Manual de formação
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MANUAL DE FORMAÇÃO
DESIGNAÇÃO DO CURSO UFCD 3274 P RIMEIROS SOCORROS - TIPOS DE ACIDENTES E FORMAS DE ATUAÇÃO
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Ficha Técnica:
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Enquadramento
Introdução geral
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Índice Geral
Enquadramento..........................................................................................................................3
Introdução geral..........................................................................................................................3
Objectivos Gerais do Manual......................................................................................................6
Desenvolvimento........................................................................................................................7
2.1. Objectivos gerais do módulo...............................................................................................7
2.2. Objectivos específicos..........................................................................................................7
2.3. Tipos de Acidentes...............................................................................................................8
2.4. Acidentes de pele – formas de actuação...........................................................................28
2.4.1. Feridas.............................................................................................................................28
2.4.2. Picadas............................................................................................................................33
2.4.3. Queimaduras...................................................................................................................35
2.5. Acidentes do esqueleto – formas de actuação..................................................................40
2.5.1. Entorse............................................................................................................................40
2.5.2. Luxação...........................................................................................................................41
2.5.3. Fractura...........................................................................................................................41
2.6. Acidentes digestivos – formas de actuação.......................................................................44
2.6.1. Indigestão........................................................................................................................45
2.6.2. Obstipação......................................................................................................................48
2.6.3. Intoxicação......................................................................................................................51
2.6.4. Envenenamento..............................................................................................................52
2.7. Acidentes circulatórios – formas de actuação...................................................................53
2.7.1. Hemorragias....................................................................................................................53
2.7.2. Síncope............................................................................................................................61
2.7.3. Golpe de ar: geral ou de frio...........................................................................................64
2.8. Acidentes respiratórios – formas de actuação...................................................................66
2.8.1. Dificuldades respiratórias...............................................................................................66
2.8.2. Asfixia..............................................................................................................................70
2.9. Prevenção de contaminação..............................................................................................74
2.9.1. Microbiana e Parasitária.................................................................................................74
2.9.2. Viral.................................................................................................................................75
2.10. Atitudes e primeiros cuidados face a situações específicas............................................76
2.10.1. Etílica.............................................................................................................................76
2.10.2. Epiléptica.......................................................................................................................77
2.10.3. Convulsiva.....................................................................................................................79
2.10.4. Emergências psicológicas..............................................................................................81
2.11. Outros tipos de acidentes – formas de actuação e prevenção........................................82
2.11.1. Técnicas de imobilização...............................................................................................82
2.12. Mala de primeiros socorros e medicamentos.................................................................84
2.12.1. Organização da mala de primeiros socorros.................................................................84
2.12.2. Medicamentos..............................................................................................................85
2.12.2.1. Localização, organização e segurança........................................................................86
2.12.2.2. Conservação, prescrição e eliminação.......................................................................86
2.12.2.3. Emprego abusivo.......................................................................................................87
2.13. Resumo............................................................................................................................87
Fim do Manual..........................................................................................................................88
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O presente manual pretende ser um documento de apoio durante e após a formação, para
análise e consulta pelos formandos.
O manual baseia-se em informação recolhida e analisada na bibliografia sobre a matéria, mas
também procura centrar-se na experiência de diversos profissionais.
A sua leitura integral é, naturalmente, um conselho pela sequência dos conteúdos, mas a sua
segmentação em capítulos permite uma consulta selectiva.
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Desenvolvimento
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Ao longo deste capítulo, ir-se-á abordar procedimentos e instruções básicas sobre como
actuar em caso de emergência.
Quando nos deparamos perante um sinistrado, é nosso dever ético e moral prestar
assistência. A palavra “assistência”, significa que deve evitar agravar o acidente (aqui,
acidente será qualquer situação em que tenha sido comprometida a integridade física da
pessoa), assinalando o local caso isso ainda não tenha sido feito e alertar os socorros. De
igual modo, deve auxiliar as vítimas sem colocar a sua própria vida em perigo.
Porém, nem todos os acidentes são rodoviários. Nunca hesite em chamar socorros
especializados se a gravidade o exigir.
Se for o primeiro a chegar ao local onde se encontra uma pessoa com lesão grave, é
necessário tomar controlo da situação e dirigir ajudantes adicionais até que chegue a
assistência especializada.
Para que a sua actuação seja eficiente deve permanecer calmo, e concentrar-se no que tem a
fazer. Quando mais cedo for iniciado um primeiro socorro eficaz, maior a probabilidade de
obter resultados positivos. A situação mais urgente ocorre quando uma pessoa deixa de
respirar e o coração pára de bater. Esta emergência sobrepõe-se a tudo – a qualquer outro
tipo de lesão. Iremos definir o que são os primeiros socorros.
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Este conjunto de acções destina-se a ser aplicado o mais rapidamente possível, e tem um
carácter limitado e temporário. Quem prestou o primeiro socorro deve aplicar correctamente
todos os seus conhecimentos de modo a preparar e facilitar a continuidade das suas acções
por outros técnicos especializados.
Quando estamos perante uma vítima, existem certos procedimentos que devem ser
tomados, os Princípios Básicos do Socorro, para que a nossa prestação de socorro seja
eficiente.
As situações de primeiro socorro variam muito, mas existem quatro passo que todos
devemos seguir. Eles ajudam a avaliar de uma forma correcta a situação e prestar socorro
adequado sem esquecer nenhum dos pontos principais.
