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PROJETO DE LAJES PROTENDIDAS

ENGENHEIRO MAURICIO SGARBI

ENGENHEIRO FABIO ALBINO


1) MOTIVAÇÕES PARA UTILIZAÇÃO DE LAJES PROTENDIDAS
As razões e vantagens para utilização do Concreto Protendido em geral já são
abordadas densamente em diversos cursos, livros e publicações técnicas que tratam
do assunto. Para contextualizar com a abordagem específica dos pavimentos em
Lajes Protendidas, especialmente no contexto prático da tratativa com o contratante,
estas serão listadas a seguir.

1.1) VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO CONCRETO PROTEDIDO:

a) Eliminação ou limitação da fissuração no concreto: O concreto possui baixa


resistência à tensões de tração, sendo próxima a 10% da sua resistência a
compressão. Desta forma, sendo este limite de resistência a tração ultrapassado, a
peça fissura. Com a protensão, temos a introdução de solicitações axiais de
compressão e cargas verticais opostas às ações gravitacionais que eliminam ou
limitam as tensões de tração no concreto, sendo esse efeito análogo com relação
à fissuração. Desta forma a peça apresenta maior rigidez e menos suscetível às
ações de agentes agressivos.
b) Aplicação de contra-flecha: Com a introdução de um carregamento oposto às ações
gravitacionais, temos como resultado a introdução de uma deformada na estrutura
oposta àquela causada pelo carregamento à ser combatido.
c) Prova de carga na estrutura: Com aplicação da protensão o aço e o concreto são
submetidos a tensões em geral superiores àquelas que a estrutura será submetida
durante a sua vida útil.
d) Aplicação de aços com elevadas resistências: Como o aço é pré-tensionado antes
de reagir na estrutura de concreto, é possível aplicar uma deformação compatível
com uma elevada resistência, inviável se este mesmo aço fosse passivo, devido às
elevadas deformações que iriam ocorrer na estrutura.

Embora todos os aspectos citados sejam efetivamente representativos, no


âmbito específico do Projeto de Edifícios, a utilização do Concreto Protendido
(Lajes e Vigas) não é tão evidente como suas vantagens sugerem. Especialmente,
em situações aonde há resistência do contratante, seja cultural ou por receio da
inovação.

Neste contexto, há situações, derivadas ou similares aos aspectos já citados,


que são realmente determinantes para a utilização da protensão:
 Não atendimento aos Estados Limites da NBR 6118 (normalmente ELS-
DE/Deformações Excessivas) com sistemas estruturais em Concreto
Armado;
 Vãos regulares médios nas duas direções maiores que 8 metros. Mesmo
que nestas estruturas também seja viável a utilização do Concreto Armado, a
solução em Concreto Protendido tem grande probabilidade de ser mais
econômica. Além da vantagem econômica direta na comparação do custo-
benefício entre aços, devem ser consideradas outras vantagens que
representam economia direta ou indireta: eliminação de vigas, transições, menos
pilares, menos fundações etc..

2) DEFINIÇÃO DO SISTEMA ESTRUTURAL:


CONCRETO ARMADO X LAJES PROTENDIDAS
A escolha do sistema estrutural envolve diversos fatores em diferentes âmbitos.
Serão demostradas situações reais de projetos com a respectiva justificativa para a
escolha do sistema estrutural em Laje Protendida.

 ESTRUTURA 1 - SOLUÇÃO EM CONCRETO PROTENDIDO

Esta estrutura apresenta algumas condições que levaram a escolha da solução


em Lajes Protendidas já na concepção preliminar conforme citado a seguir:

 Balanços de 5 à 6 metros e vãos de até 10 metros nos pavimentos tipo seriam


necessários para eliminar grandes transições, além de outras que formam
inevitáveis. Trata-se de uma Arquitetura muito particular, que apresenta enorme
dificuldade de compatibilização entre os pavimentos tipo e garagens;

 Dimensão de aproximadamente 50 metros na maior direção em planta do


edifício. Normalmente o edifício seria dividido em duas lâminas para minimizar
efeitos de esforços normais de tração no plano do pavimento devidos a variação
de temperatura e retração. Porém, devido a diversos fatores desfavoráveis
associados à utilização da junta definitiva, busca-se dispensá-la. A protensão
do pavimento representa uma condição muito favorável para pavimentos
extensos não apresentarem a junta. As tensões de tração são equilibradas
pela pré-compressão aplicada pelos cabos protendidos;
 O construtor entendia que a eliminação de todas as vigas do projeto traria
enormes vantagens para a produtividade na forma e outras indiretas.

Forma Pavimento de Embasamento - Concreto Armado


Forma Pavimento Tipo – Concreto Protendido - Estrutura 1

Esta estrutura será utilizada no curso em situação oportuna para demonstração


do dimensionamento da protensão com a consideração dos esforços de retração.
 EXEMPLO 2- SOLUÇÃO EM CONCRETO PROTENDIDO:

Trata-se da estrutura que corresponderá ao


principal projeto base para o desenvolvimento
passo-a-passo de um projeto em Lajes
Protendidas no curso.
Os pilares apresentam vãos de mais de 8 metros e algumas condições particulares
de distribuição destes elementos estruturais. Como trata-se de um hotel, a existência de
vigas de fachada não é fundamental. Este fator, juntamente com a ordem de grandeza
dos vãos, favoreceria a utilização do Concreto protendido. Porém, o cliente ainda
solicitou a tentativa de viabilizar com uma solução em Concreto Armado, mas a
premissa era que o projeto também fosse em laje lisa.

Na localização do empreendimento, havia uma limitação de gabarito que se


traduzia em uma limitação no pé-direito, permitindo uma espessura máxima para a laje
de h=20cm. Ao longo do curso será demonstrado que a solução em Concreto Armado
não foi viável, optando-se pela solução em Lajes Protendidas.

É importante destacar a diferença em relação à estrutura anteriormente


exemplificada no que tange a escolha da solução com protensão. Na estrutura anterior
foi possível definir a solução através de uma avaliação conceitual. Neste caso, foi
necessário verificar a possibilidade da utilização do Concreto Armado, que foi
descartada por não atender verificações de Estados Limites, conforme será
demostrado na sequencia, com a ilustração de todos os elementos necessários que
compõe o projeto.

3) SEQUÊNCIA DO PROJETO EM LAJES PROTENDIDAS:


FLUXOGRAMA

Neste capítulo será abordado o fluxograma sugerido para um Projeto em Lajes


Protendidas. Será mostrado o passo-a-passo com todas as etapas de projeto, desde a
concepção até o detalhamento dos desenhos finais para a obra.
O desenvolvimento do projeto do curso será baseado neste fluxograma. Será
desenvolvido um projeto real em todas as etapas e serão utilizados outros projetos reais
e eventualmente alguns projetos-piloto mais “didáticos” para demonstração de conceitos
eventualmente necessários.

Fluxograma – Projeto de lajes protendidas


O fluxograma proposto tem por objetivo abranger as principais etapas do projeto em
Lajes Protendidas. Toda a sequência é contemplada, com interligação entre as etapas
e eventuais necessidades de retornos a fases anteriores.

4) DESENVOLVIMENTO DO PROJETO BASE

4.1) PROJETO DE ARQUITETURA

Trata-se de um edifício de um hotel, com Subsolo, Térreo, Garagem Elevada, 12


(doze) Pavimentos tipos, Pavimento técnico e Ático. Apenas os pavimentos Subsolo e
térreo não são protendidos.

Corte esquemático - Exemplo 3


No curso serão desenvolvidos os seguintes pavimentos:

 Tipo - COM ALVENARIAS;


 Garagem Elevada - SEM ALVENARIAS;

Os pavimentos apresentam a mesma projeção

4.2) CONCEPÇÃO: LANÇAMENTO DE PILARES

O lançamento de pilares na arquitetura do pavimento tipo é apresentado a seguir:

Arquitetura pavimento Tipo + Pilares

Forma dos Pavimentos Garagem Elevada e Tipo


Dois fatores direcionaram fortemente para a utilização da protensão:

a) Vãos com mais de 8 metros;


b) Dispensa de vigas de fachada pela arquitetura;

Seguindo a linha do fluxograma seria possível até adotar a solução com


Protensão e seguir para as próximas etapas. Entretanto, neste caso ainda foi necessário
verificar a possibilidade da solução em Concreto Armado em laje lisa com espessura de
20cm (limite).

