PALAVRAS CHAVE: Jesus judeu; Jesus messias; Pregação farisaica; Cultura judaica.
ABSTRACT: We looked at the story difficult to accept the Jewishness of Jesus, son of Israel and
of Judaism itself. With the archaeological discoveries of the last century, we got more knowledge
about the way of life, customs and laws of biblical times. So we can have a better understanding
of who Jesus is. We propose here further analysis Jewish than Christian - based on the title.
Jesus is described as Jewish and integrated into their culture. Also we highlight the practice of
healing, regarded as an attribute of man which related directly to God. Also the preaching of
Jesus followed the Pharisaic style, both in its structure and in the way of teaching. We may not
say categorically, because there is no historical reference that the master was a Christian ‘prushim’,
but we can recognize the similarity in their practice and its proximity to the thought of Hillel. A
Pharisee or not, Jesus was a ‘darshan’, an interpreter of the Torah, and he had disciples, and also
taught wherever he went.
KEY WORDS: Jewish Jesus, Jesus Messiah; Preaching Pharisaic; Jewish Culture.
Há alguns anos percebia que entre religiosos e leigos católicos era comum
a difi em aceitar a condição judaica de Jesus. Ora, como poderiam ter
essa difi se a Bíblia apresenta a genealogia de Jesus e o coloca como
fi do povo de Israel? Na realidade nunca houve essa dúvida entre os cristãos,
mas não podemos esquecer que por séculos o cristianismo.....
Difi
Durante os anos da vida pública de Jesus, Yosef Bar Kayafa (Caifás) exercia
o sumo-sacerdócio, a presidência do Sanhedrim e a lideranças dos Saduceus. 13
Tibério César, sucessor de Júlio César, era o imperador de Roma. Valério Graco e
Pôncio Pilatos administravam a província romana da Síria e o território do atual
Estado de Israel (Judéia, Samária, Galiléia) e a Peréia.
Na infância e juventude:
Temos referências nos textos sobre eventos que confirmam que Jesus e
seus pais guardavam os costumes e preceitos judaicos. Por exemplo:
Fez o bar mitzvá – Jesus passou pela prova dos doutores – isto
é – mostrou estar preparado para assumir a maioridade judaica.
14 Jesus observava o mandamento das festas de peregrinação –
shalosh regalim - indo em peregrinação ao Templo três vezes ao
ano. (Mt 20;17 – Mc 10;32 – Lc 18;31– Jo 12;12)
Aconteceu de, quando o filho de Rabi Gamliel adoeceu, este enviou dois
dos seus discípulos a Rabi Hanina ben Dosa para que este rezasse. Quando os viu,
Rabi Hanina dirigiu-se ao quarto superior da casa e rezou. Quando desceu, disse-
lhes:
- Tu és um profeta?
Ele respondeu:
- Não sou profeta nem filho de profeta, mas tenho a minha bênção:
se a minha oração for fluente na minha boca, sei que o homem
doente será favorecido; se não, sei que a doença é fatal.
- Céus! Vocês nada tiraram nem acrescentaram, mas foi assim que
aconteceu. Foi nessa hora que a febre o deixou e ele pediu água
para beber. (B.Ber 34b)
As repreensões feitas pelos judeus a Jesus pelo fato dele curar no Sábado
estavam relacionadas com as diferentes correntes de interpretações sobre o que
era permitido ou não fazer no Sábado. Uma das correntes, mais rigorosa, defendia
que nada poderia ser realizado no dia de Sábado. Outra, mais flexível, ensinada
pela Casa de Hillel, julgava um dever a realização de trabalhos em favor da vida,
fosse ela humana ou animal9.
16 Rabi Meir, um dos sábios da Mishná, ensinava que o valor da vida é superior
ao valor do Sábado. E, não foi só ele a ensinar. Muitos outros orientavam para
que a observância do Sábado e das datas festivas não comprometessem o trato
com a vida. Aliás, a mensagem bíblica e a legislação hebraica são muito claras ao
defender o valor da vida, sobrepondo a toda Halachá(Lei).
Portanto, o que lemos nos evangelhos sobre Sábado e sua observância não
destoa do judaísmo farisaico (ensinado por Hillel) e, muito menos, do judaísmo
rabínico posterior à destruição do Templo.
A Pregação:
(Endnotes)
3 Kathleen Mary Kenyon, arqueóloga inglesa (1906-1978) destacou-se por suas pesquisas na
cultura do neolítico no Crescente Fértil e, também, por suas escavações em Jericó. Kathleen
Kenyon deu à arquelogia bíblica o cunho e seriedade científica, afastando-se da ideologia
religiosa que marcaram as pesquisas anteriores. A Arqueologia bíblica visava, antes de Kenyon
comprovar que as histórias da Bíblica eram cientificamente comprováveis.
4 Não temos nada que garanta ser Belém o local do nascimento de Jesus. Não há registros
históricos de um recenseamento exigido por ordem de Roma, nem mesmo uma lógica que
explique o dominador promover o deslocamento de pessoas a troco de um censo.
5 Afirmamos três vezes baseados na obrigação judaica de peregrinar a Jerusalém nas festas de
Pessach, Shavuot e Sukot.
6 O termo zelota ou zelote vem do hebraico kanai, que significa seguidor, zeloso – aquele que
zela pelo nome de Deus. Portanto, não podemos afirmar com segurança se o qualificativo
atribuído ao apóstolo Simão( Lc 6; 15 e At. 1; 13) referia-se a sua pertença ao grupo revoltoso
(de zelo nacionalista) ou se era considerado alguém de zelo religioso.
8 Vermes, Geza: Jesus, o Judeu, p. 84, Ed. Loyola, São Paulo, 1990.