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TEORIAS DA POSSE

As teorias da posse nos dias de hoje são classificadas como Subjetiva


(Savigny) e Objetiva (Ihering).

A Subjetiva define a posse como o poder direto ou imediato que tem a


pessoa de dispor fisicamente de um bem com a intenção de tê-lo para si e de
defendê-lo contra a intervenção ou agressão de quem quer que seja; em linhas
gerais para essa teoria, a posse só se configura pela união de corpus e
animus. Então, a posse é o poder imediato de dispor fisicamente do bem,
defendendo-a contra agressões de terceiros e a mera detenção não possibilita
invocar os interditos possessórios, devido à ausência do animus domini.

Para a teoria Objetiva, a posse é a exteriorização ou visibilidade do


domínio, ou seja, a relação exterior intencional, existente normalmente entre o
proprietário e sua coisa; para essa escola: a posse é condição de fato da
utilização econômica da propriedade; o direito de possuir faz parte do conteúdo
do direito de propriedade; a posse é o meio de proteção do domínio; a posse é
uma rota que conduz à propriedade, reconhecendo, assim, a posse de um
direito.

Os elementos constitutivos da posse são:

a) o corpus, exterioridade da propriedade, que consiste no estado


normal das coisas, sob o qual desempenham a função econômica de
servir e pelo qual o homem distingue quem possui e quem não
possui;
b) o animus, que já está incluído no corpus, indicando o modo como o
proprietário age em face do bem de que é possuidor.

Existe ainda a posse ad interdicta é a que se pode amparar nos


interditos, caso for ameaçada, turbada, esbulhada ou perdida. E ainda a posse
ad usucapionem é quando der origem ao usucapião da coisa desde que
obedecidos os requisitos legais.

Posse direta é a do possuidor direto que recebe o bem, em razão de


direito ou de contrato, sendo, portanto, temporária e derivada.

Posse indireta é a do possuidor indireto que cede o uso do bem a


outrem; assim, no usufruto, o nu-proprietário tem a posse indireta, porque
concedeu ao usufrutuário o direito de possuir, conservando apenas a nua
propriedade, ou seja, a substância da coisa.
Código Civil 2002

O Código Civil de 2002 adotou a doutrina objetiva, pois para a posse, em


nosso direito positivo, não há exigência da intenção de dono, como também
não reclama o poder físico sobre a coisa.

O diploma legal não conceitua categoricamente a posse, mas pela


definição de possuidor dada pelo art. 1196, do CC, entende-se que sua
essência tem caráter da teoria objetiva, in verbis: “Considera-se possuidor todo
aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes
inerentes à propriedade”.

Na realidade, o sistema do nosso direito civil, a posse não requer nem a


intenção de dono e nem o poder físico sobre o bem, materializando-se como
uma relação entre a pessoa e a coisa, com base na função socioeconômica
desta. Por essa razão, da pretensão do Projeto de Lei nº 6960/002 de alterar o
referido art. 1196, para: “Considera-se possuidor todo aquele que tem poder
fático de ingerência socioeconômica, absoluto ou relativo, direto ou indireto,
sobre determinado bem da vida, que se manifesta através do exercício ou
possibilidade de exercício inerente à propriedade ou outro direito real suscetível
de posse.”

Como última observação, o Código Civil de 1916 também já havia


acolhido a teoria objetiva, portanto, o ordenamento atual apenas se manteve
fiel à essa adoção. Todavia, mesmo no atual Código Civil, ainda se encontra
resquícios da conceituação subjetiva da posse (como acima já dito – nos arts.
1204 e 1233).

Opinião do Grupo

Como foi visto acima, onde o Código Civil de 2002 adota a teoria da
Posse como a Objetiva, e isso vem acontecendo desde o Código Anterior de
1916, o grupo acha que essa teoria ficou um pouco retrógrada, onde não
requer nem a intenção de dono e nem o poder físico sobre o bem,
materializando-se como uma relação entre a pessoa e a coisa.

PROPRIEDADE

A propriedade é o direito que alguém possui em relação a um


bem determinado. Trata-se de um direito fundamental, protegido no artigo
5°, inciso XXII, da CF, mas que deve sempre atender à função social, em
prol de toda a coletividade.

É por meio da propriedade que a pessoa se sente realizada,


principalmente quando tem um bem próprio para a sua residência. A morada
da pessoa é local propício para a perpetuação de sua dignidade, sendo certo
que a CF protege o direito à moradia, no seu artigo 6°, dispositivo que foi
introduzido pela emenda constitucional nº. 26/2000. Em verdade, o direito à
vida digna, dentro da idéia de um patrimônio mínimo, começa com a
propriedade da casa própria, tão almejada por todos.

Cabe ressaltar que, o direito de propriedade é direito real,


oponível erga omnes, ou seja, é valido contra qualquer pessoa, ainda que
estranha à relação jurídica, cabendo, a todos, o dever de respeitá-lo.

Contudo, é importante lembrar que o direito de propriedade, durante


toda a história, sempre foi considerado absoluto, ou seja, inatingível, sem
limitações ou quaisquer restrições ao seu exercício, pois o proprietário era
considerado senhor da coisa e dela poderia implementar o tratamento que bem
entendesse.

Com o passar dos anos, diante de todos os anseios sociais por


uma justa distribuição de riquezas e, ainda, pela necessidade social de
que o Estado interviesse nessas questões, o direito de propriedade
deixou de ser absoluto para se tornar relativo.

Dessa forma, atualmente, o direito brasileiro criou o instituto da


função social da propriedade. Esse instituto condiciona o exercício do direito
de propriedade ao cumprimento da função social, pois não será admitida a
subutilização dos bens, desvinculada de qualquer compromisso social e
econômico.

Assim, a propriedade deixou de ser um direito subjetivo do sujeito e


tende a tornar-se função social do detentor da riqueza mobiliária ou imobiliária,
para ser empregada como crescimento da riqueza social e para
interdependência social. Isto porque só o proprietário pode executar uma
certa tarefa social, só ele pode aumentar a riqueza geral, utilizando o seu
próprio patrimônio. A propriedade neste sentido não é um direito
intangível e sim um direito em constante mudança a modelar-se às
necessidades sociais, às quais deve responder.

Na própria Constituição da República Federativa do Brasil, em


seu art. 5º, XXII e XXIII, que dispõe acerca dos direitos e garantias
individuais, estão consagrados o direito da propriedade, bem como à
especificação de que a propriedade cumprirá a função social, restando
comprovada a adoção desse princípio por todo o ordenamento jurídico
vigente:

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção


de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XXII - é garantido o direito de propriedade;


XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

Dessa forma, toda a legislação também fora adaptada à nova


realidade, de forma que o direito de propriedade ficasse sempre
delimitado pelo cumprimento da função social, conforme se depreende da
leitura do art. 1.228, §§ 1º e 2º:

Art. 1.228. (...)

§ 1º. O direito de propriedade deve ser exercido em


consonância com as suas finalidades econômicas e
sociais e de modo que sejam preservados, de
conformidade com o estabelecido em lei especial, a
flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio
ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem
como evitada a poluição do ar e das águas.

§ 2º. São defesos os atos que não trazem ao


proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e
sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.

1- Conceito

A propriedade, ao contrário da posse, é situação de fato e de


direito em que o proprietário exerce sobre a coisa todos os poderes de
usar, gozar e dispor do bem da forma que julgar conveniente, bem como
o de reivindicá-lo.

A propriedade está relacionada com quatro atributos previstos no


caput do artigo 1.228 do CC de 2002.

Nesse sentido dispõe o art. 1.228 do CC:

Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar


e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de
quem quer que injustamente a possua ou detenha.

O poder de usar a coisa (antigo ius utendi), consiste na utilização


da coisa, que é feita a favor dos interesses do proprietário. Essa
possibilidade encontra limites em lei, caso da CF, CC, regras quanto à
vizinhança, leis específicas como o Estatuto das Cidades, Lei 10257/2002.
Dessa forma, caberá ao proprietário aproveitar de todas as funções que a
coisa se presta.

O poder de gozar ou fruir a coisa (antigo ius fruendi),


compreende a prerrogativa de retirar da coisa todos os rendimentos,
benefícios e vantagens que a coisa apresenta. Nesse sentido, pode-se dizer
que o proprietário faz jus ao recebimento de todos os frutos, naturais
(exemplo: colheita de milho) ou civis (juros e aluguéis), que a coisa
potencialmente for capaz de produzir.

Disposição da coisa (antigo ius disponendi). Dispor, por sua vez,


refere-se ao direito de fornecer a destinação que o proprietário bem
entender, podendo este, alugar, vender ou hipotecar a coisa, dentre
outras destinações que impliquem na transferência ou limitação ao seu
direito de propriedade, conforme a sua conveniência.

