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IBP2095_14

ORGANOFILIZAÇÃO DE ARGILA VERMICULITA, POR


DIFERENTES MÉTODOS, PARA O TRATAMENTO DE ÁGUAS
OLEOSAS ORIUNDAS DA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO
Maria Sammyra Almeida da Cunha Aguiar1, Yasmin Maria da S.
Menezes2, José Vinicius Miranda de Figueirêdo3, Kleberson Ricardo de
O. Pereira4, Adriana Almeida Cutrim5

Copyright 2014, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP


Este Trabalho Técnico foi preparado para apresentação na Rio Oil & Gas Expo and Conference 2014, realizado no período de 15 a
18 de setembro de 2014, no Rio de Janeiro. Este Trabalho Técnico foi selecionado para apresentação pelo Comitê Técnico do evento,
seguindo as informações contidas no trabalho completo submetido pelo(s) autor(es). Os organizadores não irão traduzir ou corrigir
os textos recebidos. O material conforme, apresentado, não necessariamente reflete as opiniões do Instituto Brasileiro de Petróleo,
Gás e Biocombustíveis, Sócios e Representantes. É de conhecimento e aprovação do(s) autor(es) que este Trabalho Técnico seja
publicado nos Anais da Rio Oil & Gas Expo and Conference 2014.

Resumo
A indústria do petróleo vem apresentando um crescimento considerável nos últimos anos, porém, esta é
considerada uma das indústrias mais nocivas ao meio ambiente, pois polui o mesmo em diversos aspectos e prejudica o
equilíbrio do ecossistema mundial. Um dos problemas mais preocupantes na questão ambiental é a contaminação da
água pelo setor petrolífero, e exige-se o uso de materiais que removam os contaminantes da água e minimizem os efeitos
de tal indústria no meio ambiente. As argilas vêm sendo estudadas para as mais diversas aplicações, sejam estas naturais
ou modificadas, inclusive no setor petrolífero. Como adsorventes, as argilas podem ser aplicadas na remoção de
contaminantes oleosos e metais pesados, neste aspecto, as argilas organofílicas possuem características diferenciadas,
estas são preparadas com a adição de sal quaternário de amônio, e possuem grupos orgânicos entre suas lamelas. A
vermiculita é uma argila que existe em abundância no Brasil, e pode ser organofilizada por dois métodos diferenciados:
via pasta e dispersão. Neste estudo, esta argila foi organofilizada pelos dois métodos citados e foi verificada sua
capacidade de adsorção quando utilizada para o tratamento de efluentes oleosos. O tratamento com as argilas
organofílicas de um efluente sintético foi realizado em um sistema de tratamento em escala laboratorial. Através das
caracterizações, comprovou-se a introdução de grupos orgânicos entre as lamelas da vermiculita, e, por meio do teste de
inchamento de Foster, comprovou-se o caráter hidrofóbico adquirido pela argila vermiculita organofílica. Verificou-se
que a vermiculita organofílica pode adsorver compostos orgânicos derivados do petróleo em água, e fornecer resultados
promissores na remoção de contaminantes.

Abstract
The oil industry has shown considerable growth in recent years, however, this is considered one of the most
harmful industries for the environment, because it pollutes the environment in many aspects and it disturbs the global
ecosystem equilibrium. One of the most worrying problems of the environmental issue is the water contamination by the
oil sector, and it is required the use of materials that remove contaminants from the water and that minimize the effects
on the environment that were caused by oil industries. Clays have been studied for many different applications, whether
natural or modified, including in the oil sector. As adsorbents, clays can be used in oil contaminant and heavy metals
removal, in this aspect, organoclays have special characteristics, they are prepared with the addition of quaternary
ammonium salt, and they have organic groups between their lamellae. The vermiculite is a clay that exists in abundance
in Brazil, and it can be organophilized by two different methods: via paste and via dispersion. In this study, this clay was
organophilized by the two methods and it was verified its adsorption capacity when it was used for the oily wastewater
treatment. The synthetic effluent treatment with the organoclays was held in a laboratory treatment system. By the
characterizations, it was proved the merge of organic groups between the vermiculite lamellae, and by the Foster
swelling test it was proved the hydrophobic characteristic acquired by the organophilic vermiculite. It was observed that
the organophilic vermiculite can adsorb petroleum organic compounds from the water and that it can provide promising
______________________________
1
Graduanda, Engenharia de Petróleo – Universidade Federal de Campina Grande
2
Graduanda, Engenharia de Petróleo – Universidade Federal de Campina Grande
3
Graduando, Engenharia de Petróleo – Universidade Federal de Campina Grande
4
Doutor, Engenharia de Materiais – Universidade Federal de Campina Grande
5
Professora Doutora, Curso de Engenharia de Petróleo – Universidade Federal de Campina Grande
Rio Oil & Gas Expo and Conference 2014

results in the contaminants removal.

