido. Isto teoricamente é verdadeiro
desde que o vapor a montante da válvula seja 100% seco, o que raramente ocorre. O vapor, em condições
normais, é úmido e, neste caso, a redução de pressão servirá para melhorar a qualidade do mesmo. Vamos ver
em detalhes como isto ocorre. Sabemos que praticamente a quantidade total de calor permanece a mesma na
entrada e na saída da válvula. Assim, se o vapor a montante da válvula estiver a 10 kgf/cm2 de pressão
absoluta, pela tabela de propriedades do vapor saturado verificamos que o vapor terá 663 kcal/kg de calor total
e, como não haverá perda de calor no processo de redução de pressão, então teremos a mesma quantidade de
calor na saída da válvula. Supondo que estejamos reduzindo a pressão para 3 kgf/cm 2 absoluta, pela mesma
tabela veremos que o calor total será de 650 kcal/kg e teremos 663 – 650 = 13 kcal/kg de superaquecimento.
No entanto, supondo-se que o vapor a montante da válvula fosse 95% seco, a quantidade real de calor na
entrada da válvula seria:
Q = 0,95 x ∆ Hvap + Hls
Q = 0,95 x 482 + 181 = 638 kcal/kg
Como já vimos, a 3 kgf/cm2 de pressão absoluta, o vapor saturado contém 650 kcal/kg de calor total, composto
por 133 kcal/kg de calor sensível mais 517 kcal/kg de calor latente. Se a quantidade de calor total disponível
era de 638 kcal/kg, então teremos 638 – 133 = 505 kcal/kg de calor latente. Teremos 505/517 = 0,98, isto é,
vapor 98% seco na saída da válvula. Notamos que, com a redução de pressão, a qualidade do vapor foi
melhorada em 3%. É importante observar ainda que, com a redução de pressão, haverá um acréscimo no
volume específico do vapor sendo necessário, algumas vezes, alterar o diâmetro da tubulação a jusante da
válvula redutora visando manter a mesma velocidade de escoamento.

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Exercícios:
1) Determine a quantidade de calor na entrada de uma válvula redutora de pressão de vapor, sabendo que
necessita-se reduzir a pressão de 10 kgf/cm2 para 4 kgf/cm2 e que na montante o vapor é 92% seco.
2) Determine a entalpia do vapor saturado a 8 kgf/cm 2. A seguir, calcule a quantidade total de calor entregue
por 15 t/h desse vapor, em uma fábrica.
3) Defina vapor úmido e vapor superaquecido, diferenciando com exemplos.
4) Uma fábrica consome 20 t/h de vapor saturado à pressão de 5 kgf/cm2. O condensado é gerado a uma
pressão de 2,0 kgf/cm2. Calcule a quantidade de condensado evaporada, em kg/h.

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2 ESTÁTICA DOS FLUIDOS
2.1 Pressão:
É definida como a força atuando por unidade de área. A pressão é diretamente proporcional à força aplicada.
As unidades de pressão mais utilizadas e respectivos valores de referência são:
1,033 Kgf/cm2 = 10 m.c. a = 760 mmHg = 13,56 lbf/in2 (psi).
- Pressão Atmosférica: é a pressão devida à ação da força-peso do ar atmosférico sobre a superfície
terrestre. A altitude influi na pressão atmosférica.
- Pressão Relativa (manométrica): é uma medida de pressão que usa como base zero a pressão
atmosférica. Como ela é relativa, podemos Ter valores positivos e negativos.
Positivos: pressões superiores à atmosférica;
Negativos: pressões inferiores à atmosférica (vácuo).
- Pressão Absoluta: esta medição usa como base zero a pressão nula, isto é, o chamado vácuo absoluto.
Assim sendo, as medidas nesta escala são sempre positivas.
De acordo com as definições podemos concluir que:
Pressão Absoluta = Pressão Atmosférica + Pressão Relativa.
Obs.: se a pressão relativa for menor que a pressão atmosférica (vácuo) será expressa com valor negativo.
PRESSÃO P1

P. RELATIVA P1
P. ATMOSFÉRICA

(ZERO DA ESCALA RELATIVA)


PRESSÃO P2 P. RELATIVA P2 P. ABSOLUTA P1

P. ABSOLUTA P2 PRESSÃO NULA

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Suponhamos que no exemplo acima, a pressão atmosférica seja de 760 mmHg, P1 seja 200 mmHg e P2 300
mmHg (relativas).
- P1 (relativa) = +200 mmHg;
- P1 (absoluta) = 760 + 200 = 960 mmHg;
- P2 (relativa) = - 300 mmHg;
- P2 (absoluta) = 760 - 300 = 460 mmHg.

2.2 Pressão dos líquidos em repouso;


Qualquer líquido quando se encontra contido em um recipiente, exerce uma pressão sobre as paredes e o
fundo, bem como sobre qualquer corpo sólido nele colocado. A pressão em um determinado ponto desse líquido
depende da distância vertical do ponto à superfície livre do líquido e do seu peso específico.
Chama-se superfície livre a superfície do líquido que está em contato com outro fluido (líquido ou gás). No
repouso, a superfície livre de um líquido pode ser determinada por um plano horizontal.
Calcula-se a pressão num determinado ponto através da seguinte fórmula:
P = γ xh
P é a pressão num determinado ponto da massa do líquido;
γ representa o peso específico do líquido;
h é a distância vertical da superfície livre do líquido ao ponto considerado.
Esta pressão é exclusivamente devida ao líquido e não a fatores externos. Qualquer outra pressão exercida
sobre o líquido devida a fatores externos deverá ser adicionada à pressão calculada. Por exemplo, a pressão P
exercida no fundo de um recipiente aberto será:
P = Plíquido + Pambiente
Se quisermos saber a diferença de pressão entre dois pontos situados no interior de um mesmo líquido em
repouso, usamos a fórmula: ∆ P = ∆ hxγ

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2.3 Princípio dos Vasos Comunicantes:
Interligando vários recipientes de diferentes formas, verifica-se que se um líquido for despejado em um deles, o
nível alcançado será o mesmo em todos os outros.

A B

Parece, à primeira vista, que na base do vaso B deveria haver pressão maior que na de A de modo que o líquido
seria forçado de B para A.
A equação da hidrostática afirma que a pressão depende somente da profundidade abaixo da superfície e não
da forma do recipiente. Desde que a profundidade do líquido seja a mesma em todos eles, a pressão na base de
cada um será a mesma e o sistema estará em equilíbrio.
Exercícios:
1) Se a pressão relativa em um ponto for de 2,0 kgf/cm2 e a pressão atmosférica local for de 720 mmHg,
qual será a pressão absoluta neste ponto?
2) Qual a pressão, em kgf/cm2, que equilibra uma coluna de mercúrio de 760 mm?
3) Em certo instante, o manômetro instalado no coletor de topo de uma coluna de destilação acusa um
vácuo de 260 mmHg. Obter:
- a pressão relativa em kgf/cm2 e psig;
- a pressão absoluta em mca e psia.
4) Transformar 760 mmHg em mca.

21
3 ESCOAMENTO DE FLUIDOS:

3.1 Introdução:
O escoamento de qualquer fluido em uma tubulação resulta sempre em uma certa perda de energia do fluido,
energia essa que é gasta em para vencer as resistências que se opõem ao escoamento. Essas resistências são
de duas naturezas:
- resistências externas ao fluido resultante do atrito contra as paredes, mudanças de direção e
turbilhonamentos conseqüentes;
- resistências internas ao fluido resultantes do atrito das próprias moléculas do fluido, umas com as
outras.
As resistências externas serão tanto maiores quanto maiores forem a velocidade do fluido e a rugosidade das
paredes e quanto menor for o diâmetro da tubulação. Por outro lado, as resistências internas serão tanto
maiores quanto maiores forem a velocidade e a viscosidade do fluido.
Esta parcela de energia perdida, chamada de PERDA DE CARGA traduz-se em uma gradual diminuição da
pressão do fluido que vai caindo ponto a ponto no sentido do escoamento (pressure drop).
Obs.: perda de carga em equipamentos (trocadores de calor, filtros, colunas de destilação, chaminés, etc.) é
influenciada pelos mesmos fatores que a perda em tubulações e acessórios. Em alguns casos, a área livre para
o escoamento torna-se bastante pequena (um filtro, por exemplo, possui pequena área para o escoamento,
ocasionando elevada perda de pressão). Um trocador de calor também provoca elevadas perdas de pressão,
pois é projetado para produzir turbulência no fluido, objetivando melhorar a troca de calor.

3.2 Classificação do Regime de Escoamento:


O escoamento de um fluido em uma tubulação pode ser laminar ou turbulento.
O escoamento é dito laminar quando todos os filetes líquidos são paralelos entre si e as velocidades em cada
ponto não variam em direção e grandeza. Já no escoamento turbulento as partículas movem-se em todas as
direções.

22
O fato de existirem dois tipos distintos de escoamento foi demonstrado por Reynolds que, através de
experimentos, chegou a um número admensional para determinar o tipo de escoamento.
DV ρ
Re =
µ
Obs.: Para Re<2300 o escoamento é considerado laminar; Para Re>4000 o escoamento é considerado
turbulento e dentro deste intervalo é considerado transição.
Na prática, normalmente, o escoamento é turbulento, só sendo laminar quando temos velocidade de
escoamento muito baixa e/ou fluidos muito viscosos. A viscosidade é determinada a partir da temperatura e do
tipo de fluido (em anexo).

Exemplo de cálculo do número de Reynolds:

Dados: Tubulação de 6” sch 40, sob vazão de 72 m 3/h, fluido com massa específica de 0,8 g/cm3 e
viscosidade absoluta de 0,7 cp.

As unidades devem estar compatíveis, pois o Re é um número adimensional. Trabalhando com


unidades de cm:

6” sch 40  Di =15,41 cm
A = π D2/4 A = 3,14 * 0,15412/4 = 0,01864 m2
V = Q/A = 72 m3/h / 0,01864 = 3862,4 m/h V = 3862,4 m/h / 3600 s/h = 1,07 m/s = 107 cm/s
DV ρ Re = 15,41 * 107 * 0,8/0,7 = 1884,42
Re =
µ

23
3.3 Vazões Mássica e Volumétrica:
Definimos vazão como a quantidade de substância que escoa na unidade de tempo. Existem dois tipos:
vazão mássica (dimensão de M/T) e vazão volumétrica (L3/T).

m
m= T
A vazão volumétrica é bastante utilizada e suas unidades são m3/h, litros/s, ft3/s e gpm (galões por
minuto). As unidades usuais de vazão mássica são kg/h e lbm/h.
Conhecendo-se a vazão volumétrica e a área transversal da tubulação, calcula-se facilmente a velocidade
de escoamento:
Q
V =
A
Onde V é a velocidade de escoamento do fluido, Q é a vazão e A é a área de secção transversal da
tubulação. Outra forma mais fácil de obtenção da velocidade é o uso da tabela padrão de velocidade (1
m/s) para vazões em função do diâmetro nominal e respectivas espessuras de tubulação (em anexo).

