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CENTRO UNIVERSITÁRIO C. DE S. C. – ...

DIREITO TRIBUTÁRIO – I
PROFESSOR – D. H. O.
ACADÊMICOS: F. C. DOS S.
J. J. E.

SUSPENSÃO, EXTINÇÃO E EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

JOINVILLE
2017
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................1
2. CRÉDITO TRIBUTÁRIO...........................................................................................2
2.1 CONCEITO..........................................................................................................................2
3. SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.............................................................3
3.1 MORATÓRIA E PARCELAMENTO...................................................................................4
3.2 O DEPÓSITO DO SEU MONTANTE INTEGRAL............................................................6
3.3 RECLAMAÇÕES E RECURSOS ADMINISTRATIVOS..................................................7
3.4 CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA.................7
3.5 A CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR OU DE TUTELA ANTECIPADA EM
OUTRAS ESPÉCIES DE AÇÃO JUDICIAL......................................................................8
4. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.................................................................8
4.1 PAGAMENTO......................................................................................................................9
4.2 A COMPENSAÇÃO...........................................................................................................11
4.3 TRANSAÇÃO....................................................................................................................11
4.4 REMISSÃO........................................................................................................................11
4.5 PRESCRIÇÃO E A DECADÊNCIA..................................................................................12
4.6 A CONVERSÃO DE DEPÓSITO EM RENDA................................................................13
4.7 O PAGAMENTO ANTECIPADO E A HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO...........13
4.8 A CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, NOS TERMOS DO DISPOSTO NO § 2º DO
ARTIGO 164.......................................................................................................................13
4.9 A DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL, ASSIM ENTENDIDA A
DEFINITIVA NA ÓRBITA ADMINISTRATIVA, QUE NÃO MAIS POSSA SER
OBJETO DE AÇÃO ANULATÓRIA.................................................................................14
4.10 A DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO......................................................15
4.11 A DAÇÃO EM PAGAMENTO EM BENS IMÓVEIS....................................................15
5. EXCLUSÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO..............................................................15
4.1 ISENÇÃO...........................................................................................................................16
5.2 ANISTIA.............................................................................................................................17
6. CONCLUSÃO.........................................................................................................18
REFERÊNCIAS...........................................................................................................19
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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho utilizar-se-á preferencialmente de referências


bibliográficas para o seu desenvolvimento, baseando-se no método indutivo
interpretativo, contudo sem descartar completamente, quando necessário e sob
conveniência dos seus autores, a utilização de inferências e deduções lógicas.
Buscar-se-á em um primeiro momento, visando melhor compreensão dos
temas propostos, conceituar o crédito tributário, de forma não aprofundada, contudo
essencial, bem como efetuar as observações necessárias que delimitem o seu plano
de existência.
Os três temas propostos, quais sejam, suspensão, extinção e exclusão, serão
abordado em títulos próprios, buscando caracterizá-los de forma a diferenciá-los dos
demais. Cada título subdividir-se-á em quantos subtítulos foram necessários para
que melhor se discorra sobre as suas respectivas modalidades e hipóteses de
incidência.
Por fim, levando-se em conta que a proposta foi limitada quanto a sua
extensão textual, há o subentendimento por parte dos autores deste trabalho que o
aprofundamento deverá restringir-se ao essencial para o entendimento dos temas
principais, suas respectivas modalidades e hipóteses de incidência, evitando assim
aprofundamentos quanto às classificações doutrinárias de cada um destes, daqueles
e doutros que poderiam vir.
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2. CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Antes de entrar propriamente nos temas do presente trabalho, quais sejam,


suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário, objetivando melhor
compreensão, de forma breve, buscar-se-á o conceito e características relevantes
do crédito tributário propriamente dito.

2.1 CONCEITO

Olhando para o Código Tributário Nacional, temos no art. 139 que “o crédito
tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta”.
Quanto à disposição do dispositivo legal acima citado, comenta Harada
(2017) que há críticas “à redação desse dispositivo por entenderem [Tratadistas] que
o crédito tributário nasce juntamente com a obrigação tributária, subsiste e se
extingue simultaneamente com ela” (HARADA, 2017).
Por conseguinte, “ocorrida, concretamente, a situação legislativa surge a
obrigação tributária” (HARADA, 2017), ou seja, “a ocorrência do fato gerador
instaura o vínculo jurídico entre os sujeitos ativo e passivo, cabendo ao primeiro a
apuração do quantum da prestação devida” (HARADA, 2017).
Conforme observa Harada (2017) “o crédito tributário nada mais é do que a
própria obrigação tributária principal formalizada pelo lançamento, ou seja, tornada
líquida e certa pelo lançamento”. Diferencia-se assim da obrigação tributária
principal, pois esta “consiste no pagamento de tributo ou de pena pecuniária”
(HARADA, 2017), enquanto o “crédito tributário nada mais é do que a conversão
dessa obrigação ilíquida em líquida e certa, exigível no prazo estatuído na legislação
tributária” (HARADA, 2017).
Assim, a “constituição do crédito tributário tem como principal efeito tornar
líquida, certa e exigível a obrigação já existente. A exigibilidade impõe ao sujeito
passivo o dever de adimplir a obrigação” (ALEXANDRE, 2017).
Sendo o crédito tributário o resultado da formalização da obrigação tributária,
explica Harada (2017) que
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se trata de um procedimento administrativo no sentido de que um agente


capaz procede a averiguação da subsunção do fato concreto à hipótese
legal (ocorrência do fato gerador), a valoração dos elementos que integram
o fato concreto (base de cálculo), a aplicação da alíquota prevista na lei
para a apuração do montante do tributo devido, a identificação do sujeito
passivo, e, sendo o caso, a propositura de penalidade cabível.