Reivindicar a coisa, (ius vindicandi). Conforme anuncia a lei, é o


direito do proprietário de perseguir a coisa de sua propriedade através
dos instrumentos judiciais postos à sua disposição no ordenamento
jurídico. Salienta-se que, muito embora a lei conceda esse direito ao
proprietário contra quem possua ou detenha a coisa injustamente, essa noção
de injustiça é ampla, não se ligando, somente, à idéia de posse justa ou injusta.

Por fim, o caput do artigo 1.228, do CC, faz referência ao direito de


reivindicar a coisa contra quem injustamente a possua ou detenha.

Esse direito será exercido por meio de ação petitória, fundada na


propriedade, sendo a mais comum a ação reivindicatória. Pode-se afirmar que
a proteção da propriedade é obtida por meio dessa demanda, aquela em que
se discute a propriedade visando a retomada da coisa, quando terceira pessoa,
de forma injustificada, a tenha, dizendo–se dono.

Nessa ação o autor deve provar o seu domínio, oferecendo prova


da propriedade, com o respectivo registro e descrevendo o imóvel com suas
confrontações. O autor da ação deve demonstrar que a coisa reivindicada
esteja na posse injusta do réu.

OBS: A ação petitória não se confunde com as ações


possessórias, sendo certo que nestas últimas não se discute a
propriedade do bem, mas a sua posse.

Em relação ao prazo para propositura dessa ação, podem ser


mencionadas duas correntes.

A primeira aponta que a ação reivindicatória está sujeita a prazo


prescricional, diante do seu caráter essencialmente patrimonial. Esse prazo de
prescrição era de 10 anos (entre presentes) e 15 anos (entre ausentes), na
vigência do CC de 1916 (artigo 177). Na vigência do CC de 2002, o prazo é de
10 anos, diante da unificação dos prazos gerais de prescrição que consta do
artigo 205 da atual codificação.

Sobretudo no STJ, havendo várias decisões reconhecendo a


imprescritibilidade da ação reivindicatória, diante do seu caráter
essencialmente declaratório.
Na realidade, deve-se entender que a ação reivindicatória não é
sujeita à prescrição ou à decadência, embora se trate de ação real, porque o
domínio é perpétuo e somente se extingue nos casos previstos em lei e que
serão estudados oportunamente. O efeito da ação reivindicatória é de fazer
com que o possuidor ou detentor restitua o bem com todos os seus acessórios.

Porém, se no caso concreto for impossível essa devolução, como


nos casos de perecimento da coisa, o proprietário terá o direito de receber o
valor da coisa se o possuidor estiver de má-fé, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos.

É correto dizer que a propriedade pode ser entendida como um


recipiente cilíndrico, ou como uma garrafa, a ser preenchida por 4 camadas,
que são os atributos de gozar, reaver, usar e reivindicar. São 4 atributos que
estão presos ou aderidos à propriedade, o que justifica a utilização do
acróstico: GRUD

Gozar ou fruir
Reaver ou buscar
Usar ou utilizar
Dispor ou alienar

OBS: Assim, percebe-se que, se determinada pessoa tiver


todos os atributos relativos à propriedade, terá a propriedade plena.

Eventualmente, os referidos atributos podem ser distribuídos


entre pessoas distintas, havendo a propriedade restrita.

2 – Classificações

A propriedade, assim como a posse, possui algumas classificações.

Dessa forma, a propriedade pode ser plena (ou alordial) ou limitada.


Na propriedade plena os poderes inerentes ao proprietário serão
exercidos por uma única pessoa, qual seja, o seu titular. Deste modo, o
domínio da propriedade é pleno, quando o proprietário dispõe de todas as
prerrogativas “uso, gozo e disposição” de maneira absoluta perpétua e
exclusiva.

É limitada, quando alguns desses poderes estão em mãos de


terceiros, como no caso do nu proprietário, do senhor do prédio
serviente, ou do prédio hipotecado, isto porque o usufrutuário ou o
credor hipotecário e o dono do prédio dominante têm sobre a coisa um
direito real de uso e gozo, uma servidão ou direito real de garantia. É
ainda limitado o domínio gravado com cláusula de inalienabilidade, pela
falta de livre disposição da coisa.

Para explicar essas questões tem-se, no primeiro caso (plena), o


exemplo do usufruto, em que uma pessoa, que é proprietário de uma
coisa, transfere a outra a prerrogativa de usar e gozar do bem em seu
lugar, sem, contudo lhe transferir a propriedade.
Já no segundo caso, (limitada) fala-se em propriedade resolúvel
ou revogável, pois a limitação temporal extinguirá o direito de propriedade,
como no exemplo de transferência de um imóvel por termo certo, ou seja,
que especificará o prazo exato para que o bem permaneça na propriedade
de uma determinada pessoa.

Obs: É resolúvel a propriedade cuja transferência definitiva do


domínio da coisa se submete á verificação ou não de um fato jurídico, que
pode ser:

a) um evento futuro e incerto ( condição);


b) um evento futuro e certo ou determinável (termo); ou
c) uma causa superveniente.

A lei presume que toda propriedade é plena, sendo essa uma


presunção relativa que admite prova em contrário. Nesse sentido, dispõe o art.
1.231 do CC:

Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e


exclusiva, até prova em contrário.

Fala-se numa segunda classificação, qual seja em propriedade


mobiliária e propriedade imóvel. Esta classificação decorre do objeto do
direito, pois a propriedade será mobiliária quando se tratar de coisa
móvel.

Vale dizer que a extensão do direito que o proprietário da coisa


móvel se estende ao seu uso da forma mais conveniente para seu titular,
desde que esse exercício não prejudique terceiros.

Já a propriedade imóvel é aquela que decorre do direito sobre


bens imóveis.

3 – Restrições à propriedade

As várias restrições ao direito de propriedade podem ser legais,


quando decorrem de imperativo da lei, ou voluntárias, quando o próprio
proprietário é quem limita seu direito de acordo com sua conveniência, como se
vê:

Legais – podem ser legais, quando contidas em leis ou


regulamentos administrativos tais como:

- Impenhorabilidade, incomunicabilidade;
- Lei do inquilinato nº 8245/91;
- Estatuto da Terra (L. 4.504/64) e da cidade (L. 10.257/91);
- Incorporação imobiliária, L. 4.591/64.
Voluntárias – as estabelecidas pelo proprietário, sem abrir mão
do seu direito, ou transferência a outrem, Ex: Hipoteca, doação,
testamento.

3.1 - Restrições voluntárias

Podem ser apontadas como restrição voluntária ao direito de


propriedade, as cláusulas de inalienabilidade, incomunicabilidade e
impenhorabilidade.

Na inalienabilidade a restrição limita o poder de dispor da


coisa, pois essa cláusula irá impedir o proprietário de alienar a coisa, ou
seja, vender, doar ou trocar. Salienta-se que tal cláusula não se reputa
absoluta, uma vez que o juiz pode conceder autorização para tal.

Na incomunicabilidade, por sua vez, a coisa será


incomunicável quando se pretende protegê-la da meação do cônjuge,
devido ao enlace matrimonial. Os bens incomunicáveis, dessa forma, não
irão figurar na meação do cônjuge, independe do regime de bens que fora
escolhido pelo casal.

Por fim, a cláusula de impenhorabilidade é aquela que serve


para proteger o patrimônio de dívidas contraídas pelo proprietário da
coisa. Assim, os bens gravados com essa cláusula, não serão objeto de
medidas judiciais que visem forçar a quitação das dívidas, tais como
penhora, arresto, dentre outras.

Importante: A cláusula de inalienabilidade implica na cláusula de


impenhorabilidade por força do art. 649, I, do CPC:

Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:


I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato
voluntário, não sujeitos à execução;

E por força de súmula do Supremo Tribunal Federal, a cláusula de


inalienabilidade também importa na incomunicabilidade:

STF - SÚMULA Nº 49 - A cláusula de inalienabilidade


inclui a incomunicabilidade dos bens.

Assim, uma vez inalienável o bem, ele também o será


incomunicável e impenhorável.

Cumpre salientar que tais cláusulas somente terão validade


após serem inscritas no registro público.
3.2 - Restrições legais

Os bens pertencentes ao domínio público, compreendendo os bens


públicos (bens de patrimônio do Estado), bens particulares de interesse público
e os bens de fruição geral (que não podem ser objeto de apropriação individual,
mas seu uso se refere a uma coletividade), recebem um tratamento
diferenciado pela lei, pois este é um campo de atuação do poder do Estado, e
em nome do bem comum, o mesmo poderá restringir e limitar o direito de
propriedade.

Os bens públicos, tratados por um regime de propriedade


distinto da propriedade privada, são, por essência, inalienáveis,
imprescritíveis (explica-se pelo fato do direito não se perder nunca, ou
seja, não poderão ser objeto de aquisição por usucapião), impenhoráveis
e finalmente, não podem ser onerados.

