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ÉTICA nA hIsTóRIA

Algumas concepções da filosofia moral


Vejamos, de forma resumida, algumas das re- humano, o que o diferencia dos demais animais?
flexões éticas que marcaram os grandes períodos sua alma racional. o ser humano é essencialmente
históricos. Para isso, retomaremos aspectos do razão. e é na razão, portanto, que devem ser funda-
pensamento de alguns filósofos estudados ante- mentadas as normas e costumes morais. Por isso,
riormente. daremos destaque às concepções de dizemos que a ética socrática é racionalista. o indi-
Aristóteles, na Antiguidade, Santo Agostinho, na víduo que age conforme a razão age corretamente.
idade média, e Immanuel Kant, na idade moderna. Platão desenvolveu o racionalismo ético inicia-
do por sócrates, aprofundando a diferença entre
antiguidade: ética grega corpo e alma. Argumentava que o corpo, por ser a
sede de desejos e paixões, muitas vezes desvia o
A preocupação com os problemas éticos teve indivíduo de seu caminho para o bem. Assim, de-
início de forma mais sistematizada na época de fendeu a necessidade de uma depuração do mundo
sócrates, filósofo também conhecido como “o pai material para alcançar a ideia de bem. segundo
da moral”. Vejamos o que disseram os principais Platão, o ser humano não consegue caminhar em
filósofos gregos desse período sobre essa questão. busca da perfeição agindo sozinho. necessita,
os sofistas afirmavam que não existem normas portanto, da sociedade, da pólis. no plano ético,
e verdades universalmente válidas. tinham, portan- o indivíduo bom é também o bom cidadão.
to, uma concepção ética relativista ou subjetivista. depois do período clássico grego, o estoicis-
mo desenvolveu uma ética baseada na procura
tHe ARt ARCHiVe/AlFRedo dAGli oRti/AFP

da paz interior e no autocontrole individual, fora


dos contornos da vida política. Assim, o princípio
da ética estoica é a apatia (apatheia), atitude de
entendimento de tudo o que acontece, e o amor ao
destino (amor fati), porque tudo faria parte de um
plano superior guiado por uma razão universal
que a tudo abrangeria. desse modo, atingia-se a
ataraxia, ou imperturbabilidade da alma.
A ética do epicurismo, de forma semelhante,
defendia a atitude de desvio da dor e procura do
prazer espiritual, do autodomínio e a paz de espí-
rito (ataraxia).