3.4 Equação da Continuidade:


Se considerarmos uma tubulação como a seguinte:

A2

24
A1
V1 V2

Se o regime é permanente, então a vazão mássica na secção 1 é igual à vazão mássica na secção 2, ou seja:
m1 = ρ 1 x V1 x A1 e
m2 = ρ 2 x V2 x A2
Como m1 = m2 ⇒ ρ 1 x V1 x A1 = ρ 2 x V2 x A2

Se o fluido for incompressível então ρ = constante e a vazão volumétrica também será constante
Q = A1 x V1 = A2 x V2

3.5 Equação de Bernoulli:


Vamos considerar a figura seguinte representando o trecho de uma tubulação:

25
Se P1, V1 e Z1, bem como P2, V2 e Z2 são, respectivamente, as pressões, velocidades e alturas nos pontos 1 e 2,
então, considerando que não há perda de energia no escoamento do fluido, podemos escrever:
P1 v2 P v2
+ 1 + z1 g = 2 + 2 + z 2 g
ρ 2g c ρ 2g c
que é a equação de Bernoulli sendo ρ a massa específica do fluido e g a aceleração da gravidade e g c o fator
de proporcionalidade..
Obs.: Todos os termos da equação de Bernoulli possuem dimensões lineares e são chamados isoladamente de
carga e a soma deles de carga total.

26
3.6 Perda de Carga:
Até agora consideramos na equação de Bernoulli o líquido como um fluido perfeito. A situação real, entretanto,
deve levar em conta as resistências ao escoamento e a perda de energia por atrito. Deveremos então inserir na
equação um termo que considere esta perda. Assim:
P1 v2 P v2
+ 1 + z 1 g = 2 + 2 + z 2 g + h f + wb
ρ 2g c ρ 2g c
hf representa a energia perdida pelo líquido durante o escoamento (perda de carga) e w b representa o trabalho
adicionado ao sistema pela bomba.
A perda de carga de um sistema pode ser desmembrada em duas, chamadas de perda de carga por fricção ou
normal e perda de carga por acessórios (válvulas, curvas, filtros, etc.) ou localizada.
Fatores que influenciam a perda de carga:
- comprimento e diâmetro da tubulação;
- rugosidade da tubulação;
- tempo de operação da tubulação;
- número de acessórios da tubulação;
- viscosidade e densidade do fluido;
- velocidade do fluido.

3.7 Cálculo da Perda de Carga por Fricção:


As equações utilizadas no cálculo da perda de carga por fricção são teórico-experimentais, obtidas a partir das
experiências de cada pesquisador. Uma das mais utilizadas é a de Darcy - Weisbach:

hf =
fLv 2 hf representa a perda de carga na tubulação por fricção;
2 Dg
f é o fator de fricção (admensional); L é o comprimento total da tubulação; D representa o diâmetro
interno da tubulação, encontrado via tabela (em anexo) ;

27
V é a velocidade de escoamento do fluido; g é a aceleração da gravidade. O fator de fricção f é obtido através
de fórmulas experimentais ou gráficos. No caso de escoamento em regime laminar:

64
f =
Re
Para escoamento turbulento, o fator de fricção depende do número de Reynolds e da rugosidade relativa (ξ /D)
da tubulação. Pode ser determinado com o auxílio do Diagrama de Moody.

3.8 Cálculo da perda de Carga Localizada:


Existem dois métodos utilizados no cálculo da perda de carga localizada:
- método direto;
v2
- método do comprimento equivalente. hl = K
2g
No método direto, o cálculo é feito através da equação:
hl representa a perda de carga localizada;
K é um coeficiente determinado experimentalmente e é encontrado na literatura para diversos acidentes;
V é a velocidade de escoamento do fluido.
Já o método do comprimento equivalente consiste em determinar um comprimento reto de tubulação com a
mesma perda de carga que o acessório considerado. Calculado o seu comprimento equivalente, o cálculo da
perda de carga é feito como se a tubulação fosse um único trecho reto com um comprimento total igual ao
comprimento reto adicionado ao comprimento equivalente de todos os acessórios utilizando-se a equação de
Darcy vista anteriormente.
Exemplo: Imagine que uma tubulação de 4” sch 40 está instalada uma válvula do tipo globo cujo valor de L/D =
450, fator adimensional característico de cada acessório de tubulação. Assim, o L/D deve ser multiplicado pelo
respectivo diâmetro interno em metros que, neste caso, é de 0,1023 m (4” sch 40). O cálculo fica, então: 450 *
0,1023 = 46,0350 m, ou seja, é como se a válvula correspondesse a um trecho de 46,035 m de comprimento
de tubulação.

28
4.8.1 Perda de Carga Localizada para expansões
A perda de carga localizada associada a uma expansão súbita pode ser calculada de acordo com as seguintes
equações:

h = k (V1 – V2)2
2g
= k (1 – A1/A2)2 V12
2g D V1 V2

= k [1 – (D1/D2)2 ]2 V12 1

2g
= k [ (D2/D1)2 – 1]2 V22
D
2 2

Geralmente, o
fator k é
tabelado,
podendo também
ser calculado,
assim: K = 3,5 (
tg θ /2 )1,22
Sendo θ o ângulo total cônico do
expansor, em graus.
Exercícios:
1) Cite 5 fatores causadores de perda de carga, listando-os por ordem de importância.
2) Uma válvula possui fator K = 200. Se ela está instalada em uma tubulação de 4” sch 40 cuja vazão de
processo é de 72 m3/h, determine a sua perda de carga equivalente.

29
3) Defina perda de carga.
4) Se um trecho de tubulação de 6” sch 80 possui 15 m de comprimento e apresenta 5 curvas de 90°,
determine a sua perda de carga, sabendo que a vazão de processo vale 54 m 3/h e que o fluido apresenta
viscosidade de 0,8 cp e massa específica de 0,75 g/cm3.
5) Um fluido escoando em regime laminar apresenta as seguintes condições:

Diâmetro da tubulação = 4” sch 40


Massa específica = 0,98 g/cm3
Viscosidade = 0,75 cp
Velocidade = 1,34 m/s
Determine o correspondente fator de atrito para esse escoamento.

30
4 BOMBAS CENTRÍFUGAS:
Bombas são equipamentos que conferem energia de pressão aos líquidos com a finalidade de transportá-los de
um ponto para outro.
Nas bombas centrífugas, a movimentação do líquido é produzida por forças desenvolvidas na massa líquida
pela rotação de um rotor. Este rotor é essencialmente um conjunto de palhetas ou de pás que impulsionam o
líquido.
O rotor pode ser aberto, fechado ou semi aberto. A escolha do tipo de rotor depende das características do
bombeamento. Para fluidos muito viscosos ou sujos usam-se, preferencialmente, os rotores abertos ou semi
abertos. Nestes casos, os rotores fechados não são recomendados devido ao risco de obstrução.
Para uma bomba centrífuga funcionar é preciso que a carcaça esteja completamente cheia de líquido que,
recebendo através das pás o movimento de rotação do impelidor, fica sujeito à força centrífuga que faz com
que o líquido se desloque para a periferia do rotor causando uma baixa pressão no centro o que faz com que
mais líquido seja admitido na bomba. O fluido a alta velocidade (energia cinética elevada) é lançado para a
periferia do impelidor onde o aumento progressivo da área de escoamento faz com que a velocidade diminua,
transformando energia cinética em energia de pressão.
As bombas centrífugas caracterizam-se por operarem com vazões elevadas, pressões moderadas e fluxo
contínuo.

4.1 Fatores que influenciam as curvas características

− Rotação do impelidor (n) – ao alterar a rotação da bomba, a vazão, a altura manométrica desenvolvida e a
potência absorvida variam de acordo com as relações:
2 3
Q n H n P n
= ∴ =  ∴ = 
Q1 n1 H 1  n1  P1  n1 

− Diâmetro do impelidor (D) – para as bombas geometricamente semelhantes, a variação de D estabelece as


seguintes relações:

31
3 2 5
Q1  D1  H 1  D1  P1  D1 
=  ∴ =  ∴ = 
Q 2  D2  H 2  D 2  P2  D2 

quando a única variação ocorre no diâmetro do impelidor e se estas variações são pequenas valem as
seguintes relações:
2 5
Q D H D P D
= ∴ =  ∴ = 
Q1 D1 H 1  D1  P1  D1 

− Natureza do fluido – as curvas fornecidas pelos fabricantes referem-se à operação com água. Ao
operar com fluidos mais viscosos, as curvas sofrem alteração no sentido de um aumento da potência
absorvida e uma redução de H. a eficiência também sofre alteração.
− Tamanho e idade da bomba – bombas geometricamente semelhantes também são teoricamente
semelhantes. Numa série de bombas semelhantes, as menores são menos eficientes devido o aumento
relativo das rugosidades e das folgas e imperfeições. A idade provoca desgastes nas bombas alterando as
suas curvas características.

4.2 Altura Manométrica do Sistema:


Uma bomba é instalada num determinado sistema para fornecer energia ao fluido de modo que ele possa
vencer uma série de resistências que se opõem ao seu movimento ao longo do sistema.
A altura manométrica total (AMT) que são as resistências do sistema contra a qual a bomba deve operar, é
formada dos seguintes itens:
- Altura manométrica estática (diferença de altura).
- Altura manométrica de pressão (diferença de pressão existente no líquido entre o ponto de sucção e o
de descarga.
- Altura manométrica de velocidade;
- Altura manométrica de fricção.

32
A AMT de um sistema será calculada a partir da altura manométrica de sucção (h s) e da altura manométrica de
descarga (hd).
Pd

PS

Zd
ZS

b c

Pc − Pb Vc2 −Vb2
H = +
γ 2g
A altura manométrica de sucção hs é a carga estática de sucção menos as perdas de carga para a vazão
PS

Pb Vb2 P
hs = + = Z s + s − h fs
γ 2g γ
ZS

considerada

33
A altura manométrica de descarga hd é a altura manométrica medida no bocal de descarga (a ser vencida pela
bomba).
Pd

Pc Vc2 P
hd = + = Z d + d + h fd
γ 2g γ Zd

b c

Altura manométrica total é a diferença entre as alturas manométricas de descarga e sucção, isto é, representa
a energia que a bomba necessita suprir ao fluido para este vencer todas as resistências do sistema.