1. Introdução
Atualmente, um dos problemas mais sérios que afetam o meio ambiente é a poluição química de natureza
orgânica ou inorgânica, decorrente dos despejos residenciais e industriais. A poluição aquática é uma das mais sérias e
provoca mudanças nas características físicas, química e biológicas das águas (Fellenberg, 1980; Aguiar e Novaes,
2002).
A indústria do petróleo pode ser, e muitas vezes é, uma grande degradadora do meio ambiente, pois tem
potencial para afetá-lo em todos os níveis: ar, água, solo e, consequentemente, a todos os seres vivos que habitam nosso
planeta. A questão da poluição da indústria petrolífera constitui não apenas um problema, mas também em um desafio
para a gerência das empresas, que precisam se posicionar de maneira efetiva e eficaz perante a situação (Mariano,
2005).
Conforme o desenvolvimento do parque industrial petrolífero se torna mais abrangente, as fiscalizações e leis
ambientais se fazem mais presentes e rigorosas, exigindo atitudes que minimizem os impactos ambientais oriundos das
atividades de diversas áreas relacionadas à exploração do petróleo (Aguiar et al, 2013).
Um dos casos de alto impacto ambiental é o derramamento de óleo no ambiente marinho, que exige o uso de
materiais que removam os contaminantes da água e minimizem os efeitos desse tipo de acidente. Neste sentido o
interesse no estudo de argilas como adsorventes vem crescendo consideravelmente, principalmente, no que diz respeito
a suas composições, estruturas e propriedades de adsorção. Devido ao seu baixo custo e a sua abundância, as argilas são
materiais de grande interesse para o mercado como adsorventes industriais (Braga, 2008).
Porém, para determinados usos, as argilas devem ser modificadas, o que permite o desenvolvimento do seu uso,
agregando valor a esse abundante recurso natural. As argilas modificadas são usadas em diversas aplicações
tecnológicas, como por exemplo: fluidos de perfuração base de óleo, nanocompósitos polímero-argila, agroquímicos,
detergentes, fármacos, cosméticos e catalisadores. Existem vários tipos de modificações química e térmica na estrutura
da argila, tais como: organofilização, pilarização, ativação ácida e processos de intercalação (Silva, 2011).
Argilas organofílicas são argilas que contêm moléculas orgânicas intercaladas entre as camadas estruturais. A
inserção de moléculas orgânicas faz com que ocorra expansão entre os planos d(001) da argila, e muda sua natureza
hidrofílica para hidrofóbica ou organofílica e com isso proporciona diversas possibilidades de aplicações para as argilas
(Paiva et al., 2008).
As argilas organofílicas são preparadas pela adição de sal quaternário de amônio com ao menos 12 ou mais
átomos de carbono, a dispersões aquosas de argila. Nestas dispersões aquosas, as partículas da argila devem encontrar-
se em elevado grau de delaminação, isto é, as partículas elementares da argila, que são lamelas, devem encontrar-se, em
menor ou maior grau, umas separadas das outras (e não empilhadas), facilitando a introdução de compostos orgânicos
que irão torná-la organofílica (Valenzuela-Díaz, 1999).
A argila vermiculita é um silicato composto principalmente de ferro, alumínio e cálcio. Pertencente à família
das micas, ele existe em abundância no Brasil, com reservas no Piauí, Goiás, Paraíba e na Bahia (Curbelo, 2002).
Devido às suas características peculiares, apresenta características físico-químicas especiais, que determinam suas
propriedades superficiais e as interações com substâncias orgânicas. Desta forma este argilomineral se apresenta como
um ótimo precursor na formação de novos materiais híbridos através de reações na superfície externa e no espaço
interlamelar (Wanderley, 2009).
Este trabalho objetiva a organofilização da argila vermiculita por dois métodos de síntese, via dispersão e via
pasta, e analisar, comparativamente, a eficiência das argilas organofílicas obtidas no tratamento de águas oleosas,
visando a remediação e minimização de impactos ambientais, utilizando um material adsorvente de baixo custo.

