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APECDA-Porto, Associação de Educação e Desenvolvimento Social

Manual de formação
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MANUAL DE FORMAÇÃO

DESIGNAÇÃO DO CURSO UFCD 3274 P RIMEIROS SOCORROS - TIPOS DE ACIDENTES E FORMAS DE ATUAÇÃO

MODALIDADE DE FORMAÇÃO FORMAÇÃO MODULAR INSERIDA NO CATALOGO NACIONAL DE QUALIFICAÇÕES

LOCAL DE REALIZAÇÃO ANS ASSOCIAÇÃO DE A POIO AO DEFICIENTE NUNO SILVEIRA

DATAS DE REALIZAÇÃO 2014/09/16 A 2014/11/06

FORMADOR CLÁUDIA DANIELA P EREIRA S ILVA

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Ficha Técnica:

Título: Manual Primeiros Socorros – Tipos de acidentes e formas de atuação


Autor: Cláudia Daniela Pereira Silva
Ano: 2013
Nº de Edição: 1ª
Supervisão Técnica:

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Enquadramento

Introdução geral

Acidentes, lesões ou doenças podem acontecer subitamente. A ajuda imediata depende


frequentemente de familiares, colegas ou pessoas que estão no local certo à hora certa. Com
conhecimentos de Primeiros Socorros qualquer pessoa pode ajudar numa destas situações.
No presente manual, ir-se-á explicar os procedimentos correctos de Socorro em situações
que coloquem em perigo a vida humana e quando nos deparamos com acidentes de
ocorrência comum. Aqui irá aprender, passo-a-passo, como reagir e o que pode fazer para
ajudar uma vítima.
As técnicas de Socorro não param no tempo. Mesmo obtendo os conhecimentos mais
actuais de actuação em casos de emergência, realizar revisões periódicas é um procedimento
a adquirir.

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Índice Geral

Enquadramento..........................................................................................................................3
Introdução geral..........................................................................................................................3
Objectivos Gerais do Manual......................................................................................................6
Desenvolvimento........................................................................................................................7
2.1. Objectivos gerais do módulo...............................................................................................7
2.2. Objectivos específicos..........................................................................................................7
2.3. Tipos de Acidentes...............................................................................................................8
2.4. Acidentes de pele – formas de actuação...........................................................................28
2.4.1. Feridas.............................................................................................................................28
2.4.2. Picadas............................................................................................................................33
2.4.3. Queimaduras...................................................................................................................35
2.5. Acidentes do esqueleto – formas de actuação..................................................................40
2.5.1. Entorse............................................................................................................................40
2.5.2. Luxação...........................................................................................................................41
2.5.3. Fractura...........................................................................................................................41
2.6. Acidentes digestivos – formas de actuação.......................................................................44
2.6.1. Indigestão........................................................................................................................45
2.6.2. Obstipação......................................................................................................................48
2.6.3. Intoxicação......................................................................................................................51
2.6.4. Envenenamento..............................................................................................................52
2.7. Acidentes circulatórios – formas de actuação...................................................................53
2.7.1. Hemorragias....................................................................................................................53
2.7.2. Síncope............................................................................................................................61
2.7.3. Golpe de ar: geral ou de frio...........................................................................................64
2.8. Acidentes respiratórios – formas de actuação...................................................................66
2.8.1. Dificuldades respiratórias...............................................................................................66
2.8.2. Asfixia..............................................................................................................................70
2.9. Prevenção de contaminação..............................................................................................74
2.9.1. Microbiana e Parasitária.................................................................................................74
2.9.2. Viral.................................................................................................................................75
2.10. Atitudes e primeiros cuidados face a situações específicas............................................76
2.10.1. Etílica.............................................................................................................................76
2.10.2. Epiléptica.......................................................................................................................77
2.10.3. Convulsiva.....................................................................................................................79
2.10.4. Emergências psicológicas..............................................................................................81
2.11. Outros tipos de acidentes – formas de actuação e prevenção........................................82
2.11.1. Técnicas de imobilização...............................................................................................82
2.12. Mala de primeiros socorros e medicamentos.................................................................84
2.12.1. Organização da mala de primeiros socorros.................................................................84
2.12.2. Medicamentos..............................................................................................................85
2.12.2.1. Localização, organização e segurança........................................................................86
2.12.2.2. Conservação, prescrição e eliminação.......................................................................86
2.12.2.3. Emprego abusivo.......................................................................................................87
2.13. Resumo............................................................................................................................87
Fim do Manual..........................................................................................................................88

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3.1. Avaliação formativa............................................................................................................88


3.2. Propostas de actividades...................................................................................................88
3.3. Glossário............................................................................................................................90
3.4. Referencias Bibliográficas..................................................................................................91
3.5. Sites de Interesse...............................................................................................................92

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Objectivos Gerais do Manual

O presente manual pretende ser um documento de apoio durante e após a formação, para
análise e consulta pelos formandos.
O manual baseia-se em informação recolhida e analisada na bibliografia sobre a matéria, mas
também procura centrar-se na experiência de diversos profissionais.
A sua leitura integral é, naturalmente, um conselho pela sequência dos conteúdos, mas a sua
segmentação em capítulos permite uma consulta selectiva.

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Desenvolvimento

2.1. Objectivos gerais do módulo

Identificar o Conceito de Primeiros Socorros


Identificar uma Paragem Cárdio-Respiratória
Demonstrar as manobras de Suporte Básico de Vida
Saber atuar em situações de emergência variadas: feridas, picadas, queimaduras, entorses,
luxações, fraturas, indigestões, obstipação, intoxicação, envenenamento, hemorragias,
sícope, gorlpe de ar, dificuldades respiratórias, asfixia, crises etílicas, epilépticas, convulsivas
e emergências psicológicas;
Organizar a mala de Primeiros Socorros.

2.2. Objectivos específicos

Definir primeiros socorros;


Reconhecer a Paragem Cárdio-Respiratória e saber executar as manobras de Suporte Básico
de Vida;
Executar o tratamento de uma ferida simples, assim como de picadas, mordeduras e
queimaduras;
Executar o tratamento de entorses, luxações e fraturas;
Reconhecer e tratar casos de indigestão, obstipação, intoxicação e envenenamento;
Executar o tratamento a hemorragias, síncope e golpe de ar;
Identificar e executar o tratamento de casos de dificuldade respiratória e asfixia;
Atuar em casos de crise etílica, epiléptica, convulsiva e emergência psicológica;
Identificar o material necessário a uma Mala de Primeiros Socorros.

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2.3. Tipos de Acidentes


Todos esperamos nunca ter de actuar numa situação em que seja necessário prestar
primeiros socorros, mas se estivermos preparados saberemos o que fazer.

Ao longo deste capítulo, ir-se-á abordar procedimentos e instruções básicas sobre como
actuar em caso de emergência.

Comportamento perante o Sinistrado

Quando nos deparamos perante um sinistrado, é nosso dever ético e moral prestar
assistência. A palavra “assistência”, significa que deve evitar agravar o acidente (aqui,
acidente será qualquer situação em que tenha sido comprometida a integridade física da
pessoa), assinalando o local caso isso ainda não tenha sido feito e alertar os socorros. De
igual modo, deve auxiliar as vítimas sem colocar a sua própria vida em perigo.

Não agrave um acidente com outro acidente.

Porém, nem todos os acidentes são rodoviários. Nunca hesite em chamar socorros
especializados se a gravidade o exigir.

Se for o primeiro a chegar ao local onde se encontra uma pessoa com lesão grave, é
necessário tomar controlo da situação e dirigir ajudantes adicionais até que chegue a
assistência especializada.

Para que a sua actuação seja eficiente deve permanecer calmo, e concentrar-se no que tem a
fazer. Quando mais cedo for iniciado um primeiro socorro eficaz, maior a probabilidade de
obter resultados positivos. A situação mais urgente ocorre quando uma pessoa deixa de
respirar e o coração pára de bater. Esta emergência sobrepõe-se a tudo – a qualquer outro
tipo de lesão. Iremos definir o que são os primeiros socorros.

Prestar Primeiro Socorro é saber aplicar um conjunto de conhecimentos que permitem,


perante uma situação de acidente ou doença súbita, estabelecer prioridades e desenvolver
acções adequadas com o fim de estabilizar ou, se possível, melhorar a situação da(s)
vítima(s).

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Este conjunto de acções destina-se a ser aplicado o mais rapidamente possível, e tem um
carácter limitado e temporário. Quem prestou o primeiro socorro deve aplicar correctamente
todos os seus conhecimentos de modo a preparar e facilitar a continuidade das suas acções
por outros técnicos especializados.

Prevenção do agravamento do Acidente

Quando estamos perante uma vítima, existem certos procedimentos que devem ser
tomados, os Princípios Básicos do Socorro, para que a nossa prestação de socorro seja
eficiente.

Alerta dos Serviços de Socorro Público

As situações de primeiro socorro variam muito, mas existem quatro passo que todos
devemos seguir. Eles ajudam a avaliar de uma forma correcta a situação e prestar socorro
adequado sem esquecer nenhum dos pontos principais.

Os quatro passos importantes são:

1- Garantir a segurança

2- Examinar a vítima

3- Dar o alerta

4- Prestar os primeiros socorros

1- GARANTIR A SEGURANÇA

O primeiro passo a ser garantido é assegurar-se das condições de segurança. Tente perceber
o que aconteceu, avalie a situação e verifique a existência de perigos (por exemplo: trânsito,
incêndio, electricidade, …).

Jamais coloque a sua própria segurança em risco. Só deve aproximar-se de uma vítima se o
puder fazer sem perigo. Se possível, tente garantir a segurança da vítima e de quaisquer
outras pessoas envolvidas.

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Se não houver segurança e não puder prestar assistência sem se colocar em risco, alerte de
imediato os serviços de emergência. Aguarde a uma distância de segurança a chegada da
ajuda especializada.

Acidente Rodoviário

Cumpra o código da estrada em todas as situações, pois indica-lhe o que deve fazer
legalmente quando há um acidente na via pública. Quando se aproximar de um acidente,
reduza a velocidade sem travar bruscamente, estacione o carro num local seguro, na berma
ou à beira da estrada. Coloque o colete reflector, utilize os sinais de aviso (por exemplo o
triângulo de sinalização) para alertar os automobilistas que se aproximam do local do
acidente. Nunca tente atravessar uma auto-estrada a pé. Fique atento a cabos eléctricos no
solo e assegure-se que ninguém lhes toca. Evite incêndios desligando a ignição de todos os
veículos envolvidos no acidente, nem permita que ninguém fume perto do local.

Lembre-se que um airbag não activado no momento do acidente pode activar-se


inesperadamente. Se possível, estabilize os veículos envolvidos puxando o travão de mão.