Dessa forma, os bens públicos estão dispostos no art. 20 e 26 da


Constituição da República Federativa do Brasil, e, portanto, recebem esse
tratamento especial. São eles:

Art. 20 - São bens da União:


I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem
a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das
fronteiras, das fortificações e construções militares, das
vias federais de comunicação e à preservação ambiental,
definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se
estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem
como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com
outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e
as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede
de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no
art. 26, II;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da
zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios
arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

Art. 26 - Incluem-se entre os bens dos Estados:


I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes,
emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na
forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que
estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio
da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da
União.

Em relação ao subsolo e ao espaço aéreo, há de ser feitas


algumas considerações mais específicas. A lei determina que, embora a
propriedade do solo abranja o espaço aéreo e o subsolo em altura e
profundidade compatíveis com o exercício do poder de usar, o
proprietário não poderá se opor às atividades de terceiros que sejam
desenvolvidas em altura ou profundidade que não prejudique o
proprietário. Nesse sentido, dispõe o art. 1.229 do CC:

Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço


aéreo e subsolo correspondentes, em altura e
profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o
proprietário opor-se a atividades que sejam
realizadas, por terceiros, a uma altura ou
profundidade tais, que não tenha ele interesse
legítimo em impedi-las.

Vale dizer que a doutrina dominante aponta no sentido de que o


espaço aéreo e o do subsolo não são de propriedade do dono do solo,
mas este, teria, tão somente, o direito de usá-los até o limite que viabilize
a efetiva utilização do solo.

Adverte a lei, ainda que o proprietário do solo não é dono das


jazidas, minas, recursos minerais, hidráulicos e arqueológicos que
estiverem no subsolo, uma vez que estes pertencem ao domínio público.

Contudo, caberá ao proprietário, se for o caso, explorar


determinados recursos minerais que forem de emprego imediato na construção
civil. Mas, atenção: somente será permitida essa exploração por parte do
proprietário desde que tais minerais não sejam submetidos a nenhum tipo
de transformação industrial, conforme determina o art. 1.230 do CC:

Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas,


minas e demais recursos minerais, os potenciais de
energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e
outros bens referidos por leis especiais.

Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de


explorar os recursos minerais de emprego imediato na
construção civil, desde que não submetidos a
transformação industrial, obedecido o disposto em lei
especial.

O fenômeno da propriedade gera inúmeras repercussões no mundo


jurídico, e é por isso que a legislação está atenta às principais implicações
relativas a essa matéria.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DE PROPRIEDADE

- É um Direito absoluto, em regra, mas que pode ser


relativizado em algumas situações: por ser oponível contra toda e qualquer
pessoa (erga omnes), fruto da publicidade que goza o direito de propriedade,
presumindo-se plena e exclusiva até prova em contrário (artigo 1.231 do CC).
Todavia, existem claras limitações dispostas no interesse do coletivo, caso da
função social e socioambiental da propriedade (art.1.228 paragráfo1° do CC).

Ora, o direito de propriedade tem até natureza absoluta se


comparado com os direitos pessoais de caráter patrimonial. Entretanto, a
propriedade deve ser relativizada se encontrar pela frente um direito da
personalidade ou um direito fundamental protegido pelo texto maior. Por tudo
isso é que vários autores afirmam que se trata de um direito absoluto, regra
geral, mas que pode e deve ser relativizado em muitas situações.

- Direito limitado: por diversos princípios e dispositivos legais,


como por exemplo: a função sócio-ambiental, o estatuto da cidade, as regras
sobre o direito de vizinhança etc., ou ainda, disposição contratual.

- Direito exclusivo: Determinada coisa não pode pertencer a mais


de uma pessoa, salvo os casos de condomínio, não impedindo que duas ou
mais pessoas adquiram um bem conjuntamente, formando assim um
condomínio. É correto afirmar que, apesar de ser um direito exclusivo, a
propriedade envolve interesses indiretos de outras pessoas, até à de toda a
sociedade, que almejam o atendimento à sua função social.

- Direito perpétuo: Porque acompanha a pessoa por toda a vida se


o titular não se portar de outro modo ou houver influência do poder público, por
exemplo, ainda, independe de seu uso.

- Direito aderente: Está unida ao seu titular, que tem o direito de


buscá-la onde quer que ela esteja e com quem quer que ele esteja (direito de
seqüela).

4 - AQUISIÇÂO DA PROPRIEDADE

Primeiramente pode-se dizer que a aquisição da propriedade é


forma pela qual a pessoa se torna titular de uma coisa, podendo exercer
sobre ela todas as prerrogativas de proprietário. Assim, é uma forma pela
qual a pessoa se torna proprietário de uma determinada coisa.
A aquisição poderá se dar por ato inter vivos ou causa mortis.

Por ato inter vivos, a propriedade será adquirida mediante um


negócio jurídico realizado entre pessoas vivas.

No ato causa mortis o pressuposto é a morte do antigo


proprietário, que deixa a propriedade da coisa para outrem, ocorrendo a
sucessão hereditária ou testamentária.

Outrossim, a propriedade admite formas de aquisição, originária


ou derivada.

Será originária quando a coisa for adquirida pela primeira vez, sem
que tenha havido nenhum outro proprietário anterior.

Quanto à aquisição derivada ocorre quando há transmissão da


propriedade, de um dono anterior para outrem, que o será dali em diante.

A aquisição da propriedade poderá ser também a título singular ou


universal.

A título singular - a aquisição da propriedade vai se referir a uma


coisa específica, determinada.

A título universal - a propriedade adquirida vai se referir a uma


universalidade, ou seja, a um montante de bens não especificados.

Cumpre salientar que as formas de aquisição são distintas em se


tratando de bens móveis ou imóveis.

Para os bens imóveis, a propriedade da coisa pode se dar de quatro


maneiras: pelo registro, acessão, usucapião e pela sucessão hereditária.

E quanto às principais formas de aquisição da propriedade de bens


móveis, são: usucapião, ocupação e achado de tesouro, tradição,
especificação, confusão, comistão, adjunção e sucessão.

OBS: Temos duas modalidades comuns, fontes de aquisição


tanto da propriedade móvel como da imóvel: a acessão, e o usucapião

O esquema a seguir demonstra quais são as formas de aquisição


originária e derivada da propriedade imóvel:

Formas originárias: * Acessão: IIhas;


Aluvião;
Avulsão;
Álveo abandonado;
Plantações e construções.
* Usucapião.

Formas derivadas: * Registro do título;

*Sucessão hereditária.

4.1 - Modos de Aquisição da Propriedade

O código Civil de 2002 não trouxe qualquer inovação com relação


às formas de aquisição da propriedade imobiliária, mantendo-se as que já
estavam previstas no CC de 1916.

Formas de aquisição da propriedade imóvel:

Formas originárias

Acessão - É sinônimo de acréscimo. É modo de aquisição da


propriedade criado por lei, em virtude do qual tudo o que se incorpora a um
bem fica pertencendo ao seu proprietário.

Através da acessão, passa a pertencer ao proprietário tudo quanto


se une ou adere ao seu bem.

Na acessão, predomina, com efeito, o princípio segundo o qual a


coisa acessória segue o principal.

Por exemplo, a aquisição por acessão se dá quando alguém que já


é proprietário de um terreno vê o seu imóvel aumentar de tamanho por conta
de acréscimos ocorridos naturalmente sobre ele ou feito pelas mãos do
homem.

A acessão pode se dar por cinco maneiras distintas: Formação de


ilhas, abandono do álveo, ou (abandono do leito), aluvião, avulsão e realização
de construções e plantações.

OBS: As acessões que se dão por formação de ilhas, abandono


do álveo e aluvião tem em comum o fato de que todas estas são formas
de acessão presentes somente em ambientes de rios.

Desse modo, essas modalidades de acessão se dão por meio de


acréscimos que ocorrem em rios, ou em suas margens (aluvião) ou no seu leito
(formação de ilhas e abandono de álveo).

*Acessão pela formação de ilhas

Para a geografia, a ilha é uma faixa de terra cercada de água por


todos os lados. Juridicamente, conforma ensina Maria Helena Diniz, a ilha é um
acúmulo paulatino de areia, cascalhos e materiais levados pela correnteza, ou
rebaixamento de águas, deixando a descoberto e a seco uma parte do fundo
ou do leito.

Segundo informa a doutrinadora, interessam ao Direito Civil


somente ilhas formadas em rios não navegáveis ou particulares, por
pertencerem ao domínio particular, conforme prevê o código de águas. As
ilhas fluviais e lacustres de zonas de fronteira, ilhas oceânicas ou costeiras
pertencem à União, aos municípios (art. 20, inciso IV, da CF de 1988) ou
Estados Federados (artigo 26, inciso II e III, da CF de 1988).

