Conteúdo :
Introdução
As presentes lições têm por objetivo fazer com que o aluno aplique aos casos práticos os
conhecimentos auferidos, levando em consideração a doutrina e a orientação
jurisprudencial.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
Também à título de melhor compreensão, segue um sumário/roteiro que será objeto de estudo ao longo do
curso de Crimes Contra a Administração Pública e Legislação Penal Extravagante
Bons estudos!
Título : Peculato
Conteúdo :
1. PECULATO
Sujeito ativo: crime próprio, o peculato somente pode ser cometido por
funcionário público (CP, art. 327 e parágrafos). Agravante genérica da violação
de dever funcional (CP, art. 61, II, "g"). Não incide, tratando-se de elementar do
tipo (CP, art. 61, caput). Nesse sentido: STJ, REsp 2971, 6ª Turma, DJU, 29
abr. 1991, p. 5280.
Energia elétrica. Pode ser objeto material de peculato, como ocorre no furto
(art. 155, § 3º), uma vez que constitui "bem móvel", a que faz referência o tipo
incriminador.
Prestação de serviço. Não é "coisa", não integrando a figura típica. Assim, não
constitui peculato o fato de o funcionário público utilizar-se de outrem, também
funcionário público, para a realização de atividade em proveito próprio (o
chamado "peculato de uso"). Nesse sentido: RT, 506:326, 541:342 e 438:366;
RF, 225:333; RJTJSP, 64:354. Tratando-se, entretanto, de Prefeito Municipal, o
fato configura delito (Dec.-Lei n. 201, de 27-2-1967, art. 1º, II).
Tentativa. É admissível.
Pode-se praticar essa modalidade de crime tanto para si mesmo ou para terceiro ou
simplesmente para causar dano, gerando um prejuízo para a administração pública.
Também há uma proteção maior, com o aumento da pena (art. 313 – B, par. único) se da
modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública.
Sujeito ativo. Delito próprio, só pode ser cometido por funcionário público. Nada
impede, entretanto, que um particular participe do fato, respondendo pelo
crime.
Erro. Deve ser espontâneo e não provocado pelo funcionário. Caso haja
provocação deste, o crime a ser considerado é o estelionato.
Tentativa. É admissível.
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EXCESSO DE EXAÇÃO
Exercício da função. Para que o receio seja sentido pela vítima, não é preciso
que o autor, no momento da conduta, esteja no exercício efetivo da função.
Como permite o tipo, é possível que se encontre licenciado ou mesmo que
ainda não tenha assumido o cargo ou investido na atividade específica,
exigindo-se, em todos os casos, que proceda em face da função pública.
Nesse sentido: RF, 172:488. Não havendo função ou inexistindo relação de
causalidade entre ela e o fato inexiste concussão, podendo surgir outro delito,
como a extorsão. Imprescindível, para a subsistência da concussão, que o fato
seja cometido em razão da função, prevalecendo-se o sujeito da autoridade
que possui.
Vantagem. Deve ser indevida, i. e., ilícita ou ilegal, não autorizada por lei. A
ilicitude é conferida por norma extrapenal, ou seja, a ilegalidade independe do
Direito Penal.
Agravante do abuso de poder (CP, art. 61, II, "g"). Não é aplicável (RT,
555:327).
Sujeito ativo. Crime próprio, só pode ser cometido por funcionário público,
admitindo-se, entretanto, co-autoria ou participação de particular.
Natureza da função do autor. Não é necessário que tenha a missão funcional
de arrecadação de impostos ou contribuição social. Não há exigência de que o
sujeito seja competente para a arrecadação.
Tentativa. É admissível.
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3. CORRUPÇÃO PASSIVA
Sujeito ativo. Crime próprio, só pode ser cometido por funcionário público.
Admite-se, entretanto, a participação do particular, mediante induzimento,
instigação ou auxílio secundário. Tratando-se de testemunha, perito, tradutor
ou intérprete judicial, realizada a corrupção em face de processo judicial ou
administrativo, há o delito do art. 342, § 2º, do Código Penal.
Nexo de causalidade e atribuição funcional para o ato oficial. Deve haver entre
a conduta do funcionário e a realização do ato funcional. Caso contrário,
inexistirá o delito questionado, podendo surgir outro.
Objeto material. É a vantagem, que pode ser patrimonial ou moral. A lei não
distingue. Precisa ser indevida (elemento normativo do tipo). Se devida, o fato
não é típico em termos de corrupção passiva, podendo surgir outro delito
(prevaricação, por exemplo). Pode ser destinada ao próprio sujeito ou a
terceiro. Nesse sentido: RT, 465:341. Não há crime se este último é ente
público: RT, 527:406.
Tipo privilegiado (§ 2º). Diferencia-se das outras formas típicas pelo motivo que
determina a conduta do funcionário. Ele não vende o ato funcional em face de
interesse próprio ou alheio, pretendendo receber uma vantagem. Na verdade,
transige com seu dever funcional perante a Administração Pública para atender
pedido de terceiro (normalmente um amigo) influente ou não. Se não cede a
pedido ou influência de terceiro, mas por mera indulgência: crime do art. 320 do
Código Penal.
Concurso de crimes. Corrupção passiva e falsidade ideológica. Corrupção e
fuga de pessoa presa.
4. PREVARICAÇÃO
Sujeito ativo. Crime próprio, só pode ser cometido por funcionário público. Não
se exclui, porém, co-autoria ou participação de terceiro não qualificado (que
não é funcionário público).