Assim, para cálculo da altura manométrica total de um sistema, devemos considerar todos os
fatores:

AMT = ZD – ZS + PD – PS + VD2 – VS2 + hf


γ 2g

4.3 Curvas Características de uma Bomba Centrífuga:


Todas as bombas centrífugas, operando a uma dada velocidade e com um determinado fluido, admitem uma
série de curvas características, fornecidas pelos fabricantes, que descrevem seu funcionamento nas faixas de
vazões e alturas manométricas para as quais foram projetadas. As curvas mais importantes são:

34
- Altura Manométrica ( H ) x Vazão ( Q );
- Potência Consumida ( P ) x Vazão ( Q );
- Rendimento Total ( η ) x Vazão ( Q );
- NPSH requerido ( NPSH ) x Vazão ( Q ).
Obs.: - Se uma bomba opera com a descarga bloqueada, a potência consumida não será transferida ao líquido
sob a forma de trabalho mas sim, sob a forma de calor causando o aquecimento e danos às partes mecânicas
da bomba.
− rendimento η de uma bomba é dado pela relação:
η = a potência cedida ao líquido/potência recebida do motor.
− A bomba deve ser projetada para trabalhar sempre próxima ao ponto de máxima eficiência. Se a
bomba trabalha continuamente com vazões muito abaixo da vazão de máxima eficiência, além do
elevado custo energético, existe um desgaste mecânico que diminui a vida útil do equipamento.
− A potência calculada em HP (horsepower) é função de diversos fatores, conforme mostrado na
fórmula a seguir:
POT = γ *Q*H 1
102 η 0,746
Onde Q = vazão em m3/h;
H = altura manométrica total em m;
γ = peso específico do fluido bombeado em kgf/m3;
POT = potência em HP;
102 = fator de conversão
η = valor da eficiência em % (ex, se a eficiência é de 80%, então na fórmula deve constar 80)

35
As curvas características são válidas para uma dada bomba operando a uma velocidade fixa e com um rotor de
determinado diâmetro. Existem certas relações, chamadas Relações Características, que permitem prever o
que ocorrerá se forem modificados a velocidade ou o diâmetro do rotor de uma certa bomba. São elas:
- Variação na rotação:
• a vazão varia de modo diretamente proporcional;
• a AMT varia proporcionalmente ao quadrado da rotação;
• a potência consumida varia com o cubo da rotação.
- Variação no diâmetro do rotor:
• a vazão é diretamente proporcional ao diâmetro;
• a AMT é proporcional ao quadrado do diâmetro;
• a potência consumida varia com o cubo do diâmetro.
É importante lembrar que as curvas características das bombas na maioria das vezes vêm calculadas para água
à temperatura ambiente e limpa. No caso de se estar transportando outro líquido, é necessário corrigir as
curvas de acordo com a viscosidade do fluido, e a curva BHP x Q de acordo com o peso específico.

4.4 Ponto ótimo de trabalho de uma bomba


O ponto de operação de uma bomba centrífuga é definido como sendo a intersecção da curva H x Q do sistema
com a curva H x Q da bomba. Portanto, o ponto de operação define a vazão no qual o sistema completo (vasos,
tubulações e bomba) vai operar.
Se plotarmos as curvas características da bomba e a curva do sistema em um mesmo gráfico, obtermos o
ponto te trabalho nas interseções destas curvas.
− A interseção da curva do sistema como a curva (H x Q da bomba) nos fornece Htrabalho e QTrabalho.
− A interseção da curva (H x Q)Bomba com a curva (η x Q)Bomba nos fornece o η Trabalho .
− A interseção da curva (H x Q)Bomba com a curva (Pot x Q)Bomba nos fornece o PotTrabalho.

36
Conforme ilustra a figura ao lado.

4.5 Saldo de Carga de Sucção - Cavitação:


Deve-se Ter sempre em mente que, em operações de bombeamento, a pressão em qualquer ponto da linha de
sucção nunca deve ser menor que a pressão de vapor P v do líquido bombeado na temperatura de trabalho,
caso contrário haveria vaporização do líquido, com conseqüente redução da eficiência de bombeio. Neste caso,
ocorreria cavitação no rotor da bomba pela implosão das bolhas de vapor. Este processo é acompanhado por
elevado nível de ruído e vibração, e violenta corrosão das partes internas da bomba.
Deste modo, para evitar estes efeitos negativos, a energia disponível para levar o fluido do reservatório até o
bocal de sucção da bomba deverá ser a altura manométrica de sucção h s menos a pressão de vapor (expressa
como coluna líquida) do líquido na temperatura de bombeio. Esta energia disponível é chamada Saldo de Carga
de Sucção (Net Positive Suction Head - NPSH) e é calculada como segue:

NPSHD = ZS + PS + PATM – PV + VS2 - hfS


γ 2g

É necessário estabelecer uma H x Q sistema diferença entre NPSH disponível


(NPSHD) e NPSH requerido ηT (NPSHR); o primeiro é
característica do sistema no ηx Q qual a bomba opera, enquanto
que o NPSH requerido é HT função da bomba em si,
representando a energia PotT mínima que deve existir entre a
carga de sucção e a pressão Pot x Q de vapor do líquido para que a
bomba possa operar H x Q bomba
satisfatoriamente.

QT 37
Tanto o NPSH disponível quanto o requerido variam com a vazão do líquido; o NPSH disponível é reduzido com o
aumento de vazão, devido ao aumento da perda de carga por atrito. O NPSH requerido, sendo função da
velocidade do fluido no interior da bomba, aumenta com a vazão. Pelo que foi dito acerca do NPSH disponível e
requerido, ficou claro que a bomba opera satisfatoriamente se:
NPSHD > NPSHR + 0,6 m

4.6 Associação de bombas


As bombas são associadas em série e paralelo. A associação de bombas em série é uma opção quando, para
dada vazão desejada, a altura manométrica do sistema é muito elevada, acima dos limites alcançados por uma
única bomba. Já a associação em paralelo é fundamentalmente utilizada quando a vazão desejada excede os
limites de capacidade das bombas adaptáveis a um determinado sistema.

ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE

Associação em Paralelo

4.7 Principais aplicações das bombas.

As bombas são usadas nos mais diversos ramos da industria. As bombas podem ser utilizadas para transportar
líquidos quentes e frios, com sólidos em suspensão ou não, também são usadas como bombas dosadoras em
processos de controle onde estas adicionam mais ou menos constituintes de acordo com a operação as bombas
estão visíveis nos processos industriais e as bombas centrífugas, mais especificadamente , nas industria
petroquímica, devido a sua grande aplicabilidade. Sem as bombas, as industrias ficariam de braços cruzados

38
para poderem realizar suas operações rotineiras, dependendo exclusivamente da ação da gravidade, que nem
sempre é possível usar ou tecnicamente inviável.

Exercícios:
1) Tendo em vista a seguinte situação descrita na tabela abaixo, escolha uma das bombas para operação
no sistema, ou sugira alterações no sistema para fins de uma possível utilização de uma delas.
BOMBA AMT NPSH POTÊNCIA
A 80 m 2,0 m 5 HP
B 85 m 2,5 m 10 HP
C 90 m 3,0 m 15 HP
SISTEMA 83,5 m 3,2 m 11 HP

2) Um operador observa que uma das bombas do processo sob sua responsabilidade encontra-se em
cavitação. O que pode ter sido alterado nesse processo ? Justifique à luz da teoria sobre escoamento de
fluidos.
3) Descreva o que ocorrerá com um processo caso a bomba nele instalada tenha o rotor substituído por um
outro 25% maior.
4) Quando devem ser usadas bombas em série ? E em paralelo ?
5) Explique o que poderá acontecer, caso um sistema tenha a tubulação de descarga trocada de 3” para
4”. O que vai ocorrer com a AMT e a potência requerida ? Como isso afetará uma bomba atualmente
instalada ?

39
5 TRANSMISSÃO DE CALOR
5.1 Introdução

Na maior parte dos processos químicos há libertação ou absorção de calor e numa vastíssima gama de
instalações industriais há que se aquecer ou resfriar fluidos.
Assim, em fornos, evaporadores, unidades de destilação, secadores e reatores químicos há a necessidade de se
transmitir calor.
Alternativamente, pode ser necessário evitar a perda do calor de um recipiente quente ou de uma tubulação
de vapor d’água.
O controle do fluxo de calor na condição desejada constitui um capítulo dos mais importantes das operações
unitárias.
A transferência de calor é a ciência que trata das taxas de troca de calor entre um corpo quente denominado
fonte e um corpo frio denominado receptor.
Existem três modos diferentes para a transmissão de calor de uma fonte para um receptor: condução,
convecção e radiação.

40
A transmissão de calor
foi descrita como
estudo das taxas de
troca de calor entre
fontes e receptores de
calor. Os processo de
transmissão de calor
tratam sobre taxas de
troca da calor à
medida que ocorrem
no equipamento de
transmissão de calor dos processo químicos e da engenharia.
Este tratamento focaliza melhor a importância da diferença de temperatura entre a fonte e receptor, que é,
antes de mais nada, a força motriz que rege a transmissão de calor.

5.2 Transferência de Calor por Condução


Consideremos por exemplo um copo contendo leite até sua metade. Apesar de apenas a parte inferior do copo
estar em contato direto com o leite, todo ele estará quente depois de decorridos alguns instantes.
Isto ocorre porque quando colocamos leite em contato com a parte interna do copo, esta adquire mais energia
em virtude do recebimento de calor do leite. Esta energia acrescentada faz com as partículas vibrem com mais
intensidade, transmitindo a energia adicional às partículas mais próximas, que também passam a vibrar mais
intensamente e assim sucessivamente.
CONDUÇÃO É O PROCESSO DE TRANSMISSÃO DE CALOR ATRAVÉS DO QUAL A ENERGIA PASSA DE PARTÍCULA PARA PARTÍCULA SEM QUE AS MESMAS SEJAM
DESLOCADAS.

41
5.3 Condução através de uma parede plana
Na condução ocorre a transmissão de calor através de um material fixo tal como a parede estática indicada na
figura abaixo.

FaceFace
Quente
Fria

O fluxo de calor por hora é proporcional à variação de temperatura através da parede plana e à área da parede
A. Se T fora temperatura em qualquer parte da parede e x for a espessura da parede na direção do fluxo de
calor, quantidade de calor, quantidade de calor que flui será dada por:

(T2 −T1 )
Q = −kA
x

k é a constante de proporcionalidade, uma propriedade de transporte denominada condutividade térmica, e é


determinada experimentalmente.
As condutividades térmica dos sólidos são muito maiores que as dos líquidos, que, são muito maiores que as
dos gases. É mais fácil transmitir calor através de um sólido do que através de um líquido e a que no gás.