Salienta-se que o art. 20, inciso IV, da CF foi recentemente alterado


pela emenda constitucional 46, de 2005. Anteriormente, as ilhas eram somente
bens da União quando houvesse interesse público; atualmente podem
constituir bens do município.

A atual redação do dispositivo constitucional em comento prevê que


são bens da união “as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras excluídas destas,
as que contenham a sede de municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao
serviço público e à unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II.”

Quanto às ilhas que se formaram em correntes comuns ou


particulares, estas pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, devendo
ser observadas as seguintes regras:

1° regra: As ilhas que se formarem no meio do rio consideram-se


acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de
ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que
dividir o álveo em duas partes iguais.

2° regra: As ilhas que se formarem entre a referida linha e uma das


margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos
fronteiros desse mesmo lado.

3° regra: As ilhas que se formarem pelo desdobramento de um novo


braço do rio, continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos,
à custa dos quais se constituírem.

As regras também constam dos artigos 24 e 25 do Código de águas


e podem gerar confusão, merecendo uma análise gráfica e esquematizada.

Quanto à primeira regra, prevista no artigo 1.249, inciso I, do


CC, imagine-se o caso de dois proprietários, a seguir expostos, são
donos de duas propriedades ribeirinhas, lindeiras de um rio.

No caso acima, percebe-se que a ilha foi formada bem no meio


do rio. Para tal constatação, foi traçado um meridiano no meio da
formação de água ou álveo. Assim, a propriedade da ilha será metade de
X e metade de Y.
Em continuidade, a segunda regra (art. 1.249, inciso II, do CC)
determina que se a ilha se formar do lado esquerdo do meridiano, será de
propriedade de X. Se a ilha surgir do lado direito do meridiano, será de Y.

Por fim, a ilha pode ser formada diante do desdobramento de


um braço de rio, ou seja, diante de um novo curso de água que se abre
(terceira regra, prevista no art. 1.249, inciso III, do CC). Se isso ocorrer, a
ilha pertencerá ao proprietário que margeia esse novo desdobramento, ou
seja, será daquele que tem a propriedade do terreno à custa do qual o
novo braço se constituiu. Assim, a propriedade da ilha será de Y.

* Acessão por formação de Aluvião

Consiste a aluvião no “acrescentamento sensível que o rio anexa


tão vagarosamente às margens, que seria impossível, num dado momento,
apreciar a quantidade acrescida.”
O artigo 16 do código de águas dá o conceito: ”Constituem
aluvião os acréscimos que sucessiva e imperceptivelmente se formarem para a
parte do mar e das correntes, aquém do ponto a que chega o preamar médio,
ou do ponto médio das enchentes ordinárias, bem como a parte do álveo que
se descobrir pelo afastamento das águas.”

Na disposição, consta a distinção entre a aluvião própria, que é


a resultante dos acréscimos, e a imprópria, decorrente do afastamento
das águas.

Prevê o caput do art. 1.250 do CC que “os acréscimos formados,


sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das
margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos
donos dos terrenos marginais, sem indenização”.

Em complemento, prevê o seu parágrafo único que ”o terreno


aluvião, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-
se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem”.

O código Civil trata de duas modalidades de aluvião, conforme


também consta dos artigos 17 e 18 do Código de águas.

Primeiramente há o acréscimo paulatino de terras às margens de


um curso de água, de forma lenta e imperceptível; depósitos naturais ou
desvios das águas. A norma está a prever que esses acréscimos pertencem
aos donos dos terrenos marginais, seguindo a regra que o acessório segue o
principal. O instituto é a aluvião própria, em que a terra vem.

Analisamos o caso: “A” tem um rancho à beira de um rio,


destinado às suas pescarias. Aos poucos a sua propriedade vai
aumentando, pois o movimento de águas traz terra para a sua margem.

Mas além da aluvião própria (art. 1.250 caput, do CC, e 17 do


Código de Águas), há ainda a aluvião imprópria (art. 1.250, § único, do CC, e
18 do Código de Águas). As partes descobertas pelo afastamento das águas
de um curso são assim denominadas, hipóteses em que a água vai, ou seja, do
rio que vai embora. A situação agora muda: “A” percebe que adquiriu
propriedade, pois o rio que fazia frente ao seu rancho recuou. Assim, ele tem
um espaço maior para construir um palanque destinado às suas pescarias.

Vale dizer que a norma do artigo 18 do Código de águas é até mais


específica, pois conforme esse dispositivo, quando a aluvião imprópria se
formar frente a prédios pertencentes a proprietários diversos, far-se-á a divisão
entre eles, em proporção à testada que cada um dos prédios apresentava
sobre a antiga margem.

* Acessão por formação de Avulsão

O código civil atual trata da matéria no art. 1.251, caput, quando por
força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar
a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o
dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver
reclamado. Em sentido muito próximo, o art. 19 do Código de águas prevê que
se verifica a avulsão quando a força súbita da corrente de água arrancar uma
parte considerável de um prédio, levando-a para um outro prédio.

OBS: Avulsão é uma faixa de terra avulsa, que se desloca de


um terreno, por força natural de corrente, para se juntar a outro.

Pelo que consta da norma, verifica-se que “A” ganhou propriedade,


enquanto “B” perdeu parte de sua faixa de terra ribeirinha. O que está a prever
o caput do art. 1251, do CC, é que “B” poderá pleitear valores indenizatórios,
no prazo decadencial de um ano, a contar da sua ocorrência.

Complementando, prevê o parágrafo único do art. 1.251 do CC que


se recusando ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou
a porção de terra deverá concordar que se remova a parte acrescida.

Essa também é a lógica constante do artigo 20 do Código de


Águas, pelo qual “o dono daquele poderá reclamá-lo ao deste, a quem é
permitido optar, ou pelo consentimento na remoção da mesma, ou pela
indenização ao reclamante”.

OBS 1: Note-se, pelas normas, que a regra é a indenização e


não sendo esta paga por quem a deve, caberá uma ação de obrigação de
fazer, inclusive com as medidas de tutela específica, previstas no art. 461
do CPC, caso da multa ou “astreintes”. A estipulação da indenização
mantém íntima relação com a vedação do enriquecimento sem causa, nos
termos dos artigos 884 a 886 do CC.

OBS 2: Tudo isso no caso da Avulsão decorrente de força


natural. Mas se esta se der por força humana artificial, o artigo 21 do
Código de Águas manda aplicar as regras da Invenção ou descoberta,
que serão oportunamente estudadas.
*Acessão por abandono do Álveo

O art. 9° do Código de Águas traz o seguinte conceito para Álveo:


“É a superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e
ordinariamente enxuto.”

Desta forma, considera-se álveo o leito, ou canal, ou conduto


das águas, isto é, o lugar por onde correm entre as duas margens.

OBS 1: Em outras palavras, o Álveo abandonado vem a ser o


rio ou a corrente de água que seca; rio que desaparece.

Quanto à aquisição da propriedade, preceitua o art. 1.252, do CC,


que o álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das
duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde
as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se
estendem até o meio do leito. Essa também é a regra, em sentido muito
próximo, do artigo 26 do Código de Águas.

OBS 2: O raciocínio, como se vê é o mesmo da formação de ilhas:


é preciso traçar um meridiano no rio, verificando-se quais as distâncias das
margens, estudo que interessa mais à engenharia do que ao Direito. A partir
desse estudo, será impossível verificar quais as proporções ou percentuais das
propriedades adquiridas.

Ora, no caso acima, a distribuição deve ser igual entre “A e B”, já


que a distância de suas margens ao centro do rio é a mesma, ou seja,
cinqüenta metros.

* Acessão de construções e plantações no imóvel

Além das acessões naturais, o Código Civil de 2002, prevê como


forma de aquisição originária da propriedade imóvel, as acessões artificiais,
que decorrem de atuação humana relativa às plantações e às construções
(artigos, 1.253 a 1.259).

Ex: O proprietário constrói uma ponte em sua fazenda, sobre um


córrego; e de uma plantação de cana-de-açúcar, realizada na mesma
propriedade.

A regra básica relativa às acessões artificiais é aquela que consta


no artigo 1.253, pelo qual “toda construção ou plantação existente em um
terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o
contrário.”

Constata-se que as construções e plantações têm natureza


acessória, uma vez que constituem bens imóveis por acessão física artificial,
nos termos do art. 79 do CC. Por isso é que seguem a sorte do principal,
particularmente quanto à propriedade (princípio da gravitação jurídica)

Todavia, nem sempre a solução será simples, podendo ser


destacadas as seguintes situações:

a) Se a pessoa semear, plantar ou edificar em terreno próprio com


sementes, plantas ou materiais alheios, adquirirá a propriedade destes,
devendo apenas responder pelo valor dos bens utilizados. Caso tenha
agido de má-fé, deverá, ainda, indenizar as perdas e danos. (art. 1.254 do
CC).

b) Se a pessoa semear, plantar ou edificar em terreno alheio perderá em


favor do proprietário do terreno as sementes, as plantações e construções
realizadas, tendo apenas direito à indenização. Caso tenha agido de má-fé
não terá direito a qualquer indenização (art. 1.255 do CC).