4.2.1) VERIFICAÇÃO DA VIABILIDADE DA SOLUÇÃO EM CONCRETO ARMADO

Resumidamente uma estrutura deve apresentar conformidade em relação a


todos os estados limites de norma e seguir eventuais premissas consideradas
fundamentais pelo meio técnico. No caso de uma estrutura em Concreto Armado, a
definição e validação das formas do projeto, representativas do sistema estrutural
adotado, ocorre na grande maioria dos casos pelo atendimento aos Estados limites de
Serviço de Deformação Excessiva (ELS-DE).
Após iterações na busca da solução mais otimizada, atinge-se uma condição
ideal. A partir daí, outros estados limites de serviço também devem ser verificados. Os
estados limites últimos (ELU), cujo atendimento representa grande parte o
desenvolvimento do projeto, dificilmente apresentam alguma situação que indique uma
necessidade de mudança da solução estrutural. Algumas vigas podem ter sua seção
transversal retificada/redimensionada em casos localizados.
A seguir é apresentada a tabela com as Verificações de ELS-DE da NBR
6118/2014.
As verificações destacadas representam aquelas mais importantes e que são
efetivamente determinantes para validar as Formas dos Pavimentos:

a) Flecha após a execução (encunhamento) das alvenarias;


b) Flecha Final Total;
Para determinar a combinação linear para as verificações de flechas supracitadas,
é necessário obter os coeficientes de fluência correspondentes a cada condição.
Para a flecha após o encunhamento da alvenaria, os coeficientes variam de
acordo com o tempo decorrido entre o descimbramento da estrutura e o encunhamento
da alvenaria, que pode variar substancialmente. Não faz parte do escopo deste curso
esta abordagem. Para a obtenção de valores de flechas diferidas mais refinados
consultar a NBR 6118:2014 item “17.3.2.1.2. Cálculo de Flechas diferidas no tempo para
vigas de Concreto Armado”.
Serão adotados coeficientes obtidos de forma simplificada para uma condição
cronológica de projeto mais conservadora (suposição de encunhamento precoce).
Assim, seguem as duas combinações que serão utilizadas para a avaliação da estrutura
em concreto armado:

 COMBINAÇÃO PARA VERIFICAÇÃO APÓS O ENCUNHAMENTO DA


ALVENARIA:
δALV=1,3*PP+1*PERM+0,7*ACID

 COMBINAÇÃO PARA VERIFICAÇÃO DE FLECHA TOTAL

δtotal =2,3*PP+2*PERM+0,7*ACID

onde,

PP o peso próprio;

PERM as sobrecarga permanentes;

ACID as sobrecarga acidentais.

Pela ordem de grandeza dos vãos, a verificação já se faz com a espessura máxima
permitida para a laje (h=20cm).

A análise de flechas utilizou modelo bidimensional de analogia de grelha dos


Sistemas TQS, devidamente calibrado com parâmetros já consagrados. Serão
avaliados em paralelo os pavimentos tipo e Garagem Elevada (1º Teto):

 PAVIMENTO TIPO (ALVENARIAS):

PAVIMENTO TIPO - Flechas após execução da Alvenaria (δALV) –Concreto Armado


(cm)
Figura 7.5 - PAVIMENTO TIPO - Flechas Totais (δtotal) – Concreto Armado (cm)

É fácil concluir que as flechas após a construção (encunhamento) das alvenarias


são superiores aos limites de norma conforme demostrado a seguir:

Flecha Limite para Alvenaria: L/500 ou 10mm =>10mm (menor entre os dois valores)

Como δALV=1,78cm, a flecha total apresenta valores ligeiramente abaixo dos limites,
mas não é necessário verificar, uma vez que a flecha após a construção das alvenarias
já indica a não-conformidade para a estrutura.

NÃO PASSOU EM CONCRETO ARMADO!

 PAVIMENTO GARAGEM (SEM ALVENARIA):


PAVIMENTO GARAGEM- Flechas Totais (δtotal) – CONCRETO ARMADO (cm)

Flecha Limite Total : L/250

δtotal=1,78cm

NÃO PASSOU EM CONCRETO ARMADO!

Vale ressaltar que foi necessário proceder com análise não-linear no concreto
armado, com a consideração da fissuração. No concreto protendido foi possível a
análise linear, pois não temos fissuração para combinação frequente de ações (ELS-F).

4.2.2) SOLUÇÃO EM LAJES PROTENDIDAS

Conforme aferido anteriormente, a solução em Concreto Armado não atendeu


às verificações de ELS-DE (Deformações Excessivas). Desta forma, é necessário seguir
com a solução em lajes protendidas e suas respectivas etapas conforme o fluxograma
apresentado para os dois pavimentos (com e sem alvenaria).

A primeira etapa desta solução consiste em garantir o atendimento ao ELS-DE,


justamente aquele que apresentou não conformidade na solução em Concreto Armado.
Para tal, é necessário incluir um carregamento àqueles já mencionados na
solução em Concreto Armado (ações gravitacionais): as cargas equivalentes dos cabos
de protensão.

4.2.2.1) MÉTODOS PARA VERIFICAÇÃO DAS DEFORMAÇÕES EXCESSIVAS

Sabe-se que os parâmetros referentes ao mecanismo das estruturas, obtidos


através de modelos, são estimados. No caso dos esforços ou tensões para
dimensionamento os coeficientes de ponderação de ações e resistências tem por
objetivo contemplar esta variação entre o mecanismo desenvolvido pela estrutura e os
resultados dos modelos.

Para as avaliações dos Estados limites de serviço, também através de modelos


e metodologias estabelecidas, o objetivo é obter parâmetros buscando representar
aqueles verificados no mecanismo real da Estrutura. Para alguns destes, os resultados
podem ser comparados com medições na própria estrutura.

Estes parâmetros apresentarão variações similares àquelas verificadas para


esforços e tensões na comparação entre modelo de cálculo e estrutura real. Em
estruturas de Concreto Armado e Protendido, esta dificuldade de compatibilizar os
resultados do modelo com a estrutura real é maior do que em estruturas de outros
materiais: material sem isotropia, fissuração, heterogeneidade, compressão nas duas
direções etc...

Conclui-se que somente a própria estrutura apresenta seus parâmetros reais.


Qualquer modelo ou metodologia apresentará resultados diferentes. Porém, a
engenharia de estruturas deve buscar modelos com a melhor representatividade
possível para o mecanismo real da Estrutura.

Serão apresentadas duas opções conceituais para a obtenção das deformações


em Estruturas de Concreto Protendido conforme se segue.
Figura 7.7 – Estrutura Padrão

 ANÁLISE UNIFILAR - CARGAS EQUIVALENTES

Utiliza-se o conceito da superposição dos carregamentos provenientes das


ações gravitacionais com àqueles equivalentes a protensão. Esta superposição é
aplicada em um elemento unifilar, considerando-se para as ações gravitacionais e
protensão cargas compatíveis com esta condição de contorno geométrica.

Para elementos de vigas, a geometria já se apresenta compatível com a premissa


estabelecida. Porém, para estruturas de pavimentos, especificamente para o caso de
lajes protendidas, a simplificação mencionada tem as seguintes ressalvas:

 Não é contemplado o funcionamento bidirecional presente na placa (com


interação entre as duas direções);
 Ações não compatíveis com um carregamento uniforme por área, assumido e
transformado em carregamento linear para análise unifilar: Alvenarias nas duas
direções, traçados concentrados de cabos etc...
 Impossibilidade de contemplar adequadamente elementos de vigas em
concreto armado, aberturas, grandes desalinhamentos entre pilares e outras
condições incompatíveis com uma simplificação para análise unidimensional;
Pórticos Equivalentes

Figura 7.9 – Projeção dos cabos e cargas na laje

Uma consideração comum é uma simplificação ainda maior, assumindo-se uma


compatibilidade “perfeita” entre as cargas gravitacionais e equivalente da protensão
(traçados parabólicos). Neste caso, é possível assumir que a protensão equilibraria
diretamente uma parcela das cargas gravitacionais (permanentes) correspondentes,
anulando seus efeitos no elemento estrutural, inclusive deformação.
Figura 7.10 - Cargas equivalentes dos cabos protendidos

Este conceito é mais comumente utilizado para pré-dimensionamento. Os


traçados e forças/tensões dos cabos são estabelecidos para equilibrar usualmente de
60 à 80% das cargas permanentes.