1- Garantir a segurança
2- Examinar a vítima
3- Dar o alerta
1- GARANTIR A SEGURANÇA
O primeiro passo a ser garantido é assegurar-se das condições de segurança. Tente perceber
o que aconteceu, avalie a situação e verifique a existência de perigos (por exemplo: trânsito,
incêndio, electricidade, …).
Jamais coloque a sua própria segurança em risco. Só deve aproximar-se de uma vítima se o
puder fazer sem perigo. Se possível, tente garantir a segurança da vítima e de quaisquer
outras pessoas envolvidas.
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Se não houver segurança e não puder prestar assistência sem se colocar em risco, alerte de
imediato os serviços de emergência. Aguarde a uma distância de segurança a chegada da
ajuda especializada.
Acidente Rodoviário
Cumpra o código da estrada em todas as situações, pois indica-lhe o que deve fazer
legalmente quando há um acidente na via pública. Quando se aproximar de um acidente,
reduza a velocidade sem travar bruscamente, estacione o carro num local seguro, na berma
ou à beira da estrada. Coloque o colete reflector, utilize os sinais de aviso (por exemplo o
triângulo de sinalização) para alertar os automobilistas que se aproximam do local do
acidente. Nunca tente atravessar uma auto-estrada a pé. Fique atento a cabos eléctricos no
solo e assegure-se que ninguém lhes toca. Evite incêndios desligando a ignição de todos os
veículos envolvidos no acidente, nem permita que ninguém fume perto do local.
Incêndios em Residências
Tente avisar todas as pessoas envolvidas sem arriscar a sua própria segurança. Nunca entre
numa casa em chamas. Afaste-se e mantenha-se a uma distância de segurança. Se o edifício
onde se encontra está em chamas, saia imediatamente. Ajude os outros a evacuar o edifício,
desde que em segurança.
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Calcule que todos os cabos eléctricos e electrodomésticos têm corrente eléctrica até que se
mostre que está desligada. Não toque numa vítima enquanto esta está em contacto com
uma fonte de corrente eléctrica. Lembre-se de que os líquidos e objectos em contacto com a
vítima também conduzem electricidade. Desligue a corrente eléctrica.
Se tal não for possível, deve isolar-se do solo, calcando material não condutor (por exemplo
lista telefónica). Dessa forma, poderá usar um objecto não condutor e afastar a vítima da
fonte de energia.
A regra é não mover a vítima do local. Só deve mover-se uma vítima se estiver exposta a
perigo incontrolável, se a estabilidade da situação não puder ser assegurada e se puder agir
sem risco para si próprio. Só aí, mova-a para um local próximo que seja seguro.
Se a vítima estiver consciente, explique-lhe o que vai fazer e peça-lhe a sua colaboração.
Tente apoiar-lhe a coluna cervical e evite torcer-lhe a cabeça, pescoço e corpo durante os
procedimentos de evacuação. Use a técnica correctamente, apesar de a prioridade ser uma
remoção rápida.
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Tente proteger a vítima do frio ou calor, mas mova-a somente se permaneceu muito tempo
exposta ao frio, correndo o risco de entrar em hipotermia. Cubra a vítima com um casaco ou
cobertor para a proteger do frio, podendo igualmente usar um cobertor/lençol térmico.
Para a proteger do calor, improvise uma sombra, ou com um casaco, cobertor ou guarda-
chuva, ou então colocar-se sentado ou de pé junto da vítima.
Vamos agora abordar alguns temas relacionados com o próprio socorrista, que todos
devemos ter em atenção:
Stress na Emergência
É normal que sinta ansiedade se de repente necessitar de prestar primeiros socorros numa
emergência real. Tente controlar as suas emoções antes de prosseguir. Aguarde um pouco
para se distanciar da situação e recuperar a calma. Não actue com demasiada precipitação e
nunca coloque a sua própria segurança em risco, em circunstância alguma.
Socorro Psicológico
Prevenir infecções
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Quando lida com feridas, deve minimizar o risco de infecção entre você e a vítima. Certifique-
se que não entra em contacto com o sangue ou com outros fluídos corporais da vítima. Se
possível, lave as mãos com sabonete líquido e água antes e depois de prestar Primeiros
Socorros.
Utilize luvas descartáveis, se existirem. Em alternativa, pode usar um saco de plástico para
proteger as mãos. Tenha cuidado durante o manuseamento de objectos cortantes e
descarte-os de forma segura. Os socorristas correm pouco risco de infecção durante uma
manobra de insuflação boca-a-boca. São raros os casos de socorristas que tenham ficado
doentes após uma tentativa de reanimação de uma vítima.
Nem sempre é fácil lidar emocionalmente com um evento traumático. Não é raro que os
socorristas sintam dificuldade em controlar as suas emoções, depois de um acto de socorro.
Fale com os seus amigos, familiares e colegas. Se depois disso algo ainda o aflige, deve falar
com um profissional.
2- EXAMINAR A VÍTIMA
Apresente-se e explique-lhe o que fazer, com isso conseguirá a confiança da vítima. Verifique
o seu estado, sobretudo se está consciente e se ventila normalmente.
3- DAR O ALERTA
Informe inequivocamente:
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Se suspeita que as lesões da vítima não foram acidentais, relate às equipas de socorro.
Tente fazê-lo de uma forma calma e controlada. Siga os Quatro Passos do Socorro, para que a
sua assistência seja eficaz.
