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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA
Apelação nº 0014119-11.2017.8.26.0344

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0014119-11.2017.8.26.0344 e código 8F711FE.
Registro: 2018.0000513957

ACÓRDÃO

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GERALDO FRANCISCO PINHEIRO FRANCO, liberado nos autos em 12/07/2018 às 14:45 .
Vistos, relatados e discutidos estes autos do(a) Apelação nº
0014119-11.2017.8.26.0344, da Comarca de Marília, em que são partes é apelante ODILA
MONTEFUSCO DUARTE, é apelado OFICIAL DO SEGUNDO REGISTRO DE
IMOVEIS DA COMARCA DE MARILIA.

ACORDAM, em Conselho Superior de Magistratura do Tribunal de Justiça de


São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento à apelação, v.u.", de
conformidade com o voto do Relator, que integra este Acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PEREIRA


CALÇAS (PRESIDENTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA) (Presidente), ARTUR MARQUES
(VICE PRESIDENTE), DAMIÃO COGAN (DECANO), EVARISTO DOS
SANTOS(PRES. DA SEÇÃO DE DIREITO PÚBLICO), CAMPOS MELLO (PRES. DA
SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO) E FERNANDO TORRES GARCIA(PRES. SEÇÃO DE
DIREITO CRIMINAL).

São Paulo, 5 de julho de 2018.

PINHEIRO FRANCO
CORREGEDOR GERAL DA JUSTIÇA E RELATOR
Assinatura Eletrônica

Apelação nº 0014119-11.2017.8.26.0344
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Apelante: Odila Montefusco Duarte
Apelado: Oficial do Segundo Registro de Imoveis da Comarca de Marilia
Voto nº 37.508

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Registro de Imóveis - Dúvida - Registro de formal de
partilha - Transmissão de parte ideal de imóveis à viúva -
Partilha que recai sobre a totalidade dos bens - Qualificação
negativa do título - Acerto do óbice apresentado pelo
registrador - Recurso não provido.

Trata-se de apelação (fls. 142/149) interposta contra a


r. sentença da MM.ª Juíza Corregedora Permanente do 2º Oficial de Registro de
Imóveis da Comarca de Marília, que julgou procedente dúvida suscitada para o fim
de manter a recusa do registro do formal de partilha dos bens deixado por Egydio
Ribeiro Soares, ao argumento de que a totalidade do patrimônio do falecido deve ser
inventariada e não apenas a parte ideal a ele pertencente (fls. 131/136).

Alega a recorrente, em síntese, que no inventário de


seu falecido cônjuge foram descritos os bens que compunham o patrimônio do de
cujus, ou seja, 50% do imóvel objeto da matrícula nº 4.129 e 25% do imóvel objeto
da matrícula nº 4.149, ambas do 2º Oficial de Registro de Imóveis de Marília. Tendo
sido os bens adquiridos na constância do casamento, sustenta que apenas a meação
do falecido deveria ser inventariada, para que, então, fosse acrescida à parte cabente
à inventariante.

A Douta Procuradoria Geral da Justiça manifestou-se


pelo não provimento do apelo (fls. 178/181).

É o relatório.
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O título judicial apresentado a registro teve o ingresso
negado, por entender o Oficial ser necessário o aditamento do formal de partilha,
pois todo o patrimônio do falecido deveria ser inventariado, considerando-se

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irregular a partilha de apenas 50% de seus bens (fls. 01/04, fls. 10 e 14).

Pondera a recorrente que a partilha realizada


judicialmente está correta, pois realizada em conformidade com a lei.

Desde logo, importa lembrar que a origem judicial do


título não o torna imune à qualificação registral, ainda que limitada aos requisitos
formais do título e sua adequação aos princípios registrais, conforme o disposto no
item 119, do Capítulo XX, das NSCGJ1. Este C. Conselho Superior da Magistratura
tem decidido, inclusive, que a qualificação negativa não caracteriza desobediência
ou descumprimento de decisão judicial2.

Por outro lado, o documento a fls. 40 demonstra que a


apelante e o falecido casaram-se em 01.12.1990, sob o regime da separação de bens.
Preceitua a Súmula nº 377 do Supremo Tribunal Federal: “No regime da separação
legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento”.