42
Alguns sólidos, tais como, os metais, possuem condutividades térmicas elevadas e denominam-se condutores.
Outros possuem baixas condutividades e são pobres condutores de calor; este são isolantes.

5.4 Condução através de uma parede mista


Quando a parede consiste de diversos materiais colocados juntos em série com na construção de um forno ou
na câmara de combustão de uma caldeira. Diversos tipos de tijolos refratários são normalmente empregados,
são mais frágeis e caros do que aqueles necessários nas
proximidades da superfície externa, onde as temperaturas são
consideravelmente mais baixas.
Fluxo de calor que entra pela face esquerda deve ser igual ao fluxo
de calor que deixa a face direita, uma vez que o estado
permanente exclui a possibilidade de acúmulo do calor.

43
 
T T  1 
∆TQ = ∆T = 1− 4
 
Q = ∆T = ∆T1 = ∆T2 = 3 R A x x
 1 + 2 x
+ 3 
R R1 R2 R3  k1 k2 k3 
(T2 − T1 )
Assim a taxa transferência de calor é de: Q = −A
xa / Ka + xb / Kb

5.5 Condução através de um tubo


As condições de transferência de calor através de um tubo de parede espessa, quando se mantêm, constantes
as temperaturas no interior e no exterior, estão representadas.

O fluxo de calor é dado por:

T1 − T2
Q = −2 k π r l
ln r2 
 r1 

44
em que l é o comprimento do tubo.

5.6 Transferência de Calor por Convecção


Você já se perguntou por que numa sala de sauna o ar mais quente está na região de cima, embora a fonte de
calor esteja na parte de baixo? O que ocasiona este fato?
Ar mais próximo da fonte de calor se aquece primeiramente ficando menos denso que o restante. Então ele
sobe e o ar de cima, por estar mais
frio e portanto, mais denso, desce,
ocorrendo a troca de posição entre
eles.
Assim, o calor está sendo transmitido
a toda a massa de ar, devido ao
movimento das massas de ar quente
e frio. A esse movimento dá-se o
nome de CONVECÇÃO.
Inversamente a sauna, o ar
condicionado operam retirando calor
de um ambiente. Porém eles causam
melhor efeito quando colocados na
parte superior da sala, porque desta
forma provocam a convecção do ar,
com a descida do ar frio e a subida do ar quente.
Algumas aplicações da convecção:

45
Num refrigerador, o congelador fica localizado na parte superior, pois o ar em contato com o mesmo sofre um
resfriamento, provocando a subida do ar menos denso, formando assim correntes de convecção.
A retirada de gases residuais da combustão, pelas chaminés, é resultado das correntes de convecção.
A formação de brisas nas regiões litorâneas em parte se deve ao fato de o calor específico da areia ser bem
menor que o da água. Durante o dia a areia se aquece mais rapidamente que a água, o ar acima da areia se
expande, torna-se menos denso, sobe e é substituído pelo ar frio do mar, provocando portanto correntes de
convecção. De noite o processo de inverte.
A transmissão de calor por convecção é devida ao movimento do fluido. O fluido frio adjacente a uma superfície
quente recebe calor, o qual é transmitido para todo o volume do fluido frio misturando-se com ele.
A convecção livre ou natural ocorre quando o movimento do fluido frio não é incrementado por agitação
mecânica. Porém, quando o fluido for agitado mecanicamente, o calor será transmitido por convecção forçada.
Este tipo de transmissão de calor pode ser descrito por uma equação que emita a forma da equação da
condução e é dada por

Q = h A (TS −T∞ )

A constante de proporcionalidade h é um termo que é influenciado pela natureza da agitação e deve ser
avaliada experimentalmente. Esta constante denomina-se coeficiente de película. Temos ainda que Ts é a
temperatura uniforme da superfície e T∞ é a temperatura do fluido que escoa sobre a superfície. Esta equação é
chamada de Lei de Newton do Resfriamento. Os seguintes fatores interferem no coeficiente de película:

Viscosidade do fluido – o seu aumento reduz o valor de h

Vazão do fluido – o seu aumento aumenta o valor de h

Massa específica do fluido – o seu aumento aumenta o valor de h

Calor específico do fluido – o seu aumento aumenta o valor de h

46
47
48
5.7 Aplicação associada de condução e convecção
Na condução de calor numa parede plana, a temperatura é uma função exclusiva da coordenada x e o calor se
transfere somente nesta direção. Na figura abaixo (a), uma parede plana separa dois fluidos em temperaturas
diferentes. A transferência de calor ocorre por convecção do fluido quente a T∞,1 para uma face da parede a Ts,1,
por condução através da parede, e por convecção da outra face da parede a
Ts,2 para o fluido frio a T∞,2 .
A representação mediante circuitos elétricos proporciona um instrumento útil
para conceituar e quantificar os problemas de transferência de calor. A taxa
de transferência de calor é definida a partir de cada elemento do circuito, isto

T∞,1 −T∞, 2
qx =
Rtot
é

1 L 1
Rtot = + +
h1 A kA h2 A

T∞ ,1 − T∞ , 4
qr =
1 ln(r2 / r1 ) ln(r3 / r2 ) ln(r4 / r3 )
+ + + + 1
2πr1 Lh1 2πk A L 2πk B L 2πk49
CL 2πr4 Lh4
5.8 Transferência de calor em Aletas
Embora existam muitas situações diferentes que envolvem os efeitos combinados da condução e da convecção,
a aplicação mais freqüente é aquela na qual uma aleta é usada especificadamente para aumentar a taxa de
transferência de calor entre um sólido e o fluido adjacente.

São exemplos as aletas de resfriamento dos cabeçotes de motores de motocicletas e de aparadores de grama,
o dos tubos aletados que se usam para promover troca de calor entre o ar e o fluido de operação de uma
condicionador de ar. A figura abaixo mostra duas montagens comuns de tubos aletados.

50
Numa certa aplicação, a escolha de
uma configuração particular de
aletas pode depender de
considerações de espaço, peso, a
fabricação e o custo, e também da
medida em que as aletas reduzem o
coeficiente de convecção da
superfície e aumenta a perda de
carga associada ao escoamento
sobre elas. Essas são algumas
desvantagens associadas ao seu
uso em trocadores de calor.

51
5.9 Transferência de calor por Radiação

A terra recebe energia emitida pelo sol, que passa pelo vácuo aquecendo-a.

 Essa energia, que não necessita de meio


para se propagar, chama-se energia radiante.

 A transmissão da energia radiante é feita


através de ondas eletromagnéticas que se
propagam no vácuo com a velocidade de 300.000
km/s.

 Corpo que emite a energia radiante é


chamado de emissor ou radiador, o que recebe,
receptor. As ondas eletromagnéticas são formadas
por diversas ondas de freqüência diferentes,
chamadas de radiação. As mais comuns são:
Decrescentes

Raios cósmicos
Freqüências

Raios γ
Raios X
Raios Ultravioleta
Luz visível
Raios infravermelhos Das ondas eletromagnéticas, as que se transforma mais facilmente
Microondas em calor quando absorvidas são as infravermelhas, também
Ondas de rádio e TV chamadas de ondas de calor.

52
A radiação é encarada como um fenômeno inerente somente a corpos quentes, luminosos. Vemos que não é
bem assim, a radiação é um terceiro mecanismo de transmissão de calor, que difere da condução e convecção.
Ambos os mecanismos necessitam da presença de um meio para conduzir o calor de uma fonte para um
receptor. A transmissão de calor por radiação não necessita de um meio intermediário, e o calor pode ser
transmitido por radiação através do vácuo.
A radiação envolve transmissão da energia radiante de uma fonte para um receptor. Quando radiação emana
de uma fonte para um receptor, uma parte da energia é absorvida e outra parte é refletida pelo receptor. Com
base na 2ª lei da termodinâmica, verifica-se que a taxa de produção de uma fonte é dada por

Q =σεAT 4

Esta relação é conhecida como a lei da quarta potência, na qual T é a temperatura absoluta. σ é a constante
de Stefan-Boltzmann, porém ε é um fator peculiar a cada radiação e denomina-se emissividade. A
emissividade, assim como a condutividade térmica k ou o coeficiente de transmissão de calor h, também deve
ser determinada experimentalmente.
Na radiação, é necessário qualificar a condição sob a qual toda a radiação proveniente da fonte é
completamente recebida pelo receptor. Isto ocorrerá quando dois planos radiante forem infinitamente grandes,
de modo que a quantidade de radiação emitida pelas partes laterais da fonte e atinge as partes laterais do
receptor seja insignificante. Se ambas as placas os planos forem corpos negros, a quantidade de calor
transferida será:
Q = σA(T1 − T2 )
4 4

onde o corpo negro é uma superfície ideal que tem como propriedades absorver toda radiação incidente,
independentemente do comprimento de onda e da direção.

53
Caso os dois planos não sejam corpos negros e possuam emissividade diferentes, a troca de energia líquida
será diferente. Alguma energia emitida pelo primeiro plano será absorvida, e a restante será irradiada de volta
para a fonte, então, a quantidade de calor transferida será:

−1
1 1 
Q =
 ε + ε −1
4 4
 (T1 −T2 )
 1 2 

5.10 Trocadores de Calor


Os processos de troca térmica entre dois fluidos em diferentes temperaturas, e separados por uma fronteira
sólida, é um processo comum em muitas aplicações da engenharia. O dispositivo usado para corporificar esta
troca é o trocador de calor, que tem aplicações específicas no aquecimento e no resfriamento de ambientes,
no condicionamento de ar, na produção de energia, recuperação de calor e no processamento químico.
Os trocadores ou permutadores de calor do tipo tubular constituem o grosso do equipamento de transferência
de calor com ausência de chama, nas instalações de processos químicos.
O equipamento de transferência de calor pode ser identificado pelo tipo ou pela função. Quase todo tipo de
unidade pode ser usado para efetuar qualquer ou todas estas funções. Abaixo, a tabela mostras as principais
definições dos equipamento de troca térmica.

54
55
Os principais tipos de trocadores de calor
multitubulares são:
Permutadores com espelho flutuante. Tipo AES (a)
Permutadores com espelho fixo. Tipo BEM (b), o
tipo mais usado que qualquer outro.
Permutadores com cabeçote flutuante e gaxeta
externa. Tipo AEP (c)
Permutadores de calor com tubo em U. Tipo CFU
(d)
Permutadores do tipo refervedor com espelho
flutuante e removível pelo carretel. Tipo AKT (e)
Permutadores com cabeçotes e tampas
removíveis. Tipo AJW (f)

56
57
58
Outros tipos de trocadores de calor para líquidos e gases são :
Tubos duplo – são sustados a muito temo, principalmente quando as velocidades de fluxo são baixas e as faixas
de temperaturas são altas. Estes segmentos de tubos duplos são bem adaptados ao pequeno diâmetro, pois
possibilitam o uso de pequenos flanges de seções com paredes delgadas, em comparação com o equipamento
convencional multitubulado.