Ainda, explica Harada (2017) que “do ponto de vista material, obrigação e
crédito se confundem”. Já que, “as partes são as mesmas, o objeto é idêntico e o
vínculo jurídico, idem” (HARADA, 2017).

3. SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Como visto anteriormente, da ocorrência do fato gerador surge uma obrigação


tributária e do lançamento desta, ao tornar-se liquida, certa e exigível, surge o
crédito tributário, permitindo assim que “a Administração Tributária promova os atos
executivos necessários para o recebimento coativo do que lhe é devido”
(ALEXANDRE, 2017). Contudo, “existem hipóteses em que a possibilidade de
cobrança por parte do Fisco fica suspensa” (ALEXANDRE, 2017).
Estas hipóteses que suspendem a exigibilidade do crédito tributário são
listadas no artigo 151, Seção “I”, Capítulo “III”, do Código Tributários Nacional, são
elas: a moratória; o depósito do seu montante integral; as reclamações e os
recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; a
concessão de medida liminar em mandado de segurança; a concessão de medida
liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; o
parcelamento. Trata-se aqui de “um rol exaustivo, pois, conforme afirma o art. 141
do CTN, o crédito tributário regularmente constituído somente tem sua exigibilidade
suspensa nos casos previstos no próprio Código (o texto legal fala nos casos
previstos nesta Lei)” (ALEXANDRE, 2017).
No parágrafo único do artigo 151 do CTN temos que “o disposto neste artigo
não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação
principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes”. Explica Harada (2017)
que para todas as hipóteses listadas “a suspensão da exigibilidade diz respeito
apenas à obrigação principal, não exonerando o sujeito passivo do cumprimento
regular das obrigações acessórias”.
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3.1 MORATÓRIA E PARCELAMENTO

A primeira hipótese prevista no rol do artigo 151 do CTN é “a moratória [que]


está regulada de modo exaustivo nos arts. 152 a 155 [A] do CTN” (SABBAG, 2016),
ademais, também acha curioso o Autor o fato não haver “disciplinamento neste
Código, quanto às demais causas suspensivas” (SABBAG, 2016).
A moratória trata-se da “dilação do prazo de pagamento de tributo com base
na lei” (HARADA, 2017). Neste sentido, entende-se que “o parcelamento é espécie
de moratória através da qual se permite o pagamento do débito tributário em
diversas prestações, de modo que, a cada mês, só seja exigível uma parcela, e não
o todo” (PAULSEN, 2017), tal condição está prevista no artigo 155-A do CTN, no
Capítulo “III”, Seção “II”, seção esta que trata da moratória.
Quanto à abrangência da concessão, no art. 152 do CTN temos que ela “pode
ser concedida em caráter geral, por exemplo, para minimizar as situações
decorrentes de calamidade pública” (HARADA, 2017), devendo ficar “restrita à
região atingida” (HARADA, 2017) ou pode ser concedida “em caráter individual,
hipótese em que sua concessão depende de despacho da autoridade administrativa
competente, como nos casos de parcelamentos de débitos” (HARADA, 2017). Ainda,
do mesmo dispositivo legal, subtraímos que a competência para conceder a
moratória é da “própria pessoa jurídica competente para a instituição do tributo, ou
pela União quanto aos tributos de competência das entidades regionais e locais,
desde que incluídos na moratória seus próprios tributos” (HARADA, 2017).
Do artigo 153 do CTN obtemos alguns requisitos que delimitam a concessão
da moratória, neste ponto diz-se que se

limita o discricionarismo do legislador à medida que determina a


especificação do prazo de duração da moratória, das condições de sua
concessão em caráter individual, hipótese em que se impõe a enunciação
das garantias a serem oferecidas pelo beneficiário. (HARADA, 2017)

Esta delimitação, “deve especificar os tributos a que se aplica, o número de


prestações e vencimentos cujas fixações podem ser delegadas à autoridade
administrativa competente” (HARADA, 2017), ou seja, deve incluir exatamente a
abrangência da moratória e a competência administrativa.
No artigo 154 do CTN é apresentado uma delimitação temporal quanto aos
efeitos da concessão da moratória, o referido artigo dispõe que
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salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os


créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a
conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato
regularmente notificado ao sujeito passivo.