2. Materiais e Métodos
2.1. Materiais
A argila utilizada foi a vermiculita proveniente do município de Santa Luzia-PB.
Para o tratamento de organofilização, foi utilizado sal quaternário de amônio hexadeciltrimetil amônio –
comercialmente denominado Genamin – CTAC50 (SQA G).

2.2. Métodos
Para o processo de organofilização, a argila foi previamente desagregada em moinho de bolas e peneirada em
malha de 100 mesh (abertura 0,149 mm), com a finalidade de se obter granulometria uniforme para o tratamento.

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Rio Oil & Gas Expo and Conference 2014

2.2.1. Via dispersão

No processo de organofilização via dispersão, baseado em Silva (2005), preparou-se uma dispersão aquosa da
argila com concentração de 4 % de argila em água. A argila natural foi dispersa em 760 ml de água destilada e
permaneceu sob agitação em agitador mecânico durante 30 minutos a 1000 rpm. Posteriormente, adicionou-se o sal
quaternário de amônio, aumentou-se a velocidade de agitação para 2000 rpm e a mistura permaneceu sob agitação por
mais 30 minutos. A concentração de sal utilizada nessa síntese foi de 70 meq/100 g de argila. Após este procedimento,
realizou-se filtração com bomba à vácuo e lavagem com água destilada. Ao término a argila tratada foi levada a estufa a
80 °C, onde permaneceu por 24 horas, para secagem. A amostra foi denominada VD.

2.2.2. Via pasta

Para a organofilização da argila pelo método via pasta, utilizou-se a mesma concentração de sal quaternário de
amônio citada no método anterior. O processo consistiu na adição direta do sal na argila vermiculita natural, onde se
homogeneizou manualmente, até obter-se uma pasta. Em seguida, levou-se a pasta à estufa a 80°C, onde a mesma
permaneceu por um período de 24 horas para secagem.
Após a secagem, as amostras obtidas pelos dois métodos foram desagregadas manualmente e peneiradas em
peneira 200 mesh (abertura 0,075 mm). A amostra foi denominada VP.

2.2.3. Inchamento de Foster

No teste de Inchamento de Foster, baseado nos estudos desenvolvidos por Valenzuela-Díaz (1994), 50 ml do
solvente foi colocado em proveta e, em seguida, adicionou-se lentamente, 1,00 g da amostra organofilizada. Após 24
horas, verificou-se o nível de inchamento da argila organofílica. Os solventes utilizados foram: água, gasolina, diesel,
querosene, xileno e n-parafina. Para efeito comparativo, realizou-se o teste com a argila natural.

2.3. Caracterização

As caracterizações realizadas, visando verificar a eficiência do tratamento na argila, foram: difração de raios X
(DRX), espectroscopia na região do infravermelho por transformada de Fourier (FTIR).
A difração de raios X foi realizada em difratômetro Shimadzu (modelo XRD 600) com fonte de radiação CuKα
e varredura 2θ de 2 a 15°.
A espectroscopia na região do infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) foi realizada em
espectrômetro Perkin Elmer precisely, modelo Spectrum 400. Os espectros foram obtidos em comprimentos de onda de
600 – 4000 cm-1, com resolução 2 cm-1.

2.4. Teste de separação

Para o teste de separação de óleo em água, foi montado um sistema de tratamento de efluente (Figura 1),
utilizando como base o sistema desenvolvido por Silva (2005), onde manteve-se o fluxo de emulsão (efluente sintético)
contínuo e constante durante todo o experimento. As emulsões sintéticas foram preparadas com a concentração de 1000
ppm de óleo em água, a temperatura ambiente.

Figura 1. Esquema do sistema utilizado na separação óleo/água.


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Rio Oil & Gas Expo and Conference 2014

Foi utilizada uma coluna de separação, que continha a amostra em estudo. O efluente sintético foi transferido
para coluna com auxílio de bomba submersa e após permear pela argila foi coletado o efluente. Essa coleta foi realizada
em dois pontos do sistema: no primeiro ponto foi verificada a concentração de óleo/água inicial e no segundo ponto, a
concentração de óleo/água final.
A análise do efluente tratado foi realizada em Espectrofotômetro 600 Plus, da marca Femto, em comprimento
de onda 325nm.

