Capítulo 5
O Regime Geral de
Previdência Social – RGPS
1. INTRODUÇÃO
Como já abordado no capítulo 2, item 4, a Constituição Federal de 1988 deter-
minou no seu art. 201 que a Previdência Social fosse organizada sob a forma de
regime geral.
Nesse caso, o art. 59 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT
– determinou que, in verbis:
“os projetos de lei relativos à organização da seguridade social e aos
planos de custeio e de benefício serão apresentados no prazo máximo
de seis meses da promulgação da Constituição ao Congresso Nacional,
que terá seis meses para apreciá-los”.
Nesse sentido, a União, responsável pelo sistema previdenciário, teve que
tomar as medidas necessárias para se adequar ao novo comando constitucional.
Veio, então, a Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991 e criou-se o Plano de Benefícios
da Previdência Social – PBS.
O Regime Geral de Previdência Social veio assegurar a cobertura das contin-
gências ou riscos sociais expressos no art. 1º da referida lei, exceto o desemprego
involuntário, quais sejam:
• Incapacidade temporária ou definitiva,
• Diminuição da capacidade laborativa,
• Idade avançada,
• Tempo de serviço ou de contribuição,
• Encargos familiares,
• Prisão ou morte, amparando nesses dois últimos casos, os dependentes
dos segurado.
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2. OS BENEFICIÁRIOS DO RGPS
Os sujeitos da relação previdenciária, no modelo em vigor, são o beneficiário
(sujeito ativo) e o Estado (sujeito passivo), atualmente representado pelo INSS,
tendo por objeto o benefício previdenciário (prestação de natureza continuada ou
instantânea).
No polo ativo da relação jurídico previdenciária está o beneficiário e, no polo
passivo, o Estado. O objeto da prestação previdenciária é representado pelos
benefícios e serviços concedidos pelo INSS.
RELAÇÃO PREVIDENCIÁRIA:
SS
oBjeto da IN
oBrigação
Beneficiários: (benefícios e
segurados e serviços)
dependentes I NS S
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2.3. Os dependentes
Os dependentes são as pessoas físicas cujo vínculo jurídico com o segurado
autoriza que a proteção previdenciária seja estendida de forma reflexa, quanto a
algumas das prestações pecuniárias indicadas na lei. Isso resulta numa vinculação
indireta ao RGPS.
Os dependentes estão divididos em três classes dispostas no art.16 da Lei nº
8.213/91 e no art. 16 do Decreto nº 3.048/99, que serão abordados em capítulo
próprio.
� QUADRO DOS BENEFICIÁRIOS:
• Empregado
• Empregado doméstico
Beneficiários Obrigatórios: • Trabalhador Avulso
Segurados • Contribuinte Individual
do Regime
Geral de • Especial
Previdência Facultativos –
Social
1ª Classe
Dependentes 2ª Classe –
3ª Classe
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Adriana de Almeida Menezes
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O Regime Geral de Previdência Social – RGPS
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dade civil. Enquanto a Constituição Federal dispôs que a seguridade social será
organizada mediante gestão quadripartite com representação dos empregadores,
dos trabalhadores e dos aposentados nos órgãos colegiados, o CNPS conta com a
representação de aposentados e pensionistas.
Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes são nomeados pelo Presi-
dente da República, tendo os representantes titulares da sociedade civil mandato
de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma única vez.
Os representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposentados, dos
empregadores e seus respectivos suplentes serão indicados pelas centrais sindicais
e confederações nacionais.
Aos membros do CNPS, enquanto representantes dos trabalhadores em ativi-
dade, titulares e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nome-
ação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo
ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de
processo judicial. As ausências ao trabalho desses representantes, decorrentes das
atividades do Conselho, serão abonadas, computando-se como jornada efetiva-
mente trabalhada para todos os fins e efeitos legais.
O Conselho Nacional da Previdência Social tem sua competência elencada no
art. 4º da Lei nº 8.213/91, a saber:
I – estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas apli-
cáveis à Previdência Social;
II – participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gestão previ-
denciária;
III – apreciar e aprovar os planos e programas da Previdência Social;
IV – apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da Previdência
Social, antes de sua consolidação na proposta orçamentária da Segu-
ridade Social;
V – acompanhar e apreciar, através de relatórios gerenciais por ele defi-
nidos, a execução dos planos, programas e orçamentos no âmbito da
Previdência Social;
VI – acompanhar a aplicação da legislação pertinente à Previdência
Social;
VII – apreciar a prestação de contas anual a ser remetida ao Tribunal
de Contas da União, podendo, se for necessário, contratar auditoria
externa;
VIII – estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos quais será
exigida a anuência prévia do Procurador-Geral ou do Presidente do INSS
para formalização de desistência ou transigência judiciais;
IX – elaborar e aprovar seu regimento interno.
O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, por convocação de seu
Presidente, não podendo ser adiada a reunião por mais de 15 (quinze) dias se
houver requerimento nesse sentido da maioria dos conselheiros. Poderá, ainda,
ser convocada reunião extraordinária por seu Presidente ou a requerimento de um
terço de seus membros, conforme dispuser o regimento interno do CNPS.
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