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YES ALTERNATIVO

LÍGIA REGINA LAQUINI MARQUES

AUTISMO INFANTIL

Cachoeiro de Itapemirim - ES

2014
LÍGIA REGINA LAQUINI MARQUES

AUTISMO INFANTIL

Monografia apresentada ao Yes Alternativo co-


mo requesito parcial para a obtenção do Título
de Especialista em Educação Especial e Inclusi-
va. Professora Orientadora: Giselda dos Santos
Alvaro.

Cachoeiro de Itapemirim - ES

2014
AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por ter conseguido mais essa


vitória em minha vida e aos meus familiares pelo
apoio que me deram durante minhas ausências
nessa trajetória de estudo.
“Falar sobre educação inclusiva é perceber o ser
humano existente em cada um, e amá-lo, inde-
pendente de sua deficiência. É uma busca de-
senfreada e fortalecimento pelo amor de se doar
e receber, sem pensar no dia seguinte, mas viver
o hoje com todo amor possível de ser vivido com
a força que vem do nosso senhor JESUS CRIS-
TO.”
RESUMO

A presente monografia aponta algumas teorias relacionadas ao Autismo e


proporciona esclarecimentos a respeito deste fenômeno que ocorre com alguns se-
res humanos. Os indivíduos que apresentam este quadro enfrentam grandes pro-
blemas sociais visto que, o relacionamento dos autistas e com as demais pessoas é
algo praticamente inexistente. Considerando tais fatos, refletem-se, por meio de
pesquisa bibliográfica, esclarecimentos a respeito das teorias e técnicas usadas no
processo educativo de crianças autistas, suas dificuldades linguísticas e sua inclu-
são no contexto escolar.

Palavras–chave: Autismo. Teorias. Educação. Linguagem. Inclusão.


ABSTRACT

This monograph points out some theories related to Autism and provides ex-
planations about this phenomenon that occurs with some humans. People who pre-
sent this situation face major social problems since the relationship among them and
with others is something virtually nonexistent. Considering these facts, through litera-
ture search, the theories and techniques used in the educational process of children
with autism, their language difficulties and their inclusion in the school context, are
presented.

Keywords: Autism, Theories, Education, Language, Inclusion


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 8

2 AUTISMO INFANTIL ............................................................................................ 11

3 DESENVOLVIMENTO ESCOLAR......................................................................... 15

3.1 Distúrbios da Linguagem e Comunicação ......................................................... 15

3.2 Educação .......................................................................................................... 16

3.3 Inclusão: a desbravar de um desafio ................................................................. 19

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 21

5 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 24

ANEXO ...................................................................................................................... 25
8

1 INTRODUÇÃO

A presente monografia tem como tema o Autismo Infantil e algumas das


teorias vinculadas a este distúrbio bem como, o desenvolvimento da criança autista
no âmbito educacional e o desafio da inclusão dessa criança dentro de uma
instituição escolar.

A origem do Autismo ainda é desconhecida. Existem teorias que atribuem


causas a fatores genéticos, problemas de pré ou pós-parto, perturbação precoce das
relações interpessoais e até uma combinação de fatores orgânico-afetivos. Por ser
um distúrbio de natureza congênita, ocasiona alteração, desde os primeiros meses
de vida, no desenvolvimento infantil. Tem como característica marcante o retrocesso
das relações interpessoais e diversas distúrbios de linguagem e dos movimentos.
Estes sintomas são percebidos principalmente entre os 06 e os 36 meses de idade.

De acordo com Lopes (1997) o termo autismo vem do grego. Para o autor há
uma perda entre o pessoal e o emocional que gera um problema sociabilidade. Ain-
da, segundo ele, a criança autista prefere isolamento e por vezes fica agressiva e
indiferente ao mundo exterior mais fica atenta a algum ruído que lhe chama a aten-
ção.

O Autismo de acordo com Rimland (1964) poder ser uma lesão da retina já
que, no autista, os estímulos não existem e é como se estivessem voltadas para seu
próprio mundo interno.

Dentro das teorias de Schopler (1965) e E. M. Ornitz e R. Ritvo (1976), seus


pensamentos divergem visto que, o primeiro autor acredita que os problemas de a-
justamento do autista estão ligados aos transtornos perceptivos dificultando distin-
guir objetos e os segundos autores, acreditam que a criança autista não tem capaci-
dade de sustentar as percepções contínuas que são percebidas como sendo sempre
as mesmas.