Incêndios em Residências

Tente avisar todas as pessoas envolvidas sem arriscar a sua própria segurança. Nunca entre
numa casa em chamas. Afaste-se e mantenha-se a uma distância de segurança. Se o edifício
onde se encontra está em chamas, saia imediatamente. Ajude os outros a evacuar o edifício,
desde que em segurança.

Acidentes Eléctricos em Casa

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Calcule que todos os cabos eléctricos e electrodomésticos têm corrente eléctrica até que se
mostre que está desligada. Não toque numa vítima enquanto esta está em contacto com
uma fonte de corrente eléctrica. Lembre-se de que os líquidos e objectos em contacto com a
vítima também conduzem electricidade. Desligue a corrente eléctrica.

Se tal não for possível, deve isolar-se do solo, calcando material não condutor (por exemplo
lista telefónica). Dessa forma, poderá usar um objecto não condutor e afastar a vítima da
fonte de energia.

Se tal não for possível, espere a chegada de apoio especializado.

Remoção de Emergência de uma Vítima

A regra é não mover a vítima do local. Só deve mover-se uma vítima se estiver exposta a
perigo incontrolável, se a estabilidade da situação não puder ser assegurada e se puder agir
sem risco para si próprio. Só aí, mova-a para um local próximo que seja seguro.

Se a vítima estiver consciente, explique-lhe o que vai fazer e peça-lhe a sua colaboração.
Tente apoiar-lhe a coluna cervical e evite torcer-lhe a cabeça, pescoço e corpo durante os
procedimentos de evacuação. Use a técnica correctamente, apesar de a prioridade ser uma
remoção rápida.

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Tente proteger a vítima do frio ou calor, mas mova-a somente se permaneceu muito tempo
exposta ao frio, correndo o risco de entrar em hipotermia. Cubra a vítima com um casaco ou
cobertor para a proteger do frio, podendo igualmente usar um cobertor/lençol térmico.

Para a proteger do calor, improvise uma sombra, ou com um casaco, cobertor ou guarda-
chuva, ou então colocar-se sentado ou de pé junto da vítima.

Vamos agora abordar alguns temas relacionados com o próprio socorrista, que todos
devemos ter em atenção:

Stress na Emergência

É normal que sinta ansiedade se de repente necessitar de prestar primeiros socorros numa
emergência real. Tente controlar as suas emoções antes de prosseguir. Aguarde um pouco
para se distanciar da situação e recuperar a calma. Não actue com demasiada precipitação e
nunca coloque a sua própria segurança em risco, em circunstância alguma.

Socorro Psicológico

Ofereça apoio emocional à vítima. Aproxime-se dela cordialmente. Explique-lhe


cuidadosamente o que aconteceu e o que vai suceder. Peça-lhe colaboração. Ouça a vítima e
mostre empatia. Ofereça ajuda prática, se necessário. Não dê alimentos sólidos ou líquidos a
uma vítima doente, a não ser sob orientação de um profissional de saúde.

Prevenir infecções

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Quando lida com feridas, deve minimizar o risco de infecção entre você e a vítima. Certifique-
se que não entra em contacto com o sangue ou com outros fluídos corporais da vítima. Se
possível, lave as mãos com sabonete líquido e água antes e depois de prestar Primeiros
Socorros.

Utilize luvas descartáveis, se existirem. Em alternativa, pode usar um saco de plástico para
proteger as mãos. Tenha cuidado durante o manuseamento de objectos cortantes e
descarte-os de forma segura. Os socorristas correm pouco risco de infecção durante uma
manobra de insuflação boca-a-boca. São raros os casos de socorristas que tenham ficado
doentes após uma tentativa de reanimação de uma vítima.

Reacções Emocionais Após a Prestação de Primeiros Socorros

Nem sempre é fácil lidar emocionalmente com um evento traumático. Não é raro que os
socorristas sintam dificuldade em controlar as suas emoções, depois de um acto de socorro.
Fale com os seus amigos, familiares e colegas. Se depois disso algo ainda o aflige, deve falar
com um profissional.

2- EXAMINAR A VÍTIMA

Apresente-se e explique-lhe o que fazer, com isso conseguirá a confiança da vítima. Verifique
o seu estado, sobretudo se está consciente e se ventila normalmente.

Situações em que o estado de consciência ou ventilação estão diminuídos representam risco


de vida. Outros exemplos de situações de perigo de vida são hemorragias abundantes,
queimaduras, Dor Torácica (EAM) ou Acidente Vascular Cerebral. Nestes casos, a vítima
necessita de ajuda imediatamente.

3- DAR O ALERTA

Se é necessária ajuda especializada, alerte os Serviços de Emergência, o Centro de


Informação Antivenenos (CIAV) ou outra ajuda qualificada, dependendo da situação. O 112 é
o número de telefone de emergência utilizado por todos os estados membros da União
Europeia.

Informe inequivocamente:

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O que sucedeu e quais os perigos existentes;

O local da ocorrência indicando pontos de referência;

A identificação do número de vítimas e uma descrição do seu estado.

Se suspeita que as lesões da vítima não foram acidentais, relate às equipas de socorro.

4- PRESTAR OS PRIMEIROS SOCORROS

Tente fazê-lo de uma forma calma e controlada. Siga os Quatro Passos do Socorro, para que a
sua assistência seja eficaz.

Resumindo, sempre que abordamos uma vítima, devemos sempre:

- Pedir ajuda (fazendo-o nós mesmos ou enviando outra pessoa responsável para
pedir assistência especializada, enquanto se presta auxílio à vítima;

- Tomar precauções para assegurar a própria segurança, bem como a segurança da


vítima.

A sigla SAFE sintetiza a sequência correcta dos procedimentos e é fácil de memorizar:

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Depois de compreendidos alguns aspectos relacionados com o funcionamento de um


Primeiro Socorro, iremos abordar temáticas direccionadas à actuação perante uma situação
de emergência.

Exame do Sinistrado

Assegure, em primeiro lugar, a sua própria segurança e depois a da vítima.

Exame Primário

Verifique se a vítima está consciente e se ventila adequadamente.

1º- Verificação da Consciência

O socorrista deve iniciar a sua abordagem pela determinação do grau de consciência,


identificando as vítimas inconscientes e conscientes. Nas vítimas conscientes deverá avaliar o
grau de lucidez/desorientação temporal e espacial.

Na avaliação do grau de consciência deve:

- Abanar os ombros da vítima com cuidado;

- Perguntar-lhe em voz alta: “Está a ouvir? Está a sentir-se bem? Sabe onde está? Como se
chama? Que dia é hoje? Que horas são?”

Se a vítima não responder gritamos em


voz alta: - “Ajuda, vítima inconsciente”.

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2º- Verificação da Função Ventilatória

Colocar a face junto do nariz e boca da vítima e, fazendo uso dos sentidos da visão, audição e
tacto, e aplicar a sigla VOS (Ver, Ouvir e Sentir) para se detectar os movimentos ventilatórios,
durante 10 segundos e da seguinte forma:

- Ver se existe movimentos ventilatórios torácicos;

- Ouvir e sentir a entrada e saída de ar pela boca e nariz da vítima.

No caso de a ventilação estar presente, o socorrista deve avaliar a sua frequência, amplitude
e ritmo.

3º- Verificação da Função Circulatória

Deve procurar-se a existência ou ausência de pulsação arterial, pesquisando-a ao nível do


pescoço, na artéria carótida (adultos e crianças), ou ao nível do braço, na artéria umeral
(bebés), utilizando para o efeito sempre o dedo indicador e médio (nunca o dedo polegar
pois este tem pulsação própria).

No caso de existir pulsação, devemos avaliar a sua frequência, amplitude e ritmo.

Numa vítima inconsciente pesquisa-se sempre o pulso carotídeo, procedendo do seguinte


modo:

1º Colocar os dedos (indicador e médio) sobre a maçã-de-adão (laringe) e deslizar na sua


direcção até encontrar uma depressão entre a traqueia e o músculo do pescoço para sentir o
pulso carotídeo.

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2º Palpe suavemente, sem comprimir demasiado e em simultâneo coloque a sua face


novamente junto do nariz e da boca da vítima (como no VOS) e verifique se existe
movimentos espontâneos, tosse, ventilação (tudo isto durante 10 segundos).

Se verificar que a vítima não responde, mas ventila e tem pulsação, coloque-a em posição
lateral de segurança (PLS) e inicie o exame secundário.

Posição lateral de segurança

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Exame Secundário

1- Observação da face

Pele:

Temperatura (normal, quente ou fria);

Grau de humidade (normal, seca ou com suores);

Coloração (normal, congestionada, pálida ou cianosada)

Pupilas:

Diâmetro (normais, dilatadas ou contraídas)

Simetria (comparação dos diâmetros)

Reacção à luz (presente ou ausente)

2- Observação do corpo

(sempre no sentido cabeça-membros inferiores)

Pesquisa detalhada através da palpação e observação, procurando encontrar outras


situações, tais como: feridas, fracturas, outros traumatismos.

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Socorros de Urgência

Existem algumas situações que necessitam de socorro urgente:

 Asfixia

 Afogamento

 Hemorragia Nasal (Epistaxe)

 Hemorragia Externa Visível (por corte)

 Ferimentos

 Vertigens, Desmaios e Crises Convulsivas

 Queimaduras

 Entorses, Luxações e Contusões

 Paragem Cardiorespiratória

 Mordidas e Picadas de Animais

Reanimação Cárdio-Respiratória

Quando encontramos uma pessoa inconsciente, sem esquecer os Quatro Passos Importantes
do Socorro, temos de verificar se se encontra em Paragem Cárdio-Respiratória. Nestes casos,
os procedimentos de actuação compreendem os seguintes elementos:

 Criação de condições de segurança

 Avaliação inicial da situação

 Manutenção da via aérea permeável

 Ventilação artificial com ar expirado e compressão torácica quando a paragem


cardíaca estiver associada

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Estes procedimentos têm a designação de Suporte Básico de Vida, tendo como objectivo
manter a ventilação e a circulação adequadas, até chegarem os meios de ajuda especializada.

Para que tenha sucesso, é de extrema importância que seja aplicado o mais precocemente
possível e de forma eficaz.

A sequência de procedimentos no Suporte Básico de Vida é habitualmente designada por


“ABC”:

Assim que o coração deixa de bater, o sangue deixa de circular pelo corpo, e como
consequência, o oxigénio não é levado aos órgãos vitais. O cérebro é muito susceptível a esta
falta, pelo que se estiver privado de sangue oxigenado por mais do que uns minutos, as
células cerebrais começam a morrer. Se a vítima está em Paragem Cárdio-Respiratória, é
importante iniciar as manobras de Suporte Básico de Vida assim que possível.

As hipóteses de sobrevivência após reanimação são pequenas. Contudo, múltiplos estudos


mostram que a reanimação imediata efectuada por quem quer que se encontre perto da
vítima no momento do acidente ou doença súbita pode duplicar ou mesmo triplicar a sua
probabilidade de sobrevivência.