- Pedir ajuda (fazendo-o nós mesmos ou enviando outra pessoa responsável para
pedir assistência especializada, enquanto se presta auxílio à vítima;
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Exame do Sinistrado
Exame Primário
- Perguntar-lhe em voz alta: “Está a ouvir? Está a sentir-se bem? Sabe onde está? Como se
chama? Que dia é hoje? Que horas são?”
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Colocar a face junto do nariz e boca da vítima e, fazendo uso dos sentidos da visão, audição e
tacto, e aplicar a sigla VOS (Ver, Ouvir e Sentir) para se detectar os movimentos ventilatórios,
durante 10 segundos e da seguinte forma:
No caso de a ventilação estar presente, o socorrista deve avaliar a sua frequência, amplitude
e ritmo.
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Se verificar que a vítima não responde, mas ventila e tem pulsação, coloque-a em posição
lateral de segurança (PLS) e inicie o exame secundário.
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Exame Secundário
1- Observação da face
Pele:
Pupilas:
2- Observação do corpo
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Socorros de Urgência
Asfixia
Afogamento
Ferimentos
Queimaduras
Paragem Cardiorespiratória
Reanimação Cárdio-Respiratória
Quando encontramos uma pessoa inconsciente, sem esquecer os Quatro Passos Importantes
do Socorro, temos de verificar se se encontra em Paragem Cárdio-Respiratória. Nestes casos,
os procedimentos de actuação compreendem os seguintes elementos:
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Estes procedimentos têm a designação de Suporte Básico de Vida, tendo como objectivo
manter a ventilação e a circulação adequadas, até chegarem os meios de ajuda especializada.
Para que tenha sucesso, é de extrema importância que seja aplicado o mais precocemente
possível e de forma eficaz.
Assim que o coração deixa de bater, o sangue deixa de circular pelo corpo, e como
consequência, o oxigénio não é levado aos órgãos vitais. O cérebro é muito susceptível a esta
falta, pelo que se estiver privado de sangue oxigenado por mais do que uns minutos, as
células cerebrais começam a morrer. Se a vítima está em Paragem Cárdio-Respiratória, é
importante iniciar as manobras de Suporte Básico de Vida assim que possível.
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Execute o VOS;
Executar 2 insuflações;
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Após estabelecer o local correcto, deve colocar as 2 mãos sobrepostas com os dedos
entrelaçados em cima do externo e com os braços bem esticados executar 30 compressões,
com o objectivo de comprimir o coração (profundidade de entre 4 a 5 cm).
Preferencialmente, deve usar uma “Pocket Mask”, máscara que se utiliza em Suporte Básico
de Vida e que evita o contacto entre a boca do socorrista e a da vítima.
Não tente executar mais de duas insuflações de cada vez, antes de regressar às compressões
torácicas.
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2.4.1. Feridas
As lesões da pele podem-se dividir essencialmente em dois grupos: lesões fechadas e lesões
abertas.
As lesões fechadas são lesões internas em que a pele se mantém intacta e normalmente
estão associadas a uma hemorragia interna. Como exemplos temos: Hematoma e Equimose.
As lesões abertas surgem quando a integridade da pele foi atingida. Pode originar infeções e
perda de sangue que normalmente está associada. Como exemplos temos: Escoriação,
Laceração, Avulsão, Amputação e Feridas penetrantes ou perfurantes.
Escoriação: é uma lesão superficial da pele com uma pequena hemorragia e dolorosa; que
não apresenta gravidade e é normalmente causada por abrasão;
Laceração: Lesão da pele originada normalmente por objetos afiados, podendo apresentar
uma forma regular ou irregular. Pode, no entanto, ser profunda e atingir vasos sanguíneos de
grande calibre.
Feridas penetrantes ou perfurantes: A este tipo de lesões, estão associadas outras, como
hemorragias internas e lesões de órgãos internos.
Colocação de um penso
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No entanto, numa situação de emergência, isso não invalida que sejam respeitadas as
técnicas necessárias à sua correta execução.
Para uma correta colocação de um penso é necessário seguir um procedimento, que assenta
nos seguintes pontos:
I. Avaliação da ferida;
I. Avaliação da ferida:
Ferida é uma ruptura provocada na pele, seja ela uma simples picada de um alfinete, um
corte por uma lâmina, uma facada, um tiro ou uma dentada, podendo ser superficial ou
profunda e atingir pequena ou grande extensão.
• Superficiais:
• Profundas:
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Deve ter-se sempre o mesmo cuidado com qualquer ferida, pois as eventuais
complicações são sempre possíveis:
Infecção
Hemorragia
Choque
Lesões de nervos e tendões
Lesões de órgãos internos
Contaminação – doença (ex: tétano e raiva)
A escolha dos materiais que se utilizam na realização de um penso não deve ter como
finalidade o tratamento.
Deverá ter em conta que as soluções desinfetantes podem resultar num novo traumatismo
para a ferida.
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Os movimentos de limpeza de uma ferida deverão ser dirigidos do centro para a periferia
impedindo o arrastamento de detritos dos tecidos circundantes para a ferida. Ou seja, a
limpeza da ferida deverá ser feita da zona mais limpa para a mais conspurcada.
• Sejam descartáveis;
• Estejam esterilizados;
Como fazer?
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3. Lavar, do centro para os bordos da ferida, com água e sabão, solução de clorhexidina,
por ex. Hibiscrub, ou similar, utilizando compressas.
