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Semana 02 Estudos de Caso em História, Arte

e Cultura

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Mas, afinal de contas, o que é História?
O que é Cultura? Primeiras reflexões...

O historiador mexicano Enrique Florescano crê que a


função da História é proporcionar a qualquer grupo social, uma
identidade gerada pela própria diversidade de sujeitos/atores,
sejam pertencentes a uma nação, pátria ou tribo.
A temática desse bloco de aulas procura atender, de
certa forma, ao mergulho que a História, seus objetos culturais
e o ofício da mesma impõem àqueles que escolhem esse
itinerário, o exercício do “reconhecimento do outro e, nesse
sentido, fazer-nos partícipes de experiências não vividas, mas
com as quais nos identificamos e formamos nossa concepção
da pluralidade de aventura humana”. (FLORESCANO, 1997,
p.65).
Isto quer dizer que a mudança histórica sucede,
não porque uma base determinada deva dar lugar
à superestrutura correspondente, senão porque as
mudanças nas relações de produção Isto quer dizer
que a mudança histórica sucede, não porque uma
base determinada deva dar lugar à superestrutura
correspondente, senão porque as mudanças
nas relações de produção se experimentam na
vida social e cultural, se refratam nas ideias dos
homens e em seus valores e são questionados
em suas ações, suas eleições e suas crenças se
experimentam na vida social e cultural, se refratam
nas ideias dos homens e em seus valores e são
questionados em suas ações, suas eleições e suas
crenças. (THOMPSON, E.P., 2001, p.101).

Neste sentido, os historiadores Ciro Flamarion Cardoso


e Ronaldo Vainfas defendem a ideia de que “a pressuposição
essencial das metodologias propostas para a análise de textos
em investigação histórica é que um documento é sempre
portador de um discurso que, assim considerado, não pode ser
visto como algo transparente”. (CARDOSO; VAINFAS, 1997,
p.37).

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Trataremos portanto, nesta aula, a relação entre os
conceitos de História e Cultura. Definir conceitualmente História
e Cultura é importante por nos permitir compreender como o
ser humano construiu e constrói seu mundo, seus diversos
sentidos onde a esperança, os medos, as necessidades e os
sonhos de um povo inteiro se entrecruzam numa busca contínua
por sentido e pertencimento. Cultura e História perfazem um
binômio que se completam e emprestam significados mútuos.
Então, o que é História? O que é Cultura?
Antes que possamos definir conceitualmente o que
é História, vamos definir o que é Cultura. Esse passo será
importante para podermos alinhar esses conceitos numa
interdependência essencial que ajuda a explicar, ao mesmo
tempo, ambos.
Segundo Kalina Silva - no seu Dicionário de Conceitos
Históricos, seguindo a definição célebre de Edward Tylor -
cultura pode ser entendida como aquilo que “abrange todas as
realizações materiais e os aspectos espirituais de um povo”.
Ou seja, em outras palavras, cultura é tudo aquilo produzido
pela humanidade, seja no plano concreto ou no plano imaterial,
desde artefatos e objetos até ideais e crenças.
Cultura é todo complexo de conhecimentos e toda
habilidade humana empregada socialmente. “Além disso,
é também todo comportamento aprendido, de modo
independente da questão biológica”.
Como a Cultura está atrelada à produção humana,
parece natural alinharmos esse conceito ao de História. Então,
como é possível definir História? Uma das mais conhecidas e
respeitadas definições vem de Jacques Le Goff na sua obra
“História e Memória”.
Para Le Goff, a História é um conjunto de conceitos:
é a procura das ações realizadas pelos homens formando a
ciência histórica; é busca pelas realizações dos homens, os
acontecimentos passados narrados, tornando-se, assim, um
conjunto de narrativas – quer verdadeiros ou falsos – sobre
a realidade histórica – real ou fictícia – o que é evitado na
língua inglesa que distingue entre History (a primeira) e story
(a segunda).
A etimologia da palavra é reveladora: História deriva de
vocábulo grego que significa “conhecimento que surge a partir
da investigação”.