OBS 1: A exceção é feita caso a construção ou plantação excedam


consideravelmente o valor do terreno e tenham sido realizadas de boa-fé.
Nessa hipótese, o CC determina que aquele que plantou ou edificou adquirirá a
propriedade do solo, mediante o pagamento de uma indenização, que será
fixada judicialmente, caso não haja acordo entre as partes.

Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as


sementes, plantas ou construções, devendo ressarcir o valor das acessões.

Presume-se a má-fé caso o proprietário tenha presenciado e não


impugnado os trabalhos de construção ou de lavoura.

OBS 2: A mesma solução será aplicada, caso uma pessoa, agindo


de boa fé, plante, semeie ou construa em solo alheio com material de terceiro,
que as perderá em favor do dono do imóvel. O proprietário das sementes,
plantas ou materiais poderá cobrar do proprietário do solo a indenização
devida, quando não puder havê-la do plantador ou construtor.

Questão interessante também disciplinada pelo CC diz respeito à


regulamentação da construção que invade solo alheio. O art. 1.258 estabelece
que se a construção feita parcialmente em solo próprio invade solo alheio, em
proporção não superior à vigésima parte deste (ou seja, não superior a 5% da
área total) adquire o construtor de boa–fé a propriedade da parte do solo que
invadiu, se o valor da construção exceder o dessa parte. Nessa hipótese, o
construtor deverá arcar com uma indenização que compense o valor da área
perdida pelo proprietário do solo, bem com a desvalorização da área
remanescente.

Se o construtor agir de boa-fé e a invasão exceder à vigésima parte


do imóvel invadido, também haverá direito à aquisição da área, mas, nesta
hipótese, a indenização deverá abranger além do valor da área perdida e da
desvalorização da área remanescente, um valor correspondente ao que a
invasão acrescer à construção (art. 1.259 do CC).
Se o invasor estava de má-fé somente terá o direito de adquirir a
propriedade do solo invadido, se estiverem presentes os seguintes requisitos:

a) a invasão não pode ultrapassar à vigésima parte do solo;

b) o valor da construção deverá exceder consideravelmente o do solo; e,

c) não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a


construção.

Presentes todos esses requisitos, o invasor poderá adquirir a


propriedade pagando em décuplo o valor da indenização, composta não
somente do valor da área perdida bem como da desvalorização da área
remanescente (art.1.258, parágrafo único, do CC).

Contudo, se agindo de má-fé o construtor invadir área superior à


vigésima parte, não há que falar em direito de aquisição, devendo demolir a
construção e pagar em dobro as perdas e danos suportados pelo proprietário
do terreno.
USUCAPIÃO

É forma de aquisição originária tanto da propriedade imóvel


quanto móvel. O instituto tem a sua origem na usucapio do direito
romano, derivando de usus ( uso) e capere ( tomar, adquirir), significando
portanto, a aquisição pelo uso.

A Usucapião é um meio de adquirir o direito de propriedade móvel


ou imóvel, pela posse prolongada no tempo previsto em lei.

Quanto a grafia, é interessante notar que o Código Civil de 2002


utiliza o gênero feminino (a usucapião) , enquanto que o Código Civil de 1916
a previa de forma masculina ( o usucapião). Em verdade, á luz do princípio da
operabilidade, no sentido de facilitação do Direito Privado, tanto faz utilizar a
expressão de uma ou outra forma. Havendo insistência para a escolha entre as
duas opções. É melhor fazer o uso do feminino, pois assim consta do atual
Código Civil, no Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) e na Lei da Usucapião
Agrária (Lei 6.969/1981). A escolha, portanto, é pela atualidade legislativa.

De qualquer forma, é de se destacar o louvável trabalho do


Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Benedito Silvério Ribeiro,
na pesquisa do uso das duas expressões. Aponta o doutrinador que utilizam
a expressão no feminino: Ihering, Carnelluti, Lacerda de Almeida, Lafayette,
Joaquim Ribas,Carvalho de Mendonça, José de Oliveira Ascensão,Orlando
Gomes, Pontes de Miranda, Maria Helena Diniz, Sílvio Rodrigues e Luiz Edson
Fachin.
Por outro lado, preferem o termo masculino: Carvalho
Santos,Washington de Barros Monteiro, Serpa Lopes, Pedro Nunes, Clóvis do
Couto e Silva, Pinto Ferreira, Sílvio de Salvo Venosa, Rubens Limongi França,
Jorge Americano,José Carlos de Moraes Salles, Carpenter, Arnaldo Rizzardo,
Rui Barbosa e Caio Mário da Silva Pereira. A profícua pesquisa serve como
ponto de referência para o leitor.

Conforme o ensinamento de Clóvis Beviláqua, em síntese


significativa:” Usucapião é a aquisição do domínio pela posse prolongada”.

Assim a usucapião é instrumento que pretende transformar o


possuidor em proprietário. Para que seja possível ocorrer essa aquisição da
propriedade é necessário que o possuidor esteja exercendo a posse por um
prazo determinado e que essa posse tenha a qualidade exigida na lei.

Requisitos genéricos

- Posse qualificada: não é qualquer posse, mas a posse para


ensejar a usucapião precisa ser mansa, pacífica, pública, contínua e com
intenção de dono da parte do possuidor; para a posse reunir essas
características, o proprietário precisa se omitir e colaborar com o
amadurecimento desta posse;

- Coisa hábil - A coisa possível de aquisição por usucapião precisa


ser hábil de ser adquirida (res habilis) e deve estar nos negócios ou no
comércio (res in commercio).

Assim, a coisa hábil, possível de apropriação e que seja do domínio


privado é a única que pode ser adquirida por usucapião, pois aquelas
pertencentes ao domínio público e, portanto, insuscetíveis de apropriação não
o podem.

- o tempo: o tempo varia conforme a espécie da usucapião

Bens Usucapíveis –Acerca dos bens imóveis, quaisquer bens


imóveis, podem ser objeto da usucapião, desde que não sejam públicos e se
encontrem no comércio.

OBS: Legislação especial impede a usucapião de bens públicos


(súmula 340 do STF)

Bens Móveis- a usucapião de coisas móveis não apresenta a


mesma importância da de imóveis. Prevê o CC prazos mais reduzidos.

Conforme o artigo 1.260 do CC:” Aquele que possuir coisa móvel


como sua, contínua e incontestadamente durante três anos, com justo título e
boa - fé, adquirir-lhe-á a propriedade”.É uma espécie da usucapião ordinária. A
extraordinária é prevista no artigo 1.261. ” Se a posse da coisa móvel se
prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, independentemente de título e
boa-fé.”

OBS: Tanto a usucapião extraordinária de bem móvel como a


ordinária vem ganhando cada vez maior importância como forma de aquisição
de veículos automotores em geral e animais.

MODALIDADES DE USUCAPIÃO ADMITIDAS NO DIREITO


PRIVADO BRASILEIRO

USUCAPIÃO ORDINÁRIA- ( artigo 1.242 do CC)

Dispõe o art. 1242 do atual Código Civil que: ”Adquire também a


propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo
título e boa-fé, o possuir por dez anos”.
Parágrafo único.”Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel
houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do
respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele
tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse
social e econômico”.

Do dispositivo legal, temos que, com relação á posse, não basta o simples
exercício prolongado pelo prazo de 10 anos, sendo necessária a continuidade
no exercício, e que este tenha de dado de forma mansa e pacífica.

Na usucapião ordinário, devem estar presentes também tanto o justo título


como a boa–fé. Requisitos estes que muitas vezes se confundem. O próprio
Código Civil determina que o possuidor com justo título tem por si a presunção
de boa – fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não
admite esta presunção (art.1.201, parágrafo único).

Admite-se a redução do prazo para 5 anos se o possuidor tiver estabelecido no


imóvel a sua moradia ou realizado investimentos de interesse social e
econômico (usucapião ordinário posse –trabalho).

USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO

Está prevista no art. 1.238 e é conferido aquele que, por 15 anos, sem
interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, independentemente
de título e boa –fé.

OBS: A Usucapião extraordinário posse trabalho: Admite,


excepcionalmente, a redução do prazo para 10 anos se o possuidor houver
estabelecido no imóvel sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou
serviços de caráter produtivo, ou seja, se a função social da posse estiver
sendo cumprida pela presença da posse trabalho.
Para contagem do prazo, admite-se a acessio temporis, isto é, que o possuidor
acrescente á sua posse a dos seus antecessores, contanto que todas sejam
contínuas e pacíficas.