 ANÁLISE BIDIRECIONAL - FORÇAS DE DESVIAÇÃO

Em estruturas de Concreto Armado, em praticamente todos os projetos


atualmente efetua-se a análise do pavimento discretizando seus elementos (vigas e
lajes) e obtendo a resposta para a estrutura através da compatibilidade de todos os
deslocamentos nos nós (método dos deslocamentos). As vigas são geralmente
discretizadas com elementos de barra e as lajes podem ser modeladas com elementos
de placa (MEF) ou barras (analogias de grelha).

Nesta metodologia os carregamentos podem ser inseridos com boa


compatibilidade com o modelo. Embora ainda seja observada na prática a consideração
das alvenarias como cargas uniformemente distribuídas por área, é possível lançá-las
como cargas lineares nos seus alinhamentos nas duas direções.

E considerando que a protensão pode ser representada por um conjunto de


cargas equivalentes, estas simplesmente entrarão no modelo como mais uma ação a
ser considerada, tal qual o peso próprio, cargas permanentes, acidentais, vento etc...A
única ressalva que diferencia as demais ações citadas da protensão consiste no fato de
esta representar um conjunto de cargas auto equilibradas, com equilíbrio global das
ações. Toda a metodologia de análise descrita anteriormente continua válida.

Como obter a flecha em um ponto qualquer como o ponto P, por


exemplo? Como se daria a compatibilidade de deslocamentos
(necessária)?
 MODELO BIDIMENSIONAL: FLECHA EM QUALQUER PONTO
COM ATENDIMENTO A COMPATIBILIDADE DE
DESLOCAMENTOS!

Para que as ações da protensão sejam consideradas de forma analítica, os


traçados dos cabos devem apresentar seus desenvolvimentos representados por
funções bem definidas, que possam ser representadas por equações. Diante da
dificuldade de generalização desta premissa, mostra-se a seguir uma síntese da
metodologia utilizada para tratar traçados com geometrias quaisquer em elevação.
Chamaremos as ações resultantes a serem aplicadas no modelo de forças de
desviação, denominação diferente daquela utilizada inicialmente no modelo unifilar
apenas para caracterizar uma diferença entre os dois métodos. O conceito é similar:
representação da protensão através de cargas equivalentes.

Cargas equivalentes obtidas em um traçado qualquer através das forças no cabo e


excentricidades em cada nó

Em uma comparação da análise bidirecional (com a simplificada sintetização da


faixa em um elemento unifilar), todas as ressalvas citadas para esta apresentam-se
resolvidas. Desta forma recomenda-se fortemente a utilização da análise bidirecional,
pela sua melhor representatividade do mecanismo da estrutura real pelo modelo
matemático, especialmente para situações de maior complexidade nas condições de
contorno.
4.2.2.2) VERIFICAÇÃO DO ELS-DE COM A INTRODUÇÃO DA PROTENSÃO

Voltando finalmente a estrutura cujo projeto está sendo desenvolvido no curso,


serão estimados inicialmente traçados através do pré-dimensionamento conforme
critérios configurados no programa TQS. Busca-se atender o ELS-D (descompressão)
para a combinação quase permanente. Esta verificação geralmente é a “dimensionante”
para atendimento da Protensão Limitada de acordo com as premissas da NBR
6118/2003.
É importante ressaltar que a revisão da norma em 2014 incluiu uma ressalva
permitindo o não-atendimento à esta verificação para este nível de protensão.
Basta agora atender o ELS-F (Formação de fissuras) na combinação frequente
para lajes protendidas. Este atendimento será a premissa para a determinação
dos traçados.
De acordo com a distribuição dos cabos nas duas direções definidas com as
RPUs (Regiões de Protensão uniforme) lançadas pelo usuário, é possível obter os
cabos iniciais conforme critérios supracitados.
Utilizou-se o traçado com cabos distribuídos em uma direção e concentrados na
outra. A seguir são demostrados os traçados dos cabos, correspondentes a um pré-
dimensionamento para atender à protensão limitada.

Traçado para protensão limitada


Tabela de cabos para protensão limitada

Este traçado atende aos dois pavimentos em análise para o ELS-F: Tipo com
Alvenaria e Garagem Elevada sem Alvenaria. As formas são iguais e a combinação
frequente para ambos também apresentou tensões praticamente iguais.

Para estruturas protendidas, inclui-se o carregamento “Protensão” (PROT) nas


combinações já demostradas:

 COMBINAÇÃO PARA VERIFICAÇÃO APÓS O ENCUNHAMENTO DA


ALVENARIA:

δALV=1,3*PP+1*PERM+0,7*ACID+1,3*PROT

 COMBINAÇÃO PARA VERIFICAÇÃO DE FLECHA TOTAL

δtotal=2,3*PP+2*PERM+0,7*ACID+2,5*PROT

Desta forma, considerando as combinações de ações já demostradas para as


duas principais verificações de ELS-DE, demostra-se a seguir os resultados para este
traçado.

 PAVIMENTO GARAGEM (SEM ALVENARIA):


Pavimento Garagem - Flechas Totais (δtotal) com Protensão (cm)

FLECHA TOTAL

𝐿 850
Limite: = = 3,40𝑐𝑚
250 250

δtotal=3,03cm<3,40cm =>OK

Os valores de flecha atendem ao limite recomentado.

 PAVIMENTO TIPO (COM ALVENARIA):


Figura 7.16 - PAVIMENTO TIPO - Flechas após execução da Alvenaria (δALV) – COM
PROTENSÃO (cm)

FLECHA APÓS A EXECUÇÃO DA ALVENARIA

Limite: 10𝑚𝑚

δALV=13,8mm

Utilizando os critérios adotados já mencionados, observa-se que as flechas


apresentam-se superiores aos limites para o atendimento aos ELS-DE para a
verificação das alvenarias.

Como a diferença para o limite de 10mm é relativamente e absolutamente


pequena, uma combinação com maior refinamento e consideração mais precisa do
tempo para encunhamento da alvenaria já poderia ser suficiente. Eventualmente,
associado a este procedimento, algum incremento de cabos poderá ser necessário.

Prosseguiremos com o Projeto completo do pavimento Garagem.

4.2.3. ANÁLISE DE TENSÕES


Esta etapa do projeto possui grande representatividade e importância em
estruturas protendidas.

Tratam-se de verificações que envolvem um dos principais objetivos da utilização


da protensão: eliminar ou limitar tensões de tração das ações externas.

4.2.3.1) Níveis de Protensão

A protensão apresenta-se classificada em níveis de acordo com a limitação às


tensões de tração. A seguir estes níveis são apresentados de acordo com a
classificação da NBR 6118:2014.

É importante destacar a exceção feita na revisão da NBR 6118 em 2014, para


as lajes lisas ou cogumelos para Protensão Limitada: é dispensando o atendimento ao
ELS-D para combinação quase-permanente. Trata-se de uma condição essencial para
a viabilidade de muitas estruturas em lajes protendidas, alinhando-se com a prática
internacional já consagrada.

4.2.3.2) Limitação das tensões de compressão (ELS-CE)

A verificação da compressão excessiva com a aplicação da Protensão é


fundamental no projeto destas estruturas.

Estabelece-se um limite para a intensidade da protensão, que tem por objetivo


introduzir um estado de tensões de compressão para combater as tensões de tração
devidas às ações externas conforme já mencionado anteriormente. Assim, tem-se mais
uma verificação: o atendimento ao Estado limite de Serviço de Compressão Excessiva
(ELS-CE).