Trocadores com raspagem interna - este tipo de trocador tem um elemento rotativo munido de lâminas
raspadoras montadas em molas, para raspagem da superfície interna. Os trocadores com raspagem interna
são essencialmente convenientes para a transferência de calor com cristalização, ou transferência de calor em
condições de pesada incrustações das superfícies; ou a transferência de calor em fluidos muitos viscosos. São
usados, para cristalização, nas fábricas de parafina e nas fábricas petroquímicas.

59
Permutador do tipo placa – consiste em placas que servem como superfícies de transferência de calor e de uma
armação que as suporta. As chapas são facilmente limpas e substituídas. A área necessária pode ser atingida
pela adição ou subtração de chapas.

60
61
5.11 Dimensionamento Térmico de Trocadores de Calor
Uma diferença de temperatura cria a força motriz que determina a transmissão de calor de uma fonte a um
receptor. Sua influência sobre um sistema de transmissão de calor, incluindo tanto como um receptor, é o
objeto para o nosso estudo.
Os tubos concêntricos, mostrados abaixo, conduzem duas correntes, e, em cada uma destas duas, existe um
coeficiente de película particular, e suas respectivas temperaturas variam da entrada para a saída. O
escoamento em contracorrente possibilita a manutenção de gradientes térmicos ao longo de todo o trocador,
sendo assim mais eficiente.

A fim de estabelecer a diferença de temperatura entre uma dada temperatura geral T de um fluido quente e
uma temperatura t de um fluido frio, é necessário levar em consideração também todas as resistências entre as
temperaturas. No caso de dois tubos concêntricos, sendo o tubo interno muito fino, as resistências encontradas

1 Lm 1
∑R = + +
h1 k m h0

62
são resistências peculiar do fluido do tubo, a resistência da parede do tubo Lm/km, e a resistência peculiar do
fluido na parede anular. Uma vez que Q é igual a ∆ t/Σ R
É costume substituir 1/U por Σ R onde U denomina-se coeficiente total de transmissão de calor. Levando-se em
conta que um tubo real possui áreas diferentes em suas superfícies interna e externa, h i e ho devem-se referir à
mesma área de transmissão de calor. Se a área externa A do tubo interno for usada, então hi deveria possuir se
ele fosse originalmente calculado com base na área maior A em vez de Ai, então

1 1 1
= +
U h Ai h0
i A

Considerando um sistema contracorrente temos, geralmente ambos os fluidos sofrem variações de temperatura
que não são lineares quando as temperaturas são plotadas contra o comprimento. Entretanto, existe uma
vantagem para uma dedução baseada numa curva de T – t contra L, uma vez que ela permita identificação da
diferença de temperatura em qualquer parte ao longo do comprimento do tubo. Para dedução da diferença de
temperatura entre dois fluxos, as seguintes hipóteses devem ser feitas:
o coeficiente total de transmissão de calor é
constante em todo o comprimento da trajetória, ∆ Tm l = M LTD=
( T1 − t2 ) − ( T2 − t1 ) = ∆ t 2 − ∆ t1
o calor específico é constante em todos os pontos lnT1 − t 2  ln ∆ t 2 
da trajetória,  T2 − t1   ∆ t1 
não existem mudanças de fase parciais no sistema
e
as perdas de calor são desprezíveis; então

A equação geral de transferência de calor fica, Q =U ⋅ A ⋅ ∆Tml


então:

63
Exercícios: isolante é de 800ºF. A parede perde calor
para o meio ambiente por convecção. Calcule
1) Uma face de uma placa de cobre de 3 cm de
o valor da espessura de isolante que deve ser
espessura é mantida a 400ºC e a outra face é
aplicada,
mantida a 100ºC. Qual a taxa de
transferência de calor por m através da
2
sabendo que o coeficiente de
placa ? Dados : K cobre = 370 W/m ºC a 250ºC
película que deve ser mantido na
.
superfície externa do isolante deve ser
2) Uma parede composta é formada por uma de 15 Btu h-1 ft-2 ºF-1 e que a temperatura
placa de cobre de 2,5 cm, uma camada de externa do isolante não deve exceder a
amianto de 3,2 mm e uma de fibra de vidro 140ºF.
de 5 cm. A parede é submetida à diferença
de temperatura de 560ºC. Calcule a taxa de
calor por unidade de área da parede. Dados:
K cobre = 370 W m –1 ºC –1 K amianto = 0,161 W m –
1
ºC –1 K fibra = 0,048 W m –1 ºC –1 .
3) Um tubo de aço de 5 cm de diâmetro externo
é coberto com 6,4 mm de amianto, seguido
de uma camada de 2,5 cm de fibra de vidro.
A temperatura da parede do tubo é 315ºC, e
a temperatura externa do isolamento é 38ºC. P
Calcule a temperatura da interface entre o
amianto e a fibra de vidro. Dados: K amianto A
= 0,166 W m –1 ºC –1 , K fibra vidro = R ISOLANTE
0,048 W m –1 ºC –1 .
4) Uma parede plana está exposta a uma E
temperatura ambiente de 200ºF (ver figura D
abaixo). A parede está coberta com uma fina
camada de isolante , cuja condutividade E
térmica é de 0,3 Btu h –1 ft –1 ºF –1 e a
temperatura da parede em contato com o

64
5) Diferencie os mecanismos de
transmissão de calor por condução e
convecção, quanto à eficácia.

6) Uma fonte radiante atravessa duas placas de


mesma emissividade. Em um dado momento,
uma das placas é trocada por outra de maior
emissividade. O que ocorrerá com a taxa de
transmissão de calor ?

7) Defina coeficiente de película. Como este


é afetado pelas variáveis do sistema ?

8) Aponte as desvantagens relativas ao uso


de aletas em trocadores de calor.

9) Entre dois trocadores de calor, com


correntes em paralelo e conjugadas, qual
você escolheria ? Justifique sua resposta.

10) Dadas as seguintes condições


existentes em um trocador de calor: TEFF
= 20oC, TSFF = 47oC, TEFQ = 80oC, TSFQ =
50oC, determine o valor da ∆ Tml .

65
Temperatura de ponto orvalho: temperatura na qual
uma determinada mistura gasosa apresenta a
formação da 1ª gota de líquido.

* Obs: no caso de componentes puros o ponto de


6 DESTILAÇÃO bolha coincide com o ponto de ebulição e o ponto de
A destilação como opção de um processo unitário de orvalho com o ponto de condensação.
separação, vem sendo utilizado pela humanidade
desde o período que passa pela era dos antigos
alquimistas.
O que, como, quando e porque podemos utilizar esta
operação é objeto de intenso estudo.
O enfoque do processo de destilação é centrado na
busca pela eficiência e consequentemente redução
de energia.
É objetivo desta parte da disciplina, capacitar
estudantes do curso de química, nos processos
produtivos de unidades purificadoras, através do
melhor entendimento dos fenômenos observados.

6.1 Principais Definições


Temperatura de ebulição: temperatura na qual, a
uma determinada pressão, uma substância
experimenta uma mudança do estado líquido para o
estado vapor.
Temperatura de ponto de bolha: temperatura na
qual uma determinada mistura líquida apresenta a
formação da 1ª bolha de vapor.

66
Calor latente: é o calor envolvido na mudança de
estado físico numa dada pressão sem alterar a
temperatura de uma unidade do fluido.
Calor sensível: é o calor responsável pelo
aquecimento ou resfriamento de uma dada massa
de fluido.
Estado gasoso: observado quando existe uma baixa
atração intermolecular, permitindo movimentação
Pressão Parcial: a pressão parcial de um gás num
rápida e independente entre as moléculas.
recipiente contendo uma mistura gasosa é definida
como a pressão que esse gás exerceria se estivesse Estado líquido:caracterizado por possuir um estado
sozinho no recipiente. intermediário de interação molecular, entre o gás e
um sólido.
Pressão de vapor: suponha um líquido num
recipiente fechado. As moléculas do líquido estão Estado sólido: alta interação entre suas moléculas e
em constante agitação e aquelas que se forma definida.
encontrarem na superfície livre tem um tendência Vapor saturado: é o vapor que em determinadas
natural de escaparem da fase líquida, formando uma condições de temperatura e pressão se encontra
fase vapor. Quando este fenômeno ocorre, um com sua fase líquida, o chamando equilíbrio líquido-
estado de equilíbrio é atingido, e, a pressão exercida vapor.
pelo vapor formado é chamada de pressão de vapor
do líquido a temperatura T, desde que a Vapor superaquecido: é o vapor saturado seco fora
temperatura seja mantida constante. da fase de equilíbrio, estando numa temperatura
superior a temperatura de saturação (ebulição).
Vácuo: ocorre quando a pressão de um determinado
meio é menor que a pressão externa a ele. Líquido saturado: é o líquido que em certas
(geralmente essa pressão externa é a atmosférica, condições de pressão e temperatura se encontra em
ou seja 1 atm). equilíbrio com a sua fase vapor.
Calor: é a energia térmica em trânsito, que é Líquido subresfriado: é o líquido que sob certas
transferida entre os corpos, a diferentes condições de pressão se encontra fora da fase de
temperaturas. equilíbrio estando numa temperatura de saturação.

67
Equilíbrio líquido-vapor (ELV): uma mistura líquida
está em equilíbrio com seu vapor quando o nº de
moléculas do estado líquido que passa para o vapor
é igual ao nº de moléculas do estado vapor que
passa para o líquido.
Entalpia: é o calor absorvido ou liberado a pressão
constante. Como entalpia é uma função de estado,
seu valor depende somente do conteúdo de calor
dos estado inicial e final.

