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CONTEXTO HISTORICO DO APARECIMENTO DA SOCIOLOGIA A Revolucao Industrial e a nova ordem social A Revolugiio Industrial, realmente, 6 0 marco de uma nova era na histéria da humanidade, pois deu infcio a uma etapa de acumulag&o crescente de populac&o, bens € servicos, em carter permanente © sistematico sem precedente. & inseparfvel do de- senvolimento por ser, fundamentalmente, uma revolug&o produti- va: uma Revolugio na capacidade de produgéo e de acumulaciio do homem. N&o se trata, apenas, do crescimento da atividade fabril. A Revolugo Industrial é fendmeno muito mais amplo, constitui uma auténtica revolugiio social que se manifesta por transformagées profundas da estrutura institucional, cultural, polftica e social?. Ge) A excepcional expansSo experimentada pelas economias in- dustriais, a partir da segunda metade do século XIX, tem seus an- tecedentes mais préximos no perfodo de gestacSo ¢ triunfo da Re- volugSo Industrial que pode ser fixado, arbitrariamente, nos cem anos que vio dos meados do século XVIII até igual perfodo do século XIX. 2, SUNKEL, Osvaldo, O marco histérico do processo de desenvolvimento ~ ssib- desenvolvimento. Trad. de Regina Mala. Rio de Janeiro: Forum Editora, 1971. p. 3, 4 INTRODUGAO AO PENSAMENTO SOCIOLOGICO (G-.) Um dos elementos essenciais na gestagio das condigées ‘qué possibilitaram a Revolug&o Industrial foi a acumulagéo de re~ ‘cursos financeiros proporcionada pela intensificagio do comércio internacional e pela politica mercantilista inglesa de épocas ante~ riores. |O enriquecimento ¢ o fortalecimento dos grandes comer- ciantéS e das empresas mercantis significou 0 advento de novo ta- lento empresarial e de importantes recursos de capital na ativida- de manufatureira ¢ na agricultura®. ( G..) © capitalista comercial, originado na fase mercantilista, anterior, foi levado a introduzir modificagées substanciais na ati- vidade manufatureira, ainda de natureza artesanal, doméstica ‘marcadamente rural: 0 capitalista-comerciante reorganiza 0 traba~ lho individual ou familiar que prevalecia nas oficinas (0s Work- shops), onde reune grupo importante de artesiios a quem fornece matéria-prima, energia mectinica, local de trabalho ¢ organizagao de vendas'. Do ponto de vista da estrutura produtora,, a Revolugio Indus- trial acelerou a profunda transformagio da atividade agricola, principalmente pela introdugfo de novas técnicas que intensifi- caram 0 uso do solo e incorporaram novos recursos naturais 20 cultivo, Como conseqiiéncia, a produtividade inglesa aumentou substancialmente entre meados do século XVII ¢ fins do século XVI ia Revolugéo’ Industrial traduz-se, também, em profunda formagéo da estrutura da sociedade. Por exemplo, na reorde- nagio da sociedade rural, com a destruigéo sistemética da ser- vidio e da organizaco rural, centralizada na vila ¢ na aldeia camponesa e a conseqiiente emigracio da populagéo rural para os centros urbanos. A transmutagéo da atividade artesanal em manu- fatureira e, por titimo, em atividade fabril, deu margem, também, a profundas reformas que conduziram a criagéo do proletério ur- bano e do empresério capitalista: 0 primeiro, assalariado © sem acesso & propriedade pessoal dos meios de produgio; 0 segun- do, com a fungéo precfpua de organizar a atividade produtiva na empresa. “] 3s dy id pp. 7-8. 4, id id, D9. INTRODUCAO s A Revolugo Industrial implicou, por isso mesmo, o fortale~ cimento e a ampliag&o de uma nova classe social que vinha sendo configurada em perfodos anteriores sobre a base da atividade co- mercial e financeira; classe esta que passou a exercer consider4- vel influéncia na criagio das condig6es institucionais e jurfdicas indispenséveis ao seu préprio fortalecimento e expansio’. A Revolug&io Francesa € 0 fenémeno histérico que reflete com mais perfeigo as aspiragdes ¢ exigéncias da nova classe burguesa em consolidagio. De fato, a Revolugiio Francesa e a Revolug&o Industrial, que ocorre paralelamente na Inglaterra, constituem as duas faces de um mesmo proceso ~ a consolidagio do regime capitalista modemno®. Os mecanismos da Revolugo Industrial Na verdade, os progressos da revolugSo industrial foram rea- lizados através de uma série de desequilfbrios, fonte de pertur- bagdes na economia, mas 20 mesmo tempo promotores de in- veng6es fecundas’. A revolugio técnica que se situa geralmente entre 1750 ¢ 1850 e que leva & instaurago do capitalismo liberal, nfo é senio um momento de uma longa evolug&o que leva paralelamente a0 controle da natureza, A tomada do poder pela burguesia © a0 “laisser-faire”, “‘laisser-passer’. Esta mutagho aparece primei- ro na Grd-Bretanha, depois na Franga, antes de se generalizar no fim do perfodo na Europa ocidental ¢ nos Estados Unidos®. A partir de meados do século XVIII, as técnicas de produgio foram profundamente modificadas; em menos de dois séculos os homens vio adquirir um controle da natureza sem comparacho com 0 que até entio possufam. Essa Revolug&o Industrial comeca sob a égide da liberdade. Mas, essa liberdade tem um significado particular. Antes que qualquer outra coisa, trata-se de permitir aos id pe 11. 