Note-se que “o dispositivo, curiosamente, admite uma ressalva, se houver lei


que discipline de modo contrário. Isso quer dizer que a moratória pode abranger
créditos não definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a
conceder.” (SABBAG, 2016). Do parágrafo único do mesmo artigo temos uma
disposição em prol da boa fé, dispondo que “a moratória não aproveita aos casos de
dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele”.
No artigo 155 do CTN é apresentada a possibilidade da revogação de ofício
caso seja constatado que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer
requisitos para a concessão, neste sentido o termo aplicado ao dispositivo legal é
impróprio, já que se trata de “anular o ato administrativo, e não de revogar. Isso
porque [...] no caso de anulação, ou invalidação, tem-se a retirada, do mundo
jurídico, de ato administrativo antes praticado em desconformidade com os
dispositivos legais pertinentes” (MACHADO SEGUNDO, 2017), enquanto “a
revogação, por seu turno, é a retirada de voz, é a cessação dos efeitos de um ato
válido por outro que o substitui” (MACHADO SEGUNDO, 2017). Do caput deste
artigo temos duas situações delimitadas em seus dois incisos: primeiro, da
imposição da penalidade cabível caso a revogação (propriamente anulação) resulte
da intenção do beneficiado ou terceiro beneficiado em dissimular os requisitos para
a sua concessão; segundo, para os demais casos, donde não decorre intenção de
fraudar dissimulando os requisitos, ou seja, por erro, onde não há a imposição de
penalidade. Destas duas situações, havendo dolo ou não, temos no parágrafo único
que ocorrem

dos efeitos da moratória sobre a prescrição em duas hipóteses. Na primeira


hipótese, para os casos de dolo ou simulação do beneficiado, o tempo
decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa
para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito. Na segunda
hipótese, em que inexiste dolo ou simulação, a revogação da moratória só
pode ocorrer antes de prescrito o direito à cobrança do crédito. A moratória
suspende a exigibilidade do crédito tributário e não o prazo prescricional
como sustentado por alguns autores. (HARADA, 2017)

Em outras palavras, trata-se do prazo prescricional para revogar (anular) a


concessão da moratória, e não o prazo prescricional de cobrança do crédito
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tributário, logo, havendo dolo, a concessão da moratória poderá ser revogada


mesmo que o prazo para tal ato tenha prescrito, já no caso de não haver dolo, a
revogação só pode ocorrer se for verificada dentro do prazo prescricional específico
para tal ato.
Por fim, o artigo 155-A do CTN, último da seção que trata da moratória,
disciplina a concessão do parcelamento, modalidade de suspensão prevista no rol
do artigo 151 do CTN, especificamente no seu inciso “VI”. Conforme citado
anteriormente, “o parcelamento é modalidade de moratória, e a rigor não havia a
menor necessidade de ser previsto como nova modalidade de suspensão da
exigibilidade do crédito tributário” (MACHADO SSEGUNDO, 2017). Para tanto,
dispõe o caput do dispositivo que o “parcelamento será concedido na forma e
condição estabelecidas em lei específica”, ainda, do seu parágrafo primeiro temos
que, salvo disposição em contrário, o parcelamento não excluir a incidência de juros
e multas, ressalvada “a denúncia espontânea, quando acompanhada do pagamento
parcelado da dívida, atrairia a incidência do art. 138 do CTN e afastaria a
responsabilidade pela infração, impedindo a cobrança de multas” (MACHADO
SEGUNDO, 2017). Além do acima exposto, como é de se esperar, sendo um tipo de
moratória, ao parcelamento aplicam-se subsidiariamente as disposição relativas á
moratória.

3.2 O DEPÓSITO DO SEU MONTANTE INTEGRAL

A segunda hipótese que suspende a exigibilidade do crédito tributário é o


depósito do montante integral, previsto no inciso “II” do artigo 151 do CTN.
Trata-se de “um ato voluntário do sujeito passivo da relação tributária que
pretenda suspender a exigibilidade do crédito tributário” (SABBAG, 2016).
Ocorre que, não concordando “com lançamento realizado, pode impugná-lo,
[o sujeito passivo], administrativa ou judicialmente” (ALEXANDRE, 2017). Se opção
escolhida for a via judicial, “será necessária a adoção de alguma providência que
impeça a Administração Fazendária de ajuizar a ação de execução fiscal,
procedimento que leva à constrição coativa do patrimônio do devedor”
(ALEXANDRE, 2017), para tal efeito, “o depósito é modalidade suspensiva da
exigibilidade do crédito tributário bastante comum na via judicial, não sendo tão
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rotineiro, no entanto, na via administrativa” (SABBAG, 2016). Note-se que neste


caso “o depósito do montante integral não é condição de admissibilidade de ação,
apenas é um meio para suspender a exigibilidade do crédito tributário” (MINARDI,
2017), neste sentido, a Súmula Vinculante nº 28 vem para reafirmar, “é
inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de
ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito tributário”. Doutra
forma, optando pela via administrativa, “à própria instauração do processo
administrativo fiscal tem por efeito a suspensão da exigibilidade do crédito, mas
pode o contribuinte optar pela efetivação do depósito como meio de se livrar da
fluência dos juros e mora” (ALEXANDRE 2017).