68
Mudança de Fase

69
6.3 Curvas de Equilíbrio
Os cálculos de destilação ficam mais simples quando
os dados de equilíbrio são postos numa curva y vs x,
denominada curva de equilíbrio, onde y é a fração
molar na fase vapor e x e a fração molar na fase
líquida.
6.2 Destilação - Conceitos

Conceito: é uma operação que visa separar os


componentes de uma fase líquida através de sua
vaporização parcial. Os vapores são mais ricos nos Podemos também utilizar a curva de equilíbrio no
componentes mais voláteis do que no liquido, o que processo de destilação para determinar as condições
possibilita a separação de frações enriquecidas nos de equilíbrio para cada prato.
componentes desejados.
Um dos métodos para calcular o nº de pratos
Este processo de separa de líquidos é uma das teóricos necessários para realizar a separação, é o
operações básicas mais importantes da indústria , de McCabe-Thiele.
que possibilita separa os componentes de uma
mistura líquida na forma de substâncias puras.
Processo: as operações de destilação realizam-se em
estágios nos quais duas correntes (um líquido e um
vapor) entram em contato para produzir duas outras
corrente cujas composições diferem das originais.
De um modo geral, o vapor que sai de um estágio
acha-se enriquecido nos componente mais voláteis.
O líquido por sua vez, sai com menor quantidade de
voláteis do que o líquido alimentado.

70
volatilidade relativa : é definida como a razão da
volatilidade entre dois componentes.

6.4 Parâmetros importantes


Azeotropia: propriedade na qual o líquido em
ebulição de uma mistura, forma um vapor que tem
exatamente a mesma composição, portanto não
podendo separa os componentes desta mistura
como o ponto de ebulição determinado:
azeótropo de mínimo ponto de ebulição : ocorre
quando o azeótropo formado tem um ponto de
ebulição menor que os dos componentes
separadamente.
azeótropo de máximo ponto de ebulição : ocorre
quando o azeótropo formado tem um ponto de
ebulição maior que os dos componentes
separadamente.
Volatilidade: é um parâmetro que indica a maior ou
menor tendência de uma substância passar do
estado líquido para o vapor. Portanto, quanto maios
a pressão de vapor de uma substância maior é sua
volatilidade, pois maior será a tendência de sua
moléculas passarem do estado líquido para o estado
vapor.

71
6.5.1 Destilação Diferencial
Esta operação também é conhecida como destilação
Rayleigh ou simples, é descontínua. A carga é
colocada no fervedor e aquecida até sua
temperatura de ebulição. Imediatamente depois
vapor formado através de um condensador. Tanto o
vapor, que se encontra enriquecido no componente
mais leve , como o líquido do refervedor podem ser
o produto da operação.
A aparelhagem utilizada consta de um refervedor
6.5 Tipos de Destilação que vai vaporizando a carga, e de um condensador.
Uma destilação pode ser conduzida de uma No laboratório
variedade de modos, cada um dos quais apresenta
vantagem e desvantagens numa determinada
situação particular. Observa-se, todavia, que os esta operação é realizada num balão de vidro de
diversos modos de operar são modificações dos pescoço curto no qual é adaptado o condensador.
seguintes métodos que podem ser considerados
fundamentais:
diferencial
de equilíbrio (FLASH)
por arraste de vapor
fracionada
extrativa
azeotrópica

72
6.5.3 Destilação por arraste
É um método variante de destilação simples,
consiste em injetar vapor vivo no fervedor em vez
de realizar o aquecimento através de um trocador.
O vapor que sai da mistura arrasta
preferencialmente o componente mais volátil.
Este método é bastante comum, sendo conhecido
também pelo nome de destilação com vapor.
Seu maior emprego é a vaporização de misturas
com características desfavoráveis de transferência
da calor ou de líquidos que se decompõem quando
destilados normalmente à pressão atmosférica.
6.5.2 Destilação de Equilíbrio
É utilizada para misturas líquidas insolúveis no
É também chamada de destilação FLASH, podendo solvente.
ser realizada em batelada ou em operação contínua.
Este segundo modo de operar é mais freqüente.
A alimentação líquida pré-aquecida é alimentada
num tanque de expansão, no qual uma parte do
líquido vaporiza. O vapor produzido e o líquido não
vaporizado são retirado continuamente do tanque
logo que se forma.
Várias unidades do tipo descrito poderão ser
utilizadas em série, de modo a ser realizada
operação multiestágio a fim de aumentar a
flexibilidade deste tipo de operação.

73
6.5.4.1 Torres de Pratos
O contato líquido-vapor é feito em estágios, isto é, o
vapor entra em contato com o líquido a intervalos
determinados.
Tipos de Pratos:
perfurados
valvulados
Zonas de uma coluna:
zona de stripping ou esgotamento : são estágios nos
quais a concentração de componentes menos
voláteis estão na
6.5.4 Destilação Fracionada
As operações até agora descritas propiciam pouco
enriquecimento do vapor produzido.
corrente líquida, de maneira geral, a zona de
Na destilação fracionada opera-se com vaporizações stripping encontra-se abaixo do ponto de
e condensações sucessivas num equipamento de alimentação.
menor custo, conhecido como coluna de
fracionamento. Zona de retificação ou enriquecimento : são estágios
nos quais a concentração dos componentes mais
Só poderá ser utilizada quando os componentes da voláteis estão na fase vapor, normalmente esta zona
mistura tiver pontos de ebulição bem diferentes. encontra-se acima do prato de alimentação.
As colunas de fracionamento podem ser:
pratos
recheio
Este tipo de destilação pode ser efetuada em
batelada ou continuamente.

74
75
fluxo cascata : é usado em torres de grande
diâmetro, a fim de evitar o grande gradiente de
altura de líquido, que seria prejudicial ao
fracionamento, constrói-se o prato em degraus,
evitando grandes variações de nível.

6.5.4.1.1 Tipos de Fluxo em uma Bandeja


O fluxo em uma bandeja admite dos regimes
diferentes: regime com formação de spray e
formação de espuma.
Do ponto de vista do fluxo sob a bandeja, podemos
ter:
fluxo cruzado : o líquido entra por um dos lados do
prato, percorre- e desce para o prato inferior pelo
outro lado.
fluxo dividido : é usado em torres de grande
diâmetro, o líquido entra no centro e flui para
extremidades, de onde cai para o prato inferior,
onde o fluxo será das extremidades para o centro.
fluxo radial : proporciona boa distribuição, sendo
utilizável em torres grandes; sua desvantagem é o
alto custo inicial

76
A eficiência de uma coluna é associada do recheio,
no qual se procura associar as seguintes
características: área superficial versus volume.

6.5.4.2 Coluna de Recheio


Torre de recheio: o contato entre o líquido-vapor é
contínuo, ou seja, ao longo de todo equipamento
não há espaço em que não haja o contato.
As colunas recheadas são preferidas nas operações
em que colunas de diâmetros relativamente
pequenos, inferiores a 500 mm, são suficientes para
operar com a vazões desejadas de líquidos, ou nos
casos em que se exige baixas quedas de pressão.
A transferência de massa entre as fases é promovida
pelo recheio, o qual tem função de aumentar a
superfície interna de uma coluna, permitindo o
aumento de contato entre a fase líquida e gasosa.

77
6.5.4.2.1 Tipos de Recheio
Recheios Estruturados: são todos que podem ser
Existe um grande número de tipos de recheios no colocados na torre de uma forma ordenada ou
mercado mundial, mas apenas um pequeno grupo é arrumada, sendo, por isto, muitas vezes, também
efetivamente usado. Os recheios podem ser chamado ordenados ou arrumados.
classificados basicamente em dois grupos:
Randômicos: contituídos de peças de no máximo 90
mm, que são colocados ao acaso no leito para
permitir uma distribuição desarrumada de seus
elementos.
Aneis de raschig
Selas de Berl
Selas Intalox
Anéis de Pall
IMTP

78
Demister: consiste em um dispositivo utilizado no
topo de um equipamento e com o objetivo de reter
gotículas arrastadas pelo vapor, aglutinando as
gotículas tornando-as maiores e mais pesadas,
permitindo, assim, o seu retorno, por açao da
gravidade, para o sistema.

6.5.4.3 Acessórios
Condensadores: é o equipamento destinado a
promover o refluxo através da coluna.
Condensador parcial: implicará sempre na
caracterização da corrente de refluxo na condição de
líquido saturado.
Condensador total: do ponto de vista da
caracterização da corrente de refluxo e produto o
condensador total será dimensionado com o objetivo
de obter um líquido saturado ou subresfriado.
Refervedor: a fonte de energia utilizada para
proporcionar a transferência de massa é
normalmente fornecida por refervedor. Os tipos mais
comuns são os refervedores termosifão que podem
ser verticais ou horizontais, os de circulação forçada
e os kettle (chaleiras).

79
Nível alto: problemas de eficiência de destilação são
associados a esse fato em função de possibilidade
de afogamento de bandejas ou baixa alimentação de
vapor. São possíveis causas desse problema o
excesso de vazão de refluxo ou redução na vazão de
vapor no refervedor.
Pratos secos: ocorre em função de deficiência no
controle de vazão de alimentação ou refluxo ou
ainda em alguns casos durante a partida pelo FLASH
do líquido de alimentação. A principal conseqüência
é a perda de perfil da coluna, possibilitando o
aumento de pesados no produto destilado.
Falha no sistema de condensador de topo:
6.6 Problemas freqüentes em torres de acarretará no aumento de pressão da coluna,
destilação elevando assim a sua temperatura. O aumento de
temperatura e pressão da coluna modificará sempre
Inundação (flooding): é a excessiva acumulação de
o seu perfil de separação, provocando aumento de
líquido em uma coluna, sendo que, para colunas de
pesados no topo. Suas possíveis causas são o
bandejas, essa ocorrência é normalmente
resfriamento deficiente por baixa vazão de água ou
caracterizada segundo os itens abaixo:
por entupimento dos tubos do condensador.
Spray entre as bandejas: ocorre quando a taxa de
Falha no sistema de refervedor: em função de
líquido é baixa, permitindo que o vapor pulverize o
“plugueamento” nos tubos do refervedor ou mesmo
filme líquido nas bandejas.
falha de vapor haverá a diminuição da taxa de
Formação de espuma entre as bandejas: ocorre vaporização, acarretando aumento de nível e queda
quando a taxa de líquido é alta, associada com de eficiência nas bandejas.
aumento da vazão de vapor. Aumenta-se assim o
Dumping: ocorre quando o líquido passa para o
nível da espuma entre as bandejas.
prato seguinte, através dos orifícios ou válvulas. Tal
Retorno pelo vertedouro. fato está relacionado à baixa vazão de vapor ou
Estrangulamento de líquido. mesmo a sua distribuição.