Embora haja certa discussão doutrinária a respeito da


aplicabilidade de tal Súmula após a entrada em vigor do Código Civil de 2002, a
posição deste C. Conselho Superior da Magistratura é a de que ela ainda produz
efeitos. Nesse sentido:

1
119. Incumbe ao oficial impedir o registro de título que não satisfaça os requisitos exigidos pela
lei, quer sejam consubstanciados em instrumento público ou particular, quer em atos judiciais.
2 Apelação Cível n° 413-6/7; Apelação Cível n° 0003968-52.2014.8.26.0453.
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“REGISTRO DE IMÓVEIS - Dúvida. Escritura
pública de venda e compra de imóvel. Aquisição da
nua-propriedade pela mulher e do usufruto pelo

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marido. Regime de separação obrigatória de bens.
Falecimento do cônjuge usufrutuário. Cancelamento
do usufruto vitalício. Recusa do registro da compra e
venda realizada pelo cônjuge sobrevivente sem a
apresentação do formal de partilha. Comunicação dos
aquestos nos termos da Súmula 377 do Supremo
Tribunal Federal. Recusa do registro mantida.
Recurso não provido” (Apelação nº
0000376-81.2013.8.26.0114, Rel. Des. Elliot Akel, j.
em 18/3/2014).

“Registro de Imóveis. Dúvida julgada procedente.


Negativa de registro de escritura pública de alienação
de imóvel sem prévio inventário do cônjuge pré-morto.
Regime de separação legal de bens. Imóvel adquirido
na constância do casamento. Comunicação dos
aquestos. Súmula 377 do Supremo Tribunal Federal.
Ofensa ao princípio da continuidade. Registro
inviável. Recurso não provido” (Apelação nº 0045658-
92.2010.8.26.0100, Rel. Des. Maurício Vidigal, j. em
27/10/2011).

Considerando, pois, que os bens em questão foram


adquiridos na constância de casamento celebrado sob o regime da separação
obrigatória de bens, estabeleceu-se entre os cônjuges uma comunhão, que não se
confunde com o condomínio. Acerca da distinção, ensina Luciano de Camargo
Penteado:
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“No condomínio há sempre duas facetas: a
pluralidade de situações jurídicas e a pluralidade de
sujeitos associados e organizados (Massimo Bianca).

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Preserva-se a possibilidade de personificação, mas
esta não é necessária nem constitutiva de condomínio
enquanto realidade. Na comunhão, não há essa
possibilidade, porque os interesses não são
unidirecionais e não há situações jurídicas diversas
para pessoas diversas, mas as mesmas situações
pertencentes simultaneamente a mais de uma pessoa.
Na comunhão verifica-se uma situação jurídica em
que o mesmo direito sobre determinada coisa
comporta diferentes sujeitos. No condomínio ressalta-
se o estado de indivisão de coisa, com direitos
distintos, incidindo sobre partes do mesmo objeto,
direitos estes que pertencem a sujeitos igualmente
diversos” ("Direito das Coisas"; 2ª ed. rev. atual. e
ampl.; Editora Revista dos Tribunais; 2012; p. 454).

Ademais, considerando o disposto no art. 1.829 do


Código Civil, não há dúvidas de que o imóvel adquirido pelo casal na constância do
casamento, observado o regime legal de bens, pertence em sua totalidade a ambos os
cônjuges. Ao inventário é levado o todo, somente sendo apurada a parte pertencente
a cada um deles com a extinção da comunhão. Em hipótese semelhante, já se decidiu
que:
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"Registro de Imóveis - Dúvida - Registro de formal de
partilha - Transmissão de parte ideal de imóvel a
viúva e herdeiros - Partilha que recai sobre a

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totalidade do bem - Hipoteca realizada em
financiamento imobiliário que não afasta a norma
geral - Acerto das exigências formuladas pelo
Registrador - Recurso não provido. (TJSP; Apelação
0016589-34.2012.8.26.0071; Relator (a): José Renato
Nalini; Órgão Julgador: Conselho Superior de
Magistratura; Foro de Bauru - 1ª. Vara Cível; Data do
Julgamento: 26/09/2013; Data de Registro:
04/10/2013).

Nesse cenário, correto o posicionamento do Oficial de


Registro, uma vez que a meação do cônjuge sobrevivente participa do estado
indiviso do bem levado à partilha, salvo se de forma diversa vier a ser
expressamente decidido pelo juízo do inventário.

Por estas razões, pelo meu voto, nego provimento à


apelação.

PINHEIRO FRANCO
Corregedor Geral da Justiça e Relator
Assinatura Eletrônica

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