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Trata-se do estudo do homem no tempo e no espaço, suas
ações, conquistas e derrotas, compondo um quadro narrativo
– que desemboca na cientificidade histórica – que se vale de
relatos, documentos ou resquícios arqueológicos, elaborando
uma análise crítica e profunda dos mesmos, permitindo uma
visão abrangente do passado humano. Como apresenta a
historiadora espanhola Adelaida Sagarra Gamazo:
Podemos conceituar a História como um
processo humano, ou melhor, como resultado do
conhecimento humano e do ajuste do processo
civilizatório…ademais, a História, como ciência
social, pode ser definida como um conjunto de
todos os tempos e desempenhos da liberdade
humana… (GAMAZO, 1996, p.1).

Assim, a História pode ser:

• narrativa - vale-se das narrativas coletadas para


compor um quadro geral do passado, onde o
historiador se utiliza destes para compor sua escrita;

• pragmática - o historiador possui função didática,


pois o conteúdo de sua análise também pretende
corrigir ações para o futuro;

• científica - o historiador busca a verdade dos fatos


históricos, valendo-se de método científico, análise
crítica dos acontecimentos e dos documentos, e

• dos Annales - o historiador se volta para os fatos


cotidianos e que compõem a vida privada.

A École des Annales (conhecida como Escola dos Annales


no Brasil) defendia uma revisão técnica e metodológica
de pesquisa, preocupando-se com uma interpretação
fundamentada em trabalho conjunto coma as demais ciências
humanas (filosofia, sociologia, antropologia, etc.) aumentando
assim, as oportunidades de ampliar e conhecer novos campos
a serem estudados, diversificando o objeto de estudo que
poderia estimular o surgimento de uma consciência histórica,
negando a historiografia positivista.

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Outro elemento que compõe a definição de História é
a Historicidade. José Horta Nunes, no artigo Leitura de
Arquivo, afirma que “o termo historicidade funciona de modo
Há alguns
a caracterizar a posição do analista do discurso em relação à
teóricos
do historiador”.
que fazem
O deslocamento história/historicidade marca uma a distinção
diferença entre as concepções de história, de um lado como entre historiologia
conteúdo, e de outro como efeito de sentido. Aos historiadores e historiografia.
ligados à análise do discurso cabe questionar a transparência Historiologia seria o
da linguagem, levando-se em conta a tessitura da língua. estudo das estruturas,
leis e condições da
Há alguns teóricos que fazem a distinção entre historiologia
realidade histórica.
e historiografia. Historiologia seria o estudo das estruturas,
Historiografia, por seu
leis e condições da realidade histórica. Historiografia, por seu
turno, seria um relato
turno, seria um relato da História, modo de escrever a História.
da História, modo de
escrever a
História.

Figura 1.Heródoto, o pai da História.

Aos analistas de discurso, a história passou a ser vista


não como um pano de fundo, um exterior independente,
mas como constitutiva da produção de sentidos. Trabalhar a
historicidade implica em observar os processos de constituição
dos sentidos e com isso desconstruir as ilusões de clareza e
de certitude.

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Ao mesmo tempo, trabalhar a historicidade na leitura
de arquivos leva a realizar percursos inusitados, seguindo-
se as pistas linguísticas, traçando percursos que desfazem
cronologias estabelecidas, que explicitam a repetição de
mecanismos ideológicos em diferentes momentos históricos,
que localizam deslocamentos e rupturas.
Desse modo, o arquivo, por exemplo, não é visto como
um conjunto de "dados" objetivos dos quais estaria excluída a
espessura histórica, mas como uma materialidade discursiva
que traz as marcas da constituição dos sentidos.

Figura 2. Karl Marx elaborou uma abordagem dialética da História centrada na


dinâmica econômica e na Luta de Classes.

O material de arquivo está sujeito à interpretação e,


mais do que isso, à confrontação entre diferentes formas de
interpretação e, portanto, não corresponde a um espaço de
"comprovação", onde se suporia uma interpretação unívoca”.
Trata-se, então, de um processo científico ainda mais crítico e
profundo que auxilia a elaboração da narrativa histórica.
Outro conceito que nos auxilia a entender o que é História
é o conceito de fato histórico que abordaremos mais a frente.
De forma breve, apresentamos aqui o fato histórico como
sendo toda ação humana que, devido ao seu poder e alcance,
sua importância e relevância no âmbito individual e coletivo,
entra para a História.