A reanimação é a combinação de compressões torácicas e insuflações. As compressões


torácicas asseguram um pequeno mas crucial aporte de sangue ao coração e ao cérebro. As
insuflações asseguram um fornecimento mínimo de oxigénio à circulação sanguínea.

No momento em que encontramos uma vítima que não responde, devemos:

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 Pedir a alguém que vá dar o alerta aos serviços de ajuda especializada;

 Permeabilize as vias aéreas (imagem abaixo);

 Execute o VOS;

 Detectar se existe pulsação;

 Começar com 30 compressões torácicas, no local certo (ver procedimento


abaixo);

 Executar 2 insuflações;

 Alterne 30 compressões torácicas com 2 insuflações;

 Nunca interrompa a reanimação. Só deve voltar a verificar o estado da vítima


quando a ventilação voltar ao normal;

 Continue com as manobras até:

a. À chegada de pessoal qualificado que tome conta da situação;

b. A vítima começar a ventilar normalmente;

c. Até ficar exausto.

Permeabilizar vias aéreas;

Local certo para efectuar


compressões torácicas:

Localizar o apêndice xifóide no fim do


externo (osso que se encontra no
centro do tórax) e medir dois dedos
acima do apêndice.

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Após estabelecer o local correcto, deve colocar as 2 mãos sobrepostas com os dedos
entrelaçados em cima do externo e com os braços bem esticados executar 30 compressões,
com o objectivo de comprimir o coração (profundidade de entre 4 a 5 cm).

Se o tórax da vítima não se elevar na primeira insuflação, execute as seguintes manobras:


 Verifique a boca da vítima. Remova qualquer objecto que cause obstrução às
vias aéreas;
 Verifique que a cabeça da vítima está inclinada para trás o suficiente e que o
seu queixo está devidamente elevado.

Preferencialmente, deve usar uma “Pocket Mask”, máscara que se utiliza em Suporte Básico
de Vida e que evita o contacto entre a boca do socorrista e a da vítima.

Não tente executar mais de duas insuflações de cada vez, antes de regressar às compressões
torácicas.

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2.4. Acidentes de pele – formas de actuação

2.4.1. Feridas

As lesões da pele podem-se dividir essencialmente em dois grupos: lesões fechadas e lesões
abertas.

As lesões fechadas são lesões internas em que a pele se mantém intacta e normalmente
estão associadas a uma hemorragia interna. Como exemplos temos: Hematoma e Equimose.

As lesões abertas surgem quando a integridade da pele foi atingida. Pode originar infeções e
perda de sangue que normalmente está associada. Como exemplos temos: Escoriação,
Laceração, Avulsão, Amputação e Feridas penetrantes ou perfurantes.

Escoriação: é uma lesão superficial da pele com uma pequena hemorragia e dolorosa; que
não apresenta gravidade e é normalmente causada por abrasão;

Laceração: Lesão da pele originada normalmente por objetos afiados, podendo apresentar
uma forma regular ou irregular. Pode, no entanto, ser profunda e atingir vasos sanguíneos de
grande calibre.

Avulsão: Surge quando existe perda completa ou incompleta de tecidos e envolvem


normalmente os tecidos moles, podendo, no entanto, ser profundas e atingir vasos
sanguíneos de grande calibre.

Amputação: A amputação é a separação total de um membro; Este tipo de lesão é grave


estando associada a hemorragias e fraturas. A atuação deve ser rápida e eficaz.

Feridas penetrantes ou perfurantes: A este tipo de lesões, estão associadas outras, como
hemorragias internas e lesões de órgãos internos.

Colocação de um penso

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A colocação de um penso tem as condições ideais numa sala de tratamentos de um


hospital ou de um centro de saúde.

No entanto, numa situação de emergência, isso não invalida que sejam respeitadas as
técnicas necessárias à sua correta execução.

Para uma correta colocação de um penso é necessário seguir um procedimento, que assenta
nos seguintes pontos:

I. Avaliação da ferida;

II. Proteção da ferida;

III. Promover a ferida limpa;

IV. Prevenir a infeção.

I. Avaliação da ferida:

Importância da avaliação da ferida:

• A avaliação da ferida serve para determinar a forma de atuar, sendo determinadas as


prioridades.

Ferida é uma ruptura provocada na pele, seja ela uma simples picada de um alfinete, um
corte por uma lâmina, uma facada, um tiro ou uma dentada, podendo ser superficial ou
profunda e atingir pequena ou grande extensão.

Pode-se classificar as feridas como:

• Superficiais:

Simples: não necessitando de tratamento especializado


Complicadas: necessitando de tratamento especializado.

• Profundas:

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Requerem sempre tratamento especializado (podem associar-se a lesões


nos órgãos internos)
Nota: estas feridas são sempre complicadas.

Deve ter-se sempre o mesmo cuidado com qualquer ferida, pois as eventuais
complicações são sempre possíveis:

Infecção
Hemorragia
Choque
Lesões de nervos e tendões
Lesões de órgãos internos
Contaminação – doença (ex: tétano e raiva)

II. Protecção da ferida

Importância da protecção da ferida

• A proteção da ferida passa pelo conforto do doente, com consequente diminuição da


dor.

A escolha dos materiais que se utilizam na realização de um penso não deve ter como
finalidade o tratamento.

A utilização de soluções desinfetantes nas feridas deve ser limitada.

Deverá ter em conta que as soluções desinfetantes podem resultar num novo traumatismo
para a ferida.

Não sendo o tratamento o objetivo da intervenção pré-hospitalar, o produto de eleição a


utilizar é o soro fisiológico.

III. Promoção da ferida

Importância da promoção da ferida limpa

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 A promoção da ferida limpa passa pela esterilidade dos materiais


utilizados pelo socorrista.

A promoção da limpeza da ferida é da inteira responsabilidade do socorrista;

Os movimentos de limpeza de uma ferida deverão ser dirigidos do centro para a periferia
impedindo o arrastamento de detritos dos tecidos circundantes para a ferida. Ou seja, a
limpeza da ferida deverá ser feita da zona mais limpa para a mais conspurcada.

A utilização do soro fisiológico nesta limpeza é indispensável.

IV. Prevenção da ferida

Importância da prevenção da infecção

• É fundamental para a normal regeneração dos tecidos lesados.

Para a prevenção da infeção convém serem utilizados materiais que:

• Sejam descartáveis;

• Estejam esterilizados;

• Respeitem o prazo de validade;

• Sempre que possível utilizar embalagens individuais;

• Registar no frasco de soro fisiológico a data da sua abertura.

Como fazer?

• Lavar as mãos e calçar luvas descartáveis.

1. Proteger provisoriamente a ferida com uma compressa esterilizada.

2. Limpar a pele à volta da ferida com água e sabão.

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3. Lavar, do centro para os bordos da ferida, com água e sabão, solução de clorhexidina,
por ex. Hibiscrub, ou similar, utilizando compressas.

4. Secar a ferida com uma compressa através de pequenos toques, para não destruir
qualquer coágulo de sangue.

5. Desinfetar com antisséptico, por ex. Betadine em solução dérmica.

Depois de limpa:

Se a ferida for superficial e de pequenas dimensões, deixá-la preferencialmente ao ar, ou


então aplicar uma compressa esterilizada.

Se a ferida for mais extensa ou profunda, com tecidos esmagados ou infetados, ou se


contiver corpos estranhos, deverá proteger apenas com uma compressa esterilizada e
encaminhar para tratamento por profissionais de saúde.

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É uma situação grave que necessita transporte urgente para o Hospital principalmente se
houver hemorragia.

Colocação de um penso – o que NÃO fazer?

• Tocar nas feridas sangrantes sem luvas.

• Utilizar o material (luvas, compressas, etc.) em mais de uma pessoa.

• Soprar, tossir ou espirrar para cima da ferida.

• Utilizar mercurocromo ou tintura de metiolato (deve utilizar Betadine dérmico).

• Fazer compressão directa em locais onde haja suspeita de fracturas ou de corpos estranhos
encravados, ou junto das articulações.

• Tentar tratar uma ferida mais grave, extensa ou profunda, com tecidos esmagados ou
infectados, ou que contenha corpos estranhos.

2.4.2. Picadas

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2.4.3. Mordeduras

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2.4.4. Queimaduras

Lesões da pele resultantes do contacto com o calor, agentes químicos ou radiações. Podem,
em alguns casos, ser profundas, atingindo músculos ou mesmo estruturas ósseas.

Para avaliar a gravidade das queimaduras é necessário ter em conta:


1º A causa da queimadura;
2º A extensão da superfície corporal queimada;
3º A profundidade da queimadura;
4º O local da queimadura;
5º A idade da vítima.

As queimaduras classificam-se em relação a:


• Extensão – dimensão da área atingida (quanto maior for a área atingida maior será a
gravidade);
• Profundidade – grau de destruição dos tecidos.

A profundidade das queimaduras é classificada em graus.

• 1º Grau
São as menos graves, envolvendo apenas a superfície exterior da pele (epiderme).
Caracterizam-se pela pele quente, vermelha, sensível e dolorosa.

• 2º Grau
Envolvem a primeira e segunda camadas da pele, respectivamente epiderme e derme.
Caracterizam-se pela pele com bolhas (flictenas) e é muito dolorosa.

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• 3º Grau
Existe destruição de toda a espessura da pele (epiderme e derme) e dos tecidos subjacentes.
Caracterizam-se pela pele acastanhada ou negra.

Os perigos de uma queimadura são a infeção e a dor. Atuação é condicionada a este dois
fatores!

Causas das queimaduras

As queimaduras podem ser causadas por:

• Queimaduras pelo calor


O calor pode ser húmido, como o calor de vapor, ou seco como o calor do fogo.

• Queimaduras por químicos


Os mais comuns são os ácidos.

• Queimaduras eléctricas
A electricidade queima, não só no ponto de contacto (entrada no corpo), mas também no
trajecto e no local de saída.

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• Queimaduras por radiações


As radiações mais comuns são os raios ultravioletas, os raios X e as produzidas por
substâncias radioactivas.

Extensão das queimaduras


Para determinar a extensão da superfície corporal queimada, utilizam-se regras cuja
aprendizagem está fora do âmbito destas noções básicas de primeiros socorros.
Quanto mais extensa for a área queimada, maior será a sua gravidade.

Cuidados de emergência

Logicamente, o primeiro passo na actuação será afastar a vítima do agente que provocou a
queimadura.

Os cuidados a ter visam fundamentalmente:

• Aliviar a dor;

• Prevenir e tratar o choque;

• Prevenir a infecção.

O que fazer?