1p. 12, [BERTINE, J.M., Capkaliomes et socalimes 2 épreuve, Paris: Editions ‘eonomie et Humanisme, 1970. p. 24, 8. idy bid, p13. 6 INTRODUGAO AO PENSAMENTO SOCIOLOGICO empresfrios industriais que desenvolvam ¢ criem novas formas de produgio e de enriquecer. Luta-se contra os regulamentos, os cos- fumes, as tradigGes ¢ as rotinas, a fim de submeter a organizacio da sociedade aos imperatives de uma classe social — a burguesia; progressivamente, no seu préprio scio, um grupo predomina: os empresérios industriais. Mais que a liberdade, 0 capitalismo libe- ral estabelece o reino do capital, dos seus possuidores e dos impe- rativos de acumulag&o deste capital? ‘As crises sociais e econémicas do capitalismo liberal © nascimento do capitalismo € marcado por graves crises econémicas © sociais. Elas atingem, inicialmente, a Inglaterra, pats que conheceu o primeiro capitalismo industrial, generalizan- do-se pela Europa. ‘As primeiras crises sociais do capitalismo colocam o mundo agricola inglés as voltas.com o cercamento dos campos, em s¢- guida aparece a luta, antecipadamente perdida, entre os arteséos ¢ a indéstria; rapidamente, porém, a luta social opSe os operirios aos capitalistas. ; (..) A maioria dos operfrios sfio camponeses ¢ artesfos arrui- nados; expulsos das terras ¢ das aldeias, vivem em igndbeis con- dig6es de alojamento ¢ de promiscuidade. O artestio perde a sua ‘antiga qualificaco (...) Estamos na presenga de uma verdadeira castragio de talento. Todos eles sio desenraizados, considerados pela burguesia como seres titeis mas perigosos. Na Franca, operétio passa a ter uma carteira de trabalho que o submete a0 controle da Policia. Na Inglaterra, 0 operdrio que deixa seu patrio 6 passfvel de ser preso, As condigées de trabalho so duras. A jornada de pelo menos 12 horas. néo hé férias nem feriados. O trabalho das mulheres ¢ das criangas ¢-a regra. Praticamente, as criangas comegam a trabalhar desde a idade de seis anos. E preci- s0 esperar pelos meados do século XIX para ver aparecer na Franga € na Inglaterra uma regulamentagiio quanto ao trabalho da soulher ¢ das criangas!9, 9. ida Hold pe 11 10, id ibid, pp 46-47, INTRODUCAO 7 (...) no século XIX o ritmo da alteragio econ6mica, no refe- rente A estrutura da indvistria e das relagSes sociais, o volume de producio ¢ a extensiio ¢ variedade do comércio mostrou-se intei- ramente anormal, a julgar pelos padrées dos séculos anteriores; to anormal a ponto de transformar radicalmente as idéias do ho- mem sobre a sociedade, de uma concep¢io mais ou menos estéti- ca de um mundo onde, de uma gerac&o para a outra, 0s homens estavam fadados a permanecer na posic&o de vida que lhes fora dada 2 nascimento e onde o rompimento com a tradig&o era con- trério & natureza, para uma concepgSo de progresso como lei da vida ¢ da melhoria constante como estado normal de qualquer so- ciedade sadiall. (...) ‘As novas formas de pensar (..) resultado parcial da revolugdo total do espfrito europeu que, tendo se iniciado no Renascimento, transformou, por intime- ras agOes ¢ reag6es, nossa maneira de ver o mundo ¢ a vida. Na Tdade Média, a terra © obra que a atividade humana criou sobre ela gozavam de grande estabilidade. A Autoridade divina, extra ¢ supraterrena, era um firme ponto de referencia, A cultura e a na- tureza se justificavam e se explicavam sobre uma base transcen- dente. Porém, a razfo calculadora de Copérico, Kepler, Galileu, Gassendi e outros fez. virar a terra, os espagos se ampliaram ao in- finito ¢ a humanidade se transformou em um mero episédio da Histéria do Mundo, Este descobrimento deu um impulso decisivo & evolugo espiritual que, por caminhos complexos, trabalha até o presente na obra de substituir a vis6o transcedente do mundo pela viséo imanente!2, sistema medieval de concepgfio do mundo foi atingido mais profundamente, inicialmente, no terreno religioso. Essa ruptura devia assim abalar as pretens6es tedricas c préticas de dominagio do supranaturalismo da Igreja. No pensamento medieval, que ti- 11. DOBB, Maurice, A evolupdo do captaisno, ~ Trad. de Affonso Blacheyre. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1971. pp. 313-314, 12, HELLER, Hermann, Las ideas polticas contempordneas. Barvelons, Edito~ rial Labor, 1930. pp. 17-18,

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