O que se percebe é que nos dois casos não há necessidade de se provar a


boa–fé ou o justo título, havendo uma presunção absoluta ou iure et de iure da
presença desses elementos. O requisito, portanto é único: a presença da posse
que apresente os requisitos exigidos em lei.

USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL OU ESPECIAL RURAL – pro labore


( ART.191, caput da CF; art. 1.239 do CC e Lei 6.969/1981)

Dispõe o caput do art. 191 da CF que” Aquele que, não sendo proprietário de
imóvel rural ou urbano, possua como seu, por 5 anos ininterruptos, sem
oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares,
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade”. A regra foi reproduzida, na literalidade,
pelo art. 1.239 do CC de 2002. O instituto da usucapião constitucional ou
especial rural ( pro labore) também está regulamentado pela Lei 6.969/81,
principalmente quanto ás questões processuais, que merecerão estudo
aprofundado em seção própria.

Quanto aos requisitos dessa usucapião especial rural ou pro labore, podem ser
apontadas as seguintes:

a) Área não superior a 50 hectáres ( 50 ha), localizada na zona rural. Vale


lembrar que apesar de originalmente o art.1° da Lei 6.969/81 ter previsto
uma área de 25 (ha), este comando não foi recepcionado pela CF de 1988.

b) posse de cinco anos ininterruptos, sem oposição e com animus


domini.

c) Utilização do imóvel para subsistência ou trabalho ( pro labore),


podendo ser na agricultura, na pecuária, no extrativismo ou em atividade
similar. O fator essencial é que a pessoa ou a família esteja tornando
produtiva a terra, por força de seu trabalho.

d) Aquele que pretende adquirir por usucapião não pode ser proprietário
de outro imóvel, seja ele rural ou urbano.

OBS: Não há qualquer previsão quanto ao justo título e á boa-fé, pois tais
elementos se presumem de forma absoluta ( presunção iure et de iure) pela
destinação que foi dada ao imóvel, atendendo á sua função social.

Além desses requisitos gerais, cumpre destacar que o art.3° da Lei 6.969/81
proíbe que a usucapião especial rural ocorra nas seguintes áreas:
- Áreas indispensáveis á segurança nacional

- Terras habitadas por silvícolas.

-Áreas de interesse ecológico, consideradas como tais as reservas


biológicas ou florestais e os parques nacionais, estaduais ou municipais,
assim declarados pelo poder Executivo, assegurada aos atuais ocupantes
a preferência para assentamento em outras regiões, pelo órgão
competente.

USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL OU ESPECIAL URBANA - pro morare ou


pro misero (art.183, caput, da CF de 1988, art.1.240 do CC e art.9°da Lei
10.257/2001.

Está prevista no art.183 caput da CF, pelo qual: ” Aquele que possuir como sua
área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, utilizando –a para a sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural”. A norma está reproduzida no art.1.240 do CC e no
caput do art. 9° da Lei 10.257/2001 ( Estatuto da Cidade).

O Estatuto da Cidade acaba por trazer algumas regras complementares


quanto a usucapião especial urbana.

Primeiramente, prevê que o título de domínio será conferido ao homem ou á


mulher, ou ambos, independentemente do estado civil( art.9°,§1°, da Lei
10.257/2001). Sendo assim, exemplificando, o título poderá ser concedido se
eles viverem em união estável, protegida pela CF como entidade
familiar( art.226,§3°).

Além disso, prevê o § 2° do art.9° do Estatuto que o direito á usucapião


especial urbana não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez,
o que confirma a idéia de que aquisição da propriedade atende ao direito
mínimo de moradia, em consonância com a teoria do patrimônio mínimo.
Por fim, de acordo com o § 3° do art.9° da Lei 10.257/2001, para os efeitos
dessa modalidade de usucapião, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito,
a posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da
sucessão. Eis aqui o tratamento específico da accessio possessionis para a
usucapião especial urbana, como já mencionado, não se aplicando portanto a
regra geral prevista no art.1.243 do CC. Fica claro, pela literalidade da norma,
que a soma das posses para a usucapião especial urbana somente pode ser
mortis causa e não inter vivos, como é na regra geral.

Pelo que consta dos dispositivos legais mencionados, são os requisitos da


usucapião constitucional especial ou urbana:

a) Área urbana não superior a 250 metros quadrados.


b) posse mansa e pacífica de cinco anos ininterruptos, sem oposição,
com animus domini
c) O imóvel deve ser utilizado para a sua moradia ou de sua família,
nos termos do que prevê o art. 6°, caput, da CF 1988 ( pro morare).

d)Aquele que adquire o bem não pode ser proprietário de outro imóvel,
rural ou urbano; não podendo a usucapião especial urbana ser deferida
mais de uma vez.

OBS: Cumpre salientar que não há menção quanto ao justo título e á boa-
fé pela presunção absoluta ou iure et de iure de suas presenças

USUCAPIÃO ESPECIAL COLETIVA ( art.10 da Lei 10.257/2001)

Prevê o art.10 da Lei 10.257/2001 que: ” As áreas urbanas com mais de


duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupados por população de baixa
renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição,
onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são
susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores
não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural”.

O dispositivo consagra a usucapião especial urbana coletiva, ou tão somente,


usucapião coletiva, possível nos casos envolvendo imóveis localizados em
zonas urbanas:

a) Área urbana, havendo limitação mínima de 250 metros quadrados.

b) posse de cinco anos ininterruptos, sem oposição, com animus domini.


Como se pode perceber, não há exigência de que a posse seja de boa-fé.

c) Existência no local de famílias, de baixa renda, utilizando o imóvel para


moradia, nos termos do art.6°, caput, da CF de 1988.

d) Ausência de possibilidade de identificação da área de cada possuidor.

e) Aquele que adquire não pode ser proprietário de outro imóvel, rural ou
urbano.

Os parágrafos do art.10 do Estatuto da Cidade trazem importantes regras de


cunho material e processual, sem prejuízo de outras normas instrumentais.

Dispõe o § 1° do art 10 do Estatuto da Cidade que o possuidor pode, para fim


de contar o prazo exigido por esse artigo, acrescentar sua posse á de seu
antecessor, contanto que ambas sejam contínuas. Em norma especial, está
consagrada a possibilidade de acessio possessionis ,ou seja, a possibilidade
do sucessor da posse somar, no aspecto temporal, a posse anterior para fins
de usucapião coletiva.
No campo processual, a usucapião especial coletiva de imóveis urbano será
declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no
cartório de imóveis ( art.10,§ 2°, da Lei 10257/2001).
Nessa sentença o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor,
independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo
hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais
diferenciadas( art.10,§3°, da Lei 10257/2001)

A última norma prevê o estabelecimento de um condomínio a favor dos


usucapientes, o que já deve constar da sentença declaratória da propriedade.

Esse condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de


extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos
condôminos, no caso de execução de urbanização posterior á constituição do
condomínio (art.10 § 4°, da Lei 10.257/2001). Por fim, prevê o comando legal
que as deliberações relativas á administração do condomínio especial serão
tomadas por maioria dos votos dos condôminos presentes, obrigando também
os demais, discordantes ou ausentes ( art.10 §5°, da Lei 10257/2001).

USUCAPIÃO ESPECIAL INDÍGENA ( art.33 da Lei 6.001/1973)

Além das formas de usucapião previstas no Código Civil de 2002, na CF, na


Lei Agrária e no Estatuto da Cidade, é preciso apontar e estudar a usucapião
especial indígena, tratada pelo Estatuto do índio( Lei 6.001/1973). Prevê o art.
33 dessa lei especial que “O índio, integrado ou não, que ocupe como
próprio, por dez anos consecutivos,trecho de terra inferior a cinqüenta
hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena”.

O parágrafo único do dispositivo prevê que ele não se aplica ás terras do


domínio da União, ocupadas por grupos tribais, ás áreas reservadas tratadas
pelo próprio Estatuto do Índio, nem ás terras de propriedade coletiva de grupo
tribal. Assim, essas áreas não podem ser objeto dessa forma de usucapião
especial.

Pelo que consta da norma, são requisitos da usucapião indígena:

a) Área de, no máximo, 50 há.

b) posse mansa e pacífica por dez anos,exercida por indígena.

É pertinente lembrar que o art.4° da Lei 6.001/1973 classifica os indígenas


da seguinte forma, o que interessa para fins dessa usucapião:

a) Índios isolados- quando vivem em grupos desconhecidos ou de que se


possuem poucos e vagos informes por meio de contatos eventuais com
elementos da comunhão nacional;
b) Índios em vias de integração - quando , em contato intermitente ou
permanente com grupos estranhos, conservam menor ou maior parte das
condições de sua vida nativa, mas aceitam algumas práticas e modos de
existência comuns aos demais setores da comunhão nacional, da qual vão
necessitando cada vez mais para o próprio sustento;

c) Índios integrados - quando incorporados á comunhão nacional e


reconhecidos no pleno exercício dos direitos civis, ainda que conservem os
usos, costumes e tradições característicos da sua cultura.