3.3 RECLAMAÇÕES E RECURSOS ADMINISTRATIVOS

A terceira hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário prevista


no rol do artigo 151 do CTN, precisamente no inciso “III”, são as reclamações e
recursos em processo tributários administrativos.
Trata-se da “possibilidade de suspensão do crédito tributário pela via não
judicial da litigiosidade” (SABBAG, 2016). Esta possibilidade corresponde ao
“exercício do direito à ampla defesa e ao contraditório que o art. 5º, LV. da CF/1988
lhe assegura, também na via administrativa” (ALEXANDRE, 2017).
Neste sentido, “se tratando de processo administrativo fiscal, toda reclamação
e todo recurso têm efeitos suspensivo, impedindo, até a decisão final do processo,
que a Administração Tributária promova contra o sujeito passivo qualquer ato de
cobrança” (ALEXANDRE, 2017).

3.4 CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA

A quarta hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, prevista


no inciso IV do artigo 151 do CTN é a concessão de medida liminar em mandado de
segurança.
Nesta hipótese, explica Minardi (2017) que “a mera propositura do mandado
de segurança com pedido de liminar não suspende a exigibilidade do crédito
tributário, somente a concessão dessa medida pelo Poder Judiciário [...] é que irá
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suspender a exigibilidade do crédito tributário”. Para que tal medida seja conferida
esta deve estar “em consonância com o inciso III do art. 7º da Lei n. 12.016/2009,
quais sejam, relevante fundamento do pedido [...]; – ineficácia da medida, caso não
seja deferida de imediato [...]” (SABBAG, 2016). Neste norte, explica Alexandre
(2017) que “o juiz ordenará que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido,
quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia
da medida, caso seja finalmente deferida”.

3.5 A CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR OU DE TUTELA ANTECIPADA EM


OUTRAS ESPÉCIES DE AÇÃO JUDICIAL

A última hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário prevista


no inciso “V” do artigo 151 do CTN ─ já que o parcelamento, inciso “VI” foi visto junto
com a moratória, inciso “I” ─ é a concessão de medida liminar ou de tutela
antecipada em outras espécies de ação judicial.
Explica Alexandre (2017) que

até o advento da Lei Complementar 104/2001, o CTN não continha


disposição expressa reconhecendo efeito suspensivo sobre o crédito
tributário das liminares e tutelas antecipadas concedidas em ações judiciais
diversas do mandado de segurança. Ocorre que, em muitas situações, não
era possível ao sujeito passivo proteger seu direito via mandado de
segurança, seja pela ausência dos pressupostos constitucionais da ação
(liquidez e certeza do direito), seja pela perda do prazo decadencial de 120
dias para a impetração.

Até então, “a suspensão, em tais casos, restava implícita no ordenamento


jurídico. Sua previsão expressa veio afastar eventuais dúvidas que pudessem pairar
sobre o assunto” (HARADA, 2017).

4. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

O Capítulo IV do CTN trata da extinção do crédito tributário, apresenta no


artigo 156 um rol de hipóteses. Quanto a esse referido rol, “é acirrada a discussão
doutrinária sobre a configuração [...] como exaustiva ou apenas exemplificativa”
(ALEXANDRE, 2017), contudo, “pode-se afirmar que o art. 141 do CTN aponta no
sentido da taxatividade da lista” (ALEXANDRE, 2017).
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4.1 PAGAMENTO

A primeira hipótese de extinção do crédito tributário, o pagamento, que “em


sua acepção geral, significa extinção de obrigação por seu cumprimento, ao passo
que, em seu sentido restrito, é sinônimo de execução da obrigação, cujo objeto é
uma soma de dinheiro, isto é, satisfação de uma obrigação pecuniária” (HARADA,
2017).
O pagamento “versa sobre a causa mais natural da extinção do crédito
tributário. Entretanto, para que isso aconteça, o pagamento deverá ser integral”
(MINARDI, 2017), trata-se de “modalidade direta de extinção do crédito tributário,
prescindindo de autorização por lei” (SABBAG, 2016) e, “em regra, o pagamento
deve ser feito em pecúnia. Todavia, o art. 162 do CTN prevê o pagamento por meios
sucedâneos: cheque, dinheiro, vale-postal, estampilha, papel selado ou processo
mecânico” (SABBAG, 2016).
O pagamento é disciplinado nos artigos 157 a 164 do CTN.
No artigo 157 do CTN dispõe que “a imposição de penalidade não ilide o
pagamento integral do crédito tributário”, por meio do qual se “estabelece o princípio
da independência entre a penalidade e a obrigação que, aliás, têm origens distintas”
(HARADA, 2017).
Do artigo 158 do CTN obtemos que “o pagamento de um crédito não importa
em presunção de pagamento”, tal afirmação subdivide-se em duas hipóteses: a
primeira, “quando parcial, das prestações em que se decomponha”, deste dispositivo
subtrai-se que ao pagar uma das parcelas a presunção do pagamento não ocorre
em relação as suas anteriores, ficando restrita apenas a aquela própria parcela,
neste sentido, por exemplo, “a comprovação do pagamento da última quota do IPVA
não gera a presunção do pagamento das parcelas anteriores” (ALEXANDRE, 2017);
a segunda, “quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros
tributos”, extraímos que o pagamento integral de um tributo só pressupõe a quitação
do débito referente ao fato gerador que lhe deu origem e não a outros tributos sobre
o mesmo objeto ou decorrentes de outros fatos geradores, assim, por exemplo, o
pagamento da última parcela do IPVA referente a um exercício determinado não
pressupõe o pagamento das parcelas anteriores, também “o pagamento do IPTU
relativo ao exercício de 2006 não presume a quitação da taxa de lixo do mesmo
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exercício ou dos créditos de IPTU referentes aos exercícios anteriores”


