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DECLARAÇÃO FINAL

Reunião Continental do CMP para as Américas e o Caribe


Moca, República Dominicana, 12 e 13 de setembro de 2018

A Reunião Continental de Organizações de Paz filiadas ao Conselho Mundial da Paz (CMP)


correspondentes à região das Américas e do Caribe aconteceu em Moca, República Dominicana, em
12 e 13 de setembro de 2018, sob a presidência de Socorro Gomes, Presidenta do CMP, e do
Coordenador Regional Silvio Platero, com a participação de representantes de organizações de Paz
de 10 países.
Neste importante encontro bianual, estiveram presentes líderes e combatentes pela Paz da União
Dominicana de Jornalistas pela Paz (UDPP), anfitrião da reunião, do Congresso Canadense Paz (CPC),
do Movimento pela Paz, a Soberania e a Solidariedade com os Povos (MOPASSOL) da Argentina, do
Conselho da Paz do Brasil [Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz] (Cebrapaz),
do Movimento Cubano pela Paz e a Soberania dos Povos (Movpaz), do Conselho da Paz dos Estados
Unidos (USPC ), do Movimento Mexicano pela Paz e o Desenvolvimento (MOMPADE) e do Conselho
da Paz da Guiana. Também estavam presentes delegações convidadas do Chile e de Porto Rico.
A reunião aprovou o relatório do Coordenador Regional, que ofereceu a síntese do trabalho
dedicado à promoção da paz no continente desde a última reunião em Toronto, Canadá, em julho
2016, avaliando que foram múltiplas e diversas as ações e iniciativas de denúncia e mobilização
social implementadas pelas organizações, nestes dois anos de dura luta contra as estratégias do
imperialismo e seus aliados da OTAN empenhados em impor sua ordem geopolítica e econômica a
nível mundial e, em particular, neste continente.
Cada uma das organizações de paz participantes da reunião apresentou seus respectivos relatórios
sobre o trabalho desenvolvido nesse período, em que se detalhou as ações realizadas em favor da
paz em seus países e em escala continental.
Também foi destacada a importância que teve, para a articulação da luta pela paz a nível mundial e
continental, a celebração da Assembleia do CMP na cidade de São Luís, estado do Maranhão, Brasil,
em novembro de 2016, contando com uma ampla representação de organizações de várias regiões
do mundo que reiteraram a condenação ao imperialismo e seus aliados da OTAN e as agressões
imperialistas em várias partes do planeta.
A reunião continental acolheu com beneplácito a Quarta Conferência Trilateral de organizações de
paz filiadas ao CMP da América do Norte, que realizou um frutífero balanço das ações
desempenhadas desde a última reunião, também realizada em Toronto, Canadá, em julho 2016.
Neste contexto, o Congresso Canadense da Paz, o Conselho da Paz dos Estados Unidos e o
Movimento Mexicano para a Paz e o Desenvolvimento adotaram decisões importantes destinadas
a melhor articular e coordenar seu trabalho e elaboraram e aprovaram as diretrizes que orientarão
suas ações e iniciativas mobilizadoras anti-belicistas e anti-imperialistas de uma região de grande
importância geoestratégica para o destino da humanidade.
Os participantes do encontro continental notaram a complexa situação internacional que o mundo
enfrenta e a persistência e desenvolvimento de elementos adversos à paz e à estabilidade política
mundial. Em primeiro lugar, a crescente agressividade imperialista, reforçada hoje com a presença
de uma gestão ultraconservadora no governo em Washington, que insiste em impor sua dominação
mundial através da intervenção política e a ingerência nos assuntos de outros estados, um novo
protecionismo nas esferas econômica e comercial que ameaça a eclosão de uma guerra comercial
com a China e um chauvinismo exacerbado que visa aprofundar o pensamento hegemônico entre
os estadunidenses.
Ficou constatado que o modelo existente de desenvolvimento econômico tem sido ineficaz e está
falido, pelo que é necessária uma estratégia realista, científica e orientada para as necessidades e
interesses dos povos, a fim de alcançar o desenvolvimento econômico sustentável com equidade e
justiça social.
Também ficou expressa a condenação da despesa militar crescente e incessante dos Estados Unidos