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Os acontecimentos históricos possuem relevância por
terem um espectro que sai da mera esfera particular em
sentido estrito. Isso não significa, entretanto, que o historiador
– o profissional que estuda a História – não se dedique à vida
privada das nações.
No entanto, o historiador o faz pensando no seu alcance
mais universal e coletivo, extraindo de ações privadas um
sentido social coletivo. Isso se torna claro quando entendemos
que os fatos históricos podem ser eventos que pertencem ao
passado mais próximo ou distante, de caráter material ou
mental, que destaquem mudanças ou permanências ocorridas
na vida coletiva.

A história do tempo presente deve ser entendida como uma


tentativa de estabelecer as continuidades e as rupturas nas
relações temporárias e espaciais, principalmente quando
consideramos o difícil devir interdisciplinar que vivemos. Significa
afirmar que o historiador se aproxima de uma História na “qual
o historiador pesquisa um tempo que é seu próprio tempo com
testemunhas vivas e com uma memória que
pode ser sua”.

Assim, o historiador se mune de dados para compor sua


visão de passado e explicar as gêneses de determinado tempo e
suas consequências. Essa ação do historiador – ação de narrar
e escrever os acontecimentos do passado – se denomina de
historiografia. Trata-se da própria ciência da História.
Há alguns teóricos que fazem a distinção entre historiologia
e historiografia. Historiologia seria o estudo das estruturas,
leis e condições da realidade histórica. Historiografia, por
seu turno, seria um relato da História, modo de escrever a
História. Seja como for, há um processo de coletar dados,
analisar as informações obtidas, construir um contexto,
procurar entender as relações causais e, por fim, elaborar um
texto que explique determinado tempo de nosso passado.
A história do tempo presente deve ser entendida como
uma tentativa de estabelecer as continuidades e as rupturas
nas relações temporárias e espaciais, principalmente quando
consideramos o difícil devir interdisciplinar que vivemos.
Significa afirmar que o historiador se aproxima de uma História
na “qual o historiador pesquisa um tempo que é seu próprio
tempo com testemunhas vivas e com uma memória que pode
ser sua”.

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Para quem se pergunta sobre a importância da História,
há um exercício bem simples que pode auxiliar na resposta.
Imagine que alguém peça que você se defina. A questão é:
quem é você? Ora, antes de tudo temos que saber quem nós
somos. O conhecimento de si mesmo é a base para toda e
qualquer ação – seja ela no presente ou voltada para o futuro.
Diante dessa questão, você muito provavelmente irá
responder partindo do princípio: indicar onde você nasceu, a
data, o local, como era sua família, como foi sua infância, o
que lhe influenciou até agora, etc.
Compondo uma história de si mesmo, você será capaz
de entender melhor quem você é agora no presente, ou seja,
compreender quais são seus sonhos, seus anseios, seus
medos, etc. Tudo isso possui uma estrutura e esta se encontra
enraizada na sua formação histórica: sua família, seu bairro,
seu país, sua cultura, seu tempo histórico.
Sendo assim, parece muito natural que entendamos
a importância da História quando queremos compreender
a nossa sociedade. Queremos saber quais são as bases
estruturais que a formaram e, assim, vislumbrar os erros e
acertos do passado. Outro bom exemplo e se pensarmos na
nossa Constituição federal que foi promulgada em 1988. Ora,
o Brasil saiu da Ditadura Militar em 1985, ou seja, apenas três
anos antes de nossa Constituição.
Numa busca por um país democrático, seria natural que
nossa Constituição garantisse todos os direitos que foram
usurpados durante a Ditadura.
Isso nos permite enxergar com muita clareza o todo
do processo. A História, então, se torna ciência fundamental
quando queremos entender a nossa Cultura, seus meandros,
suas estruturas e possibilidades.

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