A partir de Kanner (1943) houve uma transformação do pensar em distúrbios,


pois até então todas as anomalias eram tidas como Esquizofrenia Infantil e Kanner
9

mudou esse conceito através de um estudo realizado com 11 crianças no qual foi
provado que existiam diversos tipos de anomalias e o distúrbio do Autismo é apenas
uma delas.

Segundo Ellis (1996) é muito grande a distância que existe entre o


comportamento de uma criança autista e sua aparência física, pois apesar de estar
sempre tendo um comportamento alienado, costumam ter uma aparência física
saudável e uma grande beleza.

Atualmente quase todos os pesquisadores sobre o tema Autismo reconhecem


nos autistas, que o conhecimento de suas funções cognitivas é fundamental para
seu desenvolvimento. Portanto para que ocorra o processo de desenvolvimento es-
colar, a criança autista requer acolhimento e carinho além de, se sentir inclusa nos
ambientes sociais.

Segundo Bagarollo (2005), “em nossas reflexões, partindo da ideia que o de-
senvolvimento ocorre na medida em que as crianças internalizam as relações soci-
ais”, dessa forma a brincadeira faz toda a diferença no processo de desenvolvimento
social da criança autista.

Como técnica de ensino, de acordo com Santos (2008), "No Brasil é muito uti-
lizado o método de ensino TEACCH, que foi desenvolvido no início de 1970 pelo Dr.
Eric Schopler e colaboradores, na Universidade da Carolina do Norte." Esta metodo-
logia de ensino tem a proposta de atender as crianças autistas na utilização de a-
bordagens e métodos acessíveis, portanto o referido é um parceiro do professor no
processo ensino aprendizagem do aluno.

Para Boralli (2007) é grande a falta de assistência prestada, pelo governo, às


crianças autistas e a seus familiares sendo que o apoio encontrado, geralmente vem
de associações especializadas.

A problemática da deficiência inclusiva tem sido repercutida em diversas soci-


edades ao longo da história da humanidade como uma questão abrangente dos as-
pectos culturais e sociais de um povo que difere nas aparências, estigmatizando o
“normal” e o “anormal”, marcando a vida de muitos portadores de anomalias, pois se
10

não houvesse o preconceito existente ou camuflado, poderia haver perspectivas po-


sitivas relacionadas ao potencial e a capacidade de autorrealização.

Este trabalho justifica-se por contribuir significativamente com o conhecimento


do autismo através de algumas teorias exposta, pois entender esse distúrbio facilita-
rá o acompanhamento da criança, a definição de uma prática pedagógica eficaz pa-
ra seu desenvolvimento cognitivo. Para tal, é necessário que a teoria e a prática ca-
minhem juntas.

Considerando-se o exposto optou-se pela técnica de pesquisa bibliográfica


para a abordagem do presente tema. Dessa forma foi possível constatar que, apesar
do grande número de profissionais, projetos e pesquisas já realizadas e em anda-
mento, muitos aspectos do autismo infantil ainda permanecem obscuros. É reconhe-
cido pelos especialistas que fatores emocionais e dinâmicos não podem ser respon-
sabilizados isoladamente no Autismo Infantil. Da mesma forma é reconhecido cada
vez mais nitidamente que os fatores biológicos estão frequentes, na sua grande
maioria para não falar em quase todos os casos de autismo.
11

2 AUTISMO INFANTIL

Segundo Lopes (1997) a palavra autismo vem do grego e é a ligação de duas


palavras: “autos” e “de si mesmo”. A palavra autista foi inserida na literatura psiquiá-
trica, em 1096, por Plouller que estudou a esquizofrenia precoce. Mas foi em 1911,
que Bleuler, propagou o termo autismo ao mencionar que a esquizofrenia denomi-
nava uma barreira existente entre o mundo exterior e as relações humanas.

O Autismo é uma anomalia que está relacionada a uma perda entre o pessoal
e o emocional que gera um sério problema de sociabilidade, agressividade e um
grande isolamento.. Nota-se que as crianças autistas se abstraem de carícias, pala-
vras e atenções dos adultos, se mantendo indiferentes a sons e palavras emitidos,
mais podem se atentar para o ruído de uma porta se abrindo ou de um barulho mais
forte, pois possuem hipersensibilidade ao toque e aos sons. Em discordância com a
apatia perto das pessoas, parecem fascinadas por objetos que giram. E ainda há
toda uma preocupação com o ambiente onde a criança está, para que permaneça
de forma inalterada, pois a criança autista não sabe como lidar com mudanças e es-
tá acostumada a seguir uma determinada rotina. Outro fato interessante é que passa
muito tempo jogando com objetos repetitivamente. Ainda há crianças autistas, capa-
zes de cantar trechos de músicas populares, repetir propagandas vistas na televisão
ou no computador, mais isso não consiste num ato de comunicação.