e da OTAN, que buscam uma superioridade militar, ameaçam se estender para o ciberespaço e ainda
insistem na proliferação e modernização do arsenal nuclear.
Neste contexto, o redimensionamento e a abertura de novas bases e instalações militares
estrangeiras em países de várias regiões do mundo representam um componente fundamental da
estratégia imperialista global de dominação e violação da soberania dos países onde se encravam.
Nesta perspectiva, a permanente ameaça e aplicação de sanções contra a Rússia e o Irã é parte
dessas políticas agressivas que continuam a colocar o mundo à beira de uma nova guerra mundial.
A reunião recebeu com simpatia e ofereceu seu total apoio à criação de uma campanha global
contra as bases militares estrangeiras e a declaração, pelo CMP, do Dia Mundial contra as Bases
Militares Estrangeiras, fixado em 23 de fevereiro, e chamou à participação ativa das suas
organizações na promoção e participação em todas estas iniciativas.
A primeira Conferência Internacional contra Bases Militares dos EUA e da OTAN, convocada pelo
CMP, a ser realizada em Dublin, Irlanda, em novembro próximo, representará um momento muito
significativo para o movimento da paz mundial para articular a luta global contra a essência
fundadora da dominação imperialista dos EUA e da OTAN, bem como uma importante oportunidade
para a mobilização em torno da Campanha Global contra essas bases.
Da mesma forma, os participantes reiteraram a reivindicação do fechamento e desmantelamento
da OTAN.
Também reiteraram sua firme condenação das políticas imperialistas no Oriente Médio visando a
criação de uma nova área geopolítica que atenda seus interesses para favorecer Israel e não
propiciar a criação de um Estado palestino com Jerusalém Oriental como sua capital, assim como
alcançar a desarticulação da Síria e da Revolução Islâmica no Irã.
Os líderes e pacifistas presentes na reunião expressaram grande preocupação também porque na
América Latina e no Caribe se estende e fortalece o cerco imperialista e oligárquico contra o
processos políticos progressistas que, por mais de uma década, levaram incontáveis progressos
sociais aos seus povos e fizeram avançar notoriamente um processo favorável de integração
regional e solidária sem a participação dos Estados Unidos.
A utilização de métodos abertos ou encobertos de guerra política, econômica e midiática e a
grosseira manipulação política da justiça são cada vez mais frequentes nos esforços imperiais por
interromper e reverter esses processos, para o que não se excluiu a ameaça militar e até mesmo a
tentativa de magnicídio. O fortalecimento da capacidade do Comando Sul, com sua rede de bases
militares, e a reativação da Quarta Frota não podem ser excluídos desta estratégia.
Neste sentido, expressou-se a solidariedade mais enfática com os povos da Argentina, Brasil,
Nicarágua e Venezuela, que enfrentam políticas agressivas do imperialismo e das oligarquias
nacionais que ocupam temporariamente os governos de vários destes países.
Em particular, os delegados exigiram firmemente a libertação do líder do Partido dos Trabalhadores
do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e apoiaram seu direito de participar livremente das eleições
nacionais em outubro próximo.
Da mesma forma, exigiram o fim dos ataques contra a nação bolivariana e manifestaram a sua mais
forte condenação da tentativa de assassinato do presidente democraticamente eleito, Nicolás
Maduro Moros.
Também expressaram sua firme solidariedade com o povo e o governo da Nicarágua e defenderam
seu direito à paz e à autodeterminação, sem interferência estrangeira de qualquer tipo.
A formação, na Colômbia, de um novo governo conservador gera expectativas sobre o futuro dos
acordos de paz assinados pelo governo anterior e as então FARC-EP, após as declarações feitas pelo
novo presidente durante a campanha eleitoral que o levou à Presidência da República. A propósito,
a reunião fez um apelo às novas autoridades colombianas para que respeitem os acordos
alcançados, incluindo o Acordo Étnico, e detenham a perseguição brutal e o assassinato de líderes