Ética do equilíbrio
Aristóteles também desenvolveu uma reflexão
ética racionalista, mas sem o dualismo corpo-al-
ma platônico. Procurou construir uma ética mais
realista, mais próxima do indivíduo concreto. Para
Pintura em vaso que retrata o episódio mítico em tanto, perguntou-se sobre o fim último do ser hu-
que o herói ateniense teseu mata o minotauro (1813). mano. Para o que tendemos? e respondeu: para a
(bibliothèque des Arts décoratifs, Paris, França.) os
felicidade. todos nós buscamos a felicidade.
antigos gregos desenvolveram uma ética racionalista
na qual a razão deveria prevalecer sobre as paixões e os e o que entende Aristóteles por felicidade? Para
desejos individuais. o mal, as paixões desenfreadas, a o filósofo, a felicidade não se confunde com o sim-
iniquidade, a que os gregos denominavam hybris, eram ples prazer, o prazer das sensações ou o prazer
representadas pelas personagens monstruosas que
deveriam ser vencidas pelos heróis de sua mitologia. proporcionado pela riqueza e pelo conforto material.
A felicidade última e maior se encontraria na
Ao contrário dos sofistas, Sócrates sustentou a vida teórica, que promove o que há de mais es-
existência de um saber universalmente válido, que sencialmente humano: a razão.
decorre do conhecimento da essência humana, a o indivíduo que se desenvolve no plano teórico,
partir da qual se pode conceber a fundamentação contemplativo, pode compreender a essência da
de uma moral universal. e o que é essencial no ser felicidade e, de forma consciente, guiar sua condu-
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ta. mas isso, no contexto histórico da Grécia antiga, • abandono da visão mundana – a ética cristã
seria privilégio de uma minoria. segundo o filósofo, deixa de lado a ideia de que o fim último da vida
a pessoa comum, aquela que não pode se dedicar humana está neste mundo. Com isso, centrou a
à atividade teórica, aprenderia a agir corretamente busca da perfeição moral no amor a deus;
pelo hábito, isto é, por meio da prática constante e • emergência da subjetividade – acentuando a
reiterada de ações. tendência já esboçada na filosofia de estoicos e
Assim, agir corretamente seria praticar as vir- epicuristas, a ética cristã tratou a moral do ponto
tudes. e o que seria a virtude? em sua obra Ética a de vista estritamente pessoal, como uma relação
Nicômaco, Aristóteles explica: entre cada indivíduo e Deus, isolando-o de sua
condição social e atribuindo à subjetividade uma
A excelência moral [virtude moral], então, é uma
disposição da alma relacionada com a escolha de
importância até então desconhecida.
ações e emoções, disposição esta consistente num os filósofos medievais herdaram alguns ele-
meio-termo determinado pela razão. Trata-se de mentos da tradição filosófica grega, reconfigu-
um estado intermediário, porque nas várias formas rando-os no interior de uma ética cristã. Santo
de deficiência moral há falta ou excesso do que é Tomás de Aquino (século Xiii), por exemplo, re-
conveniente tanto nas emoções quanto nas ações,
cuperou da ética aristotélica a ideia de felicidade
enquanto a excelência moral encontra e prefere o
meio-termo. (p. 42)
como fim último do ser humano, mas cristiani-
zou essa noção ao identificar Deus como a fonte
A coragem, por exemplo, seria uma virtude si- dessa felicidade.
tuada entre a covardia (a deficiência) e a temeri-
jACQues de bACkeR/museo nAzionAle di CAPodimonte, náPoles, itáliA

dade (o excesso). Assim, o filósofo propôs uma


ética do meio-termo, na qual a virtude consistiria
em procurar o ponto de equilíbrio entre o excesso
e a deficiência.
mas observe que esse ponto de equilíbrio não é
fixo, isto é, não pode ser estabelecido de antemão,
pois varia de acordo com a circunstância ou ocasião
(onde, quando, quanto, com quem, com o quê, como
etc). Por exemplo: não é exatamente coragem reagir
em um assalto a mão armada. ou seja, não é esse
tipo de atitude que garante a excelência moral de
uma pessoa. Como explicou Aristóteles:
[...] tanto o medo como a confiança, o apetite, a ira,
a compaixão e em geral o prazer e a dor, podem ser
sentidos em excesso ou em grau insuficiente; e, num
caso como no outro, isso é um mal. Mas senti-los
na ocasião apropriada, com referência aos objetos
apropriados, para com as pessoas apropriadas, pelo
motivo e da maneira conveniente, nisso consistem o
meio-termo e a excelência característicos da virtude. Os sete pecados capitais: ganância (c. 1595) – jacques
(Ética a Nicômaco, p. 273.) de backer. Para o catolicismo, os sete vícios principais
do ser humano são: soberba (ou vaidade), ganância
também é importante notar que, tanto em Pla- (ou avareza), luxúria, ira, gula, inveja e preguiça. na
ganância ou avareza – representada na imagem acima
tão como em Aristóteles, a ética estava vinculada à – dá-se mais importância aos bens materiais que aos
vida política. Aristóteles refere-se mesmo à política espirituais, o que constituiria uma inversão grave dos
como um meio da ética, pois, sendo o ser humano, valores cristãos.
por natureza, um ser sociopolítico, necessitaria da
vida em comum para alcançar a felicidade como Ética do livre-arbítrio
plenitude de seu bem-estar. santo Agostinho (354-430) transformou a ideia
de depuração da alma da filosofia de Platão na ideia
da necessidade de elevação ascética para com-
idade Média: ética cristã preender os desígnios de deus. também a ideia
o que diferencia radicalmente a ética cristã da da imortalidade da alma, presente em Platão, foi
ética grega são dois pontos: retrabalhada pelo filósofo sob a perspectiva cristã.
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