3. Resultados e Discussão
Na Figura 2 são apresentadas as curvas de difração da amostra natural e organofílicas.

4000
14,39
3500 VN
3000

2500
Intensidade

2000

1500

1000

500

-500
0 20 40 60 80

2 Theta

4000
1000
VD VP
3500

3000 800
14,10
2500
600
Intensidade
Intensidade

2000

1500
13,95
400

1000

200
500

0
0

-500
2 4 6 8 10 12 14 2 4 6 8 10 12 14

2 Theta 2 Theta

Figura 2. Curvas de difração de raios X da argila vermiculita natural (VN), vermiculita organofílica obtida via dispersão
(VD) e vermiculita organofílica obtida via pasta (VP).

A partir da curva de difração de raios X da amostra natural, observa-se que a distância basal entre as lamelas da
argila vermiculita natural (d001) foi da ordem de 14,39Å. Este valor está de acordo com o descrito na literatura por
Walker (1950).
Nas curvas das amostras organofílicas, observou-se a redução do espaçamento basal em ambas as amostras, em
relação ao valor de distância basal da argila natural. A argila organofílica obtida via dispersão apresentou espaçamento
de 14,10Å e a argila organofilizada via pasta apresentou distância basal de 13,95Å. Tal resultado referente a esta redução
do espaçamento basal de vermiculitas quando tratadas com compostos quaternários de amônio foi previsto por Souza
Santos (1992).
A Figura 3 apresenta o espectro na região do infravermelho por transformada de Fourier da argila vermiculita
natural e organofílicas.

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1.4

944
VN
1.2

1.0

0.8

ABSORBANCIA
0.6

800
0.4

1042
3628-3633

1650
0.2

1084
0.0

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

cm^-1

1.4 1.4
944

944
VD VP
1.2 1.2

1.0 1.0

ABSORBANCIA
0.8 0.8
ABSORBANCIA

0.6 0.6
1042

1042
800

800
0.4 0.4
3628-3633

3628-3633
2920

2920
1084

1084
2857

2857
1650

1650
1475

0.2

1475
0.2

0.0 0.0

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
-1 -1
cm cm

Figura 3. Espectro na região do infravermelho da argila vermiculita natural (VN), vermiculita organofílica obtida via
dispersão (VD) e vermiculita organofílica obtida via pasta (VP).

No espectro na região do infravermelho da vermiculita natural, observou-se as bandas na faixa 3628 - 3633cm-1
e na faixa 1630 cm-1, que, segundo Silva (2005), correspondem ao estiramento do grupo O-H, o que indica a presença
de água na argila natural. A banda na faixa de 1042,75cm-1 corresponde ao estiramento Si-O, indicando a presença de
sílica no argilomineral. O estiramento Al-O pode ser identificado na faixa 800 cm-1. Desta forma, confirmou-se a
natureza da argila vermiculita, por meio dos elementos identificados.
Nos espectros referentes as amostras organofílicas obtidas pelos dois métodos, observou-se que as bandas
referentes às ligações características da argila natural permaneceram, demonstrando que ambas as metodologias de
síntese não afetaram a estrutura natural da argila. Porém, observou-se o surgimento de bandas nas faixas 2857 - 2920
cm-1, correspondente ao estiramento CH2, na faixa de 1480 cm-1 corresponde às vibrações do estiramento CH3, que
fazem parte da composição química do sal quaternário de amônio. O que indica a intercalação de compostos orgânicos
na estrutura da argila, independente da metodologia de organofilização utilizada.
Os resultados obtidos no teste de inchamento da argila vermiculita natural e organofílicas são apresentados na
Tabela 1.

Tabela 1. Inchamento de Foster da argila vermiculita natural (VN), vermiculita organofílica obtida via dispersão (VD) e
vermiculita organofílica obtida via pasta (VP)..