Através da história do autismo houve diversas teorias. No século XIX a esqui-


zofrenia Infantil era o termo usado para definir qualquer tipologia de síndromes e
crianças especiais. Em 1943, Kanner mudou esse conceito ao desenvolver um es-
tudo, relatando sobre onze crianças consideradas especiais das quais percebeu
muitas diferenças entre elas devido a vários tipos de distúrbios encontrados entre os
quais, a inabilidade nos relacionamentos com pessoas e objetos, falta de adaptação
a mudanças, não expressar emoções bem como, distúrbios graves no desenvolvi-
mento linguístico. Segundo Kanner:

Nós devemos, então, assumir que estas crianças tenham vindo ao mundo
com uma inabilidade inata de formar o usual, biologicamente determinado,
contato afetivo com outras pessoas, da mesma forma que outras crianças
12

vêm ao mundo com deficiências físicas ou intelectuais inatas.( KAN-


NER,1943, p. 250).

Numa das hipóteses sobre o Autismo, Rimland (1964) comenta que há uma
imensa similaridade entre as crianças autistas e as crianças vítimas de privação
sensorial sendo o Autismo, mais grave. O autor insinua a hipótese de uma lesão na
retina visto que, os estímulos externos são completamente inexistentes para as cri-
anças autistas, como se estivessem enclausuradas em si mesmas, mais afirma que
o Autismo é um distúrbio independente.

Schopler (1965) compara os problemas de ajustamento da criança autista a


uma disfunção causada por transtornos perceptivos que dificulta a distinção de obje-
tos vivos ou inertes. Quanto a E. M. Ornitz e R. Ritvo (1976) garantem que a criança
autista tem a inabilidade para sustentar as percepções contínuas que aparecem nos
estímulos do meio ambiente, e que são percebidas como sendo iguais a cada vez.

Ainda na década de 40, Kanner atentou para o fato de que os sintomas do au-
tismo poderiam constituir um distúrbio diferente da esquizofrenia infantil. Segundo
ele, o Autismo não é considerado um estado mental fixo, irreversível, mas o resulta-
do de um “processo psicótico autista” susceptível a ser modificado ao longo de seu
tratamento terapêutico, tendo sido constatado, uma melhoria clínica em crianças au-
tistas. Assim é de fundamental importância que ocorra uma parceria entre os profis-
sionais e a família, pois dependemos de atos educativos para conviver com as limi-
tações de cada individuo autista e propor ações de trabalho educacionais mais rápi-
das, já que uma rotina, o quanto antes adquirida, poderá facilitar sua integração com
o mundo no qual faz parte.

Entre as décadas de 50 e 60, Bettelheim teve o mesmo pensamento de Kan-


ner, porém de forma diferente: que o Autismo era causado pelo contato de pessoas
emocionalmente frias e desinteressadas além de mães indiferentes, tanto que de-
nominou sua pesquisa como “mãe-geladeira”. Dessa forma, o autista, raramente fa-
lava, seguia uma rotina, tinha comportamento repetitivo e em consequência, foi vin-
culado à esquizofrenia, mas a partir dos anos 70 essa teoria foi desfeita.

Quanto à atualização de transtornos mentais e comportamentais, definindo o


Autismo Infantil, foi publicada em 1993, pela Organização Mundial de Saúde a CID-
13

10 - (Classificação Internacional de Doenças) que “O Autismo é uma disfunção neu-


rológica de base orgânica, que afeta a sociabilidade, a linguagem, a capacidade lú-
dica e a comunicação”, portanto o autismo não é ocasionado por bloqueios ou ra-
zões emocionais, mas pode ser intensificado por elas. Essa definição foi aceita no
Brasil em 1996.

Vale ressaltar a disparidade que existe entre o comportamento dos autistas e


sua aparência física. Conforme Ellis (1996) apesar do comportamento estranho e
aparentemente alienado, os autistas são quase sempre indivíduos saudáveis, boni-
tos, fisicamente perfeitos e à primeira vista são confundidos com pessoas “normais”,
são geralmente sensíveis e às vezes bem carinhosos. Eles têm características co-
muns, mas peculiaridades bem diferentes uns dos outros, aliás como qualquer pes-
soa. Um bom exemplo é o livro de Collen Mc Cullough., “Tim”, lançado em 1974 e
vários filmes de sucesso mundial.