4. Secar a ferida com uma compressa através de pequenos toques, para não destruir
qualquer coágulo de sangue.
Depois de limpa:
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É uma situação grave que necessita transporte urgente para o Hospital principalmente se
houver hemorragia.
• Fazer compressão directa em locais onde haja suspeita de fracturas ou de corpos estranhos
encravados, ou junto das articulações.
• Tentar tratar uma ferida mais grave, extensa ou profunda, com tecidos esmagados ou
infectados, ou que contenha corpos estranhos.
2.4.2. Picadas
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2.4.3. Mordeduras
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2.4.4. Queimaduras
Lesões da pele resultantes do contacto com o calor, agentes químicos ou radiações. Podem,
em alguns casos, ser profundas, atingindo músculos ou mesmo estruturas ósseas.
• 1º Grau
São as menos graves, envolvendo apenas a superfície exterior da pele (epiderme).
Caracterizam-se pela pele quente, vermelha, sensível e dolorosa.
• 2º Grau
Envolvem a primeira e segunda camadas da pele, respectivamente epiderme e derme.
Caracterizam-se pela pele com bolhas (flictenas) e é muito dolorosa.
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• 3º Grau
Existe destruição de toda a espessura da pele (epiderme e derme) e dos tecidos subjacentes.
Caracterizam-se pela pele acastanhada ou negra.
Os perigos de uma queimadura são a infeção e a dor. Atuação é condicionada a este dois
fatores!
• Queimaduras eléctricas
A electricidade queima, não só no ponto de contacto (entrada no corpo), mas também no
trajecto e no local de saída.
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Cuidados de emergência
Logicamente, o primeiro passo na actuação será afastar a vítima do agente que provocou a
queimadura.
• Aliviar a dor;
• Prevenir a infecção.
O que fazer?
4- Após arrefecer a queimadura, aplique um penso húmido (por exemplo, uma compressa ou
pano limpo);
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Nas queimaduras dos dedos, das axilas, etc., sempre que duas zonas da pele estejam em
contacto, devem colocar-se pensos a separá-las para impedir que adiram.
Choque elétrico, geralmente causado por altas descargas, é sempre grave, podendo causar
distúrbios na circulação sanguínea e, em casos extremos, levar à Paragem Cárdio-
Respiratória.
• Não se deve tocar nunca na pessoa, senão poderemos ser nós também
eletrocutados.
• Num choque elétrico leve, não haverá muitos problemas, a não ser uma pequena dor
e/ou queimadura no ponto de entrada da corrente no corpo da vítima.
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• Em caso de choque grave, verifique de imediato (após se ter certificado que é seguro
tocar na vítima) se as funções vitais da vítima se mantêm ativas.
• Caso isso não suceda ligue de imediato ao 112 e inicie as manobras de Reanimação
Cárdio-Respiratória.
O pior choque é aquele que se origina quando uma corrente elétrica entra pela mão da
pessoa e sai pela outra. Nesse caso, atravessando o tórax, a corrente tem grande hipóteses
de afetar o coração e a respiração.
Primeiros Passos:
• Se tiver que usar as mãos para remover uma pessoa, envolva-as em jornal, um saco
de papel.
• Empurre a vítima para longe da fonte de eletricidade com um objeto seco, não-
condutor de corrente, como um cabo de vassoura, tábua, corda seca, cadeira de
madeira ou bastão de borracha.
Tempo após o
choque p/ Chances de
iniciar reanimação
respiração da vítima
artificial
1 minuto 95 %
2 minutos 90 %
3 minutos 75 %
4 minutos 50 %
5 minutos 25 %
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6 minutos 1%
8 minutos 0,5 %
2.5. Acidentes do esqueleto – formas de actuação
2.5.1. Entorse
A entorse é uma lesão nos tecidos moles que rodeiam as articulações e pode traduzir-se
numa rutura ou numa distensão que ocorre nos tendões que ligam as extremidades ósseas.
Na entorse não ocorre deslocação óssea.
– Origem: grande esforço ou uma posição falseada.
– A imobilidade deve-se às fortes dores.
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2.5.2. Luxação
A luxação é uma lesão onde as extremidades ósseas que formam uma articulação ficam
deslocadas, permanecendo desalinhadas e sem contacto entre si. O desencaixe de um osso
da articulação (luxação) pode ser causado por uma pressão intensa, que deixará o osso numa
posição anormal, ou também por uma violenta contracção muscular. Com isto, poderá haver
uma ruptura dos ligamentos.
Os sinais e sintomas mais comuns de uma luxação são: dor intensa, deformidade grosseira
no local da lesão e a impossibilidade de movimentação.
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2.5.3. Fractura
• Classificação
• Fraturas fechadas
Sinais e sintomas
Existem diversos sinais e sintomas que podem levar-nos a suspeitar da existência de uma
fratura.
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• Exposição dos topos ósseos, no caso da fratura exposta, não deixa dúvidas em relação
à existência da mesma;
• No caso de fraturas abertas, lavar a zona com recurso a soro fisiológico antes de
imobilizar;
• Se o osso parece partido, mas não está a perfurar a pele, é necessário imobilizar a
zona antes de movimentar a pessoa.
• Não meter para dentro, numa fratura exposta, as partes dos ossos que estejam
visíveis.
Imobilizações
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• No caso de a fratura ocorrer numa zona articular, não forçar o alinhamento. Se necessário,
imobilizá-lo na posição em que este se encontra.