(ALEXANDRE, 2017).
Os artigos 159 e 160 tratam respectivamente do local e tempo do pagamento,
“prevêem regras meramente supletivas, porque somente aplicáveis no caso de
inexistência de norma expressa na legislação do tributo a que se referir”
(ALEXANDRE, 2017).
O artigo 161 do CTN trata dos juros de mora. Assim, explica Alexandre (2017)
que “está em mora o sujeito passivo que não efetuar o pagamento no tempo, lugar e
forma legalmente estabelecidos”, conceitua o autor que “correção monetária é a
atualização de um valor em face do fenômeno inflacionário. Juro é o preço pelo uso
do dinheiro alheio. Multa de mora é a sanção pelo atraso no adimplemento da
obrigação”.
O artigo 162 do CTN disciplina a forma do pagamento, “a Lei Complementar
n. 104/2001 trouxe novidade ao Código Tributário Nacional quando previu nova
causa extintiva do crédito tributário: a dação em pagamento, constante do inciso XI
do art. 156 do CTN” (SABBAG, 2016), assim, o pagamento “pode ser efetuado em
moeda corrente, cheque ou vale postal; e, nos casos previstos em lei, em
estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico” (ALEXANDRE, 2017).
O artigo 163 do CTN prevê que, havendo mais de um débito para o mesmo
sujeito passivo, seria a autoridade administrativa competente para receber o
pagamento também responsável por imputar o pagamento na ordem listada no
referido artigo, contudo atualmente “como o pagamento dos tributos é feito na rede
bancária, sem supervisão da autoridade administrativa e por meio de documentos
[...], é improvável a utilização das regras sobre imputação em pagamento pela
autoridade administrativa” (ALEXANDRE, 2017).
Por fim, o artigo 164 do CTN lista as hipóteses em que o pagamento pode ser
consignado judicialmente pelo sujeito passivo.
Cabe observar que está disciplinado entre os artigos 165 e 169 do CTN a
hipótese de ocorrer o pagamento indevido de algum tributo, quando “surge o direito
ao ressarcimento. Isso porque, em matéria tributária, ninguém age por liberalidade,
mas estritamente por força de lei, sendo que [...] implica enriquecimento sem causa
do suposto credor em detrimento do suposto devedor” (PAULSEN, 2017). Não se
trata de modalidade de extinção do crédito tributário, por isto mesmo recebendo
neste trabalho uma mera menção.
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4.2 A COMPENSAÇÃO

A segunda modalidade de extinção do crédito tributário está prevista no inciso


“II” do artigo 156 do CTN, a compensação, ocorre “quando se é devedor e credor,
concomitantemente” (SABBAG, 2016), podendo ser uma mesma pessoa credora e
devedora ou quando “duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma
da outra” (ALEXANDRE, 2017). A compensação ocorre até o limite das dívidas
recíprocas, assim, se uma das pessoas possuir maior dívida com a outra do o que
crédito, a sua dívida será amortizada/liquidada até o limite do seu crédito.
Para que ocorra, “além de existir a reciprocidade entre credor e devedor, o
crédito tributário somente poderá ser extinto por meio da compensação quando
houver previsão legal” (MINARDI, 2017).

4.3 TRANSAÇÃO

Prevista no inciso “III” do artigo 156 do CTN, como uma das modalidades de
extinção do crédito tributário, a transação “é o negócio jurídico em que as partes,
mediante concessões mútuas, extinguem obrigações, prevenindo ou terminando
litígios” (ALEXANDRE, 2017), contudo “em direito tributário, não existe a figura da
transação preventiva” (ALEXANDRE, 2017), admitida “no direito tributário, a
transação é admitida como causa de extinção do crédito tributário, desde que
autorizada por lei, conforme estabelecem os artigos 156, lI e 171 do CTN”
(MINARDI, 2017).