Os autistas necessitam coabitar em um espaço estruturado, propiciando a


previsibilidade diária. É necessário que respeite o seu ritmo e compreenda suas ne-
cessidades como ser humano, pois para eles, é difícil compreender o sentido das
coisas. Se entrarem em crise são agressivos, não é porque gostam de ser assim ou
porque querem punir as pessoas que os cercam. Na maioria das vezes, as condutas
alteradas são formas de enfrentar o mundo de acordo com sua necessidade especi-
al de perceber as coisas. Recomendam os especialistas, com unanimidade, que os
familiares e os profissionais que atuam com os autistas estejam atentos e sejam ob-
servadores para compreender o que muitas vezes eles demonstram ou querem dizer
com suas atitudes aparentemente estranhas.

Familiares e terapeutas precisam compreender e respeitar seus espaços e li-


mitações, dentre as quais a impossibilidade de lidar com as novidades que surgem
visto que, tudo que foge da sua rotina traz insegurança. Os responsáveis pelos au-
tistas sejam familiares ou terapeutas, não podem se esquecerem de que os autistas
são, acima de tudo, crianças, adolescentes ou adultos que precisam ser lhes pro-
porcionado diversão e tarefas compatíveis com cada fase. Se eles pudessem, com
certeza, pediriam que as pessoas que os cercam que os aceitassem como são, sem
exigência de que se modifiquem.
14

Apesar das crianças autistas não terem atraso significativo no seu desenvol-
vimento cognitivo é importante que receba educação o quanto antes para ajudá-la a
superar os problemas de comportamento que demonstra ter e para direcioná-la nos
interesses que manifesta bem como, nos seus estudos. Faz-se necessário um currí-
culo adaptado a ela, onde uma análise de comportamento bem como, de suas capa-
cidades cognitivas sejam avaliadas a fim de que, possa desenvolver todo seu poten-
cial.
15

3 DESENVOLVIMENTO ESCOLAR

3.1 Distúrbios da Linguagem e Comunicação

Uma das características do Distúrbio do Autismo é a presença de um desen-


volvimento anormal da comunicação e da interação da criança, o que leva a uma
diminuição de interesses nas atividades cotidianas.

Segundo Leboyer (1995) é através da linguagem que a criança interage social


e culturalmente, mais com o autista não acontece dessa forma, pois é justamente na
linguagem e comunicação que centraliza o maior bloqueio no autismo.

Não somente a aquisição da linguagem dos autistas é muito retardada,


mas,quando se desenvolve,caracteriza-se por anomalias muito especificas
e diferentes daquelas encontradas nas crianças que apresentam outros dis-
túrbios de linguagem (disfasias, retardos mentais, privações ambientais, ce-
gueira ou surdez). Cerca da metade dos autistas não falam nunca: eles não
emitem nenhum som ou resmungo. Quando a linguagem se desenvolve não
tem nenhum valor de comunicação e se caracteriza por uma ecolalia imedi-
ata e retardada ou pela repetição de frases estereotipadas, uma inversão
pronominal (utilização do pronome “tu” quando a significação é “eu”), uma
afasia nominal. E ainda, observamos uma modulação patológica da lingua-
gem: volume, altura do som, qualidade da voz, ritmo, entonação e inflexão
são alterados e produzem uma linguagem inexpressiva e desprovida de
emoção. (LEBOYER,1996, p.16).

Quanto às características de distúrbios linguísticos e de comunicação, a cri-


ança autista difere muito das outras crianças, pois seu desenvolvimento é lento e
pode-se destacar como características relacionadas: não dialogam e nem respon-
dem quando é perguntado algo sendo completamente alheio às palavras, tem lin-
guagem atrasada ou ausente, invertem pronomes, possuem ecolalia, fazem pergun-
tas repetitivas, não há planejamento e organização, não compreendem uma infor-
mação ou comando solicitados pelo professor, rejeitam as mudanças, tem movimen-
tos estereotipados, possuem pavor a barulhos altos, tem dificuldades em coordena-
ção motora entre outros. Dessa forma, todos esses distúrbios geram problemas so-
ciais e na escola, para essas crianças, pois não conseguem aprender nos métodos
tradicionais de ensino e precisam de um esquema de mediação específico e diferen-
ciado para cada uma.
16

Existem várias técnicas utilizadas para o desenvolvimento e adaptação do au-


tista à comunicação e expressão dentre as quais, cita-se o TEACCH – Treatment
and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children. Este
programa virtual utiliza diversos materiais visuais para aperfeiçoamento da lingua-
gem, do aprendizado e na atenuação comportamentais inadequadas visto que, a
criança autista tem dificuldades para compreender a linguagem abstrata além de um
déficit em sem expressar e necessitar de outra forma de comunicação.