• Quando improvisadas, podem ser feitas com barras de metal ou varas de madeira.
• boca,
• faringe, esófago,
• estômago,
• intestino delgado,
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A função deste aparelho é transferir as moléculas orgânicas, água e sais minerais que
constituem a alimentação para o meio interno do organismo, de modo a que os átomos e
moléculas que os constituem possam ser distribuídos pelas células através do sistema
circulatório.
O maior responsável pela eliminação dos resíduos é, no corpo humano, o aparelho renal,
enquanto que as fezes são, maioritariamente, constituídas por materiais não digeridos e por
bactérias que residem no tubo digestivo, isto é, por materiais que nunca penetram, de facto,
no corpo humano.
2.6.1. Indigestão
Termo comum para designar um problema conhecido em termos médicos como Dispepsia.
Caracteriza- se por:
“Indigestão é uma criação de Deus para impor uma certa moralidade ao estômago”.
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Na maioria dos casos, a indigestão está relacionada ao estilo de vida ou aos hábitos
alimentares inadequados.
Causas
- Álcool;
- Tabaco;
A “tacofagia” também está entre as principais causas de indigestão. Este fenômeno refere-se
às pessoas que comem muito rápido, sem ter tempo de mastigar os alimentos.
• úlceras do estômago;
• úlceras duodenais;
• Cancro gástrico.
A ansiedade pode provocar dispepsia (possivelmente porque uma pessoa ansiosa tende a
suspirar ou a inspirar e engolir ar, o que pode provocar distensão gástrica ou intestinal, bem
como flatulência).
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Sintomas
A pessoa que tem indigestão sofre de uma dor mal definida, em horários indefinidos.
Este desconforto pode durar por um dia e pode se dissipar após um repouso na posição
supina.
A presença de uma grande quantidade de gás no estômago também está entre os primeiros
sinais de indigestão.
- Febre;
- Fezes pretas;
- Flatulência;
- Dor de cabeça.
Complicações
A indigestão dura entre um a dois dias, e raramente tem complicações. Em alguns casos, a
indigestão pode se transformar em constipação, e se não for tratada rapidamente pode se
agravar para uma intoxicação alimentar.
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Tratamento
No caso de crise aguda, desaperte a roupa para evitar qualquer tipo de compressão e deite-
se.
Uma combinação de IBP com antibióticos também pode ser prescrita se a indigestão for
acompanhada por uma infeção do estômago ou do sistema digestivo.
Funcho (erva-doce tem uma ação particular contra a indigestão). Além de sua incomparável
ação digestiva, o Funcho alivia o inchaço e a flatulência.
Alecrim atua como um curativo natural favorecendo a cicatrização quando usada com papel
antisséptico. Esta planta é usada como um chá para ajudar na digestão.
2.6.2. Obstipação
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ressecadas. Esta, não deve ser considerada como uma doença, mas como um sintoma ou
efeito de alimentação deficiente, stresse e outros problemas que fazem com que o
organismo responda retendo as fezes por um período maior do que o normal.
Cerca de 80% das pessoas sofrerão de obstipação nalgum momento das suas vidas, sendo
normais breves períodos de «prisão de ventre».
“Funcionamento regular dos intestinos" é variável de pessoa para pessoa. Cada um possui o
seu próprio ritmo natural e específico.
O normal funcionamento poderá ir de 3 vezes ao dia, até 3 vezes por semana, dependendo
do tipo de pessoa, dos seus hábitos alimentares, do sedentarismo, etc.
A obstipação está portanto como é óbvio dependente muitas vezes dos estilos de vida e
alimentação.
Causas
Nalgumas pessoas poderá ser o resultado de, repetidamente, ignorarem a vontade para
defecar.
Outras causas mais graves incluem apertos ou lesões expansivas no intestino grosso, pelo
que se a obstipação persistir será aconselhável consultar um Coloproctologista.
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• Pouca alimentação;
• Paralisia cerebral;
• Alimentação desequilibrada;
Os sintomas são:
• Cólicas;
• Fezes duras;
• Irritabilidade;
• Dor.
• Enjoo e náuseas;
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Em crianças a obstipação pode vir acompanhada de outros sintomas, como o escape fecal e
encoprese, ou seja, o ato de sujar as roupas íntimas involuntariamente.
Tratamento
O tratamento deve iniciar-se com medidas não farmacológicas, como por exemplo, aumentar
a ingestão de fibras (farelo, frutas, vegetais verdes, cereais, etc.) e de líquidos; praticar
exercício físico. Uma das medidas mais importantes a adotar é a criação de um hábito de
defecação, ou seja, adotar horários diários para a evacuação, preferencialmente após uma
refeição.
Se estas medidas não forem suficientes deverá recorrer-se à terapêutica com laxantes.
Terapêutica farmacológica
A terapêutica com laxantes deve ser sempre uma medida temporária (duração inferior a 2
semanas), só devendo ser opção nos casos em que se verifica falência das medidas não
farmacológicas.
2.6.3. Intoxicação
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provocar um quadro de intoxicação são reduzidas, sendo por isso que penetram no
organismo, de preferência, por via digestiva, via respiratória (via inalatória) ou por via
sanguínea.
• Acidental,
• Voluntária
• Profissional
As crianças são um potencial grupo de risco para intoxicação uma vez que ingerem quase
tudo pelo que os produtos tóxicos devem ser colocados fora do alcance das crianças como
medida preventiva. Qualquer substância pode ser tóxica, dependendo a sua toxicidade
exclusivamente da dose e forma de usá-la.