80
Arraste: ocorre a altas vazões de vapor, consistindo separação de B e S. o solvente é um líquido muito
no arraste de partículas líquida no vapor ascendente menos volátil do que os componentes a separar.
diminuindo a eficiência de contato. Isto é causado
por carga excessiva à torre.
Blowing: consiste na abertura de canais no líquido
lançando-o no prato superior. Tem como
consequência o aumento de pesados no topo.
Entupimento dos borbulhadores dos pratos
Má distribuição de líquido em colunas de recheio
inclinação da coluna
formação de caminhos preferenciais no recheio. O solvente deve possuir semelhança estrutural com
o componente mais pesado, e ainda, deve satisfazer
6.7 Destilação Extrativa a outros critérios:
A destilação extrativa é utilizada para separa ser substancialmente menos volátil que qualquer
componentes com volatilidades muito próximas, o dos componentes, de interesse, o que facilita sua
que, pelos métodos convencionais, requer muito recuperação.
mais estágios e razões de refluxo elevadas. Este
método requer menos energia e muitas vezes o que dentro desta restrição de volatilidades, seu ponto de
se economiza paga o equipamento de recuperação ebulição deverá ser o mais baixo possível, de modo
do solvente. a reduzir a temperatura de operação.
Consiste em adicionar um outro componente ao o solvente deve ser completamente miscível com
sistema, chamado solvente, que aumenta a ambos os componentes, no intervalo de
volatilidade relativa dos componentes a separar. concentração envolvido.
Alimenta-se a mistura de A e B na primeira coluna, Não deve ser tóxico, inflamável ou corrosivo.
chama de coluna de extração, da qual o componente Não deve reagir com qualquer dos componentes que
mais volátil sai pelo topo. O solvente é alimentado estão sendo separados.
próximo ao topo dessa coluna e arrasta o
componente B para a base, de onde a mistura B + S Deve ser estável.
segue para o stripper de solvente, que promove a

81
Seu custo deve ser baixo.

6.8 Destilação Azeotrópica


O meio mais fácil de separa os componentes de uma
mistura azeotrópica é a destilação azeotrópica, e
consiste em acrescentar um outro componente à Nestas condições, o componente acrescentado
mistura que vai ser separada, como no caso da forma um azeótropo com um ou mais dos
destilação extrativa, a diferença reside na componentes a separar, devido a diferença de
volatilidade do componente acrescentado, neste polaridade.
caso é essencialmente a mesma dos componentes Ao contrário da destilação extrativa, o agente
a separa, enquanto na destilação extrativa, o acrescentado encontra-se praticamente na porção
solvente era praticamente não volátil, comparado superior da coluna e sua concentração decresce na
com os do sistema. direção do fervedor.

82
a partir da temperatura da destilação, tendo por
base a equação de Antoine:
ln PV = A - B/(T + C), onde A, B e C são
constantes específicas de cada composto.
Uma tabela contendo as constantes para
alguns compostos encontra-se no final
deste capítulo.
Para cálculo do número mínimo de pratos, utiliza-se a
equação de FENSKE abaixo:

Seu valor é
associado
ao refluxo
total da
coluna, ou
seja, não há
6.9 Cálculos da Destilação retirada do destilado de topo nem de fundo,
A curva de equilíbrio de um sistema somente reciclos internos.
binário estudado possa ser representada Onde:
analiticamente pela Equação:
XLK  Fração molar do componente mais leve
XHK  Fração molar do componente mais pesado
Para se obter a taxa de refluxo mínimo, associada a
um número infinito de pratos, utiliza-se a equação de
Onde:
Underwood:
α  Volatilidade relativa entre os compostos a serem
separados, dada pela razão entre as suas
pressões de vapor para uma mesma
temperatura. A pressão de vapor é determinada

83
A taxa de refluxo real sofre um acréscimo de 25% a Para se determinar o número de estágios da
50% relativo ao refluxo mínimo. alimentação até o destilado de topo, pode-se usar a
equação:
A relação entre o número de pratos e as taxas de
refluxo pode ser estabelecida pelo gráfico de Gilliland:

Sequência de cálculo:

 Identificar os compostos leve e pesado.


 Estimar as composições do destilado e do resíduo.
 Obter LK,HK.
 Obter Nmin da equação de Fenske.
 Calcular Rmin = (L/D)min usando as equações de
Underwood.
 Especificar a razão de refluxo, R, que se pretende
utilizar.
 Calcular o número de estágios de equilíbrio
A correlação do gráfico é dada pela equação: através da relação de Gilliland.
 Determinar a localização ótima do estágio da
alimentação.

84
aproximadamente constantes, em cada prato da
coluna. Desta forma, as vazões molares de líquido e
6.10 MÉTODO MCCABE-THIELE vapor são constantes em todos os pratos da seção
de retificação (SR) e, também, na seção de
O cálculo do número de pratos de uma coluna de esgotamento (SE), diferindo, no entanto, das vazões
destilação normalmente se baseia no conceito de existentes na seção de retificação.
pratos teóricos (ou estágios de equilíbrio). Um prato
teórico é aquele em que as correntes que saem do As diferenças encontradas entre as vazões nas
prato estão em equilíbrio, ou seja, houve tempo e seções de retificação (SR) e de esgotamento (SE)
contato suficientes para que as correntes que estão intimamente relacionadas com a vazão e com
chegam no prato interajam, e atinjam o equilíbrio, a situação física da alimentação que é introduzida na
antes de deixarem o prato. Na realidade, os pratos coluna, o que pode ocorrer de um dos seguintes
reais se desviam deste comportamento de acordo modos:
com sua forma e tipo, sendo este desvio - como líquido “frio” ou sub-resfriado;
denominado rendimento ou eficiência do prato. - como líquido saturado no ponto de bolha;
(Motta Lima e Pereira, 1999). - como vapor úmido (mistura líquido/vapor);
- como vapor saturado no ponto de orvalho;
Na determinação do número de estágios de uma - como vapor seco ou superaquecido.
coluna de destilação binária são analisadas,
normalmente, duas situações: O método “McCabe-Thiele” consiste na aplicação das
considerações feitas no item anterior para o cálculo
- a diferença entre as temperaturas do fundo e do da destilação de misturas binárias em que a
topo da coluna é pequena (10 a 50 ºC); diferença de temperatura entre o topo e o fundo é
pequena, por meio de um processo gráfico
- a diferença de temperatura entre o fundo desenvolvido sobre um diagrama de equilíbrio.
e o topo da coluna é grande (> 50 ºC).
Este gráfico tem as seguintes propriedades:
Quando a diferença de temperaturas é pequena,
geralmente pode-se considerar as propriedades - os pontos do gráfico que representam as
térmicas da mistura que se deseja separar como composições do líquido e do vapor em equilíbrio que

85
saem de um mesmo estágio estão situados sobre a
curva de equilíbrio; II. Localizar o ponto de coordenadas (xD, xD)
- os pontos do gráfico que representam a na diagonal do diagrama.
composição do vapor procedente de um estágio, em
função da composição do líquido que desce do III. Traçar a ROR unindo o ponto (xD, xD) ao
estágio imediatamente acima, estão situados sobre ponto de coordenadas [ 0, xD / (RD + 1)].
as retas de operação das seções de retificação e
esgotamento (correntes que se cruzam). IV. Localizar o ponto de coordenadas (xB, xB)
na diagonal do diagrama.
A metodologia de McCabe-Thiele pode
ser descrita conforme se segue: V. Traçar a ROE a partir do ponto (xB, xB) até o
ponto determinado pela interseção da ROR com a
I. Sobre o diagrama (curva) de equilíbrio do sistema linha de alimentação (q).
binário em estudo, traçar a linha de alimentação ou
linha (q), a partir de (xF, xF) e de sua inclinação. Este procedimento é mostrado na figura abaixo.

A equação da linha q é:
y = - q x / (1 - q) + xF / (1 - q) (1)

sendo q (fração líquida da alimentação) definido


como a relação existente entre a parcela da
alimentação que entra na coluna como líquido e a
vazão total de alimentação, estando relacionado
com a condição térmica da alimentação, conforme
mostrado a seguir:
- alimentação como líquido frio: q > 1;
- alimentação como líquido saturado: q = 1;
- alimentação como vapor úmido: 0 < q < 1;
- alimentação como vapor saturado: q = 0;
- alimentação de vapor superaquecido: q < 0.

86
Estes passos são repetidos até se cruzar a linha de
alimentação, quando passam a ter como reta base a
ROE, terminando-se quando for atingida, ou
ultrapassada, a composição desejada para o produto
de fundo, xB. O número de estágios necessários é
determinado a partir do número de degraus
formados pela construção gráfica em cima do
diagrama. A Figura a seguir traz o resultado para
uma coluna hipotética, em que foram encontrados 4
pratos teóricos.

VI. Determinação gráfica do número de estágios. A


partir da coordenada (xD, xD) é traçada uma reta
horizontal até a curva de equilíbrio, determinando a
composição do vapor que sai do topo da torre
(estágio 1) (y1), que está em equilíbrio com o
líquido de composição (x1). Do ponto (x1), traça-se
uma reta vertical até a ROR e, novamente, uma reta
horizontal até a curva de equilíbrio, determinando a
composição do vapor que sai do segundo estágio
(y2), em equilíbrio com o líquido de composição
(x2).

87
88
Exercícios: total), o refluxo mínimo (pratos infinitos), a taxa de
refluxo real para um incremento de 25% e o número
1) Relacione pelo menos cinco problemas que ocorrem
de estágios correspondente a essa condição. Os
em colunas de destilação, apontando suas
requisitos de processo são:
causas básicas.
2) Cite os tipos de coluna de destilação, avaliando a
eficácia relativa de cada uma. Pureza no destilado de topo  96%
3) Discrimine os tipos de destilação, informando qual Pureza no destilado de fundo  95%
aquele que melhor se aplica aos pares de
substâncias abaixo : Temperatura de topo  85oC
a) água+etanol b) benzeno+tolueno
c) nafta+querosene d) metanol+etanol 7) Para a mistura binária N-HEXANO / N-PENTANO,
e) acetona+éter determine, pela via gráfica, O NÚMERO DE
ESTÁGIOS de separação, número de pratos e onde
4) Uma coluna apresenta uma saída de produto no será o prato de alimentação, de acordo com os
seguintes dados:
fundo muito maior do que a vazão esperada,
enquanto a pureza no topo está sendo mantida. Que
tipo de problema pode estar ocorrendo? O que deve Fração molar da alimentação  40% R = 2,5
ser feito para retomar o controle? Temperatura no topo  32oC
5) Uma coluna apresenta um alto teor de pesados no Pureza exigida no topo  95%
topo, acompanhado de forte aumento na vazão de
Pureza exigida no fundo  95%
destilado. O que pode estar acontecendo com esta
coluna? Proponha soluções para esse problema,
justificando sua resposta.