1- Arrefecer a queimadura o mais rapidamente possível com água da torneira ou do


chuveiro;

2- O tempo de duração do arrefecimento deve variar entre 15 a 20 minutos ou até a dor


desaparecer,

3- Remova jóias e vestuário que não se encontrem colados à pele;

4- Após arrefecer a queimadura, aplique um penso húmido (por exemplo, uma compressa ou
pano limpo);

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5- Não fure as bolhas de queimadura intactas;

6- Não aplique cremes durante os Primeiros Socorros;

7- Verifique se a vítima está imune ao tétano, se não encaminhe para os serviços


especializados.

Nas queimaduras dos dedos, das axilas, etc., sempre que duas zonas da pele estejam em
contacto, devem colocar-se pensos a separá-las para impedir que adiram.

Acidentes por corrente elétrica

Eletrocussão ou choque elétrico é uma situação provocada pela passagem de corrente


elétrica através do corpo.

Choque elétrico, geralmente causado por altas descargas, é sempre grave, podendo causar
distúrbios na circulação sanguínea e, em casos extremos, levar à Paragem Cárdio-
Respiratória.

Na pele, podem aparecer duas pequenas áreas de queimaduras (geralmente de 3º grau) - a


de entrada e de saída da corrente elétrica.

• Nos acidentes de eletrocussão devemos de imediato desligar o quadro elétrico da


casa e depois devemos afastar a vítima do fio ou do aparelho elétrico.

• Não se deve tocar nunca na pessoa, senão poderemos ser nós também
eletrocutados.

• Num choque elétrico leve, não haverá muitos problemas, a não ser uma pequena dor
e/ou queimadura no ponto de entrada da corrente no corpo da vítima.

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• Em caso de choque grave, verifique de imediato (após se ter certificado que é seguro
tocar na vítima) se as funções vitais da vítima se mantêm ativas.

• Caso isso não suceda ligue de imediato ao 112 e inicie as manobras de Reanimação
Cárdio-Respiratória.

O pior choque é aquele que se origina quando uma corrente elétrica entra pela mão da
pessoa e sai pela outra. Nesse caso, atravessando o tórax, a corrente tem grande hipóteses
de afetar o coração e a respiração.

Primeiros Passos:

• Desligue o aparelho da tomada ou a chave geral.

• Se tiver que usar as mãos para remover uma pessoa, envolva-as em jornal, um saco
de papel.

• Empurre a vítima para longe da fonte de eletricidade com um objeto seco, não-
condutor de corrente, como um cabo de vassoura, tábua, corda seca, cadeira de
madeira ou bastão de borracha.

As hipóteses de salvamento da vítima de choque elétrico diminuem com o passar de alguns


minutos. Pesquisas realizadas apresentam as hipóteses de salvamento em função do número
de minutos decorridos do choque aparentemente mortal.

Tempo após o
choque p/ Chances de
iniciar reanimação
respiração da vítima
artificial
1 minuto 95 %
2 minutos 90 %
3 minutos 75 %
4 minutos 50 %
5 minutos 25 %

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6 minutos 1%
8 minutos 0,5 %
2.5. Acidentes do esqueleto – formas de actuação

2.5.1. Entorse

A entorse é uma lesão nos tecidos moles que rodeiam as articulações e pode traduzir-se
numa rutura ou numa distensão que ocorre nos tendões que ligam as extremidades ósseas.
Na entorse não ocorre deslocação óssea.
– Origem: grande esforço ou uma posição falseada.
– A imobilidade deve-se às fortes dores.

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2.5.2. Luxação

A luxação é uma lesão onde as extremidades ósseas que formam uma articulação ficam
deslocadas, permanecendo desalinhadas e sem contacto entre si. O desencaixe de um osso
da articulação (luxação) pode ser causado por uma pressão intensa, que deixará o osso numa
posição anormal, ou também por uma violenta contracção muscular. Com isto, poderá haver
uma ruptura dos ligamentos.

Os sinais e sintomas mais comuns de uma luxação são: dor intensa, deformidade grosseira
no local da lesão e a impossibilidade de movimentação.

Em caso de luxação, o socorrista deverá proceder como se fosse um caso de fractura,


imobilizando a região lesada, sem o uso de tracção. No entanto, devemos sempre lembrar
que é bastante difícil distinguir a luxação de uma fractura.

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2.5.3. Fractura

Define-se quando existe toda e qualquer alteração da continuidade de um osso.

• Classificação

• Fraturas abertas (expostas)

• Existe exposição dos topos ósseos, podendo facilmente infetar.

• Fraturas fechadas

• Pele encontra-se intacta, não se visualizando os topos ósseos.

Sinais e sintomas

Existem diversos sinais e sintomas que podem levar-nos a suspeitar da existência de uma
fratura.

Sempre que exista um deles, deve proceder-se como se esta existisse.

• Dor localizada na zona do foco de fratura, normalmente intensa e aliviando após a


imobilização;

• Perda da mobilidade. Pode, em alguns casos, existir alteração da sensibilidade;

• Existe normalmente deformação, podendo, em alguns tipos de fraturas, não estar


todavia presente;

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• Edema (inchaço) normalmente presente, aumentando de volume conforme o tempo


vai passando.

• Exposição dos topos ósseos, no caso da fratura exposta, não deixa dúvidas em relação
à existência da mesma;

• Alteração da coloração do membro. Surge no caso de existir compromisso da


circulação sanguínea. Palpar o pulso na extremidade;

Cuidados a ter no manuseamento de fraturas

• Não efetuar qualquer pressão sobre o foco de fratura;

• Imobilizar a fratura, mantendo o alinhamento do membro, não forçando no caso de a


fratura ser ao nível do ombro, cotovelo, mão, joelho e pés;

• No caso de fraturas abertas, lavar a zona com recurso a soro fisiológico antes de
imobilizar;

• Não efetuar movimentos desnecessários.

• Utilize sacos de gelo protegidos para reduzir o inchaço.

• Se o osso parece partido, mas não está a perfurar a pele, é necessário imobilizar a
zona antes de movimentar a pessoa.

• Não fazer a redução da fratura, isto é, tentar encaixar as extremidades do osso


partido.

• Não provocar apertos ou compressões que dificultem a circulação do sangue.

• Não meter para dentro, numa fratura exposta, as partes dos ossos que estejam
visíveis.

Imobilizações

Em caso de suspeita de fratura imobilizar sempre

Para imobilizar a fratura proceder da seguinte forma:

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• Expor o membro. Retirar o calçado e roupa;

• Se existirem feridas, limpá-las e desinfetá-las antes de imobilizar;

• Imobilizar a fratura, utilizando preferencialmente talas de madeira, devendo estas estar


obrigatoriamente almofadadas;

• No caso de a fratura ocorrer numa zona articular, não forçar o alinhamento. Se necessário,
imobilizá-lo na posição em que este se encontra.

• As fraturas têm de ser tratadas no Hospital.

• As talas devem ser sempre previamente almofadadas e bastante sólidas.

• Quando improvisadas, podem ser feitas com barras de metal ou varas de madeira.

• Se se utilizarem talas insufláveis, estas devem ser desinsufladas de 15 em 15 minutos


para aliviar a pressão que pode dificultar a circulação do sangue.

2.6. Acidentes digestivos – formas de actuação

O sistema digestivo ou gastrointestinal inclui o tubo digestivo (que é constituído por:

• boca,

• faringe, esófago,

• estômago,

• intestino delgado,

• intestino grosso e recto),

• órgãos glandulares (glândulas salivares, glândulas estomacais, fígado e pâncreas)

Estes segregam substâncias que lançam no interior desse tubo.

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A função deste aparelho é transferir as moléculas orgânicas, água e sais minerais que
constituem a alimentação para o meio interno do organismo, de modo a que os átomos e
moléculas que os constituem possam ser distribuídos pelas células através do sistema
circulatório.

O tubo digestivo de um adulto mede aproximadamente 8/9 metros de comprimentos desde


a boca até ao ânus, e o seu interior está em contacto com o exterior através desses dois
orifícios, o que quer dizer que, em sentido estrito, o conteúdo do tubo digestivo é exterior ao
corpo humano.

Ao contrário do que geralmente se imagina, a eliminação de produtos desnecessários


(excreção) não é uma função principal do aparelho digestivo.

O maior responsável pela eliminação dos resíduos é, no corpo humano, o aparelho renal,
enquanto que as fezes são, maioritariamente, constituídas por materiais não digeridos e por
bactérias que residem no tubo digestivo, isto é, por materiais que nunca penetram, de facto,
no corpo humano.

2.6.1. Indigestão

Termo comum para designar um problema conhecido em termos médicos como Dispepsia.

Caracteriza- se por:

• Dor ou um mal-estar na parte alta do abdómen ou no peito que muitas vezes é


descrita como ter Gases;

• Sensação de estar cheio ou como uma dor corrosiva ou urgente (ardor).

“Indigestão é uma criação de Deus para impor uma certa moralidade ao estômago”.

Vitor Hugo (escritor e poeta francês, 1802 – 1885)

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Na maioria dos casos, a indigestão está relacionada ao estilo de vida ou aos hábitos
alimentares inadequados.

Causas

- Excesso de comida, alimentação inadequada;

- Alimentos ricos em gordura (chocolate...);

- Algumas frutas (cereja);

- Alimentos ricos em especiarias;

- Ingestão de estimulantes como a cafeína;

- Álcool;

- Tabaco;

- Consumo excessivo de certos medicamentos (anti-inflamatórios, antibióticos, pílulas


anticoncepcionais);

A “tacofagia” também está entre as principais causas de indigestão. Este fenômeno refere-se
às pessoas que comem muito rápido, sem ter tempo de mastigar os alimentos.

• úlceras do estômago;

• úlceras duodenais;

• Inflamação do estômago (gastrite) ;

• Cancro gástrico.

A ansiedade pode provocar dispepsia (possivelmente porque uma pessoa ansiosa tende a
suspirar ou a inspirar e engolir ar, o que pode provocar distensão gástrica ou intestinal, bem
como flatulência).

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A ansiedade também pode aumentar a perceção de sensações desagradáveis por parte da


pessoa, ao ponto de o mais pequeno incómodo se tornar muito stressante.

Sintomas

A pessoa que tem indigestão sofre de uma dor mal definida, em horários indefinidos.

Este desconforto pode durar por um dia e pode se dissipar após um repouso na posição
supina.

A presença de uma grande quantidade de gás no estômago também está entre os primeiros
sinais de indigestão.

Nos casos mais graves, a indigestão pode ser manifestada por:

- Vómitos (e náuseas) incessantes;

- Febre;

- Face pálida e fraqueza geral do corpo;

- Perda de peso súbita;

- Fezes pretas;

- Flatulência;

- Dor de cabeça.

Complicações

A indigestão dura entre um a dois dias, e raramente tem complicações. Em alguns casos, a
indigestão pode se transformar em constipação, e se não for tratada rapidamente pode se
agravar para uma intoxicação alimentar.

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• A incontinência anal é também uma das possíveis complicações da indigestão.