Vias de entrada:
Via cutânea: contato direto com substâncias químicas ou tóxicas ou com plantas da mesma
estirpe
2.6.4. Envenenamento
Numa casa existem muitas substâncias, tais como lixívia, inseticidas e diluentes de tintas, que
são altamente perigosas para as crianças.
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Se a vítima estiver consciente, procure descobrir o que ela engoliu. Lembre-se que ela pode
perder a consciência a qualquer momento. Não provoque vómitos. É uma perda de tempo e
pode ser prejudicial
O transporte do oxigénio é feito pelo sistema circulatório que é composto pelo sangue,
coração, artérias, veias e capilares.
Quando existe uma saída de sangue de uma forma não controlada, está-se perante uma
hemorragia.
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2.7.1. Hemorragias
• Hemorragias arteriais;
Caracteriza-se pela saída de sangue vermelho vivo e às «golfadas», ou seja, num jacto
descontínuo, correspondente à contração do coração.
• Hemorragias venosas;
• Hemorragias capilares.
Caracteriza-se por uma saída de sangue em toalha. Normalmente não oferecem perigo.
• Hemorragias externas;
As hemorragias externas são de fácil localização, estão relacionadas com feridas e podem ser
de origem arterial, venosa ou capilar, dependendo do(s) vaso(s) atingido(s).
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O controlo das hemorragias pode ser obtido através da aplicação das seguintes técnicas:
• Garrote.
• Aplicação de frio
• Elevação do membro.
Fazer compressão diretamente sobre a lesão que sangra, utilizar compressas ou um pano
limpo para auxiliar. Caso o volume de compressas seja excessivo, retirar a maioria sem
remover aquelas que estão em contacto direto com a ferida, de forma a evitar que a mesma
volte a sangrar.
Esta técnica, apesar de eficaz, não deve ser aplicada quando se está perante as seguintes
situações:
Aplica-se quando não é possível efetuar a compressão manual direta e consiste em fazer
compressão num ponto entre o coração e a lesão que sangra.
Garrote
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O garrote, devido às lesões que provoca, é colocado somente quando todas as outras
técnicas de controlo de hemorragias falharam ou quando se está perante a destruição de um
membro.
Para se obter resultados mais rápidos podem associar-se às técnicas referidas anteriormente
os seguintes procedimentos:
Aplicação de frio
A aplicação de frio vai fazer com que os vasos se contraiam reduzindo a hemorragia.
– Quando se utilizar gelo, envolvê-lo num pano limpo ou em compressas e depois colocá-lo
sobre a lesão;
• Aplicar uma compressa esterilizada sobre a ferida ou, na sua falta, um pano lavado,
exercendo uma pressão firme, conforme o local e a extensão do ferimento.
• Se as compressas ficarem saturadas de sangue, colocar outras por cima, sem nunca retirar
as primeiras.
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Uma ferida dos membros, com hemorragia abundante, pode ser necessário aplicar um
GARROTE.
O garrote pode ser de borracha ou improvisado com uma tira de pano estreita ou uma
gravata.
Aplicar o garrote entre a ferida e o coração, mas o mais perto possível da ferida e sempre
acima do joelho ou do cotovelo, de acordo com a localização da ferida que sangra.
• Aplicar o garrote por cima da roupa ou sobre um pano limpo bem alisado colocado
entre a pele e o garrote.
Se o garrote for improvisado com uma tira de pano ou gravata, dar dois nós, entre os quais
se coloca um pau, que poderá ser rodado até a hemorragia estancar.
• Anotar sempre a hora a que o garrote começou a fazer compressão para informar
posteriormente os tripulantes do Serviço de Emergência Médica (pode colocar essa
informação num letreiro ao pescoço do ferido).
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Entretanto:
Tomar medidas contra o estado de choque antes e durante o transporte para o Hospital.
SINAIS E SINTOMAS
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• Hemorragias internas.
Diz-se que é uma hemorragia interna visível quando o sangue sai por um dos orifícios
naturais do corpo (nariz, ouvidos, boca, etc.).
São de difícil reconhecimento, sendo a suspeita efetuada com base nos sinais e sintomas que
o doente apresenta.
No caso da hemorragia interna devem ser aplicados, entre outros, os seguintes cuidados:
• Se o sangue sai pelos ouvidos, neste caso particular, colocar somente uma compressa para
embeber;
Deve-se suspeitar sempre de hemorragia interna quando não se vê sangue, mas a vítima
apresenta um ou mais dos seguintes sinais e sintomas.
SINAIS E SINTOMAS
• Sede.
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• Palidez.
• Zumbidos.
Num quadro clínico de hemorragia grave, o doente apresenta sinais e sintomas de choque
hipovolémico.
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– Local exato;
2.7.2. Síncope
A síncope (ou lipotimia) pode ter várias origens, bem como indicar vários quadros clínicos.
Mais frequentes
No entanto, pode também indicar situações de maior gravidade, ou seja, quando a perda de
conhecimento esteja associada a dor torácica; convulsão; problemas cardíacos.
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SINAIS E SINTOMAS
• Palidez.
• Suores frios.
• Enjoo.
• Tonturas
• Falta de força.
• Pulso fraco.
PRIMEIROS SOCORROS
• Sentá-la.
• Desapertar-lhe as roupas.
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Neste caso, ela pode ter as vias respiratórias bloqueadas por saliva, vómito, sangue ou
aparelhos ortodônticos.