6) Para a mistura binária tolueno / benzeno (60%),


determine o número mínimo de pratos (refluxo

89
bibliografia listagens de parâmetros de interacção
de grupos substituintes orgânicos, a partir dos quais
7 EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO se pode identificar o(s) grupo(s) funcional(is) no
solvente adaptados a determinado soluto.
Definição – Extração é a transferência de uma
Uma vez identificado o grupo funcional, os possíveis
substância dissolvida de uma fase para outra. A
solventes podem ser testados em laboratório. O
extração líquido-líquido é um processo de separação
coeficiente de distribuição e a seletividade são os
que se utiliza da propriedade de miscibilidade de
mais importantes parâmetros que governam a
líquidos. A extração líquido-líquido é a operação de
seleção do solvente. O coeficiente de distribuição
transferência de massa na qual uma solução líquida
(ou coeficiente de partição) para um componente (A)
(a alimentação), entra em contacto com um líquido
é definido como a razão de concentrações de A na
imiscível ou pouco miscível (o solvente), o qual
fase extracto e na fase de refinado. A selectividade
possui afinidade preferencial (ou seletividade) para
pode ser definida como a capacidade do solvente
um ou mais componentes da alimentação. Duas
retirar o componente desejado da mistura de
correntes resultam deste contacto, o EXTRATO que é
alimentação, quando comparada com outros
a solução rica em solvente contendo o soluto que se
componentes.
deseja extrair, e o REFINADO, que é a solução de
alimentação residual contendo uma menor
As propriedades desejadas nos solventes são: i)
quantidade de soluto.
elevados valores de coeficientes de distribuição, ii)
boas seletividades para o soluto, iii) baixa ou
Ao se pretender otimizar uma operação de extração
nenhuma miscibilidade na solução de alimentação, e
líquido-líquido é necessário ponderar
iv) fácil recuperação do solvente para reciclo.
cuidadosamente as seguintes questões principais: i)
selecção do solvente, ii) condições de
Outros fatores que afetam a seleção do solvente são
operação, iii) modo de operação, iv) tipo de
o ponto de ebulição, a densidade, a tensão
extractor e v) critérios de dimensionamento.
superficial, a viscosidade, a corrosividade, a
inflamabilidade, a toxicidade, a estabilidade química
Selecção do Solvente
e térmica, a compatibilidade com o produto, a
disponibilidade no mercado e o custo.
Os solventes diferem nas capacidades de extracção
dependendo da sua estrutura química e da estrutura
Para um processo existente, a substituição do
química dos solutos. É possível encontrar na
solvente é vulgarmente o último recurso porque isto

90
implica regressar à triagem laboratorial do solvente Um exemplo de extração é quando temos dois
e das condições operatórias. No entanto, as líquidos, A e B, miscíveis entre si, e queremos
alterações na regulamentação ambiental e separar A de B. Podemos usar um terceiro líquido, C,
considerações de ordem econômica, têm induzido que seja mais miscível com A do que com B (veja
frequentemente a necessidade de melhorar os figura). A separação entre o extrato, A e C, e o
processos em termos de recuperação do soluto. rafinado, A e B, é feita com uma ampola de
Todavia a atual disponibilidade de solventes decantação ou um funil separador. A recuperação de
específicos com melhores características que os A a partir do extrato é geralmente feita por
convencionais em termos econômicos e de destilação.
desempenho para vários processos de extração,
podem fornecer incentivos adicionais à mudança do
solvente.

Selecção das Condições de Extracção

Dependendo da natureza do processo de extração, a


temperatura, o pH e o tempo de residência, podem
afetar o rendimento e a seletividade da operação. A
pressão do sistema tem geralmente um efeito
desprezível na extração e por isso a maior parte
delas ocorre à pressão atmosférica, com exceção
das regidas por condicionantes da pressão de vapor.
A temperatura pode ser usada como variável para
alterar a seletividade. Igualmente, temperaturas
elevadas são por vezes usadas de modo a manter a
viscosidade baixa e com isso minimizar a resistência Coeficiente de Partição – Conforme já dito acima, è
à transferência de massa.
dado pela razão entre as concentrações de um dado
Outro parâmetro a considerar é a eventual soluto em dois solventes diferentes. A lei de partição
precipitação de sólidos no extrator, a qual deve ser estabelece que, se a um sistema de duas camadas
evitada. líquidas, constituído de dois componentes imiscíveis

91
ou ligeiramente miscíveis, for adicionada uma
quantidade de uma terceira substância solúvel em
ambas as camadas, a substância se distribui entre
as camadas, de modo que a razão da concentração
em um solvente para a concentração em outro
permanece constante, a uma dada temperatura.
Kd = [S]2 / [S]1

A extração líquido-líquido pode ser contínua ou


descontínua.

Na extração descontínua utiliza-se um funil de


separação, onde ambos os solventes são
adicionados. Com a agitação do funil de separação,
o soluto passa a fase na qual está o solvente com
maior afinidade. A separação é feita, então, sendo
que a fase mais densa é recolhida antes.

A extração líquido-líquido descontínua é indicada


quando existe uma grande diferença de solubilidade
do soluto nos dois solventes (grande KD).

92
Na extração líquido-líquido contínua, o solvente
orgânico passa continuamente sobre a solução A ilustração abaixo mostra um processo de extração
contendo o soluto, levando parte deste consigo, até simbólico:
o balão de aquecimento. Como o solvente está
sendo destilado, o soluto vai se concentrando no
balão de aquecimento. É um processo útil para
quando a diferença de solubilidade do soluto em
ambos os solventes não é muito grande (baixo valor
de KD).

93
menos denso, é adicionado e ambos são agitados
dentro do funil.

(B) Após a separação das fases, a maioria das


moléculas brancas, mas nem todas, foram extraídas
para o novo solvente. Indicando a necessidade de
uma nova extração.

(C) Com a separação das duas camadas, as


moléculas brancas e pretas, foram parcialmente
separadas. A maioria das extrações consiste de uma
fase aquosa e uma fase orgânica. Para extrair uma
substância de uma fase aquosa, deve ser usado um
solvente orgânico e imiscível com água.

A água é usada como um dos solventes na extração


líquido-líquido, uma vez que a maioria dos
compostos orgânicos são imiscíveis em água e
porque ela dissolve compostos iônicos ou altamente
polares. Os solventes mais comuns que são
compatíveis com a água na extração de compostos
orgânicos são: éter etílico, éter diisopropílico,
benzeno, clorofórmio, diclorometano e éter de
petróleo. Estes solventes são relativamente
insolúveis em água e formam, portanto, duas fases
distintas. A seleção do solvente dependerá da
(A) O solvente 1 contém uma mistura de moléculas solubilidade da substância a ser extraída e da
(brancas e pretas). Deseja-se separar as moléculas facilidade com que o solvente possa ser separado do
brancas por extração. Um segundo solvente soluto. Nas extrações com água e um solvente
(sombreado), que é imiscível com o primeiro e orgânico, a fase da água é chamada "fase aquosa" e

94
a fase do solvente orgânico é chamada "fase Estes são principalmente usados na indústria
orgânica". metalúrgica onde são necessários elevados tempos
de contacto e de mistura nos processos de extração
O pH é importante nas extrações de metais e nas
reativa. Em modo de operação descontínuo, os
bio-extrações. Nestas últimas (por exemplo na da
misturadores/decantadores podem ser simples
penicilina) e nas de alguns agro-químicos, o pH é
reservatórios onde a alimentação e o solvente são
ajustado para aumentar o coeficiente de distribuição
misturados e separados. Sempre que se justifique,
e minimizar a degradação do produto.
esta operação é repetida com solvente fresco para
aumentar a quantidade de soluto extraído (modo de
Nas extrações de metais, o efeito do pH é justificado
corrente cruzada).
por considerações de ordem cinética.
Os extratores centrífugos são máquinas rotativas de
Em extrações onde existe dissociação das
alta velocidade que possuem a vantagem de terem
moléculas orgânicas, o pH pode desempenhar um
baixos tempos de residência.
papel importante, como por exemplo na separação
de cresóis. Por vezes, o solvente pode participar em
O número de estágios num dispositivo centrífugo é
reações indesejáveis sob certas condições de pH
usualmente limitado a um, mas já vão sendo
(por exemplo, o acetato de etilo pode sofrer hidrólise
vulgares dispositivos com múltiplos estágios. Estes
formando ácido acético e etanol, na presença de
extratores são majoritariamente usados na indústria
ácidos minerais).
farmacêutica.

Seleção do Tipo de Extrator As colunas de extração em contracorrente são as


mais usuais na indústria química. Elas podem ser
Os extratores comercialmente relevantes podem ser estáticas ou agitadas, e para cada uma existem
classificados nas seguintes categorias genéricas: i) várias variantes disponíveis no mercado, possuindo
misturadores/decantadores, ii) dispositivos cada uma delas vantagens particulares.
centrífugos, iii) colunas de contacto (estáticas) e iv)
colunas de contacto (dinâmicas). Dos fatores que afetam a seleção do extrator, os
mais importantes a considerar são o número de
Os misturadores/decantadores, como o nome indica, pratos (andares de contacto) necessários, as
são usualmente uma série de tanques (estáticos ou propriedades dos fluidos e considerações
agitados), separados por unidades de decantação. operatórias, incluindo segurança e manutenção.

95
a
No Quadro a seguir podemos comparar as
capacidades e características de diferentes tipos de Quadro comparativo de propriedades de
extratores.
extratores
Proprieda Misturado Extrator Coluna Coluna
de r/ centrífug estátic agitad
o a a
decantado
r

No Baixo Baixo Médio Elevad


estágios o

Vazão Elevado Baixo Médio Médio Fluxograma típico de um processo de extração


Tempo de Muito Muito Médio Médio
residência Baixo
elevado

Tensão Média/ Baixa/ Baixa/ Média/


superficial elevada média média elevad
a

Viscosidad Baixa/ Baixa/ Baixa/ Baixa/


e elevada média média elevad
a

Diferença Baixa/ Baixa/ Baixa/ Baixa/


de elevada média média elevad
densidade

96
Exercícios:
1) Qual o princípio básico da extração?
2) Quais as principais propriedades que deve ter um
solvente quando se deseja extrair uma substância
de água?
3) Cite três vantagens e duas desvantagens de se
usar o éter dietílico como solvente em uma
extração.

4) Uma solução de 0,56 g de um composto A


dissolvido em 50 ml de água foi extraído com 100 ml
de éter dietílico. Calcule a quantidade de A que foi
dissolvida no éter, sabendo que Kd = 19

5) Pode-se usar etanol para extrair uma substância


dissolvida em água? Justifque sua resposta.

6) Classifique os extratores em função das


propriedades do processo de extração requeridas.

7) Como o pH pode afetar uma extração?

8) Quais são os fatores mais importantes que


determinam a escolha de um solvente na extração?

9) Cite pelo menos cinco fatores secundários que


norteiam a escolha de um solvente na extração.

97
98
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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