OBS: Como já ficou claro, seja o índio integrado ou não, poderá ele adquirir
área por meio da usucapião especial, o que visa proteger a sua condição de
silvícola.

FORMAS DE AQUISIÇÃO DERIVADA DA PROPRIEDADE IMÓVEL

REGISTRO DO TÍTULO

A lei que rege os registros públicos é a Lei nº. 6.015/73, que


orienta todo o processo de registro. Cumpre salientar que o registro é o
meio hábil à comprovação do direito de propriedade, e também a forma pela
qual é feita a transferência dos bens imóveis.

Cabe salientar que o registro público não serve apenas para


formalizar os direitos de propriedade, referente aos imóveis, mas também,
todos os registros referentes a pessoas naturais e jurídicas; registro de títulos e
documentos.

E o próprio Código Civil de 2002, em seu art. 1.245, menciona o


registro como a forma de transferência dos bens imóveis:

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o


registro do título translativo no Registro de Imóveis.

O registro tem presunção de veracidade, não sendo, contudo, uma


presunção absoluta, mas relativa, pois admite prova em contrário. Dessa
forma, caberá àquele que deseja retificar ou anular determinado registro,
provar suas alegações. Nesse sentido é claro o art. 1.247 do CC:

Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o


interessado reclamar que se retifique ou anule.

A alteração do registro ou a sua anulação pode ser requerida tanto


na via administrativa, quanto na judicial, segundo determinação do art. 212 da
Lei 6.015/73, que dispõe a cerca dos registros públicos.

Art. 212. Se o registro ou a averbação for omissa, imprecisa ou


não exprimir a verdade, a retificação será feita pelo Oficial do
Registro de Imóveis competente, a requerimento do interessado,
por meio do procedimento administrativo previsto no art. 213,
facultado ao interessado requerer a retificação por meio de
procedimento judicial.
O parágrafo único do referido artigo alerta que o reivindicante não
perde a possibilidade de requerer judicialmente seu pedido por ter recorrido à
via administrativa:

Art. 212. (...)


Parágrafo único. A opção pelo procedimento administrativo
previsto no art. 213 não exclui a prestação jurisdicional, a
requerimento da parte prejudicada.
O registro do título aquisitivo está consusbstanciado nos artigos
1.245 a 1.247, do CC. Trata-se de forma derivada, pois, há uma intermediação
entre pessoas e não um contato direto entre a pessoa e a coisa. Sendo forma
derivada, o novo proprietário do bem é responsável pelas dívidas que recaem
sobre a coisa, caso tributos. Quanto á compra e venda, uma das principais
formas de transmissão inter vivos, há regra específica nesses termos,
conforme o artigo 502 do CC, a saber:”O vendedor , salvo convenção em
contrário, responde por todos os débitos que gravem a coisa até o
momento da tradição”.

OBS: Nos termos do artigo 108 do atual CC, os contratos


constitutivos ou translativos de direitos reais sobre imóveis devem ser feitos por
escritura pública, se o imóvel tiver valor superior a trinta salários. A escritura
pública é lavrada no Tabelionato de Notas, de qualquer local do país, não
importando a localização do imóvel. Se o imóvel tiver valor igual ou inferior a
trinta salários mínimo está dispensada a escritura pública, podendo o contrato
ser celebrado por instrumento particular, já que em regra a forma é livre( artigo
107 do CC).

Esse esclarecimento é para apontar que a escritura pública não


serve para a aquisição da propriedade imóvel, sendo apenas uma formalidade
que está no plano da validade dos contratos de constituição ou transmissão de
bens (art. 104, inciso III, do CC - menção à forma prescrita e não defesa em
lei).

O registro imobiliário, que se situa no plano da eficácia do


contrato, é que gera a aquisição da propriedade imóvel, e deve ocorrer no
Cartório de Registro de Imóveis do local de situação da coisa (artigos 1°,
inciso IV, e 167 a 171, da Lei nº. 6.015/73 - Lei de Registros públicos).

Da mesma forma, prevê o artigo 1.227, do CC de 2002, que “Os


direitos reais sobre imóveis constituídos por atos entre vivos, só se
adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos
títulos (artigos 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código”. E,
um dos casos que se dispensa o registro, é na sucessão hereditária que
estudaremos a seguir.

Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante, continua a


ser havido como dono do imóvel (artigo 1.245, § 1°, do CC).Além disso,
enquanto não se promover, por meio de ação própria , a decretação de
invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a
ser havido como dono do imóvel, o que é consagração da teoria da aparência
(art. 1.245, § 2°, do CC).

Segundo previsto no artigo 1.246 do CC, o registro é eficaz desde o


momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar
no protocolo.

- Princípios Pertinentes

Entende-se por princípios registrais regras, critérios e idéias


fundamentais que servem de base ao Sistema de Registro Imobiliário de um
país, tecnicamente desenvolvidos a partir de seu arcabouço jurídico, para
consecução das finalidades da instituição registral, qual seja, a segurança
máxima do tráfego imobiliário, que traz em seu bojo o desenvolvimento e a
segurança econômica.

Em relação ao registro imobiliário, especificamente, há vários


princípios que devem nortear a matéria.

Princípio unicidade de matrícula - 1 imóvel - 1 matrícula. Não pode


haver matrícula de parte ou fração ideal de imóvel

Princípio especialidade – o objeto do negócio (imóvel) como os


contratantes devem estar perfeitamente determinados, identificados e
particularizados, para que o registro reflita com exatidão o fato jurídico que o
originou. Assim, a descrição do imóvel tem que ser bem detalhada para
garantir a distinção dos outros imóveis.

Princípio da continuidade – há uma seqüência no registro do


imóvel, para registro atual deve apresentar o registro anterior. É o registro de
todos os proprietários. Exceções são a desapropriação e a usucapião, que são
modos de aquisição originários.

Princípio da Prioridade – Será proprietário aquele que primeiro


apresentar o título no Registro. Se o primeiro título protocolado for contraditório
com os demais, vale o primeiro.

Princípio da instância – O registrador, em regra, somente pode


praticar o ato registral (registro e averbação) solicitado pelo interessado. O
oficial registrador não age de ofício.

Princípio da Disponibilidade – Só podem registrar bens disponíveis


(tem que fazer parte de algum patrimônio, algum ato jurídico)

Princípio da publicidade - Pode-se dizer que todos os registros


assentados devem ser de conhecimento público, sendo de acesso amplo a
qualquer pessoa nos órgãos competentes.
Princípio da Obrigatoriedade - Nos termos do artigo 1.245 do CC, o
registro imobiliário é indispensável para a aquisição da propriedade imóvel,
salvo as exceções previstas para a usucapião e a sucessão.

Princípio da mutabilidade ou retificação - O registro não é


imutável, podendo ser modificado se não exprimir a realidade fática ou jurídica.
Por isso é que é possível a ação de alteração, ou retificação.

OBS: Todos os registros imobiliários gozam de fé - pública,


reputando verdadeiros, sendo a propriedade daquele em cujo nome está
inscrito na matricula do imóvel, mas admitem, contudo, a prova em contrário.

– Atos registrários

- Registro: o resultado será a lavratura de um termo, ou seja, uma


inscrição no livro da serventia, art. 167, inciso I, da Lei nº. 6.216/75:

Art. 167 - No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos.


I - o registro
(...)
- Averbação: São atos de fazer constar à margem de um assento
(registro), um fato ou referência que o altere ou o cancele. art. 167, inciso II, da
Lei nº. 6.216/75:

Art. 167 - No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos


II - a averbação

- Prenotação: É prenotar a escritura, garantindo a escritura de modo


que haja segurança jurídica. É como se fosse uma senha. Art. 182, da Lei nº.
6.216/75:

Art. 182 - Todos os títulos tomarão, no Protocolo, o número de ordem


que lhes competir em razão da seqüência rigorosa de sua
apresentação. (Renumerado do art. 185 com nova redação pela Lei
nº. 6.216, de 1975).
---
Art. 183 - Reproduzir-se-á, em cada título, o número de ordem
respectivo e a data de sua prenotação.

SUCESSÃO HEREDITÁRIA DE BENS IMÓVEIS

O direito hereditário ou sucessão constitui a forma de transmissão


derivada da propriedade que se dá por ato mortis causa, em que o herdeiro
legítimo ou testamentário ocupa o lugar do de cujus em todos os seus direitos e
deveres.

Prevê o artigo 1.784, do CC, que aberta a sucessão, a herança


transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.

Surge aqui a razão de importância quanto ao momento da morte,


pois ocorrendo esta e sendo aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde
logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. Este é o princípio de Saisine,
um dos mais importantes do Direito Civil. A origem da expressão se encontra
no Direito Gaulês (da Gália, ou seja, nos primórdios do direito francês).

