Tais idéias, embora reconhecidas pelos educadores, não são facilmente apreendidas e
incorporadas na prática. Colocar em ação novos princípios pedagógicos não é simples
e tampouco acontece de forma imediata. Frequentemente a formação de educadores
voltada para o uso da tecnologia na escola aborda os princípios da teoria
construcionista, mas, isto não garante que o professor reconstrua a sua prática
pedagógica.
Essa questão vem sendo discutida e pesquisada por estudiosos (Almeida, 2004;
Prado, 2003; Valente, 1999), que apontam a importância de desenvolver a formação
do professor numa perspectiva contextualizada, para que durante a formação o
professor possa experienciar os princípios construcionistas com seus alunos por meio
da integração do computador com o currículo, da reflexão e reconstrução da própria
prática orientada no processo de formação.
Por essa razão, a formação não pode apenas enfatizar os aspectos técnicos e/ou
privilegiar os pressupostos teóricos das TDIC na educação. É preciso propiciar uma
formação reflexiva e desencadeadora do processo de reconstrução da prática
pedagógica dos alunos-professores (PRADO, 2003; VALENTE; PRADO;
ALMEIDA, 2005; ALMEIDA, 2005; PRADO; ALMEIDA, 2007). Portanto, sob tal
perspectiva, o processo de formação deve ser contextualizado (ALMEIDA, 2000,
2004), ou seja, deve levar em consideração os aspectos que emergem e se
desenvolvem no local em que o aluno-professor atua e a análise de sua própria prática
pedagógica à luz de teorias educacionais chamadas para
dialogar com as práticas.
A partir dessas mudanças e com base em Schön (1995, 2000), a análise deste artigo é
construída em três níveis que se complementam. O primeiro nível refere-se à
reflexão-na-ação com o uso das TDIC. Segundo Schön (1995, 2000), Almeida (2000,
2004) e Prado e Almeida (2009), o objetivo é reorganizar e desencadear, no aluno-
professor, a necessidade de aprender a lidar com as situações surgidas durante a sua
prática pedagógica, criando novas estratégias de ação. Assim, a reflexão-na-ação
refere-se aos pensamentos que ocorrem durante a prática (presente) pedagógica do
professor, servindo para reorganizar essa prática no decurso de sua intervenção; esse
processo favorece a criação de um conhecimento prático. O extrato a seguir releva os
pensamentos de um professor durante sua prática.
A partir desses dois níveis de formação reflexiva, vale ressaltar, que Valente (1999a),
Almeida (2004), Prado e Valente (2002), Prado (2003) e Prado e Almeida (2009),
discutem e aplicam em seus projetos de formação de formadores/professores,
proposta pautada nos princípios da formação reflexiva, além de propor uma formação
contextualizada.
Em diferentes formatos, com grau maior ou menor de complexidade, com alto poder
de sedução por suas configurações, com custos cada vez mais acessíveis, as
tecnologias têm sido reivindicadas por jovens, adultos e crianças que ainda muito
pequenas já são atraídas pelas suas linguagens e flexibilidades ao conjugarem lazer,
comunicação e informação, possibilitando o acesso à cultura digital. Se partirmos do
princípio que o curso de Pedagogia forma professores para atuarem, principalmente,
no primeiro segmento da educação básica, e que as crianças que frequentam a
educação básica fazem parte dessa cultura digital é preciso trazer as TDIC para os
cursos de Pedagogia para que elas possam ser discutidas, analisadas e apropriadas
pedagogicamente. Pois se, por um lado, não há como ignorá-las, por outro não há
receitas de como introduzi-las com sucesso nos currículos tanto dos cursos de
Pedagogia como dos anos iniciais da educação básica. Estudos são realizados e
teóricos como Valente (2002, 2007, 2008), Almeida e Prado (2009), Almeida et al
(2011), Almeida (2000, 2004, 2010), Almeida e Valente (2011), Borges et al (2012)
vêm discutindo a integração das TDIC no currículo e suas possibilidades para
potencializar os processos de formação, de gestão, do ensino e da aprendizagem.
Assim, o manejo das TIC e o domínio de seus recursos básicos é uma habilidade a ser
desenvolvida durante a formação do professor, uma vez que ele deverá ter condições
de: criar e recuperar documentos (arquivos de dados); instalar e desinstalar
programas; buscar e incentivar em seus alunos a busca de informações em fontes
distintas, incluindo bancos de dados e sistemas de comunicação a distância (Internet);
utilizar e promover a utilização de sistemas de autoria para a articulação de
informações, representação, construção e socialização de conhecimentos, entre os
quais os programas de criação e publicação de páginas na Internet (ALMEIDA, 2004,
p. 211).
Assim, o manejo das TIC e o domínio de seus recursos básicos é uma habilidade a ser
desenvolvida durante a formação do professor, uma vez que ele deverá ter condições
de: criar e recuperar documentos (arquivos de dados); instalar e desinstalar
programas; buscar e incentivar em seus alunos a busca de informações em fontes
distintas, incluindo bancos de dados e sistemas de comunicação a distância (Internet);
utilizar e promover a utilização de sistemas de autoria para a articulação de
informações, representação, construção e socialização de conhecimentos, entre os
quais os programas de criação e publicação de páginas na Internet (ALMEIDA, 2004,
p. 211).