Para resolver o problema, abra a sua boca, puxe com firmeza, mas delicadamente, a sua
mandíbula para a frente e incline sua cabeça para trás. Isto afasta a língua do fundo da
garganta e liberta a passagem de ar.
Depois, coloque-a com a cabeça para o lado, facilitando a saída dos líquidos ou vómitos que
ainda estejam na sua boca.
Deveremos verificar de imediato as suas funções vitais de forma a evitar sufocação com o
próprio vómito. Deve-se posteriormente, elevar as pernas a 45 graus, bem como humedecer
a testa e os lábios.
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A queixa de “falta de ar” pode variar de pessoa para pessoa uma vez que esse
sintoma depende da capacidade neurológica em identificar esse sintoma.
Etiologia:
Asma;
Edema pulmonar;
EAM;
DPOC;
Intoxicações.
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Acalmar a vítima;
Ligar 112;
Asma
A asma afeta perto de 150 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, estima-se
que mais de 600 mil pessoas sofram de asma.
• A asma pode afetar qualquer pessoa, mas tem maior prevalência na população
infantil e juvenil.
• O portador poderá ter uma vida normal após treino apropriado e tratamento
adequado.
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Resulta do estreitamento dos brônquios, que pode ocorrer em várias circunstâncias. Ficando
mais estreitos, o ar sai e entra nos pulmões com mais dificuldade.
Este estreitamento é provocado pela contração dos músculos que existem à volta dos
brônquios, pelo aumento da parede dos brônquios, ficando assim o interior dos brônquios
mais estreito e pela maior quantidade de secreções que os brônquios produzem
Sinais/Sintomas:
A intensidade das crises pode ser muito diferente de dia para dia.
• Dificuldade em respirar.
As crises de asma podem ser provocadas por agentes desencadeadores. Estes podem ser
alergénios, exercício físico, o riso, o frio, certos alimentos ou os seus aditivos, fármacos,
tabaco.
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• Exercício Físico
Tratamento
• Prescrição de broncodilatadores
• Fazer a medicação
Prevenção:
1. Dormir de preferência em quarto sem humidade, com luz solar e bem arejado;
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2.8.2. Asfixia
Sinais e Sintomas:
Aflição/Agitação;
Ruídos respiratórios;
Dispneia.
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Primeiros Socorros
Abrir a boca à vítima e tentar remover o corpo estranho à cuidado para não entalar
mais o objeto ou sofrer uma mordedura.
A obstrução da via aérea por corpo estranho é uma causa rara, mas potencialmente
tratável de morte acidental.
A maior parte das situações de obstrução da via aérea ocorre durante a ingestão de
alimentos e são muitas vezes presenciadas.
O corpo estranho pode provocar obstrução da via aérea ligeira ou grave, que se
podem distinguir pelas manifestações clínicas.
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Se a vítima tem sinais de obstrução grave da via aérea (não resultaram as pancadas
inter-escapulares):
Fixar o punho com a outra mão e fazer uma forte compressão de baixo
para cima e da frente para trás.
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2.9.2. Viral
O ar que respira
O ar que respiramos está cheio de vírus e bactérias, que caso entrem pelas vias respiratórias
podem causar infeções. E as crianças, devido a terem um sistema imunitário mais imaturo,
têm mais possibilidades de serem contagiadas. Por isso, convém seguir algumas regras para
evitar o contágio.
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Assim:
- Pelo menos uma vez por dia areje a casa, em especial o lugar onde o bebé dorme ou passa
mais tempo.
- Antes de tocar no bebé ou nos seus acessórios (chupeta, tetinas, biberões, etc.) lave bem as
mãos.
2.10.1. Etílica
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• fraqueza,
• descoordenação motora,
• desorientação espácio-temporal,
• vómito,
• sonolência,
• hipotermia,
• cianose,
Como o excesso pode provocar sérios problemas para o individuo no seu meio familiar e
social, a ingestão crónica causa cirrose e distúrbios psicóticos "DELIRIUM TREMENS“
• Aquecer a vítima com cobertor ou casaco (o álcool provoca uma rápida e perigosa
desidratação);
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NãO FAÇA:
2.10.2. Epiléptica
Os sinais e sintomas que podem ajudar a identificar uma convulsão podem ser organizados
em três fases:
Antes da convulsão a vítima pode ficar parada, como ausente, começando a ranger
os dentes. Muitas vítimas referem sentir um cheiro ou ver luzes coloridas.
Normalmente a vítima grita e cai subitamente, começando a cerrar com força os
dentes e mexendo-se descontroladamente.
Neste caso, a vítima poderá ficar cianosada devido ao facto de ocorrerem períodos
curtos em que ocorre a suspensão da respiração e poderá salivar abundantemente, o
que pode ser identificado pelo “espumar pela boca”.
Primeiros Socorros
Fase de pré-crise:
- Deitar a vítima;
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- Manter a calma;
- Ligar 112
2.10.3. Convulsiva
As crises convulsivas normalmente são de curta duração (2 a 3 minutos) e, devido ao fato de
serem em alguns casos violentas, podem provocar ferimentos na vítima já que esta pode
embater descontroladamente em objetos existentes em seu redor.
A convulsão deve-se a uma alteração neurológica que pode ter várias causas. As mais
frequentes estão associadas a epilepsia ou a febre, no caso das crianças.