O autista pode desenvolver comunicação verbal, integração social, alfabetiza-


ção e outras habilidades dependendo de seu grau de comprometimento e adequa-
ção do tratamento que, em geral, é feito por uma equipe das áreas de Fonoaudiolo-
gia, Psicologia, Educação Física, Musicoterapia, Psicopedagogia entre outras.

Outro fato importante é o estímulo realizado pelo professor com a criança au-
tista, utilizando de recompensas por um comportamento apropriado e dessa forma,
favorecer o reforçamento positivo do aluno. Também deve ser empregados elogios
para fortalecer esses comportamentos.

3.2 Educação

Ao falar em educação e reabilitação de portadores de síndromes, estag-


na-se no caminho da construção desse pensamento, pois ao referir-se à questão,
pensa-se em tratar-se de uma pessoa com necessidades especificas. Sendo a edu-
cação e reabilitação, ações pertinentes a outras pessoas visto que, o ser humano
não é imutável, portanto está sujeito a mudanças vinculadas ao seu intelecto e à sua
formação de hábitos.

Como argumenta Santos (2008) que a escola ao receber um aluno especial,


deve ter a responsabilidade de fazer um diagnóstico das características que poderão
influenciar no seu processo de aprendizagem, além de proporcionar acolhimento a
esta criança.

A escola recebe uma criança com dificuldades em se relacionar, seguir re-


gras sociais e se adaptar ao novo ambiente. Esse comportamento é logo
confundido com falta de educação e limite. E por falta de conhecimento, al-
17

guns profissionais da educação não sabem reconhecer e identificar as ca-


racterísticas de um autista, principalmente os de alto funcionamento, com
grau baixo de comprometimento. “Os profissionais da educação não são
preparados para lidar com crianças autistas e a escassez de bibliografias
apropriadas dificulta o acesso à informação na área.” (SANTOS, 2008, p. 9).

Ainda citando Santos (2008), fala que é preciso que o professor tenha uma
grande paciência e discernimento com o aluno autista para que, dessa forma ele
possa aprender. O aluno autista muitas vezes, por estar completamente alienado
não percebe um chamado ou tem dificuldade de entender certa lição. Este fato não
acontece por ser desinteressada mais pelo próprio distúrbio do autismo danifica a-
lém de retardar sua aprendizagem, dessa forma ela precisa de muito elogio, motiva-
ção e carinho para desenvolver sua inteligência.

É importante a continuidade do ensino para uma criança autista, para que


se torne menos dependente, mesmo que isto envolva várias tentativas, e
ela não consiga aprender. É preciso atender prontamente toda vez que a
criança autista solicitar e tentar o diálogo, a interação, Quando ocorrer de
chamar uma criança autista e ela não atender, é necessário ir até ela, pegar
sua mão e levá-la para fazer o que foi solicitado. Toda vez que a criança
conseguir realizar uma tarefa, ou falar uma palavra, ou enfim, mostrar pro-
gresso, é prudente reforçar com elogios. Quando se deseja que a criança
olhe para o professor, segura-se delicadamente o rosto dela, direcionando-o
para o rosto do professor. Pode-se falar com a criança, mesmo que seu o-
lhar esteja distante, tendo como meta um desenvolvimento de uma relação
baseada em controle, segurança, confiança e amor. (Santos, 2008, p.31 e
32).

De acordo com Lopes (1997), os profissionais da educação precisam suplan-


tar o estereótipo do profissional perfeito, precisam se educar e se reabilitar, buscan-
do para esse fim, uma formação continuada para seu aperfeiçoamento profissional.
Há necessidade que esse profissional da educação mude o jeito de ver e pensar a
vida nas situações do cotidiano escolar. É preciso que esse profissional desenvolva
planos específicos através de uma análise do aluno autista e com isso, possa avaliar
os pontos fracos e fortes de seu aprendizado podendo criar situações que promo-
vam o desenvolvimento do aluno e indo além, possa trabalhar a integração desse
aluno dentro da sala de aula.