sociais e ex-guerrilheiros, assim como demandou a libertação imediata de Jesus Santrich e a
continuidade do processo de negociação com o ELN, para que conclua com o estabelecimento de
uma paz definitiva e duradoura naquele país.
Em relação a Cuba, os participantes na reunião reafirmaram a demanda global pelo fim do bloqueio
econômico, comercial e financeiro que por mais de 50 anos os Estados Unidos impõem contra o
povo cubano e exigiram mais uma vez a devolução a Cuba do território ilegalmente ocupado de
Guantânamo.
A reunião regional expressou sua solidariedade com o povo da Argentina em seu direito legítimo de
soberania sobre as ilhas Malvinas, Geórgias e Sandwich do Sul e condenou a crescente presença
militar britânica nessa área.
Os representantes de organizações pacifistas presentes na reunião expressaram suas felicitações ao
povo do México e demonstraram sua satisfação pela vitória alcançada pela força progressista
MORENA, encabeçada pelo Presidente eleito da nação asteca, Andrés Manuel López Obrador, o que
abre esperanças genuínas de mudanças sociais a favor das grandes massas daquele país.
Por outro lado, reiteraram a denúncia da permanência de uma situação colonial na sub-região do
Caribe e, em particular, em Porto Rico, que continua submetido a uma relação de vassalagem com
os Estados Unidos, o que é evidenciado no presente, entre outras, na pretensão de impor à ilha uma
dívida odiosa de USD 83 bilhões. Além disso, denunciaram o papel do Conselho de Controle Fiscal
imposto pelo Congresso dos Estados Unidos como uma nova agressão contra o povo porto-
riquenho, enquanto os delegados ofereceram sua mais ampla solidariedade com a luta do povo de
Porto Rico para alcançar a sua independência e soberania.
Da mesma forma, foi exigida a retirada de todas as bases e instalações militares estrangeiras
existentes na região.
Nos esforços para preservar a paz e a segurança continentais, a reunião exigiu a continuação e o
aprofundamento dos processos de negociação bilaterais e multilaterais em curso sobre os
diferendos territoriais e migratórios existentes na região.
No atual cenário de restauração conservadora na América Latina e no Caribe, que impõe grandes
riscos para a paz e a estabilidade política na região, os participantes da reunião reiteraram o pleno
vigor da Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, aprovada por todos os
Chefes de Estado e de Governo da região, reunidos na II Cúpula da CELAC realizada em Havana,
Cuba, em janeiro de 2014, cujos preceitos de respeito à identidade, independência e soberania de
todas as nações continuam estabelecidos como um bastião político fundamental para a defesa e
preservação da paz em nosso continente.
A reunião notou a celebração próxima, em Cuba, de dois eventos internacionais de importância
significativa para a paz na região, no contexto político atual de confronto com a nova estratégia de
dominação imperialista: o Segundo Seminário Internacional "Realidades e Desafios da Proclamação
América Latina e do Caribe como Zona de Paz", a ser realizado em Havana de 19 a 21 de setembro
deste ano; e o Sexto Seminário Internacional da Paz e pela Abolição das Bases Militares Estrangeiras,
a ser realizado em Guantânamo, de 4 a 6 de maio de 2019.
Além disso, concordou em solicitar à reunião do Comitê Executivo do CMP, a ser realizada em
Damasco, na Síria, em 26 e 27 de outubro de 2018, que aprove declarar 27 de fevereiro o Dia
Internacional de Solidariedade com o Povo Saaráui.
Os participantes desta reunião continental americana de Paz saudaram a intenção expressa pelo
Movimento Mexicano para a Paz e Solidariedade (MOMPADE) de considerar a possibilidade de
sediar o próximo Encontro Continental em 2020 no México, o que será informado oportunamente
ao CMP, à Coordenação Continental e às Organizações.
Após a reunião, representantes de organizações de paz do continente manifestaram o seu apreço e
gratidão à União Dominicana de Jornalistas pela Paz por seu eficiente papel como anfitrião do
evento e pela esmerada atenção que, junto das autoridades e do povo de Moca, ofereceu aos
participantes.
Moca, República Dominicana, 13 de setembro de 2018.

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