Além disso, o país de matrícula é, geralmente, uma pequena potência que não tem,
nem muito provavelmente terá necessidade dos navios registrados, mas as receitas obtidas
pelas taxas, ainda que estas sejam ínfimas, aplicadas sobre uma tonelagem importante,
influencia fortemente a economia do país. Assim, os países não têm o desejo, ou sequer
condições de controlar as companhias, além de também não terem poderes ou estrutura
administrativa para fazer cumprir os regulamentos e convenções internacionais.
A concorrência desleal, por sua vez, é qualquer ato de concorrência contrário aos usos
honestos em matéria industrial ou comercial. Esta se difere da concorrência leal não na
intenção de causar dano a outro empresário, mas no meio empregado para alcançar o fim de
atrair a clientela do outro. É a prática desonesta da concorrência. As bandeiras de
conveniência, indubitavelmente, são exemplos de prática de concorrência desleal.
Tanto é assim que dados históricos mostram que os maiores acidentes marítimos com
danos ambientais foram causados por embarcações sob bandeiras de conveniência. Essa
insegurança só aumenta com a omissão dos países, das entidades marítimas internacionais,
da Organização das Nações Unidas e da Organização Mundial do Comércio quanto ao
assunto.
A possível solução para o problema estaria, portanto, na atuação mais eficaz de todos
os órgãos responsáveis pela regulação e fiscalização das embarcações notadamente de
alcance internacional, como a OMC, a IMO e a ONU. Uma união de forças geraria uma
cooperação global e seria possível a segurança e regulação das bandeiras de conveniência.
Tais órgãos, entretanto, devem estar atentos para não promover mudanças de qualquer
forma, devido ao risco de engessar a atividade internacional de comercio e beneficiar apenas
grandes empresas. O processo de normatização pode acarretar desequilíbrios externos que
agravam a vulnerabilidade das economias dos países dependentes.