Vale ressaltar que a família, muitas vezes, exclui a criança autista do contato
com outras pessoas e ou crianças, numa forma de superproteção familiar e com is-
so, a brincadeira se limita aos familiares. Constata-se que o ato de brincar chama a
atenção do autista fazendo que ela se interesse paulatinamente e consiga interagir
18

com outra criança e dessa forma, a brincadeira ocasiona, com o passar do tempo,
seu desenvolvimento social e sua inclusão. Conforme Bagarollo (2005):

(...) Em nossas reflexões, partindo da ideia que o desenvolvimento ocorre


na medida em que as crianças internalizam as relações sociais significa-
ções, os fazeres e saberes humanos e que a linguagem tem fundamental
importância nesse processo, tanto como mediadora como atividade estrutu-
rante da cognição, passamos a entender que todas as consequências do
autismo parecem estreitamente ligadas aos processos que interferem nas
formas de estas pessoas se relacionarem com os outros, comprometendo,
consequentemente, a internalizarão das interações e da linguagem, interpe-
lando, assim, a constituição das funções mentais tipicamente humanas. En-
tendemos que as peculiaridades de desenvolvimento apresentadas pelas
pessoas autistas estariam sendo ocasionadas pela dificuldade de elas se
relacionarem com os outros e os outros com elas. (BAGAROLLO, 2005,
p.136).

Nesse aspecto, o âmbito do brincar aparece como uma esfera social que re-
quer maior atenção por parte dos educadores e para o pensamento de uma prática
pedagógica focada na criança especial.

A educação inclusiva, como resultado de uma educação de qualidade, requer


das escolas comprometimento e novos posicionamentos em relação à conduta bem
como, uma exigência da qualificação do seu corpo docente e administrativo para
acolher o aluno especial, no caso o autista.

É preciso que se faça um trabalho com as famílias do futuro aluno portador de


autismo numa escola de ensino regular visto que, é muito difícil, pois ainda há a
questão do olhar e do preconceito. Também é interessante salientar que é essencial
aportar aspectos importantes na relação família, escola e a criança autista, visto que
a escola e a família procuram alcançar os mesmos objetivos. A escola precisa des-
sa relação com a família, para que unidas, possam compartilhar os aspectos que
abrange o autista, no que faz referência ao seu rendimento escolar, relacionamento
com educadores e colegas, comportamento, méritos e respeito às normas.

Ainda é interessante ressaltar que á importante uma sala apropriada para es-
tudos e professores preparados para trabalhar com crianças especiais bem como,
materiais específicos para que seu desenvolvimento possa acontecer de forma equi-
librada.

A construção de um Projeto Político Pedagógico que seja adequado a uma


instituição que atende crianças especiais requer atenção, pois deve ser reflexivo
19

quanto ao que se refere à inclusão bem como, perceber qual a metodologia de


ensino é mais adequada a cada criança, adaptar currículos visando a idade da
criança. Faz-se necessário que haja continuidade das ações, descentralização,
democratização do processo de tomada de decisões e um envolvimento de todos na
escola bem como os familiares dessas crianças.

De acordo com Boralli (2007) há uma grande dificuldade com relação aos
Portadores do Distúrbio do Autismo, pois falta assistência às crianças autistas e a
seus familiares e esse atendimento é realizado pelas associações de pais e amigos
dos autistas bem como das iniciativas privadas.

Já existem no Brasil várias instituições que apoiam os autistas e seus familia-


res. A primeira e mais conhecida é a Associação de Amigos do Autista (AMA), criada
em 1983 por pais de pessoas com autismo. Apesar de adotarem diretrizes diferentes
no tratamento nas crianças autistas, estas instituições concordam que a gravidade
do autismo oscila bastante visto que, as causas do autismo diferem em cada crian-
ça. Desta forma, o tratamento e o prognóstico variam de caso a caso.

3.3 Inclusão: a desbravar de um desafio

A Educação inclusiva, conforme a Declaração de Salamanca abrange a to-


dos, sem distinção, pois as escolas existem para produzir educação para todos visto
que, todos têm direito a ela. A Declaração de Salamanca é o documento mais
importante relacionado a educação inclusiva:

O princípio fundamental desta linha de ação é de que as escolas devem a-


colher todas as crianças, independentemente de suas condições, físicas, in-
telectuais, emocionais, linguística e outras. Devem acolher crianças com de-
ficiência ou bem dotadas, crianças que vivem nas ruas e que trabalham, cri-
anças de populações distantes ou nômades, crianças de minorias lingüísti-
cas étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavoreci-
das ou marginalizadas. A inserção de crianças autistas em sala do ensino
regular é primordial para interagirem com o exterior despertando sua socia-
lização junto à diversidade existente no ambiente escolar e dessa forma,
construir adaptações às novas realidades que vão surgindo. (UNESCO,
2003, p.17-18)
20

De fato o maior desafio da inclusão não é inserir alunos especiais numa sala
de aula mais, corroborar com a educação para que seja assegurado aos alunos uma
mudança em seu desenvolvimento cognitivo e pessoal bem como, atender suas ne-
cessidades educacionais especiais, fazendo-os sentir inclusos. Segundo Mantoan
(2001) a escola contemporânea não é para todas as pessoas:

“Até agora, os sistemas de ensino têm lidado com a questão por meio de
medidas facilitadoras, como cuidadores, professoras de reforço e salas de
aceleração, que não resolvem, muito menos atendem o desafio da inclusão.
Pois qualificar uma escola para receber todas as crianças implica medidas
de outra natureza, que visam reestruturar o ensino e suas práticas usuais e
excludentes. Na inclusão, não é a criança que se adapta à escola, mas a
escola que para recebê-la deve se transformar”. (MANTOAN, 2001, p.42).