• Se o vómito apresentar-se como “borra de café”, ou se as fezes se tornarem


enegrecidas, será necessário consultar um médico com urgência.

Em qualquer caso, se o desconforto causado pela indigestão não desaparecer dentro de 48


horas, aconselha-se procurar um médico.

Tratamento

No caso de crise aguda, desaperte a roupa para evitar qualquer tipo de compressão e deite-
se.

Coloque um saco de água quente na zona do estômago.

No caso de indigestão, o médico prescreve um IBP ou inibidores da bomba de prótons


(omeprazol, pantoprazol,...) ou anti-histamínico (cimetidina,...).

Uma combinação de IBP com antibióticos também pode ser prescrita se a indigestão for
acompanhada por uma infeção do estômago ou do sistema digestivo.

Várias plantas medicinais podem superar uma indigestão.

Funcho (erva-doce tem uma ação particular contra a indigestão). Além de sua incomparável
ação digestiva, o Funcho alivia o inchaço e a flatulência.

Alecrim atua como um curativo natural favorecendo a cicatrização quando usada com papel
antisséptico. Esta planta é usada como um chá para ajudar na digestão.

2.6.2. Obstipação

A obstipação, também chamada de prisão de ventre ou constipação intestinal, é


caracterizada pela dificuldade constante ou eventual da evacuação das fezes, que se tornam

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ressecadas. Esta, não deve ser considerada como uma doença, mas como um sintoma ou
efeito de alimentação deficiente, stresse e outros problemas que fazem com que o
organismo responda retendo as fezes por um período maior do que o normal.

Cerca de 80% das pessoas sofrerão de obstipação nalgum momento das suas vidas, sendo
normais breves períodos de «prisão de ventre».

“Funcionamento regular dos intestinos" é variável de pessoa para pessoa. Cada um possui o
seu próprio ritmo natural e específico.

O normal funcionamento poderá ir de 3 vezes ao dia, até 3 vezes por semana, dependendo
do tipo de pessoa, dos seus hábitos alimentares, do sedentarismo, etc.

A obstipação está portanto como é óbvio dependente muitas vezes dos estilos de vida e
alimentação.

Causas

Poderão existir várias causas, possivelmente simultâneas, responsáveis pela obstipação,


incluindo a ingestão inadequada de líquidos e fibras, um estilo de vida sedentário e
alterações ambientais.

A obstipação poderá ser agravada pela gravidez, viagens ou alterações na dieta.

Nalgumas pessoas poderá ser o resultado de, repetidamente, ignorarem a vontade para
defecar.

Outras causas mais graves incluem apertos ou lesões expansivas no intestino grosso, pelo
que se a obstipação persistir será aconselhável consultar um Coloproctologista.

Mais raramente, a obstipação poderá ser um sintoma de esclerodermia, lúpus, ou ser


consequência de doenças dos sistemas nervosos ou endócrino, como as doenças da tiróide, a
esclerose múltipla, doença de Parkinson, AVC e lesões da medula.

As causas podem estar associadas a variadas situações, tais como:

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• Retenção das fezes por medo de utilizar a casa de banho;

• Resistência ao ensino da casa de banho;

• Uma dilaceração dolorosa do ânus (fissura anal);

• Defeitos de nascimento como anomalias da espinal medula ou do ânus; doença de


Hirschsprung;

• Baixas concentrações da hormona tiroideia;

• Pouca alimentação;

• Paralisia cerebral;

• Doença psiquiátrica na criança ou na família;

• Alimentação desequilibrada;

• Alimentação pobre em fibras e baseada em lanches, massas e enlatados;

• Refeições fora dos horários normais de pequeno-almoço, almoço e jantar;

• Hábito de beber pouco líquido durante o dia;

• Sedentarismo ou falta de exercício.

Os sintomas são:

• Edema da barriga e desconforto;

• Cólicas;

• Fezes duras;

• Irritabilidade;

• Dor.

• Enjoo e náuseas;

• Eventual aparecimento de sangue não misturado com as fezes

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Em crianças a obstipação pode vir acompanhada de outros sintomas, como o escape fecal e
encoprese, ou seja, o ato de sujar as roupas íntimas involuntariamente.

Situações em que deve consultar o médico

• Obstipação causada por medicamentos

• Quando a obstipação não cede com o uso de laxantes

• Quando há presença de hemorragias, cólicas abdominais e vómitos

• Quando há presença de sangue misturado nas fezes

• Quando a obstipação permanece por mais de 2 semanas

Tratamento

O tratamento deve iniciar-se com medidas não farmacológicas, como por exemplo, aumentar
a ingestão de fibras (farelo, frutas, vegetais verdes, cereais, etc.) e de líquidos; praticar
exercício físico. Uma das medidas mais importantes a adotar é a criação de um hábito de
defecação, ou seja, adotar horários diários para a evacuação, preferencialmente após uma
refeição.

Se estas medidas não forem suficientes deverá recorrer-se à terapêutica com laxantes.

Terapêutica farmacológica

A terapêutica com laxantes deve ser sempre uma medida temporária (duração inferior a 2
semanas), só devendo ser opção nos casos em que se verifica falência das medidas não
farmacológicas.

2.6.3. Intoxicação

Os tóxicos conseguem entrar no organismo de diversas formas, até mesmo através de um


simples contacto com a pele, as substâncias que conseguem atravessar a barreira da pele e

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provocar um quadro de intoxicação são reduzidas, sendo por isso que penetram no
organismo, de preferência, por via digestiva, via respiratória (via inalatória) ou por via
sanguínea.

As intoxicações podem essencialmente ter três origens:

• Acidental,

• Voluntária

• Profissional

A mais frequente é a intoxicação acidental e normalmente por uso ou acondicionamento


incorreto dos produtos.

As crianças são um potencial grupo de risco para intoxicação uma vez que ingerem quase
tudo pelo que os produtos tóxicos devem ser colocados fora do alcance das crianças como
medida preventiva. Qualquer substância pode ser tóxica, dependendo a sua toxicidade
exclusivamente da dose e forma de usá-la.

Vias de entrada:

Via digestiva: ingestão de qualquer tipo de substância tóxica, química ou natural

Vias respiratórias: aspiração de vapores ou gases emanados de substâncias tóxicas

Via cutânea: contato direto com substâncias químicas ou tóxicas ou com plantas da mesma
estirpe

Via ocular: por contato com substâncias tóxicas.

2.6.4. Envenenamento

Numa casa existem muitas substâncias, tais como lixívia, inseticidas e diluentes de tintas, que
são altamente perigosas para as crianças.

Se a vítima engolir um produto químico doméstico

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Se a vítima estiver consciente, procure descobrir o que ela engoliu. Lembre-se que ela pode
perder a consciência a qualquer momento. Não provoque vómitos. É uma perda de tempo e
pode ser prejudicial

Se a vítima estiver inconsciente, coloque-a na posição lateral de segurança. Chame uma


ambulância. Entregue ao pessoal da ambulância o recipiente do veneno ou uma amostra do
vomitado para orientar a escolha do tratamento.

2.7. Acidentes circulatórios – formas de actuação

Uma boa oxigenação é essencial para o normal funcionamento do nosso organismo.

O transporte do oxigénio é feito pelo sistema circulatório que é composto pelo sangue,
coração, artérias, veias e capilares.

Quando existe uma saída de sangue de uma forma não controlada, está-se perante uma
hemorragia.

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2.7.1. Hemorragias

Classificação das hemorragias em relação à origem

As hemorragias classificam-se em relação ao vaso atingido.

Deste modo, existem:

• Hemorragias arteriais;

Quando o vaso que sangra é uma artéria.

Caracteriza-se pela saída de sangue vermelho vivo e às «golfadas», ou seja, num jacto
descontínuo, correspondente à contração do coração.

• Hemorragias venosas;

Quando o vaso que sangra é uma veia.

Caracteriza-se por uma saída de sangue vermelho escuro em jacto contínuo.

• Hemorragias capilares.

Quando são atingidos os vasos capilares.

Caracteriza-se por uma saída de sangue em toalha. Normalmente não oferecem perigo.

Classificação das hemorragias em relação à localização

As hemorragias, à semelhança da classificação da origem, vão também ser classificadas em


relação à sua localização, podendo ser:

• Hemorragias externas;

As hemorragias externas são de fácil localização, estão relacionadas com feridas e podem ser
de origem arterial, venosa ou capilar, dependendo do(s) vaso(s) atingido(s).

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O controlo das hemorragias pode ser obtido através da aplicação das seguintes técnicas:

• Compressão manual direta;

• Compressão manual indireta ou à distância;

• Garrote.

O resultado destas técnicas pode ser melhorado, associando às mesmas os seguintes


procedimentos:

• Aplicação de frio

• Elevação do membro.

Compressão manual direta

Fazer compressão diretamente sobre a lesão que sangra, utilizar compressas ou um pano
limpo para auxiliar. Caso o volume de compressas seja excessivo, retirar a maioria sem
remover aquelas que estão em contacto direto com a ferida, de forma a evitar que a mesma
volte a sangrar.

Esta técnica, apesar de eficaz, não deve ser aplicada quando se está perante as seguintes
situações:

• Ferida com objeto empalado;

• Ferida associada a fraturas.

Compressão manual indireta ou à distância

Aplica-se quando não é possível efetuar a compressão manual direta e consiste em fazer
compressão num ponto entre o coração e a lesão que sangra.

Garrote

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O garrote, devido às lesões que provoca, é colocado somente quando todas as outras
técnicas de controlo de hemorragias falharam ou quando se está perante a destruição de um
membro.

Este deve ser de tecido não elástico e largo.

Quando se recorre ao garrote, deve registar-se a hora da sua aplicação.

Para se obter resultados mais rápidos podem associar-se às técnicas referidas anteriormente
os seguintes procedimentos:

Aplicação de frio

A aplicação de frio vai fazer com que os vasos se contraiam reduzindo a hemorragia.

No entanto, a sua aplicação requer cuidados.

Por isso deve proceder-se da seguinte forma:

– Quando se utilizar gelo, envolvê-lo num pano limpo ou em compressas e depois colocá-lo
sobre a lesão;

– Fazer aplicações por períodos de tempo não superiores a 10 minutos.

QUE DEVE FAZER

Atenção: antes de qualquer procedimento o socorrista deve calçar luvas descartáveis.

• Deitar horizontalmente a vítima.

• Aplicar uma compressa esterilizada sobre a ferida ou, na sua falta, um pano lavado,
exercendo uma pressão firme, conforme o local e a extensão do ferimento.

• Se as compressas ficarem saturadas de sangue, colocar outras por cima, sem nunca retirar
as primeiras.

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• Fazer durar a compressão até a hemorragia parar (pelo menos 10 minutos).

• Se a hemorragia parar, aplicar um penso compressivo sobre a ferida.

Uma ferida dos membros, com hemorragia abundante, pode ser necessário aplicar um
GARROTE.