OBS: Nota-se que a transmissão ocorre com a morte.

AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL

A aquisição da propriedade móvel comporta modos originários e


derivados de aquisição. A usucapião e a ocupação são modos originários,
enquanto que a sucessão hereditária, o achado do tesouro, a tradição, a
especificação e a confusão, comistão e adjunção são modos derivados. A
matéria está regulada no código entre os artigos 1.260 a 1.274, do Código Civil.

FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL

MODOS ORIGINÁRIOS - OCUPAÇÃO E USUCAPIÃO

OBS: O instituto da usucapião já foi estudado anteriormente.

OCUPAÇÃO (artigo 1.263, do CC) - A ocupação é forma originária


de aquisição da propriedade móvel ou semovente, que se verifica pelo
assenhoramento de coisa sem dono (res nullius) e de coisas abandonadas
(resderelictae).

COISAS DE NINGUÉM - São coisas de ninguém os peixes no rio ou


mar, animal de caça permitida, os enxames de abelhas não pertencentes a
outrem, as pedras, conchas e outras substâncias arrojadas às praias pelo mar
e os animais domésticos sem sinais de titularidade do domínio. Não se pode
confundir abandono com perda.

O ocupante deverá provar a intenção manifesta que a pessoa teve


em abandonar o bem, uma vez que o abandono não se presume.

Na perda, a privação momentânea do bem decorre de um fortuito.


Se o bem estiver perdido, o descobridor tem a obrigação de restituí-lo,
conforme preconiza o artigo 1.233, do Código Civil. A parte final do artigo
1.263, do CC, ressalva as hipóteses em que a ocupação é ilícita, como seria a
apreensão de um animal cuja caça fosse proibida por lei ambiental. Às vezes, o
ocupante adquire a propriedade de parte de uma coisa que é comum a todos
(rescomunes omnium), como a pessoa que recolhe um balde de água de um
rio.

MODOS DERIVADOS - O achado do tesouro, a tradição,


sucessão hereditária a especificação e a confusão, comistão, e a
adjunção.
O ACHADO DO TESOURO (artigos 1.264 a 1.266, do CC) -
Tesouro é o depósito antigo de moedas ou coisas preciosas, enterrado ou
ocultado, de cujo dono não haja memória. O achado casual de um tesouro em
terreno alheio gera a obrigação de entregar a metade ao dono do imóvel em
que se achou (artigo 1.264, do CC). Se o inventor não entregar cometerá o
crime de apropriação de tesouro, cujo tipo encontra-se descrito no artigo 169, §
único, I, do Código Penal. Não se considerará tesouro se terceiro conseguir
provar a propriedade do achado.

O dono do prédio adquirirá a propriedade por inteiro se o tesouro foi


encontrado por ele ou por preposto contratado para pesquisa determinada por
ele, conforme prevê ao artigo 1.265 do CC. Adquirirá, outrossim, a
integralidade do tesouro se a pessoa que achou invadiu seu terreno a fim de
buscá-lo. Releve-se que o artigo 1.264, parte final, do Código Civil, faz
referência ao acaso (casualidade) como requisito para que o inventor adquira a
metade do tesouro, ou seja, se o achado for proposital, aplica-se o artigo 1.265,
da mesma lei.

Se o tesouro for achado em terreno aforado, será dividido por igual


entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo
seja o descobridor (artigo 1.266, do CC). OBS: Aqui nos parece que pecou o
legislador ao fazer menção à enfiteuse, cuja instituição está proibida pelo
Código Civil de 2002 (artigo 2.038). Por um cochilo, o legislador perdeu a
oportunidade de fazer menção a outros direitos reais sobre a coisa alheia,
caso da Superfície. Para uma maior efetividade da norma, pode-se entender
até pela aplicação da regra, por analogia, para o último instituto mencionado.
Também para salvar o dispositivo, já que os enfiteuses tendem a desaparecer,
deve-se entender que o comando legal pode ser aplicado ao titular do domínio
útil de terreno de marinha.

OBS: Vale dizer que todas as regras transcritas são aplicadas para
os casos em que o tesouro é encontrado em propriedade privada. Se for
encontrado em terreno público, por óbvio, será do Estado.

TRADIÇÃO (artigos 1.267 a 1.268, do CC) – É a entrega do bem


móvel ao adquirente, com o objetivo de transferência da propriedade. Pode ser
denominada de real, quando há efetiva entrega do bem; simbólica, quando há
a entrega de um objeto que represente o bem (ex: chaves de um automóvel);
ou ainda, ficta, quando a transmissão for operada no contrato, mas o alienante
continuar na posse do bem, como ocorre no constituto possessório (ex: quando
uma pessoa aliena um automóvel, mas continua na posse deste, na qualidade
de locatário).

OBS: Se a coisa for entregue por quem não é seu proprietário, a


tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público,
em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias
tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se
afigurar dono. Isso ocorre, pois a boa-fé no direito tem o condão de tornar
válidos atos que, a princípio, seriam suscetíveis de anulação.
Já tivemos a oportunidade de abordar junto aos sistemas de
aquisição da propriedade, que o Brasil adota uma concepção romano-
germânica,de modo que o título do direito não se confunde com a sua forma de
aquisição (artigo 1.267 e 1.226, do CC).

OBS: O título de aquisição de um veículo automotor pode ser um


contrato de compra e venda, mas a propriedade somente se transmitirá com a
tradição do bem, sendo equívoco comum imaginar-se que o registro junto ao
DETRAN, seja o momento de transferência do domínio.

ESPECIFICAÇÃO (artigos 1.269 a 1.271, do CC) – É forma de


aquisição da propriedade móvel, mediante a transformação de uma coisa em
espécie nova, de forma irreversível. Ex: Há especificação nos casos da
escultura em relação à pedra, bem como a pintura em relação à tela, da poesia
em relação ao papel. A modificação é substancial, pois surgiu espécie nova: a
pedra agora é uma linda estátua, a tela é um belo quadro, o papel uma
importante obra literária.

Para que haja especificação, deverão estar presentes:

a) a matéria prima utilizada, deve pertencer, ao menos em parte,


a outra pessoa;
b) a espécie nova deve ter sido obtida, em razão do trabalho do
especificador e ser impossível a restituição ao status.

CONFUSÃO, COMISTÃO E ADJUNÇÃO (artigos 1.272 a 1.274, do


CC)

A mescla de materiais pertencentes a proprietários diversos pode dar


origem a uma nova coisa, estes três institutos jurídicos também constituem
formas derivadas de aquisição da propriedade móvel e estão presentes quando
coisas pertencentes a pessoas diversas se misturam de tal forma que é
impossível separá-las.

CONFUSÃO - Mistura entre coisas líquidas (ou mesmo gases), em


que não é possível a separação. Ex: de confusão real: as misturas de água e
vinho, de álcool e gasolina, de biodisel e gasolina, de nitroglicerina. Como se
pode perceber, as espécies confundidas podem ser iguais ou não.

COMISTÃO – Mistura de coisas sólidas ou secas, não sendo


possível a separação. Ex: misturas de areia e cimento: misturas de cereais de
safras diferentes, não sendo possível identificar a origem.

ADJUNÇÃO - Justaposição ou sobreposição de uma coisa sobre


outra, sendo impossível a separação. Ex: tinta em relação á parede, selo
valioso em álbum de colecionador.
SUCESSÃO HEREDITÁRIA - Pelo que consta do artigo 1.784 do
CC, o direito sucessório também pode gerar aquisição derivada da propriedade
móvel, seja a sucessão legítima ou testamentária em sentido genérico
(testamento, legado ou codicilo).

PERDA DA PROPRIEDADE MÓVEL (artigo 1.275, do CC)

Pela Alienação - consiste na transmissão do direito de propriedade


de um patrimônio a outro, como ocorre nos contratos de compra e venda, de
troca ou permuta e no de doação. Assim, em casos envolvendo imóveis, há
necessidade do registro no Cartório de Registro Imobiliário, eis que o contrato
traz apenas efeitos pessoais ou obrigacionais. Quanto aos móveis, é
necessária a tradição (artigo 1.267, do CC).

Pela Renúncia - Constitui ato unilateral pelo qual o proprietário


declara, de forma expressa, a sua vontade de abrir mão de seu direito sobre a
coisa.

Por Abandono – O proprietário deixa a coisa com a intenção de não


mais tê-la consigo, surgindo o conceito de res derelictae.

Por Perecimento da coisa - Constitui perda do objeto, como no


caso em que uma pessoa que está em um navio e deixa cair uma jóia em alto
mar.

Por Desapropriação - O Código Civil de 2002, trata tanto da


desapropriação para fins de necessidade e interesse público (art. 1.228, § 3°),
quanto daquela desapropriação no interesse privado, diante da posse trabalho
(artigo 1.228, §§ 4° e 5°).

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