Atualmente é frequente achar professores despreparados atuando em sala de


aula e pior, diretamente com um aluno especial. É necessário capacitações, forma-
ções junto a esses professores para que dessa forma, possam se sentir confiantes
no seu desempenho, enquanto profissional que lida com educação especial, evitan-
do insegurança ao trabalhar com essas crianças.

A educação inclusiva, como resultado de uma educação de qualidade, requer


das escolas comprometimento e novos posicionamentos em relação à conduta bem
como, uma exigência da qualificação do seu corpo docente e administrativo para
acolher o aluno especial, no caso o autista.

A inclusão tornou-se um desafio para a escola da atualidade e em contrapar-


tida melhorou a educação porque independente de deficiência, o “outro” se tornou
pessoa que tem seu espaço e direitos garantidos pela lei. Estar dentro sala de aula,
em meio de outros alunos pode construir seu conhecimento, interagir socialmente e
aumentar sua autoestima. Dessa forma considera-se que a educação inclusiva con-
tribui para a transformação de uma nova sociedade onde todos são aceitos e respei-
tados nas suas diferenças.
21

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desta monografia constatou-se o desenvolvimento e a necessidade


de se avançar no conhecimento que, apesar dos grandes avanços tecnológicos nos
estudos a respeito, ainda há muito a ser pesquisado sobre o Autismo no Brasil, es-
pecialmente na área biomédica. Mesmo porque ainda existem conceitos ultrapassa-
dos, teorias errôneas, preconceitos quanto ao que é “diferente”. Dessa forma se faz
necessária a evolução da ciência nesta área visto que, infelizmente é uma tarefa
quase impossível no Brasil porque a literatura disponível, na sua maioria, está em
outros idiomas.

Também é de fundamental importância, frente às novas tecnologias, que se


promova continuidade nas pesquisas sobre como a escola pode trabalhar com o au-
tista e promover o aprendizado desse aluno. Para tal, faz-se necessário a família e
escola trabalhem em parceria e atentas a modificação de comportamento visto que,
a criança tem dificuldade de suportar quaisquer mudanças.

Assim, toda contribuição no sentido de esclarecer o que é o Autismo dentro


de uma linguagem acessível e objetiva em âmbito nacional é sempre bem-vindo. É
necessário divulgar e informar, esclarecendo, pois é muito importante contribuir e
orientar a todos que se interessam pelo assunto.

Existem teóricos que preferem referir-se ao Autismo no plural, considerando


que cada caso deve ser tratado com exclusividade e que cada ser humano deve ser
respeitado nas suas limitações. Os leigos e as pessoas com menos conhecimento
sobre o assunto ainda estranham o fato de que os indivíduos com Autismo diferem
em sua anomalia. Estas pessoas ditas “normais” ignoram que cada ser humano tem
seu jeito de ser além de ter o direito de estar mudando a cada instante e ainda as-
sim, pertencerem todos a uma mesma espécie. Para tal, é de fundamental importân-
cia que o Autismo possa ser olhado sob uma ótica diferente, com mais respeito, a-
bertura de espaços e oportunidades visando proporcionar igualdade de condições,
dignidade e qualidade de vida para o "diferente". O Autista não é um obstáculo para
a sociedade, pois é viável que se torne um sujeito capaz de coabitar em sociedade e
22

crescer como qualquer outro sujeito que seja “normal” e algumas vezes, ainda se
superar.

O Autista precisa ter suas necessidades individuais atendidas para que pos-
sam se desenvolver num ambiente enriquecedor e estimulante onde tenham a capa-
cidade de desenvolver todo seu potencial cognitivo, emocional bem como, o social.

Ainda nos dias atuais existe a tendência internacional de excluir o termo “AU-
TISTA” do vocabulário de especialistas, substituindo-o por indivíduo ou pessoa com
autismo.

Ainda não há cura para o autismo. A criança autista pode ser tratada e de-
senvolver suas habilidades de uma forma mais intensiva do que outra criança que
não apresente o mesmo quadro clínico.