O garrote pode ser de borracha ou improvisado com uma tira de pano estreita ou uma
gravata.

Como aplicar um garrote

Aplicar o garrote entre a ferida e o coração, mas o mais perto possível da ferida e sempre
acima do joelho ou do cotovelo, de acordo com a localização da ferida que sangra.

• Aplicar o garrote por cima da roupa ou sobre um pano limpo bem alisado colocado
entre a pele e o garrote.

• Colocar o garrote à volta do membro ferido;

Se o garrote for improvisado com uma tira de pano ou gravata, dar dois nós, entre os quais
se coloca um pau, que poderá ser rodado até a hemorragia estancar.

• Aplicado o garrote, este terá de ser aliviado de 15 em 15 minutos, durante 30


segundos a 2 minutos, conforme a intensidade da hemorragia (quanto maior é a
hemorragia, menor é o tempo que o garrote está aliviado).

• Anotar sempre a hora a que o garrote começou a fazer compressão para informar
posteriormente os tripulantes do Serviço de Emergência Médica (pode colocar essa
informação num letreiro ao pescoço do ferido).

Nunca tirar o garrote até chegar ao hospital; perigo mortal!

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Entretanto:

Tomar medidas contra o estado de choque antes e durante o transporte para o Hospital.

• Acalmar a vítima e mantê-la acordada.

•Deitá-la de costas com as pernas levantadas.

• Mantê-la confortavelmente aquecida.

• Não a deixar comer nem beber.

Hemorragia Nasal (Epistaxis)

Epistaxis ou Epistaxe é a hemorragia nasal provocada pela rutura de vasos sanguíneos da


mucosa do nariz.

SINAIS E SINTOMAS

• Saída de sangue pelo nariz, por vezes abundante e persistente.

• Se a hemorragia é grande, o sangue pode sair também pela boca.

O QUE DEVE FAZER

• Sentar a vítima com a cabeça direita no alinhamento do corpo

(nem para trás, nem para a frente).

• Comprimir com o dedo a narina que sangra, durante 10 minutos.

• Aplicar gelo exteriormente, não diretamente sobre a pele.

• Se a hemorragia não parar, introduzir um tampão coagulante na narina que sangra


(“Spongostan”, por exemplo), fazendo ligeira pressão para que a cavidade nasal fique bem
preenchida.

Se a hemorragia persistir mais do que 10 minutos, transportar a vítima para o Hospital.

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Atenção: antes de qualquer procedimento o socorrista deve calçar luvas descartáveis.

• Hemorragias internas.

As hemorragias internas são de difícil reconhecimento, sendo caracterizadas de duas formas:

• Hemorragias internas visíveis;

Diz-se que é uma hemorragia interna visível quando o sangue sai por um dos orifícios
naturais do corpo (nariz, ouvidos, boca, etc.).

• Hemorragias internas não visíveis.

Hemorragias internas não visíveis

São de difícil reconhecimento, sendo a suspeita efetuada com base nos sinais e sintomas que
o doente apresenta.

No caso da hemorragia interna devem ser aplicados, entre outros, os seguintes cuidados:

• Não deixar o doente efetuar qualquer movimento;

• Se o sangue sai pelos ouvidos, neste caso particular, colocar somente uma compressa para
embeber;

• Aplicar frio sobre a zona da lesão;

• Manter o doente quente;

• Avaliar os parâmetros vitais.

Deve-se suspeitar sempre de hemorragia interna quando não se vê sangue, mas a vítima
apresenta um ou mais dos seguintes sinais e sintomas.

SINAIS E SINTOMAS

• Sede.

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• Sensação de frio (arrepios) e tremores.

• Pulso progressivamente mais rápido e mais fraco.

Em casos ainda mais graves:

• Palidez.

•Arrefecimento, sobretudo das extremidades.

• Zumbidos.

• Alteração do estado de consciência.

O QUE DEVE FAZER


• Acalmar a vítima e mantê-la acordada.
• Desapertar-lhe a roupa.
• Manter a vítima confortavelmente aquecida.
• Colocá-la em Posição Lateral de Segurança

O QUE NÃO DEVE FAZER


• Dar de beber ou de comer.

Num quadro clínico de hemorragia grave, o doente apresenta sinais e sintomas de choque
hipovolémico.

Assim sendo, devem ser aplicados os seguintes cuidados de emergência:

• Proceder ao controlo da hemorragia;

• Ter em atenção um possível episódio de vómito;

• Elevar os membros inferiores;

• Manter o doente confortável e aquecido;

• Identificar os antecedentes pessoais e a medicação;

• Avaliar os parâmetros vitais, se possível;

• Ligar 112 e informar:

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– Local exato;

– Número de telefone de contacto;

– Descrever o que foi observado e avaliado;

– Descrever os cuidados de emergência aplicados;

– Respeitar as instruções dadas.

• Aguardar pelo socorro, mantendo a vigilância do doente;

• Se o doente estiver em Paragem Cárdio-Respiratória, iniciar de imediato as manobras de


reanimação.

2.7.2. Síncope

Síncope ou desmaio é a perda súbita e transitória (breve) da consciência e


consequentemente da postura, devido a isquémia cerebral transitória generalizada (redução
na irrigação de sangue para o cérebro).

Normalmente, o desmaio dura 2 a 3 minutos.

Existe sempre recuperação espontânea da consciência na síncope.

A síncope (ou lipotimia) pode ter várias origens, bem como indicar vários quadros clínicos.

Mais frequentes

• a descida súbita da pressão arterial (hipotensão), que dá origem a uma má perfusão


cerebral;

• a descida acentuada do açúcar no sangue;

• excesso de esforço ou atividade; medo e ansiedade;

• postura ereta durante demasiado tempo.

No entanto, pode também indicar situações de maior gravidade, ou seja, quando a perda de
conhecimento esteja associada a dor torácica; convulsão; problemas cardíacos.

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SINAIS E SINTOMAS

• Palidez.

• Suores frios.

• Enjoo.

• Tonturas

• Falta de força.

• Pulso fraco.

PRIMEIROS SOCORROS

1. Se nos apercebermos de que uma pessoa está prestes a desmaiar:

• Sentá-la.

• Colocar-lhe a cabeça entre as pernas.

• Molhar-lhe a testa com água fria.

• Dar-lhe de beber chá ou café açucarados.

2. Se a pessoa já estiver desmaiada:

• Deitá-la com a cabeça de lado e as pernas elevadas.

• Desapertar-lhe as roupas.

• Mantê-la confortavelmente aquecida, mas, sempre que possível, em local arejado.

• Logo que recupere os sentidos, dar-lhe uma bebida açucarada.

• Consultar posteriormente o médico.

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Neste caso, ela pode ter as vias respiratórias bloqueadas por saliva, vómito, sangue ou
aparelhos ortodônticos.

Para resolver o problema, abra a sua boca, puxe com firmeza, mas delicadamente, a sua
mandíbula para a frente e incline sua cabeça para trás. Isto afasta a língua do fundo da
garganta e liberta a passagem de ar.

Depois, coloque-a com a cabeça para o lado, facilitando a saída dos líquidos ou vómitos que
ainda estejam na sua boca.

Deveremos verificar de imediato as suas funções vitais de forma a evitar sufocação com o
próprio vómito. Deve-se posteriormente, elevar as pernas a 45 graus, bem como humedecer
a testa e os lábios.

É fundamental manter um diálogo constante com a vítima, acalmando-a.

2.7.3. Golpe de ar: geral ou de frio

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2.8. Acidentes respiratórios – formas de actuação

2.8.1. Dificuldades respiratórias


Movimento laborioso da entrada e saída do ar dos pulmões, com desconforto e esforço
crescente, falta de ar, associado a insuficiência de oxigénio no sangue circulante, sensações
de desconforto e ansiedade.

 Também designada por falta de ar, dificuldade respiratória.

 Pode ter várias etiologias.

 A sua gravidade advém da etiologia e da capacidade do organismo em reagir à


mesma.

 A queixa de “falta de ar” pode variar de pessoa para pessoa uma vez que esse
sintoma depende da capacidade neurológica em identificar esse sintoma.

Etiologia:

 Asma;

 Agravamento da bronquite crónica;

 Edema pulmonar;

 EAM;

 DPOC;

 Intoxicações.

Atuação perante o foco dispneia:

 Verificar as características da respiração;

 Observar a cor da pele e das mucosas da vítima;

 Observar o comportamento e reatividade da vítima.

No sentido de despistar precocemente complicações respiratórias

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Primeiros Socorros - atuação

 Manter um ambiente calmo em redor da vítima;

 Acalmar a vítima;

 Manter a vítima sentada sem que este faça qualquer esforço;

 Ajudar a vítima a respirar: inspirar pelo nariz e expirar pela boca;

 Identificar patologias anteriores e a farmacologia da vítima;

 Ligar 112;

 Aguardar pelo socorro.

Asma

A asma afeta perto de 150 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, estima-se
que mais de 600 mil pessoas sofram de asma.

• A asma pode afetar qualquer pessoa, mas tem maior prevalência na população
infantil e juvenil.

• Tem uma maior incidência nos rapazes do que nas raparigas.

• O portador poderá ter uma vida normal após treino apropriado e tratamento
adequado.

• Está relacionada em grande parte com uma predisposição genética (hereditária) e


com o ambiente.

• Envolve uma resposta alérgica.

A asma é uma doença inflamatória crónica dos brônquios.

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Resulta do estreitamento dos brônquios, que pode ocorrer em várias circunstâncias. Ficando
mais estreitos, o ar sai e entra nos pulmões com mais dificuldade.

Este estreitamento é provocado pela contração dos músculos que existem à volta dos
brônquios, pelo aumento da parede dos brônquios, ficando assim o interior dos brônquios
mais estreito e pela maior quantidade de secreções que os brônquios produzem

Trata-se pois de uma doença que se deve principalmente a 3 fatores:

 Contração dos músculos da parede brônquica;

 Inflamação da parede brônquica;

 Aumento das secreções brônquicas particularmente na criança mais pequena.

Estes 3 factores estão ligados a um aumento da reatividade brônquica e levam à dificuldade


de passagem do ar, quer da sua entrada quer da sua saída.

Sinais/Sintomas:

A intensidade das crises pode ser muito diferente de dia para dia.

• Tosse (seca ou com secreções).

• Pieira (devido à acumulação de secreções).

• Dificuldade em respirar.

• Sensação de aperto no tórax.

• Cianose nos lábios (indicador de escassez de O2).

O que provoca as crises de asma:

As crises de asma podem ser provocadas por agentes desencadeadores. Estes podem ser
alergénios, exercício físico, o riso, o frio, certos alimentos ou os seus aditivos, fármacos,
tabaco.

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• Ácaros à colchões, cadeirões, almofadas, etc.