Convulsão Febril
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Durante a crise convulsiva, a vítima perde a consciência, tem movimentos anormais, pode
ficar rígida, revirar os olhos ou espumar pela boca.
Primeiros Socorros:
Caso a febre não desça, dar um banho de água tépida com temperatura da água inferior 1 a
2ºC à temperatura do corpo da criança;
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NOTA:
O objectivo do antipirético é aliviar o desconforto causado pela febre, e deve ser usado
apenas quando existir febre, devendo no entanto ser sempre respeitado as doses
recomendadas para o peso e o intervalo mínimo entre cada administração de
medicamento e medida a temperatura antes de cada toma do fármaco – Com prescrição
médica;
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Esteve envolvida num acidente em que sofreu um impacto físico súbito, como um acidente
de viação ou uma queda;
Tem uma dor de cabeça forte e persistente, sente náuseas ou começa a vomitar, torna-se
irritável, comporta-se de modo estranho ou tem convulsões;
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Sente dores na zona cervical ou na coluna dorsal/lombar ou estas zonas estão doridas.
O que fazer?
2 Peça a um mirone que alerte os Serviços de Emergência ou vá você mesmo procurar ajuda,
se está sozinho;
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4 Se a vítima está visivelmente inquieta ou agitada, não lhe deve manter a cabeça ou a
coluna cervical imobilizadas contra a sua vontade.
Se a vítima não tem respostas normais, se estiver agitada, etilizada ou com muita dor, a sua
avaliação preliminar não irã ser particularmente fiável. Deve então informar os Serviços de
Emergência se não está certo quanto à natureza da lesão.
Manter as vias aéreas desobstruídas é uma prioridade, mais importante do que a protecção
de uma potencial lesão da coluna vertebral. A não ser que consiga assegurar-se, sem
margem de dúvidas, que a vítima ventila normalmente, deve colocá-la em decúbito dorsal
(virado de barriga para cima) para desobstruir as vias aéreas e verificar a ventilação. Quando
necessário, colocar a vítima na posição lateral de segurança para manter as vias aéreas
desobstruídas, é uma prioridade mais importante até do que a protecção de uma potencial
lesão da coluna vertebral.
A mala de primeiros socorros deve estar presente em qualquer habitação, seja própria ou
comercial, para poder rapidamente prestar alguns cuidados de saúde. Algumas marcas de
veículos automóveis incluem já a mala de primeiros socorros no seu equipamento de série.
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• Ligaduras (3 unidades).
• Adesivos (1 rolo).
• Tesoura (1).
• Película aderente
Nota: É importante rever frequentemente o kit, bem como todo o material existente no
armário, verificando os prazos de validade e material em falta.
• Clorhexidina 4%.
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• Aventais descartáveis.
2.12.2. Medicamentos
Uma vez terminado qualquer tratamento de feridas sangrantes há que proceder à eliminação
e/ou desinfecção do material utilizado e à limpeza das superfícies ou locais eventualmente
conspurcados com sangue.
Nota: Quem proceder a estas operações deve manter sempre as mãos protegidas com
luvas de borracha (luvas de ménage, por exemplo).
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• O restante material (pinças, tesouras, etc.), logo depois de utilizado deve ser lavado com
água e sabão e depois mergulhado em lixívia comercial durante 30 minutos.
• Deitar por cima dos locais contaminados lixívia pura (se possível a 10%) e deixar actuar
durante 10 minutos.
É necessário que alguém com conhecimentos de socorrismo fique responsável por esta
organização, para se evitarem acidentes desnecessários.
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2.13. Resumo
A leitura deste manual tornou-se um elemento essencial para a consolidação dos conteúdos
programáticos previstos.
Com ele, é possível guardar no tempo esta informação, e consultá-la sempre que for
necessário, não esquecendo que este tipo de conhecimentos devem ser revistos
periodicamente, devido a alterações que possam surgir nas formas de actuação em casos de
emergência.
Fim do Manual
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3.3. Glossário
Primeiros Socorros: saber aplicar um conjunto de conhecimentos que permitem, perante
uma situação de acidente ou doença súbita, estabelecer prioridades e desenvolver acções
adequadas com o fim de estabilizar ou, se possível, melhorar a situação da(s) vítima(s).
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Chambel, S. (2009). Socorrismo, uma missão que compete a todos. Acedido em 04, Janeiro,
2012, em: http://www.ideiasambientais.com.pt/artigos/socorrismo.pdf
CNE, Agr. 1006 - Tarouca. (2006). Manual de Primeiros Socorros. Acedido em 04, Janeiro,
2012, em: http://cneagrupamento1006.home.sapo.pt/1Socorros/SOS%20-%20Manual
%20de%20Primeiros%20Socorros.htm
Hafen, B.; Karren, K.; Frandsen, K. (2002). Primeiros socorros para estudantes. 7ª edição. São
Paulo: Manole
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Juventude da Cruz Vermelha de Ovar. Noções Básicas Primeiros Socorros. Acedido em 04,
Janeiro, 2012, em: http://jcvovar.wordpress.com/manual-de-primeiros-socorros/
SMN – Serviços Médicos Nocturnos, S.A. (sem data). Noções básicas de primeiros socorros.
Acedido em 08, Novembro, 2012, em:
http://images.mila6.multiply.multiplycontent.com/attachment/0/SikBewoKCCMAAEwlll41/M
ANUAL_PRIMEIROS_SOCORROS_2008.pdf?key=mila6:journal:302&nmid=251461345
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