Alinhada com sua definição, enquadrando-se como uma verificação de tensões


em serviço, o ELS-CE pode ser aferido considerando a peça no Estadio I, através de
análise linear e elástica. As tensões obtidas são comparadas com os limites pré-
estabelecidos, inclusive de tensões de tração na fibra oposta àquela submetida à
compressão. A seguir apresenta-se o trecho da norma NBR 6118 referente á esta
verificação:

Conforme exposto, esta verificação é considerada simplificada. Uma vez que os


limites de tensão estabelecidos para esta premissa sejam ultrapassados, é possível
proceder com a verificação mais precisa. Trata-se da verificação da Estrutura no Estado
limite último, conforme se procede usualmente no dimensionamento de elementos
submetidos à flexão simples ou composta. Neste caso a protensão é tratada como um
carregamento e os coeficientes de ponderação, que apresenta m valores diferenciados.

4.2.3.3) Obtenção dos valores das tensões: Estrutura Unifilar X Laje bidirecional

ESTRUTURA UNIFILAR

Em um elemento unifilar, como uma viga, a obtenção das tensões devidas a


protensão no elemento é relativamente direta e trivial. Utilizando o método das carga
equivalente, por exemplo, é possível admitir o carregamento correspondente a
protensão atuando em um único plano que contem o eixo do elemento estrutural.
Desta forma, esforços e tensões devidos à Protensão e às ações gravitacionais
se combinam diretamente pela superposição dos efeitos no elemento linear.

Elemento protendido

Tensões em elemento protendido

Desta forma, esforços e tensões devidos à Protensão e às ações gravitacionais


se combinam diretamente pela superposição dos efeitos no elemento linear.

LAJE BIDIRECIONAL

No caso de uma estrutura com condições de contorno tridimensionais


(Geometria+Carregamento), a protensão, através da distribuição dos cabos, pode
apresentar cargas equivalentes com diversas configurações. Os carregamentos se
configurarão de acordo com os traçados em elevação e em planta dos cabos, nas suas
respectivas projeções.

A mesma complexidade e variabilidade são observadas para os carregamentos


correspondentes às ações gravitacionais: cargas distribuídas (uniformemente ou não),
cargas lineares, cargas concentradas, momentos aplicados etc...
No caso de pavimentos protendidos, que se enquadram nesta condição, a forma
mais sugestiva de obtenção das tensões corresponde a proceder com a análise
estrutural considerando os respectivos carregamentos e a estrutura bidirecional, através
de analogia de grelha ou Elementos Finitos. Tratam-se dos mesmos procedimentos
fortemente recomendados para análise de um pavimento de Concreto Armado. A
protensão representa somente mais um caso de carregamento.

Porém, a análise de tensões não apresenta uma metodologia trivial para


pavimentos, conforme será abordado a seguir.

Em elementos lineares, as ações atuam no plano que contem o elemento


estrutural e os esforços se apresentam neste plano. A seção transversal para o cálculo
das tensões correspondente às estes esforços apresenta-se perfeitamente definida, e a
referida análise mostra-se direta.

E para os pavimentos protendidos, sendo estes representados no modelo


matemático por estruturas bidimensionais? As tensões poderão ser obtidas ponto a
ponto, nas duas direções. Mas seria esta a forma mais razoável para a análise? A seguir
é mostrado um traçados e os resultados para esforços em um pavimento considerando
a protensão como cargas equivalentes:

Projeção dos cabos


Momento fletor (tfm/m)

Podem ser observados elevados picos nos resultados, que não são
representativos para a análise de tensões. Da mesma forma que se procede para o
dimensionamento à flexão simples em lajes de Concreto Armado no ELU, para o mesmo
dimensionamento e análise de tensões em Pavimentos protendidos serão estabelecidas
faixas para as quais os esforços serão integrados, assumindo-se para estes um valor
único em cada seção. As tensões serão obtidas para cada esforço das faixas definidas,
considerando a seção transversal da faixa.

Assim como no Concreto Armado, a definição da extensão/largura destas faixas


para integração/homogeneização pode ser feita conforme definição do projetista. O bom
senso indica que em uma faixa deve haver a máxima uniformidade possível de esforços.
Uma grande variação indicaria a necessidade de subdividir a faixa. Este é o
procedimento para uma laje de Concreto Armado.

Considerando que a protensão representa mais um carregamento na estrutura


de Concreto Armado, nada mudaria neste conceito de divisão das faixas para análise
de tensões e homogeneização de esforços para verificação no ELU.

Porém, há um mecanismo na protensão que gera um efeito favorável para o


funcionamento do pavimento como placa bidirecional: a pré-compressão.

Desta forma, diversos trabalhos e com centenas de estudos experimentais


demostram que é possível utilizar uma homogeneização misturando em uma mesma
seção trechos sem a uniformidade que é exigida no Concreto Armado. Vale ressaltar
que este procedimento só pode ser utilizado quando temos a protensão nas duas
direções, com valores de pré-compressão mínima de 0,9 à 1MPa.

Com essas condições, independentemente do traçado se apresentar


concentrado ou distribuído na direção de análise, assume-se toda a “largura de
influência” do alinhamento dos apoios da laje (pilares) para análise, conforme ilustrado
na figura a seguir.

Faixas de cálculo na direção horizontal

Faixas de cálculo na direção vertical

Em situações de grande irregularidade na geometria dos pavimentos, grandes


aberturas, protensão em uma única direção, funcionamento misto com vigas de
Concreto Armado e outras condições de contorno análogas, recomenda-se não seguir
esta linha de uniformização, discretizando mais as faixas para análise analogamente ao
projeto usual em Concreto Armado.

MODELO UNIFILAR X BIDIMENSIONAL

Hiperestático – Modelo unifilar


Modelo Bidimensional - Momentos da faixa analisada
Forma para análise de conformidade

Momentos – Análise unifilar


Momentos – Análise bidimensional
Forma – Distribuição irregular de pilares

A forma acima representa trata de um caso sem uma distribuição regular de pilares nas
duas direções. Serão comparados resultados entre os diferentes métodos, abordando
situações notáveis, que representarão um excelente condicionante para a avaliação da
tratativa de cada um dos métodos.
RTEs e Distribuição de Cabos

A análise será no ponto indicado. Observa-se que este ponto encontra-se entre
duas faixas. Sabe-se que em uma estrutura contínua e monolítica todos os pontos
devem atender à compatibilidade de tensões, que devem estar representadas por um
campo contínuo (tal qual se verifica para as deformações).

Algumas conclusões já são intuitivas e constam na literatura técnica,


especialmente sobre a análise por pórtico equivalente para uma estrutura com uma
distribuição conforme esta. A seguir será demonstrada a análise pelo métodos
apresentados para aferir os resultados.
Tensões nas faixas

Observar que as tensões, que deveriam ser compatíveis, apresentam diferenças


significativas, inclusive com inversão de sinais.

Mostramos os dois pórticos lado a lado com os diagramas de momento fletor para casos
de carregamentos diversos, cujo valor também deveria ser compatível no ponto:
Momentos nas faixas – Análise unifilar

Na análise através das tensões (que incluem a protensão) e esforços para carga vertical,
torna-se evidente a descontinuidade no ponto analisado para a obtenção destes
parâmetros através dos o pórticos interno ou externo.

Desta forma, a análise que se adequa conceitualmente com a condição verificada é a


bidirecional com menor homogeneização. A seguir são mostrados os diagramas de
esforços para a região de análise.

Momentos nas faixas – Análise bidimensional


COMPARAÇÃO ENTRE O DIMENSIONAMENTO CONSIDERANDO A
UNIFORMIZAÇÃO DAS SEÇÕES COMO PROTENDIDAS E DIFERENCIANDO AS
REGIÕES FORA DA PROJEÇÃO DOS CABOS

Na homogeneização total, temos apenas um tipo de região. Esta será considerada na


análise e dimensionamento adotando-se esforços únicos em cada seção, que serão
obtidos pelo somatório ao longo da seção. Estes serão utilizados no dimensionamento
e as tensões correspondentes na análise de tensões. Observar que em uma mesma
seção, em geral com larguras da ordem de grandeza dos vãos, serão obtidos
parâmetros únicos (esforços e tensões).