• Pólen à polinização das plantas faz-se na Primavera

• Alimentos à corantes e conservantes

• Medicamentos à penicilina e aspirina

• Exercício Físico

Tratamento

• Testes para monitorizar a asma

• Prescrição de broncodilatadores

• Encaminhamento para fisioterapeuta – ensino de controlo da respiração em crise de


asma

• Questionar vítima ou familiar da causa da asma e se possui a medicação

• Fazer a medicação

• Levar vítima para serviço de Urgência

Prevenção:

1. Dormir de preferência em quarto sem humidade, com luz solar e bem arejado;

2. Evitar alcatifas, brinquedos ou objectos que acumulem pó;

3. Não levantar o pó à utilizar pano humedecido e aspirador;

4. Evitar contacto com animais domésticos;

5. Evitar mudanças bruscas da temperatura do corpo.

6. Informar os familiares e amigos mais próximos da doença;

7. Estimular para a prática de actividade física (devidamente acompanhado e exceto se


em crise de asma) à natação;

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8. Evitar viagens em crise de asma;

9. Ter sempre com a vítima a medicação prescrita;

10. Evitar fumar.

A asma não tem cura mas controla-se com a medicação

2.8.2. Asfixia

Interferência com a entrada do ar nos pulmões, cessação da respiração e sufocação.

Sinais e Sintomas:

 Tosse ou tentativa de tossir;

 Aflição/Agitação;

 Movimentos respiratórios ineficazes;

 Ruídos respiratórios;

 Doente “agarrado” à garganta;

 Dispneia.

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Primeiros Socorros

 Abrir a boca à vítima e tentar remover o corpo estranho à cuidado para não entalar
mais o objeto ou sofrer uma mordedura.

 Se não resultar, efetuamos a desobstrução das vias aéreas.

A obstrução da via aérea por corpo estranho é uma causa rara, mas potencialmente
tratável de morte acidental.

 A maior parte das situações de obstrução da via aérea ocorre durante a ingestão de
alimentos e são muitas vezes presenciadas.

 Neste caso há oportunidade de intervenção com a vítima consciente.

 O corpo estranho pode provocar obstrução da via aérea ligeira ou grave, que se
podem distinguir pelas manifestações clínicas.

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Desobstrução da via aérea – Adulto

 Se a vítima tem sinais de obstrução ligeira da via aérea

 Incentivá-la a continuar a tossir, tentando acalmá-la

 Se a vítima tem sinais de obstrução grave da via aérea:

 Colocar-se ao lado da vítima;

 Apoiar as mãos no tórax da vítima, inclinando-a para a frente;

 Aplicar até cinco palmadas nas costas entre as omoplatas (inter-escapulares).

 Confirmar se alguma das palmadas aliviou a obstrução da via aérea.

 Se a vítima tem sinais de obstrução grave da via aérea (não resultaram as pancadas
inter-escapulares):

 Aplicar até cinco compressões abdominais – Manobra de Heimlich.

 Colocar-se por detrás da vítima, envolvendo-a com os braços ao nível


da região superior do abdómen;

 Inclinar a vítima para a frente;

 Colocar o punho fechado entre o umbigo e o apêndice xifóide;

 Fixar o punho com a outra mão e fazer uma forte compressão de baixo
para cima e da frente para trás.

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2.9. Prevenção de contaminação


A prevenção da contaminação viral, bacteriana, ou parasitária, é conseguida através das
normas de higiene que são ensinadas desde crianças, embora nem sempre isso seja uma
garantia do não contágio.

No entanto devemos sempre ter em atenção a qualidade dos alimentos, os prazos de


validade dos mesmos, o isolamento em recipientes apropriados do lixo doméstico, a lavagem
das mãos antes e após qualquer ida à casa de banho, a toma de uma banho diário, a limpeza
semanal do espaço habitacional, a circulação de ar dentro da casa.

2.9.1. Microbiana e Parasitária

• Lavar bem os alimentos

• Evitar o contacto com as crianças se estiver constipado

• Lavar bem as mãos

• Manter as unhas cortadas

• Colocar luvas para mexer nos bebés

• Isolar rapidamente as fraldas

• Lavar todos os espaços com detergentes anti-bacteriano.

2.9.2. Viral
O ar que respira

O ar que respiramos está cheio de vírus e bactérias, que caso entrem pelas vias respiratórias
podem causar infeções. E as crianças, devido a terem um sistema imunitário mais imaturo,
têm mais possibilidades de serem contagiadas. Por isso, convém seguir algumas regras para
evitar o contágio.

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Assim:

- Evite os ambientes fechados como os centros comerciais, transportes públicos e outros


lugares pouco arejados.

- Evite que o bebé esteja em contacto com pessoas doentes.

- Pelo menos uma vez por dia areje a casa, em especial o lugar onde o bebé dorme ou passa
mais tempo.

- Antes de tocar no bebé ou nos seus acessórios (chupeta, tetinas, biberões, etc.) lave bem as
mãos.

- Evite que outras pessoas beijem o seu filho.

2.10. Atitudes e primeiros cuidados face a situações


específicas

2.10.1. Etílica

O álcool ao contrário da ideia que transparece na sociedade, é um depressor do sistema


nervoso central, e não um excitante como é entendido por muitos.

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Os sintomas de um consumo exagerado de álcool são:

• fraqueza,

• descoordenação motora,

• discurso incoerente e arrastado,

• desorientação espácio-temporal,

• vómito,

• sonolência,

• hipotermia,

• cianose,

• inconsciência, com possível Paragem Cárdio-Respiratória

A ingestão de álcool pode trazer sensações prazerosas.

Como o excesso pode provocar sérios problemas para o individuo no seu meio familiar e
social, a ingestão crónica causa cirrose e distúrbios psicóticos "DELIRIUM TREMENS“

Numa crise alcoólica devemos:


• Desapertar as roupas;

• Deitar de lado, para que possa vomitar, sem asfixiar.

• Falar constantemente com ela, apoiando-a;

• Aquecer a vítima com cobertor ou casaco (o álcool provoca uma rápida e perigosa
desidratação);

• Dar líquidos mornos (chás);

• Se adormecer não deixá-la sozinha até acordar;

• Em caso de inconsciência, verificar de imediato as funções vitais (pulso e respiração)


e ligar 112.

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NãO FAÇA:

• NÃO DISCUTA COM O DOENTE,

• NÃO SEJA ASPERO OU AUTORITÁRIO.

• NÃO SEGURE O DOENTE, SALVO PARA IMPEDI-LO DE FERIR-SE OU A OUTREM.

2.10.2. Epiléptica
Os sinais e sintomas que podem ajudar a identificar uma convulsão podem ser organizados
em três fases:

 Antes da convulsão a vítima pode ficar parada, como ausente, começando a ranger
os dentes. Muitas vítimas referem sentir um cheiro ou ver luzes coloridas.
Normalmente a vítima grita e cai subitamente, começando a cerrar com força os
dentes e mexendo-se descontroladamente.

 Neste caso, a vítima poderá ficar cianosada devido ao facto de ocorrerem períodos
curtos em que ocorre a suspensão da respiração e poderá salivar abundantemente, o
que pode ser identificado pelo “espumar pela boca”.

 A crise termina e a vítima apresenta-se inconsciente recuperando lentamente a


consciência. Normalmente apresenta-se confusa e agitada e não se lembra do que
aconteceu. É normal ocorrer mordedura da língua, mas na generalidade sem
gravidade.

Primeiros Socorros

 Fase de pré-crise:

- Deitar a vítima;

- Afastar os objetos em redor da vítima.

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 Durante a crise convulsiva:

- Manter a calma;

- Não segurar na vítima nem tentar prender os seus movimentos;

- Não colocar nada na boca da vítima;

- Proteger a cabeça da vítima e afastar possíveis objetos a fim de evitar o contacto;

- Esperar que a crise passe.

 Após a crise convulsiva:

- Colocar a vítima em PLS;

- Ligar 112

- Aguardar pelo socorro.

2.10.3. Convulsiva
As crises convulsivas normalmente são de curta duração (2 a 3 minutos) e, devido ao fato de
serem em alguns casos violentas, podem provocar ferimentos na vítima já que esta pode
embater descontroladamente em objetos existentes em seu redor.

A convulsão deve-se a uma alteração neurológica que pode ter várias causas. As mais
frequentes estão associadas a epilepsia ou a febre, no caso das crianças.

Convulsão Febril

Geralmente, as convulsões febris acontecem quando a temperatura sobe muito


rapidamente;

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Entre os 3 meses e os 3 anos de idade, 3% a 5% das crianças podem ter convulsões


acompanhadas de quadros febris; Acima dessa idade as convulsões febris são raras;
Normalmente são de curta duração;

Durante a crise convulsiva, a vítima perde a consciência, tem movimentos anormais, pode
ficar rígida, revirar os olhos ou espumar pela boca.

Primeiros Socorros:

 Manter a vítima deitada de lado;

 Manter ambiente calmo;

 Não restringir os movimentos;

 Não dar de beber;

 Não colocar objetos na boca;

 Chamar o médico, dirigir-se ao serviço de urgência ou contactar o seu médico


assistente.

Nunca colocar uma vítima em convulsão na banheira

Se aumento da temperatura do corpo for moderado:

Manter a pessoa num ambiente temperado e com pouca roupa;

Dar líquidos em abundância para prevenir a desidratação.

Se a temperatura chegar aos 39ºC:


Passar uma esponja humedecida em água tépida pelo corpo da vítima;

Caso a febre não desça, dar um banho de água tépida com temperatura da água inferior 1 a
2ºC à temperatura do corpo da criança;

Deve ser um banho de 10 minutos; Avaliar periodicamente a febre.

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NOTA:

Para tratar a febre recomendam-se os antipiréticos, como por exemplo o paracetamol ou o


ibuprofeno, que reduzem a febre;

O objectivo do antipirético é aliviar o desconforto causado pela febre, e deve ser usado
apenas quando existir febre, devendo no entanto ser sempre respeitado as doses
recomendadas para o peso e o intervalo mínimo entre cada administração de
medicamento e medida a temperatura antes de cada toma do fármaco – Com prescrição
médica;

A diminuição da febre ocorre após administração do antipirético, podendo a febre


reaparecer no intervalo das administrações o que não significa ineficácia da medicação.

2.10.4. Emergências psicológicas

As emergências psicológicas têm um atendimento diferente das emergências físicas. Não se


consegue dimensionar de imediato os resultados dos nossos esforços quando se trata de
alguém deprimido ou com tendências suicidas. Porém, este tratamento é tão importante
como os primeiros socorros a um trauma físico.

O atendimento destas emergências deve ser planeado e desenvolvido tendo em conta


quatro objectivos:

 Ajudar a pessoa a voltar a comporta-se normalmente o mais rápido possível;

 Quando a vítima não for capaz de voltar ao normal rapidamente, minimizar ao


máximo a sua incapacidade psicológica;

 Diminuir a intensidade da reacção emocional da vítima até poder dispor de um


profissional;

 Impedir que a vítima se magoe ou venha a ferir outras pessoas.