Vale ressaltar que, como em toda doença, carinho e amor são imprescindíveis
para que haja um estabelecimento de equilíbrio e uma melhoria no convívio da soci-
edade, que é excludente, para que dessa forma, se sintam aceitos e respeitados
dentro de suas limitações enquanto sujeito que sente, pensa e age.

Certamente é necessário criar uma cultura inclusiva no Brasil, que seja dire-
cionada a gestores e educadores das escolas públicas. A construção do Projeto
Político Pedagógico de uma escola deve abranger práticas pedagógicas de inclusão
dessas crianças especiais.

A Constituição Federal decreta que todos tem direito à educação mais sabe-
se que esta não é a realidade do ensino no Brasil já que há tão poucos alunos por-
tadores de autismo dentro de sala de aula comum do ensino regular. Percebe-se
que a educação inclusiva ainda encontra dificuldade de se fazer presente visto que a
política pública brasileira é uma política de exclusão.

As leis são aprovadas mais, em muitas escolas, continuam sendo apenas leis
impressas no papel já que teoricamente, não são implementadas. As leis existem
mais só terão peso somente quando forem colocadas em prática. Quanto à legisla-
ção vigente, no que diz respeito à educação especial e inclusiva, não têm sido satis-
fatória para ultrapassar o enorme descaso dessa sociedade excludente para com as
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pessoas com distúrbios e deficiência, pois falta muito para se alcançar o verdadeiro
sentido da palavra inclusão. Ainda há muita controvérsia sobre esse tema.

Portanto conclui-se que a criança autista precisa ser acolhida em qualquer


seguimento da sociedade e desta forma, se faz necessário, que esta inclusão seja
mais praticada, pois mesmo depois de décadas ainda há dificuldades de aceitação
do que é diferente.

Ainda vale ressaltar que é muito importante a publicação de trabalhos que vi-
sam o conhecimento do Autismo, algumas de suas teorias, os distúrbios linguísticos
ocasionado por essa anomalia bem como, o desafio que uma educação inclusiva
exerce sobre o autista e a sociedade.

De fato esta monografia não tem a pretensão de findar este complicado as-
sunto, mais sim, proporcionar o mínimo de conhecimento necessário a quem o tem
interesse de saber um pouco mais sobre Autismo Infantil.
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5 REFERÊNCIAS

1 BAGAROLLO, M. F. A Resignificação do Brincar das Crianças Autistas, Dis-


sertação (Mestrado em Educação), Faculdade de Ciências Humanas. Universi-
dade Metodista de Piracicaba – UNIMEP, 2005.

2 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação Internacional de Doen-


ças e de Problemas Relacionadas à Saúde. CID-10. 10ª Revisão. S. Paulo:
Editora Pioneira. 1993.
3 Curso: Autismo: das questões teóricas à prática. Coordenadora do Curso Eliana
Rodrigues Boralli - 2007.

4 ELLIS, Kathryn. Autismo. Rio de Janeiro: Revinter, 1996.

5 KANNER, L. Autistic disturbances of affective contact. Nervous Child, v. 2, n.


3, 1942-1943.

6 LEBOYER, Marion. Autismo Infantil: Fatos e modelos. 2. ed. São Paulo: Papi-
rus, 1996.

7 LOPES, Eliana Rodrigues Boralli. Autismo: trabalhando com a criança e com a


família. São Paulo: Edicon, 1997.

8 MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Caminhos Pedagógicos da Inclusão: como


estamos implementando a educação (de qualidade) para todos na escola brasi-
leira. São Paulo: Memnon, 2001.

9 ORNITZ, E. M. & RITVO, E. R. The syndrome of autism: A critical review. The


American Journal of Psychiatry, 1976.

10 RIMLAND, B. Infantile autism: the syndrome and its implications for a neural
theory of behavior. New York: Appleton-Century-Crofts, 1964.

11 SANTOS, Ana Maria Tarcitano. Autismo: um desafio na alfabetização e no con-


vívio escolar. São Paulo: CRDA, 2008.

12 SCHOPLER, E. Early infantile autism and receptor processes. Dans, Ar-


chives of General Psychiatrics, v. 13. 1965.

13 UNESCO. Declaração de Salamanca. São Paulo: Biblioteca Virtual de Direitos


Humanos/USP, 2003.
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ANEXO

CARTILHA: DIREITOS DAS PESSOAS COM AUTISMO

http://www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/repositorio/34/figuras/DireitosPessoasA
utismo_Leitura.pdf

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