No caso das regiões sem a homogeneização, fora da projeção dos traçados, são
tratadas separadamente das regiões contidas nestas projeções, com mecanismos
distintos de esforços e considerações para dimensionamento.

A seguir será apresentado um exemplo de uma estrutura com dimensionamento


elaborado pelas duas metodologias:

Forma para comparação de dimensionamento com e sem a largura ampliada com


homogeneização
Limitação da região protendida à projeção dos cabos
Figura 7.35 - Faixas com largura protendida ampliada além da projeção dos cabos
Para se utilizar o artifício da largura ampliada em relação à projeção dos

cabos faz-se necessário o atendimento a algumas condições:

i. Regularidade de distribuição de pilares;


ii. Cabos distribuídos em uma direção(espaçamentos máximos
atendidos);
iii. Pré-compressão mínima de 1 MPa;
iv. Protender primeiramente na direção de cabos distribuídos.

A seguir será comparada a armadura passiva da estrutura padrão apresentada,


para três casos: concreto protendido utilizando as RTEs de largura ampliada, concreto
protendido sem a largura ampliada fora da projeção dos cabos e concreto armado
convencional. Nota-se que esta estrutura atende plenamente aos três primeiros
requisitos e pode ser feita a solicitação da ordem construtiva para cumprimento da
quarta condição.

Armadura superior horizontal – CA


Armadura superior vertical - CA

Armadura inferior vertical - CA


Armadura inferior horizontal – CA
Armadura inferior horizontal – CP
Armadura superior horizontal – CP
Armadura inferior vertical – CP: Faixas ampliadas
Armadura superior vertical – CP: Faixas ampliadas
FLEXÃO COMPOSTA- FLEXÃO COMPOSTA-
PRÉ COMPRESSÃO PRÉ COMPRESSÃO

Armadura inferior vertical – CP: Faixas discretizadas


FLEXÃO COMPOSTA- FLEXÃO COMPOSTA-
PRÉ COMPRESSÃO PRÉ COMPRESSÃO

Armadura superior vertical – CP: Faixas discretizadas


Armadura ativa

Quantitativos de armadura passiva para CP


Nesta tabela o termo MTC refere-se ao modelo em concreto protendido com as
faixas discretizadas e o termo MTT refere-se ao modelo em concreto protendido com as
faixas ampliadas
Quantitativos de armadura ativa
Quantitativos de armadura passiva CA
Comparação entre quantitativos de armadura passiva

ARMADURAS PASSIVAS (kg)


POSITIVA NEGATIVA
TOTAL
DISTRIBUÍDA CONCENTRADA DISTRIBUÍDA CONCENTRADA
CP-AMPLIADA 492 540 438 895 2365
CP- DISCRETIZADA 492 1350 438 1900 4180
CA 2559 2822 3260 3636 12277

Comparação entre quantitativos de armadura ativa

ARMADURAS ATIVAS (kg)


DISTRIBUÍDA CONCENTRADA TOTAL
CP 1395 1058 2453
CA 0 0 0
Comparação entre quantitativos de armaduras totais

ARMADURAS (kg)
Passiva Ativa Total*
CP-AMPLIADA 2365 2453 7271
CP- DISCRETIZADA 4180 2453 9086
CA 12277 0 12277
* ( Ativa com ponderador x2)

Para o piso tipo da ‘estrutura exemplo’ foram avaliadas as condições para


utilização de uma maior homogeneização das RTEs da direção dos cabos distribuídos
utilizando a análise bidirecional:

i. Regularidade de distribuição de pilares; OK


ii. Cabos distribuídos em uma direção; OK
iii. Pré-compressão mínima de 1 MPa; OK
iv. Protender primeiro na direção de cabos distribuídos. OK

Tendo todas as condições atendidas, será dado prosseguimento utilizando a


consideração das RTEs com uma maior homogeneização.

4.2.3.4) Análise de tensões na Estrutura do Projeto

Na estrutura do projeto do curso, a premissa da homogeneização total para


os alinhamentos de pilares será adotada. Além deste procedimento, uma prática
comum de projeto é assumir pórticos para estes alinhamentos de pilares e, com alguns
ajustes, formar pórticos equivalentes. Conforme já citado anteriormente, estes pórticos
são independentes nas duas direções. No nosso projeto será adotada a análise
bidirecional através do método dos Elementos Finitos, mais especificamente utilizando
a analogia de grelha.

A seguir pode-se observar a divisão da estrutura nas faixas que serão analisadas
nas duas direções e os respectivos traçados dos cabos.
Região de tratamento de esforços (RTE) e Regiões de protensão uniforme (RPU) – Direção
Horizontal

Região de tratamento de esforços (RTE) e Regiões de protensão uniforme (RPU) – Direção


Vertical
Tensões nas fibras inferiores e superiores – RPU 1 (horizontal) – Combinação frequente

Tensões nas fibras inferiores e superiores – RPU 2 (horizontal) – Combinação frequente


Tensões nas fibras inferiores e superiores – RPU 3 (horizontal) – Combinação frequente

Tensões nas fibras inferiores e superiores – RPU 4 (horizontal) – Combinação


frequente
Tensões nas fibras inferiores e superiores – RPU 5 (horizontal) – Combinação frequente

Tensões nas fibras inferiores e superiores – RPU 6 (vertical) – Combinação frequente


Tensões nas fibras inferiores e superiores – RPU 7 (vertical) – Combinação frequente

Tensões nas fibras inferiores e superiores – RPU 8 (vertical) – Combinação frequente


Tensões nas fibras inferiores e superiores – RPU 9 (vertical) – Combinação frequente

Verifica-se o pleno atendimento às tensões limites na combinação frequente de


ações. Com maior ênfase ao atendimento às tensões de tração:

t,freq ≤ f𝑐𝑡,t

Verifica-se que a flecha final tota apresenta-se em conformidade com os limites


recomendados pela NBR6118:2014, conforme já demonstrado.

Em situações de projeto para as quais a verificação do ELS-DE se limita


basicamente à verificação da flecha total, verifica-se uma convergência maior entre os
traçados que atendem às tensões na combinação frequente e o atendimento a flecha.

4.3) ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS (ELU)

Assim como na estrutura de Concreto Armado, além das verificações dos ELS, é
fundamental garantir o atendimento aos ELU, garantindo o atendimento aos requisitos
de segurança conforme parâmetros das normas e demais regulamentações e
recomendações técnicas.

No caso específico de pavimentos em Lajes Protendidas temos duas verificações


principais no ELU para dimensionamento e detalhamento:
 Solicitações Normais- Dimensionamento da Armadura Passiva de flexão;
 Solicitações tangenciais- Dimensionamento à Punção (Cisalhamento);

4.3.1. ESTADO LIMITE ÚLTIMO- ARMADURA PASSIVA

4.3.1.1. Contextualização com breve revisão do conceito

O dimensionamento para solicitações normais em uma estrutura protendida,


considerando a protensão como carga, seria realizado com procedimento de
dimensionamento à flexão composta normal, com a definição da Armadura Passiva
complementar de forma interativa tal qual se faz com pilares.

As ações devidas ao carregamento externo seriam devidamente consideradas


com os seus coeficientes de ponderação, bem como os esforços da protensão. As
resistências também seriam consideradas com seus coeficientes de minoração.

Esta é uma das formas de dimensionar no ELU para solicitações normais.


Atualmente esta metodologia é largamente implementada em programas de
computador.

O meio técnico consagrou a utilização de uma metodologia baseada no mesmo


conceito do dimensionamento de seções de Concreto Armado na Flexão Simples.

Para tal, a protensão não é mais considerada através de carregamentos


equivalentes. Seu mecanismo é considerado como sendo parte dos esforços
resistentes, compondo o binário com a componente de tração que compõe, juntamente
com uma eventual Armadura passiva complementar para equilibrar os esforços
solicitantes.

Seja uma seção transversal de concreto com armaduras ativa (Ap) e passiva

(As), submetida à um momento fletor Md. A figura abaixo ilustra a seção com seus

respectivos diagramas de deformações, tensões e Forças resultantes no ELU, conforme

premissas da NBR 6118/2014.