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2.11. Outros tipos de acidentes – formas de actuação e


prevenção

2.11.1. Técnicas de imobilização


O que observa?

Suspeite de um Traumatismo Crânio-Encefálico ou Vertebro-Medular se a vítima:

Esteve envolvida num acidente em que sofreu um impacto físico súbito, como um acidente
de viação ou uma queda;

Está ou fica letárgica, sonolenta, agitada ou inconsciente;

Não se consegue lembrar exactamente do que aconteceu;

Tem uma dor de cabeça forte e persistente, sente náuseas ou começa a vomitar, torna-se
irritável, comporta-se de modo estranho ou tem convulsões;

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Tem lesões sérias na cabeça;

Se queixa de falta de sensibilidade ou dormência;

Sente dores na zona cervical ou na coluna dorsal/lombar ou estas zonas estão doridas.

O que fazer?

1 Acalme a vítima e tente convencê-la a não se mover;

2 Peça a um mirone que alerte os Serviços de Emergência ou vá você mesmo procurar ajuda,
se está sozinho;

3 Imobilize a vítima somente se ela concordar em cooperar.

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4 Se a vítima está visivelmente inquieta ou agitada, não lhe deve manter a cabeça ou a
coluna cervical imobilizadas contra a sua vontade.

Se a vítima não tem respostas normais, se estiver agitada, etilizada ou com muita dor, a sua
avaliação preliminar não irã ser particularmente fiável. Deve então informar os Serviços de
Emergência se não está certo quanto à natureza da lesão.

Manter as vias aéreas desobstruídas é uma prioridade, mais importante do que a protecção
de uma potencial lesão da coluna vertebral. A não ser que consiga assegurar-se, sem
margem de dúvidas, que a vítima ventila normalmente, deve colocá-la em decúbito dorsal
(virado de barriga para cima) para desobstruir as vias aéreas e verificar a ventilação. Quando
necessário, colocar a vítima na posição lateral de segurança para manter as vias aéreas
desobstruídas, é uma prioridade mais importante até do que a protecção de uma potencial
lesão da coluna vertebral.

2.12. Mala de primeiros socorros e medicamentos

A mala de primeiros socorros deve estar presente em qualquer habitação, seja própria ou
comercial, para poder rapidamente prestar alguns cuidados de saúde. Algumas marcas de
veículos automóveis incluem já a mala de primeiros socorros no seu equipamento de série.

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2.12.1. Organização da mala de primeiros socorros


Proposta de material básico

• Luvas de látex descartáveis (2 pares).

• Compressas esterilizadas (5 pacotes).

• Ligaduras (3 unidades).

• Adesivos (1 rolo).

• Pensos rápidos (1 caixa).

• Solução de iodopovidona dérmica (Betadine) (unidades individuais).

• Soro fisiológico (1 frasco pequeno ou unidades individuais).

• Termómetro digital (1).

• Paracetamol 500 mg (1 caixa).

• 4 pacotes de açúcar ou solução de glicose.

• Esfigmomanometro (aparelho para avaliação de tensão arterial) (1)

• Gase vaselinada (5 pacotes).

• Tesoura (1).

• Pinça pequena (1).

• “Spongostan” (esponjas de coagulação).

• Película aderente

Nota: É importante rever frequentemente o kit, bem como todo o material existente no
armário, verificando os prazos de validade e material em falta.

Produtos de desinfecção e limpeza

• Clorhexidina 4%.

• Lixívia comercial – hipoclorito de sódio a 5-10% (atenção à validade).

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• Toalhetes descartáveis para as mãos.

• Balde com tampa e pedal.

• Aventais descartáveis.

• Sacos de plástico apropriados para produtos eventualmente contaminados se possível de


parede dupla.

2.12.2. Medicamentos

2.12.2.1. Localização, organização e segurança


Esse local deverá estar sempre limpo e desinfectado.

Recomenda-se como equipamento: um armário com materiais para primeiros socorros;


produtos de desinfecção e limpeza; kit de emergência transportável.

2.12.2.2. Conservação, prescrição e eliminação

LIMPEZA E DESINFEÇÃO DE MATERIAIS

Uma vez terminado qualquer tratamento de feridas sangrantes há que proceder à eliminação
e/ou desinfecção do material utilizado e à limpeza das superfícies ou locais eventualmente
conspurcados com sangue.

1. ELIMINAÇÃO E/OU DESINFECÇÃO DO MATERIAL UTILIZADO

Nota: Quem proceder a estas operações deve manter sempre as mãos protegidas com
luvas de borracha (luvas de ménage, por exemplo).

Para a eliminação e/ou desinfeção do material utilizado no tratamento de feridas sangrantes


devem ser seguidas as seguintes orientações:

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• O material descartável utilizado no tratamento das feridas (luvas, avental, “Spongostan”,


compressas, ligaduras, adesivos, etc.) deve ser removido para o saco de plástico de parede
dupla que se atará firmemente.

• O restante material (pinças, tesouras, etc.), logo depois de utilizado deve ser lavado com
água e sabão e depois mergulhado em lixívia comercial durante 30 minutos.

2. LIMPEZA DE SUPERFÍCIES E LOCAIS CONSPURCADOS COM SANGUE

À semelhança do material, todas as superfícies e locais conspurcados com sangue devem


ser cuidadosamente limpos e desinfetados.

• Utilizar sempre luvas de borracha descartáveis.

• Favorecer a absorção do sangue com material irrecuperável (toalhetes de papel


absorvente, por exemplo).

• Deitar por cima dos locais contaminados lixívia pura (se possível a 10%) e deixar actuar
durante 10 minutos.

• Remover tudo para saco de plástico adequado e fechá-lo com segurança.

• Por último, lavar toda a superfície contaminada com água.

2.12.2.3. Emprego abusivo

A toma exagerada de medicação – overdose medicamentosa – ou a automedicação não


controlada podem ser riscos associados à Mala de Primeiros Socorros.

É necessário que alguém com conhecimentos de socorrismo fique responsável por esta
organização, para se evitarem acidentes desnecessários.

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2.13. Resumo

A leitura deste manual tornou-se um elemento essencial para a consolidação dos conteúdos
programáticos previstos.
Com ele, é possível guardar no tempo esta informação, e consultá-la sempre que for
necessário, não esquecendo que este tipo de conhecimentos devem ser revistos
periodicamente, devido a alterações que possam surgir nas formas de actuação em casos de
emergência.

Fim do Manual

3.1. Avaliação formativa

A avaliação da formação é feita através de uma Avaliação Quantitativa, onde constam os


testes de avaliação e as fichas de trabalho, e por uma Avaliação Qualitativa, onde são
ponderados os parâmetros de Assiduidade, Pontualidade, Responsabilidade, etc.

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3.2. Propostas de actividades

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3.3. Glossário
Primeiros Socorros: saber aplicar um conjunto de conhecimentos que permitem, perante
uma situação de acidente ou doença súbita, estabelecer prioridades e desenvolver acções
adequadas com o fim de estabilizar ou, se possível, melhorar a situação da(s) vítima(s).

Suporte Básico de Vida: manter a ventilação e a circulação adequadas, até chegarem os


meios de ajuda especializada.

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3.4. Referencias Bibliográficas

Autor Desconhecido. (sem data). Primeiros socorros - tipos de acidentes e formas de


actuação. Acedido em 08, Novembro, 2012, em:
http://pt.scribd.com/doc/39555226/Primeiros-Socorros-Tipos-de-Acidentes-e-Formas-de-
Actuacao

Chambel, S. (2009). Socorrismo, uma missão que compete a todos. Acedido em 04, Janeiro,
2012, em: http://www.ideiasambientais.com.pt/artigos/socorrismo.pdf

CNE, Agr. 1006 - Tarouca. (2006). Manual de Primeiros Socorros. Acedido em 04, Janeiro,
2012, em: http://cneagrupamento1006.home.sapo.pt/1Socorros/SOS%20-%20Manual
%20de%20Primeiros%20Socorros.htm

Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). (2006). Primeiros Socorros em conflitos


armados e outras situações de violência. Acedido em 04, Janeiro, 2012, em:
http://www.cvbma.org.br/pdf/ICRC_007_0870.pdf

Correio da Manhã. (2011). O meu guia de primeiros socorros. ISBN: 978-989-8373-70-0.


Lisboa: Industria Gráfica Altair

Escola de Socorrismo da Cruz Vermelha Portuguesa. (2005). Manual de socorrismo. 5ª


edição. ISBN: 972-97561-5-5. Mem Martins: Editorial do Ministério da Educação

Escola de Socorrismo da Cruz Vermelha Portuguesa. (2011). Manual europeu de primeiros


socorros. 4ª edição. ISBN: 978-989-95164-3-4. S. Julião do Tojal: Smiprint

Hafen, B.; Karren, K.; Frandsen, K. (2002). Primeiros socorros para estudantes. 7ª edição. São
Paulo: Manole

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Inem TV. Emergência. Acedido em 04, Janeiro, 2012, em:


http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=42260

Juventude da Cruz Vermelha de Ovar. Noções Básicas Primeiros Socorros. Acedido em 04,
Janeiro, 2012, em: http://jcvovar.wordpress.com/manual-de-primeiros-socorros/

Saubers, N. (2009). Manual de primeiros socorros. Lisboa: Arte Plural Edições

SMN – Serviços Médicos Nocturnos, S.A. (sem data). Noções básicas de primeiros socorros.
Acedido em 08, Novembro, 2012, em:
http://images.mila6.multiply.multiplycontent.com/attachment/0/SikBewoKCCMAAEwlll41/M
ANUAL_PRIMEIROS_SOCORROS_2008.pdf?key=mila6:journal:302&nmid=251461345

Vieira, G. (2010). A mala de primeiros-socorros. Acedido em 19, Novembro, 2012, em:


http://protecaocivil.files.wordpress.com/2010/12/ficha-deproteccc3a7c3a3o-civil-e-
seguranc3a7a_6-primeiros-socorros.pdf

3.5. Sites de Interesse

Conselho Português de Ressuscitação: http://www.cprportugal.net/


European Resuscitation Council: http://www.erc.edtil
Cruz Vermelha Portuguesa: http://www.cruzvermelha.pt
Direcção-Geral da Saúde: http://www.dgs.pt
Instituto Nacional de Emergência: http://www.inem.pt/
Organização Mundial da Saúde: http://www.who.int/
Autoridade Nacional de Protecção Civil: http://www.proteccaocivil.pt
Sociedade Portuguesa de Cardiologia: http://www.spc.pt
Sociedade Portuguesa de Pediatria: http://www.spp.pt/
Alcoólicos Anónimos Portugal: http://www.aaportugal.org

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