4.4 REMISSÃO

A quarta hipótese de extinção do crédito tributário prevista no artigo 156 do


CTN, a remissão, encontra-se disciplinada no artigo 172 do mesmo Código, adstrita
ao rol deste artigo. Trata-se de um “sinônimo de perdão, significa ato de remitir ou
perdoar uma dívida” (HARADA, 2017).
Observa Harada (2017) que

a autorização legislativa não pode deixar a critério subjetivo da autoridade


administrativa conceder ou não a remissão. A lei há de estabelecer critérios
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objetivos mesmo porque, em matéria de tributação, tanto sua cobrança,


quanto sua dispensa só se opera por meio de ato administrativo vinculado.

Assim, “a autoridade limitar-se-á a verificar a presença dos requisitos exigidos


em lei para a concessão da remissão” (MACHADO SEGUNDO, 2017).

4.5 PRESCRIÇÃO E A DECADÊNCIA

A quinta modalidade de extinção do crédito tributário prevista no artigo 156 do


CTN são a prescrição e a decadência, estão disciplinadas respectivamente nos
artigos 174 e 173 do CTN. Trata-se da perda do direito de agir e da perda do direito
propriamente dito.
Quanto a esses dois institutos do direito, preleciona Harada (2017) que

a decadência é conceituada como sendo o perecimento do direito por não


ter sido exercitado dentro de determinado prazo. É um prazo de vida do
direito. Não comporta suspensão nem interrupção. É irrenunciável e deve
ser pronunciado de ofício. Se existe um interesse público em proteger o
direito do sujeito ativo, decorrido determinado prazo, sem que o mesmo
exercite esse direito, passa a ser de interesse público que o sujeito passivo
daquele direito não mais venha a ser perturbado pelo credor a fim de
preservar a estabilidade das relações jurídicas. [...] Prescrição é a perda do
direito à ação pelo decurso de tempo. É um prazo para o exercício do
direito. Comporta suspensão e interrupção. É renunciável e deve ser
arguida pelo interessado, sempre que envolver direitos patrimoniais.

Deste modo, conforme dispõe o artigo 173, o direito da Fazenda Pública de


constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cindo) anos, contados do primeiro
dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado ou
da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o
lançamento anteriormente efetuado, tratando de decadência.
Já o artigo 174 do CTN prevê o prazo prescricional, também de 5 anos,
contudo contados da data da sua constituição definitiva. Conforme visto
anteriormente, o prazo prescricional pode ser interrompido, hipóteses que são
listadas no parágrafo único do referido artigo.
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4.6 A CONVERSÃO DE DEPÓSITO EM RENDA

Ocorre quando, já tendo efetuado o depósito integral para suspender o crédito


tributário, há a “sentença de mérito que julga improcedentes os pedidos do autor”
(HARADA, 2017), neste caso, “o depósito efetuado pelo sujeito passivo no âmbito de
uma ação judicial anulatória de um crédito tributário somente pode ser convertido em
renda, em favor do ente público correspondente” (HARADA, 2017).
Adverte Machado Segundo (2017) que “com a máxima vênia, [...]. Não há
título que justifique a entrega, à Fazenda, do valor depositado em juízo, quando a
sentença não examina o mérito da ação”.

4.7 O PAGAMENTO ANTECIPADO E A HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO

Difere do mero pagamento anteriormente visto porque este “ocorre nos


tributos sujeitos a lançamento por homologação” (MINARDI, 2017).
Assim, para os casos de tributos sujeitos a homologação, o “sujeito passivo
calcula o montante do tributo devido, antecipa o pagamento e fica no aguardo da
homologação do seu proceder pela autoridade administrativa” (ALEXANDRE, 2017).
Explica Harada (2017) que “não ocorrendo homologação expressa, considera-
se tacitamente homologado o lançamento pelo decurso do prazo de cinco anos
(prazo decadencial), extinguindo-se definitivamente o crédito tributário”.

4.8 A CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, NOS TERMOS DO DISPOSTO NO § 2º


DO ARTIGO 164

Explica Harada (2017) que “a consignação em pagamento é instituto


largamente utilizado no direito civil como meio de extinção da dívida”.
Adverte Minardi (2017) que “o mero ajuizamento da ação consignatória não
configura extinção do crédito tributário, já que deve haver decisão julgada
procedente desta ação para que ela aconteça”. Assim, “a ação consignatória julgada
procedente irá, ao seu término, extinguir o crédito tributário” (SABBAG, 2016).
14

Para o direito tributário a possibilidade de ajuizar ação de consignação em


pagamento se encontra prevista no artigo 154 do CTN, tendo dos seus incisos as
hipóteses de cabimento.
No âmbito do direito tributário, a consignação em pagamento difere-se do
depósito do montante integral basicamente pelos seus objetivos e intenções,
enquanto esta tem por objetivo suspender o crédito tributário para poder discuti-lo
em juízo, aquela, “diferentemente, só tem lugar quando o sujeito passivo não
pretenda discutir a obrigação, mas quitá-la simplesmente” (PAULSEN, 2017). Tal
disposição está disposta no parágrafo primeiro do artigo 154 do CTN.
Conclui-se que “a consignação em pagamento permite que o sujeito passivo
exerça seu direito de pagar o tributo” (SABBAB, 2016).

