O ERF estima a probabilidade de ocorrer infarto do miocárdio ou morte por doença coronária no período de 10 anos
em indivíduos sem diagnóstico prévio de aterosclerose clínica.
Embora esta estimativa de risco seja sujeita a correções conforme indicadores epidemiológicos da população estudada,
o ERF identifica adequadamente indivíduos de alto e baixo riscos, o ERR inclui a proteína C-reativa (PCR) e o
antecedente familiar de doença coronária prematura e estima a probabilidade de infarto do miocárdio, AVC, morte e
revascularização em 10 anos. O ERG estima o risco de infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico (AVE),
insuficiência vascular periférica e insuficiência cardíaca em 10 anos. Já o RTV, avalia a probabilidade de um indivíduo,
a partir de 45 anos, apresentar um evento isquêmico.
O cálculo do RTV considera que o indivíduo pertença exclusivamente a uma das seguintes categorias:
a) aqueles sem fatores de risco, ou com todos os fatores de risco ótimos aos 45 anos;
A combinação desses diversos escores permite uma melhor estimativa de risco. A justificativa para o emprego de um
escore de curto prazo e outro de longo prazo é o fato de que grande parte das mulheres e de homens adultos jovens
encontra-se na faixa de baixo risco predito em curto prazo, no entanto, parte destes continuará sendo de baixo risco,
enquanto outra parte será de alto risco predito ao longo da vida. Assim, a abordagem do risco pelo tempo de vida pode
ser usada para melhorar a motivação de indivíduos com baixo risco predito em curto prazo, mas com alto risco predito
em longo prazo, e intensificar as mudanças de estilo de vida e o controle de fatores de risco. Esta Diretriz recomenda
a utilização do ERG para avaliação do risco em 10 anos e do RTV para estimar o risco ao longo da vida em indivíduos
acima de 45 anos.
Obs.: Todos os demais escores podem ser utilizados como ferramentas de estratificação de risco.
Fase 1 – Presença de doença aterosclerótica significativa ou de seus equivalentes O risco de doença aterosclerótica
é estimado com base na análise conjunta de características que aumentam a chance de um indivíduo desenvolver a
doença. Portanto, o mais claro identificador de risco é a manifestação prévia da própria enfermidade. Desta forma, o
primeiro passo na estratificação do risco é a identificação de manifestações clínicas da doença aterosclerótica ou de
seus equivalentes (como a presença de diabetes melito tipos 1 ou 2, ou de doença renal crônica significativa, mesmo
em prevenção primária). Indivíduos assim identificados, homens e mulheres, possuem risco superior a 20% em 10
anos de apresentar novos eventos cardiovasculares ou de um primeiro evento cardiovascular. O paciente que se
enquadrar em uma dessas categorias, não requer outras etapas para estratificação de risco, sendo considerado
automaticamente de ALTO RISCO.
Nos indivíduos de risco intermediário devem-se utilizar os fatores agravantes, que quando presentes (pelo menos um
deles) reclassificam o indivíduo para a condição de alto risco.
Fase 4 – Estratificação do risco pelo tempo de vida
Visando reduzir a carga da doença cardiovascular, tem-se enfatizado o cálculo do risco global em 10 anos. No entanto,
observa-se que grande parte dos indivíduos considerados de baixo risco em 10 anos, é, na verdade, de alto risco ao
longo do tempo de vida. A estimativa do risco de doença cardiovascular pelo tempo de vida permite estratificar de forma
mais abrangente a carga de doença cardiovascular na população geral, no momento e no futuro, pois leva em conta o
risco de doença cardiovascular enquanto o indivíduo envelhece. Essa ferramenta pode auxiliar em políticas públicas
de saúde, permitindo projeções da carga de doença cardiovascular global na população. Esta diretriz recomenda o uso
do Risco pelo Tempo de Vida em indivíduos de riscos baixo e intermediário, a partir dos 45 anos.
Identificar o grau de recomendação do AAS e da sinvastatina na prevenção primária e secundária
AAS – moderado/alto – 100mg, PA < 140/90 – as vezes é necessário diminuir a dose para idosos (prevenção
secundária) – não há indicação como prevenção primária