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r Cildernos Jurldicos da Escola Pilulisra da Magisrrarura

O reeducando, enquanto preso e sob o poder de coerção do estado pela admi-


nistração penitenciária, vai se portar confomne as 'regras do presidio. Sob coerção
todos se portam conforme o regramento.
Ensina HANS GCBBElS:
:.
"0 bom comportamento de um preso nlio pode Ser determinante
imediata para estabelecer-lhe um prognóstico biológico-social fa-
vorável. principalmente porque-tal 'comprovante' de melhoria se
baseia fundamentalmente em informes de fundonários de pris(Jes,
fornecidos pouco antes da liberação, e' que se atêm ao bom com-
portamento externo, a fim de facilitar a readaptação sem incon-
venientes ao termo da condenação. Mas este comportamento ex-
terno sÓ de forma incompleta permite tirar conclustJes sobre o
caráter e a conduta futura do preso. Na veidade, a adaptaçlio do
sentenciado à organizaçlio do estabelecimento se deve a vários e
múltiplos fatores simultãneos ejustápostos, e somente a verifica-
ção dos motivos predominantes permitirá uma conclusão motiva-
.da.sobre o caráter: t necessário, pois, que se conheça a capacida-
de provável do condenado de adaptar-se ao regime menos rigo(o-
50, nlio bastando o seu bom comportamento' (apud JÚLIO FAB-
. BRINI MIRABETE, ob. cit., p. 423/424).

~.! 'Contentar-se com o 'bom comportamento' carcerário para e55á


progressão é transformar o sistema progressivo em mera aparência,
"&'i4""''''5~'',}J.8l ~::;;~;~:m~~7~;de'~;T~~~~~'%~1:.~~~,:,.7~~~:~'Zu-

Para a progressão de regime, portanto, é necessãrio que, por meio de prova


documental, laudos periciais ou outra prova técnica adequada, se comprovem méri-
tos duradouros do reeducando à progressão, ou seja'-que está apto a ingressar no
novo regime, que já tenha adquirido valores suficientes para desenvolver o senso de
responsabilidade, o ãnimo de se meihorar e a disposição de abandonar o mundo da
criminalidade, exigível para o ingresso em regime mais brando, com natura' afrouxa-
mento da vigilãncia estato-prisional.
Mas, por outro lado, não se pode dizer que a nova lei violou o principio constitu-
cional da individualização da pena.
A Carta Magna conferiu ao legislador ordinário competência para dispor sobre a
individualização da pena (art. 5°, XLVI). ,
E a novel legislação não excluiu a aferiçáo do mérito do condenado como requi-
sito a ser observado para a progressão de regime. E nem poderia, porque o mérito do
reeducando, nos termos da exposição de motivos da lei de Execução Penal, é "o
critério que comanda a execução progressista" (item 29) (apud JÚLIO FABBRINIMiRA-
BETE, ob. cit., p. 423). -
De fato, como já dito, a nova lei não mais exige o prévio parecer da Comissão
Técnica de Classificação e o exame criminológico do reeducando para a instrução do
pedido de progressão de regime. sendo bastante, além do requisito temporal, a com-
prov~o de bom comportamento carcerário pelo diretor do estabelecimento prisional.
Isso, no entanto, não pode significar restrição ou interferência no poder jurisdi-
cional e no livre convencimento do juiz da execução, que ficaria adstrito a parecer
administrativo ou a mero atestado de conduta carcerária emanado de autoridaqe

Cadernos JurftrlC05, São Paulo, ano 7, n" 26, p. 97-100, janeiro-abrill2006

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Cadernos Jurídicos da Escola Paulista da Magi5tratura .....•.•...•...............•................... :: .•............. :

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Sis.em~
progr;~ ~~~ ~ f~U(.~"OO

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LOURI GERALDO BARBIERO


Juiz de Direito em segundo grau do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

Questão tormentosa que tem sido muito discutida ultimamente, no campo da


execução penal, diz respeito ao exame do mérito do reeducando para a progressão
de regime.
O artigo 112 da Lei de Execuções Penais, que teve sua redação alterada pela
Lei n° 10.792/03, não mais exige o prévio parecer da Comissão Técnica de Classifi-
cação e o exame criminolõgico do reeducando para a instrução do pedido de pro-
gressão de regime. ' -
Contudo, é certo que o mencionado dispositivo legal exige, agora, que o reedu-
cando, para ser beneficiado com a progressão de regime prisional. deve, além do
requisito de ordem objetiva, temporal, ostentarbom comportamento carcerário, com-
provado pelo diretor do estabelecimento prisiohaL Como se observa, não basta que
a direção do estabelecimento penal ateste que o preso possua bom comportamento
carcerário.
MaS. como ensina JÚUO FABBRINI MIRABfTE, "não bÇlStao bom comportamen-
to carcerário para preencher O requisito subjetivo indispensável à progressão. Bom
comportamento não se confunde com aptidão ou adaptação do condenado muito e
menos serve como Indice fiel de sua readaptação social" {in Execuç~o Penal, 11' ed.,
Ed. Atlas, p. 423}.

Cadernos Jurldicos. S!b Paufo, ano 7. nCJ 26, p. 97.100, janeífo..abrill2006

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n' i005/0041790-9 - relatora ministra LAURITAVAZ (1120) - ór.


gão julgador T5 - Quinta Turma - data do julgamento 2810612005
• data da publicação/fonte: Dl 29.08.2005 - p. 386).

Resumindo, à luz da lei Federal n' 10.792103, a aferição do merecimento do


reeducando passou, pois, de norma de competência vinculada à regra de competência
discricionária, sem qualquer violação à norma constitucional, ou seja, o novo texto legal
tão-somente suprimiu a obrigatoriedade dos exames técnicot;nãoobstando, contudo,
que o julgador, no exerclcio da jurisdição e à luz do caso çoncreto, determine sua
realização sempre que entenda necessário para avaliar o n;érito do reeducando.

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1 )
cadernos Juridicos, Yo Paulo,.ano 7, n° 26, p. 97-100, janeirrJ..abrill2006

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