Esforços e deformações

Desta forma, a protensão, especificamente para verificação do ELU, não estará


sendo considerada através de carregamentos equivalentes. Seu mecanismo é
considerado como sendo parte dos esforços resistentes através do pré-alongamento
(εpré). E esta consideração do pré-alongamento estará representando justamente o
isostático de protensão (M iso=P x e ), razão pela qual este não deve ser incluído quando
se utiliza esta metodologia para verificação no ELU.

4.4) ESTUDO DE CASO - PROJETO DO CURSO

Para o projeto do curso, se procederá com o dimensionamento de todas as


faixas. Serão obtidas e apresentadas as armaduras passivas complementares em todas
as seções para atender ao ELU (quando necessárias).

Em seguida serão obtidos os valores de armadura mínima, e comparados com


os valores obtidos para atender a ruptura, aonde prevalecerá o maior entre ambos.

4.4.1) CÁLCULO DAS ARMADURAS MÍNIMAS E PARA ATENDIMENTO AO ELU –


PROTENSÃO FINAL

4.4.1.1) Armadura Inferior

Segundo o item 17.3.5.2.1 da NBR6118:2014, “ a armadura mínima de tração,


em elementos estruturais armados ou protendidos deve ser determinada pelo
dimensionamento da seção a um momento fletor mínimo dado pela expressão a seguir,
respeitada a taxa mínima absoluta de 0,15%.”

𝑀𝑑, 𝑚í𝑛 = 0,8 × 𝑊0 × 𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝

Onde,
𝑊0 é o módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto, relativo à fibra
mais tracionada;

𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝 é a resistência característica superior do concreto à tração.

2
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝 = 1,3 × 0,3 × 403 = 4,35𝑀𝑃𝑎

100 × 203
𝑊0 = 12 = 6,67 × 103 𝑐𝑚3
20
2

𝑀𝑑, 𝑚í𝑛 = 0,8 × 6,67 × 10−3 × 4,35 × 102 = 2,23𝑡𝑓𝑚

Logo, a armadura mínima calculada pelo momento mínimo será:

ρmín = 0,149% ≅ 0,150% (taxa mínima absoluta)

No caso de lajes lisas ou lajes-cogumelo com armadura ativa não aderente, as


armaduras passivas positivas devem respeitar os valores mínimos prescritos na tabela
abaixo:

Tabela 7.7 – Valores mínimos para armaduras passivas aderentes (NBR6118:2014)


 Cálculo da Armadura Mínima Inferior Horizontal

ρs ≥ ρmín − 0,5 ρp ≥ 0,5ρmín

ρmín = 0,15%

0,5ρmín = 0,5 × 0,15 = 0,075%

Indicação dos feixes horizontais


 Feixe FH1

1,00 × 3 × 2
ρp = = 0,102%
294 × 20

ρmín − 0,5 ρs = 0,15 − 0,5 × 0,102 = 0,100%

Feixe FH2

1,00 × 5 × 2
ρp = = 0,072%
692 × 20

ρmín − 0,5 ρs = 0,15 − 0,5 × 0,072 = 0,114%

 Feixes FH3+FH4

1,00 × (3 × 2 + 2 × 2)
ρp = = 0,220%
226 × 20

ρmín − 0,5 ρs = 0,15 − 0,5 × 0,220 = 0,039%


 Feixe FH4

1,00 × 3 × 2
ρp = = 0,133%
226 × 20

ρmín − 0,5 ρs = 0,15 − 0,5 × 0,133 = 0,084%

 Feixe FH5

1,00 × 2 × 2
ρp = = 0,081%
246 × 20

ρmín − 0,5 ρs = 0,15 − 0,5 × 0,081 = 0,109%

Tabela 7.2 – Taxas de armadura mínima na direção horizontal


FEIXE 𝛒𝐦í𝐧 − 𝟎, 𝟓 𝛒𝐩 𝟎, 𝟓𝛒𝐦í𝐧 𝛒𝒔
FH1 0,100% 0,075% 0,100%
FH2 0,114% 0,075% 0,114%
FH3+FH4 0,039% 0,075% 0,075%
FH4 0,084% 0,075% 0,084%
FH5 0,109% 0,075% 0,109%

As,adot = 0,100% × 20cm × 100cm = 2,00cm² → ∅6,3c/15cm

A malha horizontal adotada será então igual a ∅6,3c/15cm.

 Comparativo de esforços por RPU e RTE:

Serão comparados esforços, tensões e armaduras passivas por meio da RPU e


da RTE.

 RPU 1

 Momento Fletor – Caso CTNM


Momento Fletor –– Caso CTNM - Análise pela RPU 1

Momento Fletor – Caso CTNM - Análise pela RTE 1

Tomando como exemplo para comparação o ponto de máximo momento


negativo (apoio P2):

- Pela RPU :

𝑀 = ∑(𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠) ∙ (𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑅𝑇𝐸) ∙ (𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎)

A média dos momentos é retirada graficamente e é representada pela linha


vermelha, conforme pode ser visto na Figura 4.23.

𝑀 = −2,36 ∙ 3,08 ∙ 100% = −7,3 𝑡𝑓𝑚

- Pela RTE:
𝑀 = −7,4 𝑡𝑓𝑚

 Tensão – Combinação Frequente

Legenda para análise de tensão pelas RPUs


Tensão – Combinação Frequente - Análise pela RPU 1

Tensão – Combinação Frequente - Análise pela RTE

Observa-se que os valores das tensões obtidas pela RPU e pela RTE são relativamente
próximos.

 Armadura – Caso CTNM


TQS Editor de Lajes Protendidas – Faixa FH1 – Armadura Passiva

Considerando que a largura equivalente da RTE no trecho em questão é igual a 3,14m:

As,comp = (2,4 − 2,0) × 3,14 = 1,26𝑐𝑚2 → 7 ∅ 5,0𝑚𝑚

Verificação pela RTE – Feixe FH1 – Armadura Passiva (cm²)

Observa-se que a armadura passiva inferior obtida através da RTE é muito


próxima da As,tot calculada:

As,RTE = 7,30𝑐𝑚2
As,calc = 1,26 + 2,0 × 3,14 = 7,54𝑐𝑚2

 RPUs 3 e 4
 Momento Fletor – Caso CTNM

Momento Fletor – Caso CTNM - Análise pela RPU 3

Momento Fletor – Caso CTNM - Análise pela RPU 4


Análise pela RTE – Edição Gráfica - Planta

Momento Fletor – Caso CTNM - Análise pela RTE

Tomando como exemplo para comparação o ponto de máximo momento


negativo (apoio P7):

- Pela RPU :

𝑀 = ∑(𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠) ∙ (𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑅𝑇𝐸) ∙ (𝑝𝑟𝑜𝑝𝑜𝑟çã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑓𝑜𝑟ç𝑜𝑠 𝑝/𝑅𝑃𝑈)

𝑀 = [(3,86) ∙ 2,26 ∙ 60%] + [(3,91) ∙ 2,26 ∙ 40%]

𝑀 = [−5,2] + [−3,5] = −8,7 𝑡𝑓𝑚


- Pela RTE:

𝑀 = −8,2 𝑡𝑓𝑚

A pequena diferença entre os valores ocorre devido à discretização da RTE, uma


vez que as divisões por seções não coincidem perfeitamente com as seções
representadas na RPU.

 Tensão – Combinação Frequente

Tensão – Combinação Frequente - Análise pela RPU 3


Tensão – Combinação Frequente - Análise pela RPU 4

Tensão – Combinação Frequente - Análise pela RTE

Comparando-se as tensões no vão compreendido entre os apoio P7 e P4A:

 Fibra superior

- Pela RPU 3:

𝜎𝑅𝑃𝑈 ≅ −27𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

- Pela RPU 4:
𝜎𝑅𝑃𝑈 ≅ −33𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

- Pela RTE:

𝜎𝑅𝑇𝐸 ≅ 31𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

 Fibra inferior

- Pela RPU 3:

𝜎𝑅𝑃𝑈 ≅ −23𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

- Pela RPU 4:

𝜎𝑅𝑃𝑈 ≅ −17𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

- Pela RTE:

𝜎𝑅𝑇𝐸 ≅ 19𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

Observa-se que, como a divisão de esforços entre as RPUs é exatamente


seguida pela quantidade de cabos com 7 cabos na RPU 3 e 3 cabos na RPU 4, sendo
utilizada uma divisão de esforços de respectivamente, 70% e 30% e com
excentricidades dos cabos praticamente idênticas na seção analisada, as tensões
obtidas através das RPUs e RTEs são muito próximas.