4.9 A DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL, ASSIM ENTENDIDA A


DEFINITIVA NA ÓRBITA ADMINISTRATIVA, QUE NÃO MAIS POSSA SER
OBJETO DE AÇÃO ANULATÓRIA

Esta decisão administrativa ocorre quando “o sujeito passivo, irresignado com


lançamento efetuado pela autoridade administrativa, oferece impugnação, acaba por
instaurar um litígio que seguirá as regras da lei do processo administrativo fiscal do
respectivo ente tributante” (ALEXANDRE, 2017).
Neste ponto, como não poderia deixar de ser, a doutrina é unânime ao afirmar
que “refere-se à decisão administrativa favorável ao sujeito passivo” e “irreformável”
(MINARDI, 2017; ALEXANDRE, 2017; SABBAG, 2016; HARADA, 2017).
Ainda, explica Minardi (2017) que tal decisão administrativa irreformável não
obsta que se o sujeito passivo “for vencido na esfera administrativa, [possa] recorrer
ao Poder Judiciário para tentar reformar a decisão administrativa, [...] em atenção ao
artigo 5°, XXXV, [CF], ‘a lei não excluirá da apreciação do Poder judiciário lesão ou
ameaça a direito’”, logo, podemos inferir que se trata de decisão irreformável apenas
no âmbito administrativo.

4.10 A DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO

Trata-se aqui da decisão judicial tramitada em julgado, pode-se dizer que “a


decisão judicial passou (ou transitou) em julgado quando contra a mesma não mais
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cabe recurso, situação em que o julgamento passa a gozar de imutabilidade


constitucionalmente protegida” (ALEXANDRE, 2017). Ademais, diferente da decisão
irreformável no âmbito administrativo, na esfera judicial “a coisa julgada é de efeito
absoluto. Nem mesmo a lei poderá prejudicá-la, conforme se depreende do art. 5º,
XXXVI, in fine, CF” (SABBAG, 2016).
Tão obvio, quanto no caso da decisão administrativa, que nem mereceria ser
citada na doutrina — talvez só o seja por falta de o que citar —, trata-se aqui de
“decisão judicial favorável ao contribuinte” (ALEXANDRE, 2017; MINARDI, 2017).

4.11 A DAÇÃO EM PAGAMENTO EM BENS IMÓVEIS

Trata-se de “ato de dar em pagamento algo em substituição à pecúnia”


(SABBAG, 2016).
Explica Minardi (2017) que “em direito tributário, a dação em pagamento só
tem lugar se for por bem imóvel e houver previsão em lei”.
No âmbito Federal, a dação em pagamento “foi regulada com a edição da ‘Lei
nº 13.259/2016 que, em seu artigo 4°, regulamentou o artigo 156, XI, do CTN e
determinou as condições para que ocorra a extinção do crédito tributário mediante a
dação em pagamento de bem imóvel” (MINARDI, 2017).

5. EXCLUSÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Embora a denominação dada pelo legislador seja a de exclusão do crédito


tributário, refere-se de fato na não constituição do crédito tributário, uma vez que não
ocorrerá o lançamento. Corroborando com esta visão, explica Alexandre (2017) que
“excluir o crédito tributário significa impedir a sua constituição”. A denominação
aparenta ser imprópria, pois se depreende a exclusão de algo que existe, neste
caso, apesar de ocorrer o “fato gerador e o consequente nascimento da obrigação
tributária, não pode haver lançamento, de forma que não surgirá o crédito tributário,
não existindo, portanto, obrigação de pagamento” (ALEXANDRE, 2017). Ainda, logo
na sua introdução ao tema, concorda com esta visão Harada (2017) ao dizer que
esta expressão “tem merecido azedas críticas de alguns setores da doutrina”.
16

A exclusão do crédito tributário é prevista no art. 175 do CTN, as modalidades


são “a isenção e a anistia baseiam-se em causas de inibição do lançamento do
tributo” (MINARDI, 2017).
Antes de entrar nas duas modalidades acima referidas, cabe dizer que,
fundamentalmente diferenciam-se uma da outra porque “a isenção exclui crédito
tributário relativo a tributo, enquanto a anistia exclui crédito tributário relativo à
penalidade pecuniária” (ALEXANDRE, 2017).

4.1 ISENÇÃO

Estando prevista nos artigos 176 a 180 do CTN, trata-se da “dispensa legal de
pagamento do tributo” (MINARDI, 2017). Sendo uma dispensa legal, diz-se que a
“isenção é a dispensa do tributo devido, feita por expressa disposição de lei” (Ruy
Barbosa Nogueira apud HARADA, 2017).
Corroborando com a visão abordada na introdução do tema exclusão do
crédito tributário, explica Harada (2017) que “a doutrina moderna considera a
isenção como uma hipótese de não incidência legalmente qualificada, pelo que,
ocorre a exclusão do fato gerador”.
Preceitua o artigo 177 do CTN que a isenção é restrita, ou seja, “não se
estende às taxas e contribuição de melhoria, bem como aos tributos que venham a
ser criados ou instituídos posteriormente à lei que cria a isenção” (MINARDI, 2017).
Quanto à motivação de sua criação, “via de regra, ela é concedida por razões
de ordem político-social, mas sempre no interesse público, podendo restringir-se à
determinada região do território da entidade tributante” (HARADA, 2017).
O artigo 178 do CTN preceitua “que a lei que concede a isenção pode ser
revogada a qualquer tempo, salvo se concedida por prazo certo e sob determinadas
condições” (MINARDI, 2017). Neste sentido, a Súmula n. 544 do STF define que
sendo concedidas “sob condição onerosa não podem ser livremente suprimidas”, em
referência ao artigo 178 do CTN.
17