Inchamento (mL/g)
Amostra
Água Gasolina Diesel Querosene Xileno N-parafina
VN 6,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
VD - 7,0 4,0 3,0 7,0 3,0
VP - 2,0 3,0 2,0 2,0 2,0

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Rio Oil & Gas Expo and Conference 2014

Em água, a vermiculita natural apresentou, após 24 horas, inchamento equivalente a 6 mL, classificado como
médio segundo Ramos Vianna el. al. (2002). Enquanto que, em solventes orgânicos, a argila natural não apresentou
inchamento, pois permaneceu em 1 mL.
As argilas organofílicas não decantaram em água, permaneceram suspensas, devido a isto, não foi possível a
realização da leitura no ensaio. Este resultado representa um indicativo da natureza hidrofóbica adquirida pela argila,
visto que a mesma, quando natural, apresentou médio inchamento em água.
A argila vermiculita organofílica obtida via dispersão apresentou médio inchamento em gasolina (7 mL/g) e em
xileno (7 mL/g), indicando boa afinidade da argila com estes compostos orgânicos, e apresentou baixo inchamento em
diesel (4 mL/g), querosene (3 mL/g) e n-parafina (3 mL/g), indicando baixa afinidade desta argila com estes compostos.
A argila vermiculita organofílica obtida via pasta apresentou baixo inchamento em diesel (3 mL/g) e não
apresentou inchamento significativo nos outros solventes orgânicos testados, indicando baixa afinidade desta com tais
compostos.
Os resultados obtidos no teste de separação óleo/água, pelas argilas organofílicas são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2. Resultado do teor de óleos e graxas dos efluentes tratados.


Amostra Teor de óleos e graxas (ppm)
VD < 0,01
VP < 0,01

De acordo com a Tabela 2, pode-se verificar que os resultados de teor de óleo nos efluentes tratados obtidos
pelas argilas organofílicas, apresentaram resultados similares, inferiores a 0,01 ppm. Considerando que a Resolução N°
430 de 13 de maio de 2011 do CONAMA estabelece uma concentração máxima de 20 ppm de óleo em água para o
descarte de água, os resultados obtidos para os efluentes tratados demonstraram que as argilas organofílicas, por ambos
os métodos, foram eficientes e eficazes no tratamento de efluentes oleosos.

4. Conclusões
De acordo com as caracterizações realizadas nas amostras organofílicas, indica-se que não houve alteração na
estrutura do material e que ambos métodos utilizados para organofilização foram eficientes.
A característica hidrofóbica adquirida pelas argilas organofílicas foi evidenciada pelo inchamento de Foster,
onde as argilas tratadas não decantaram em água. A argila vermiculita organofílica obtida via dispersão apresentou
inchamentos significativos nos solventes orgânicos testados, porém a argila vermiculita organofílica obtida via pasta não
apresentou inchamento considerável em tais solventes, indicando que o método de síntese influencia na afinidade da
argila com compostos orgânicos.
Os efluentes tratados pelas argilas organofílicas, no sistema de tratamento montado em escala de laboratório,
apresentaram teores de óleos e graxas inferiores a 0,01 ppm, tais resultados indicam a eficiência da argila vermiculita
organofílica por ambos os métodos estudados. Os resultados obtidos são promissores, perante as legislações ambientais
brasileiras quanto a qualidade da água.
A argila vermiculita organofílica obtida via pasta se mostrou mais eficiente do ponto de vista custo benefício,
pois não há adição de água em seu processo de preparação, além disso trata-se de um procedimento de síntese mais
rápido.

5. Agradecimentos
Ao Programa Institucional de Bolsistas de Iniciação Científica da Universidade Federal de Campina Grande
(PIBIC/CNPq/UFCG).
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa concedida.
Aos professores Gelmires de Araújo Neves e Marcus Vinícius Lia Fook da Unidade Acadêmica de Engenharia
de Materiais da UFCG, pela caracterização das amostras.
A professora Patrícia Hemínio Cunha Feitosa do Laboratório de Saneamento de Engenharia Civil da UFCG,
pela análise dos efluentes.

6. Referências
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Química Nova, v. 25, n. 6B, 1145 – 1154, 2002.
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Rio Oil & Gas Expo and Conference 2014

AGUIAR, M. S. A. da C., FIGUEIRÊDO J. V. M. de; ROMUALDO, B. C. D.; PEREIRA, K. R. O.; CUTRIM, A. A.


Organofilização da argila vermiculita para uso na separação óleo/água. Anais do II Workshop de Engenharia de
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concentração: Pesquisa e Desenvolvimento em Ciência e Engenharia de Petróleo. Linha de Pesquisa: Meio ambiente na
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CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, Resolução ambiental Nº 430 de 13 de Maio de 2011.

CURBELO, F. D. S. Estudo da remoção de óleo em águas produzidas na indústria de petróleo, por adsorção em coluna
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