 Armadura – Caso CTNM

Armadura Passiva – Caso CTNM – Análise pela RPU 3


Armadura Passiva – Caso CTNM – Análise pela RPU 4

Verificação pela RTE – Feixes FH3+FH4 – Armadura Passiva (cm²)

Observa-se que a armadura passiva inferior obtida através da RTE é muito próxima da
As,RPU calculada:

As,RPU = As,base = (2,0) × 2,26 = 4,52 𝑚2

As,RTE = 4,50𝑚2
 Detalhamento:

Detalhamento da armadura passiva inferior horizontal (arm. complementar + base)

 Cálculo da Armadura Mínima Inferior Vertical

Indicação dos feixes horizontais e regiões de análise

ρs ≥ ρmín − 0,5 ρp ≥ 0,5ρmín

ρmín = 0,15%

0,5ρmín = 0,5 × 0,15 = 0,075%


 Feixe FV1 – Região RV1

1,00 × 4 × 2
ρp = = 0,286%
140 × 20

ρmín − 0,5 ρs = 0,15 − 0,5 × 0,286 = 0,007%

 Feixe FV2 – Região RV2

1,00 × 5 × 2
ρp = = 0,357%
140 × 20

ρmín − 0,5 ρs = 0,15 − 0,5 × 0,357 = −0,029%

 Feixe FV3 – Região RV3

1,00 × 6 × 2
ρp = = 0,375%
160 × 20

ρmín − 0,5 ρs = 0,15 − 0,5 × 0,375 = −0,038%

Tabela 7.8 – Taxas de armadura mínima na direção vertical

FAIXA 𝛒𝐦í𝐧 − 𝟎, 𝟓 𝛒𝐩 𝟎, 𝟓𝛒𝐦í𝐧 𝛒𝒔


FV1 0,007% 0,075% 0,075%
FV2 −0,029% 0,075% 0,075%
FV3 −0,038% 0,075% 0,075%

As,adot = 0,075% × 20cm × 100cm = 1,50cm²/m → ∅6,3c/20cm

 Comparativo de esforços por RPU e RTE:

 RPUs 8 e 9
 Momento Fletor – Caso CTNM

Momento Fletor – Caso CTNM - Análise pela RPU 8

Momento Fletor – Caso CTNM - Análise pela RPU 9


Momento Fletor – Caso CTNM - Análise pela RTE

Tomando como exemplo para comparação o ponto de máximo momento


negativo (apoio P6):

- Pela RPU :

𝑀 = ∑(𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠) ∙ (𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑅𝑇𝐸) ∙ (𝑝𝑟𝑜𝑝𝑜𝑟çã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑓𝑜𝑟ç𝑜𝑠 𝑝/𝑅𝑃𝑈)

𝑀𝑅𝑃𝑈 = [(−4,99) ∙ 4,30 ∙ 70%] + [(−5,10) ∙ 4,30 ∙ 30%]

𝑀𝑅𝑃𝑈 = [−15,02] + [−6,58] = −21,6 𝑡𝑓𝑚

- Pela RTE:

𝑀𝑅𝑇𝐸 = −21,7 𝑡𝑓𝑚


 Tensão – Combinação Frequente

Tensão – Combinação Frequente - Análise pela RPU 8

Tensão – Combinação Frequente - Análise pela RPU 9


Tensão – Combinação Frequente - Análise pela RTE

Comparando-se as tensões no vão compreendido entre os pilares P10 e P6:

 Fibra superior

- Pela RPU 8:

𝜎𝑅𝑃𝑈 ≅ −49𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

- Pela RPU 9:

𝜎𝑅𝑃𝑈 ≅ −47𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

- Pela RTE:

𝜎𝑅𝑇𝐸 ≅ 46,8𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

 Fibra inferior

- Pela RPU 8:

𝜎𝑅𝑃𝑈 ≅ 19𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

- Pela RPU 9:

𝜎𝑅𝑃𝑈 ≅ 14𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
- Pela RTE:

𝜎𝑅𝑇𝐸 ≅ 15,8𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

Neste caso, a divisão de esforços entre as RPUs não é exatamente seguida pela
quantidade de cabos. A RPU 8 possui um feixe de 4 cabos comum percentual de
divisão de esforços de 70% (se fosse exato, deveria ser 66,66%), enquanto a RPU 9
possui 2 feixes de cabos com um percentual de 30%. Nota-se que as excentricidades
dos cabos são praticamente idênticas na seção analisada.
Mesmo com percentual de esforços não sendo exato, os valores de tensões
obtidas através das RPUs e RTEs ainda se encontram próximos.

 Armadura – Caso CTNM

Armadura Passiva – Caso CTNM – Análise pela RPU 8


Armadura Passiva – Caso CTNM – Análise pela RPU 9

Verificação pela RTE – Feixes FH3+FH4 – Armadura Passiva (cm²)

Comparando-se os valores de armaduras passivas calculados no vão


compreendido entre os pilares P10 e P6 e considerando que a largura equivalente da
RTE no trecho em questão é igual a 4,30m:

As,RPU = (2,3 × 0,7 + 1,5 × 0,3) × 4,30 = 8,86𝑐𝑚2


As,RTE = 8,80𝑐𝑚2

Observa-se que os valores de armação passiva encontrados pela RPU e pela RTE
são relativamente muito próximos.

 Detalhamento

Detalhamento da armadura passiva inferior horizontal (arm. complementar + base)

7.4.1.2) Armadura Superior

 Cálculo da armadura mínima superior fora da região dos apoios:

ρs ≥ ρmín − 0,5 ρp ≥ 0,67ρmín

As,mín ≥ (ρmín − 0,5 ρp ) × 20 × 100 = (0,15% − 0,5 × 0,11%)𝑚á𝑥 × 20 = 1,90𝑐𝑚²/𝑚 → ∅ 6,3 c/16cm

0,15
As,mín = 0,67 × ρmín × bw × h = 0,67 × × 100 × 20 = 2,01cm²/m → ∅ 6,3 c/15cm
100

Logo, para regiões fora dos apoios, adotaremos uma armadura mínima igual a ∅ 6,3 c/15cm.

 Cálculo da armadura mínima superior horizontal na região dos apoios:


Nas regiões dos apoios, a armadura mínima deverá ser igual a:

As,mín = 0,00075 × L × h = 0,00075 × l × 20

onde

L maior dos vãos (em cm) que compreendem o pilar;

h altura da laje (em cm);

O comprimento mínimo da faixa de distribuição deverá ser igual a:

E = b + 2 × 1,5h ∴ sendo a, b = dimensões do pilar

Borda: a + 1/6 × L

Comprimento reto mínimo:

Centrais: a + 1/6 × L × 2

Dimensionamento e Detalhamento das armaduras mínimas superiores horizontais

L Ast a b As C
PILAR E (cm) AÇO
(cm) (cm²) (cm) (cm) (cm²/m) (cm)
P1 535 8,03 20 60 80 10,03 150 5 φ 16 C/20 C=150
P2 817 12,26 25 95 85 14,42 368 7 φ 16 C/12,5 C=370
P3 817 12,26 20 60 80 15,32 197 7 φ 16 C/12,5 C=200
P4 494 7,41 25 130 85 8,72 179 7 φ 12,5 C/12,5 C=210
P5 665 9,98 25 130 85 (160*) 11,74 352 16 φ 12,5 C/10 C=360
P6 665 9,98 25 150 85 11,74 372 9 φ 12,5 C/10 C=380
P4A 635 9,53 100 25 160 5,95 131 9 φ 12,5 C/20 C=150
P201(CA) 426 - 40 25 100 3,28 - φ 8 C/15 C=100
P202(CA) 426 - 40 25 100 3,28 - φ 8 C/15 C=100
P7 970 14,55 20 100 80 18,19 423 9 φ 16 C/10 C=430
PE1(CA) 539 - 20 85 80 10,11 - φ 8 C/15 C=180 (NA)
PE2 356 5,34 227 20 287 1,86 80 20 φ 6,3 C/15 C=120
P8 804 12,06 25 80 85 14,19 348 7 φ 16 C/12,5 C=360
P9 804 12,06 25 140 85 (190*) 14,19 408 16 φ 16 C/12,5 C=420
P10 601 9,02 25 80 85 10,61 181 5 φ 16 C/17,5 C=190
* Largura maior onde a armadura foi distribuída (à favor da segurança)