5.2 ANISTIA

Anistia é a segunda, de duas, modalidade de exclusão do crédito tributário,


está prevista no art. 175, II, CTN e está disciplinado nos artigo 180 a 182 do referido
Código.
Trata-se, como a própria denominação leva a entender, de um “perdão pelas
infrações cometidas, impedindo a autoridade de constituir o crédito tributário relativo
às penalidades pecuniárias” (MACHADO SEGUNDO, 2017). Neste caso, “não se
confunde com a remissão, ou seja, com a extinção do crédito que alcança o próprio
tributo devido” (PAULSEN, 2017).
Quanto ao seu efeito no tempo, “a anistia somente alcança atos praticados
antes da lei que a concede e ocorre sempre antes do lançamento da penalidade
pecuniária” (MINARDI, 2017).
Assim como acontece com as modalidades de suspensão e extinção, a
anistia “não alcança os atos praticados com dolo, fraude ou simulação do sujeito
passivo ou por terceiro em benefício daquele, bem corno as infrações resultantes de
conluio de outras pessoas” (MINARDI, 2017).
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6. CONCLUSÃO

Conclui-se que os três temas propostos tratam propriamente de hipóteses em


que o Fisco fica, momentaneamente ou permanentemente, impedido de cobrar
obrigações tributárias. Em comum, todos estão vinculados à legalidade. Para cada
caso vejamos a seguir.
Na suspensão do crédito tributário, de onde o nome poderia levar a crer que
se trata da suspensão da existência do crédito, mas que de fato trata-se da
suspensão da possibilidade de cobrança do crédito tributário, uma vez que este já
está constituído e assim continua. Pode ser concedida pelo credor, no caso da
moratória e parcelamento, mas predominantemente está ligada a um ato praticado
pelo devedor, estando ligada ao princípio da ampla defesa e do contraditório, caso
em que resulta de situações que possibilitam a contestação da constituição do
crédito tributário.
Na extinção do crédito tributário, este sim diretamente ligado a extinção do
próprio crédito em si, e consequentemente da sua obrigação, trata-se das
modalidades e hipóteses em que o crédito deixa de existir, seja pela quitação,
modalidade mais comum, tendo dentre outras o pagamento como a mais habitual,
seja por ter o crédito tributário sido indevidamente constituído, sendo extinto em
decorrência de um recurso para discuti-lo.
Por fim, temos a exclusão do crédito tributário, que como pôde ser visto é
denominação imprópria, tratando-se na verdade das hipóteses em que o crédito não
chega a ser constituído. Assim, apesar de ter ocorrido o fato gerador e a haver a
obrigação tributária a ele vinculada, por força de disposição legal, não haverá o
lançamento do respectivo crédito e consequentemente não será possível impor a
obrigação de paga-lo.
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REFERÊNCIAS

ALEXANDRE, Ricardo. Direito tributário. – 11. e.d. Salvador: JusPodivm, 2017.

BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário


Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e
Municípios. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm> Acesso em: 07 nov.
2017.

BRASIL. Lei nº 13.259, de 16 de março de 2016. Altera as Leis nos 8.981, de 20 de


janeiro de 1995, para dispor acerca da incidência de imposto sobre a renda na
hipótese de ganho de capital em decorrência da alienação de bens e direitos de
qualquer natureza, e 12.973, de 13 de maio de 2014, para possibilitar opção de
tributação de empresas coligadas no exterior na forma de empresas controladas; e
regulamenta o inciso XI do art. 156 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 -
Código Tributário Nacional. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13259.htm>. Acesso
em: 07 nov. 2017.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula Vinculante nº 28. Disponível em:


<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=1278>.
Acesso em: 07 nov. 2017.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 544. Disponível em:


<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=544.NUME.
%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas>. Acesso em: 07 nov. 2017.

HARADA, Kiyoshi. Direito financeiro e tributário. – 26. e.d. São Paulo: Atlas, 2017.

MINARDI, Josiane. Direito Tributário: OAB 1ª e 2ª Fases. – 5. e.d. Salvador:


JusPodivm, 2017.

PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário completo. – 8.ed. São Paulo: Saraiva,
2017.

SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. – 8. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016.

SEGUNDO, Hugo de Brito Machado. Código Tributário Nacional: anotações à


Constituição, ao Código Tributário Nacional e às Leis Complementares 87/1996 e
116/2003. – 6. e.d. São Paulo: Atlas, 2017.

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