 Cálculo da armadura mínima superior horizontal na região dos apoios:

Nas regiões dos apoios, a armadura mínima deverá ser igual a:

As,mín = 0,00075 × L × h = 0,00075 × l × 20

onde
L maior dos vãos (em cm) que compreendem o pilar ;

h altura da laje (em cm)

O comprimento mínimo da faixa de distribuição deverá ser igual a:

E = a + 2 × 1,5h ∴ sendo a, b = dimensões do pilar

Borda: b + 1/6 × L

Comprimento reto mínimo:

Centrais: b + 1/6 × L × 2

Dimensionamento e Detalhamento das armaduras mínimas superiores verticais


Ast b As C
PILAR L(cm) a (cm) E (cm) ARMADURA
(cm²) (cm) (cm²/m) (cm)
P1 581 8,72 20 60 120 7,26 117 13 φ 10 C/10 C=120
P2 589 8,84 25 95 155 5,70 123 8 φ 12,5 C/20 C=230
P3 609 9,14 20 60 120 7,61 122 13 φ 10 C/10 C=130
P4 581 8,72 25 130 190 4,59 219 20 φ 8 C/10 C=220
P5 875 13,13 25 (100) 130 190 6,91 391 11 φ 12,5 C/17,5 C=400
P6 960 14,40 25 150 210 6,86 345 13 φ 12,5 C/17,5 C=350
P4A 612 9,18 100 25 85 10,80 304 5 φ 16 C/17,5 C=310
P201(CA) 547 8,21 40 25 85 9,65 132 φ 8 C/15 C=100
P202(CA) 358 5,37 40 25 85 6,32 100 φ 8 C/15 C=100
P7 321 4,82 20 100 160 3,01 74 11 φ 8 C/15 C=100
PE1(CA) 547 8,21 20 85 145 5,66 112 φ 8 C/15 C=100
PE2 600 9,00 227 20 80 11,25 327 φ 8 C/15 C=100
P8 630 9,45 25 80 140 6,75 130 9 φ 12,5 C/17,5 C=140
P9 960 14,40 25 (130) 140 200 7,20 290 21 φ 10 C/10 C=300
P10 870 13,05 25 80 140 9,32 170 12 φ 12,5 C/12,5 C=170

 Armadura passiva correspondente ao ELU (Estado Limite Último):

A armadura passiva calculada no editor de lajes protendidas para o caso de


carregamento CTNM (Combinação total não majorada), corresponde a uma verificação
quanto ao ELU à flexão da seção da RPU. Logo, calcula-se junto à armadura protendida,
uma armadura passiva, de modo a obter um momento resistente último superior ao
momento solicitante de cálculo, atendendo aos itens de segurança preconizados pela NBR
6118:2014.
Para o exemplo em questão, serão obtidas as armaduras passivas através do editor de
lajes protendidas. A armadura final será sempre a maior entre a correspondente ao ELU e
a armadura mínima.
A tabela abaixo mostra uma comparação entre essas duas armaduras. Percebe-se que
em determinados apoios, principalmente os centrais e os núcleos rígidos, a As,ELU
necessária é maior que a armadura mínima recomendada.

Comparativo entre as armaduras passivas horizontais mínimas e às correspondentes ao ELU

As, mín As, ELU As,tot


Pilar
(cm²) (cm²) (cm²)
P1 8,72 0,29 8,72
P2 8,84 0,61 8,84
P3 9,14 0,32 9,14
P4 8,72 0,69 8,72
P5A 13,13 7,60 13,13
P6 14,4 0,69 14,40
P4A 9,18 0,69 9,18
P7 4,82 1,58 4,82
PE1 8,21 0,23 8,21
PE2 9 31,69 31,69
P8 9,45 6,80 9,45
P9A 14,4 10,95 14,40
P10 13,05 0,25 13,05

Comparativo entre as armaduras passivas verticais mínimas e às correspondentes ao ELU

As, mín As, ELU As,tot


Pilar
(cm²) (cm²) (cm²)
P1 8,72 0,30 8,72
P2 8,84 0,68 8,84
P3 9,14 0,43 9,14
P4 8,72 0,30 8,72
P5A 13,13 19,67 19,67
P6 14,4 15,91 15,91
P4A 9,18 0,32 9,18
P8 9,45 0,58 9,45
P9A 14,4 8,30 14,40
P10 13,05 0,43 13,05

4.4.2) QUANTITATIVOS

A seguir serão demonstrados os quantitativos das armaduras passivas das lajes, destas
não estão contempladas as armaduras de fretagem, ancoragem, contra colapso
progressivo e contra punção. Também não estão incluídos nos quantitativos as armaduras
das vigas e pilares.
Armadura inferior horizontal

Armadura inferior vertical


Armadura superior horizontal

Armadura superior vertical


Tabela 7.13 – Quantitativos de armaduras passivas inferiores

Tabela 7.14 – Quantitativos de armaduras passivas superiores

A seguir será apresentado o quantitativo de armadura ativa.


Quantitativos de armaduras ativas

Resumidamente teremos:

Quantitativos totais de armaduras

Armadura (kg)
Passiva
Inferior Superior Ativa Total*
Horizontal Vertical Horizontal Vertical
546 458 500 444 933 3814
* ( Ativa com ponderador x2)
Taxas de armaduras

Taxa (kg/m²)
Passiva Ativa Total*
7,01 3,36 13,72
* ( Ativa com ponderador x2)

5) ESTABILIDADE GLOBAL DA ESTRUTURA E A CONSIDERAÇÃO DA


LAJE

Percebe-se que a rigidez a flexão das lajes é essencial para a estabilidade


global do edifício. Para ilustrar essa condição são demonstrados os parâmetros de
estabilidade global com e sem a consideração das lajes na estrutura de
contraventamento:

Tabela 8.1 – Parâmetro de estabilidade Gama Z – (com a laje)

Tabela 8.2 – Parâmetro de estabilidade Gama Z – (sem a laje)

Observa-se que, para estrutura em análise, a laje participa de forma efetiva da


rigidez global do edifício. Essa participação se mostra bem clara se forem comparados
os parâmetros de estabilidade Gama Z do edifício nos modelos IV e VI.
No modelo IV, onde não há consideração da laje para o contraventamento da
estrutura, os esforços de 2° ordem globais deverão ser obtidos pelo processo P-delta,
uma vez que o parâmetro gama Z é maior que 1,3.
Utilizando o modelo VI, obtém-se valores de gama Z inferiores a 1,3. A
consideração simplificada dos efeitos de 2ª ordem globais é feita apenas multiplicando-
se os esforços devido ao carregamento horizontal pelo valor do Gama Z.
As ligações entre a laje e os pilares são fundamentais para a estabilidade da
estrutura. A seguir serão apresentados os momentos fletores e tensões nas barras de
grelha nesta ligação para o caso particular do P5, com esforços de vento e carga
vertical, utilizando modelo VI.
Momento Fletor - Modelo VI – Análise com e sem vento
Tensões na Combinação Frequente - Modelo VI – Análise com e sem vento
Os esforços de vento deverão ser contemplados no dimensionamento
da armadura passiva, quando necessário, no ELU. A seguir será apresentado o
dimensionamento com e sem a consideração dos esforços de vento.

Armadura Passiva - Modelo VI – Análise com e sem vento

Observa-se uma diferença no dimensionamento da armadura passiva em torno de 10%


superior com a consideração dos esforços de vento na laje.

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