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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

TRABALHO CIENTÍFICO – PSICOLOGIA

Carlos Alberto da Costa Cares

Bruna Prota Romano

Daniela Felix Medeiros

Felipe Francani Araujo

Lucas José da Veiga

SEMINÁRIO INTEGRATIVO I: SUICÍDIO

Profa. Tânia Flake

SÃO PAULO, MAIO

2018
Carlos Alberto da Costa Cares

Bruna Prota Romano

Daniela Felix Medeiros

Felipe Francani de Araujo

Lucas José da Veiga

SEMINÁROI INTEGRATIVO I: SUICÍDIO

Trabalho Científico elaborado sob


orientação da professora Tânia Flake,
do curso de Psicologia da universidade
Anhembi Morumbi.

Orientadora: Tânia Flake

SÃO PAULO, MAIO

2018
Sumário

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 1

2 JUSTIFICATIVA......................................................................................................... 2

3 ARTICULAÇÕES COM O CASO CLÍNICO ................................................................ 4

4 PROPOSIÇÃO DE REFLEXÕES JUNTO A TURMA ................................................. 5

5 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 8
1 INTRODUÇÃO

O tema do suicídio, dentro de sua contextualização histórica, possui


conotações socialmente estabelecidas que sofreram mudanças a partir dos
anos. Segundo Silva (2015), as civilizações greco-romanas toleravam possíveis
tentativas de suicídio, porém possuíam reservas em relação ao tema. Um
exemplo dessas possíveis restrições foi a influência do filósofo clássico
Aristóteles que ao argumentar sobre o tema dizia que o mesmo enfraquecia a
economia e perturbava os deuses, dando assim um possível início na
estigmatização do tema.

A autora aponta que na atualidade esse estigma se perdura, mencionando


que os indivíduos que apresentam tentativas ou cometem o ato são percebidos
socialmente como pessoas fracas, sem fé ou até mesmo pertencentes de
famílias desestruturadas. A própria declaração ou menção de planos suicidas
por um indivíduo pode ser tachada socialmente advindas de uma pessoa “louca”,
o que, como aponta a autora, não auxilia na detecção ou prevenção de atos
suicidas.

Freitas (2014) aponta estudos sobre profissionais de saúde que tem


contato com tal tipo de demanda, sendo que nestes estudos fica evidenciado
que existe uma mobilização maior dos profissionais quando o tema do suicídio
entra em voga, existindo uma propensão maior desses profissionais a terem
atitudes positivas com pacientes que já possuem histórico suicida do que outros
profissionais de outras áreas. Essa empatia é necessária, segundo a autora,
para exponenciar a qualidade do atendimento com tal público, auxiliando assim
a reabilitação e o controle de recidivas.

O suicídio ainda é considerado um tabu, em especial porque está na


contramão da ciência, que preza para manutenção da vida. Esse cenário fica
ainda mais controverso com uma outra questão que tem sido frequentemente
levantada: A eutanásia. Eutanásia significa “boa morte” e se caracteriza pela
abreviação da vida a pedido do paciente. Ela já foi despenalizada em alguns
países como Holanda, Suíça, Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, Colômbia e

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Canada, com diferentes processos e restrições, porém ainda é considerada
como prática de homicídio no Brasil (SANTOS et al., 2014).

Diversas questões estão atreladas ao suicídio, incluindo em especial a de


ordem sociocultural, em que é possível pontuar algumas particularidades da
geração atual, como o consumismo e o narcisismo, que podem gerar incertezas,
contradições e multiplicidades no sujeito (LEMES, 2017).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente,


mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio ao redor do mundo, o que
representa 1,4% de todas as mortes. Em 2012, o suicídio se tornou a 15ª maior
causa de mortalidade na população geral. Em 2014, se tornou a segunda maior
causa de mortalidade entre jovens de 15 a 29 anos. Somente no Brasil, entre
2011 e 2015, foram registrados 55.649 óbitos por suicídio.

Os dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação)


trazem que os índices de lesões autoprovocadas e tentativas de suicídio ocorrem
com predominância em mulheres, raça/cor branca, nas faixas etárias da
adolescência (10-19 anos) e adultos jovens (20-39 anos), residentes da zona
urbana e com escolaridade menor que 8 anos de estudo. Enquanto as maiores
taxas de óbitos por suicídio registrados no Sistema de Informação sobre
Mortalidade (SIM), no período de 2011 a 2015, tem prevalência na população
idosa, a partir de 70 anos; em pessoas com baixa escolaridade; solteiros (as),
viúvos (as) ou divorciados (as); e que usaram o enforcamento como principal
meio para cometer o suicídio.

2 JUSTIFICATIVA

A respeito do contexto atual do trabalho clínico sobre suicídio, Cerqueira


e Lima (2015) apontam uma escassez nas produções científicas brasileiras
sobre o tema, e que tal escassez de informação se amplia inclusive aos
profissionais de psicologia, que tendem a concluir suas graduações tendo pouco
contato com a questão. Desta forma, dificulta-se o estabelecimento de uma

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terapêutica que provenha cuidado eficiente ao cliente bem como compromete o
autocuidado do terapeuta, gerando dificuldades no enfrentamento de tais casos.

Fukumitsu (2014) aborda em seu artigo a relação entre psicoterapeuta e


comportamento suicida, desmembrando estratégias relativas à prevenção e
posvenção no contexto clínico. Para a autora, o desenvolvimento da empatia é
fundamental no profissional, de forma que por meio desta, facilita no cliente a
possibilidade de reconhecimento de suas potencialidades, ampliando sua
maneira de enfrentamento do sofrimento. Na mesma perspectiva, Perls (p. 231,
1979, apud FUKUMITSU, 2014, p.271) aponta que "fatos observados se
transformam ao serem observados". Perls, Hefferline e Goodman (p.51, 1997,
apud FUKUMITSU, 2014, p.271) endossam também tal ótica, colocando a
psicoterapia como espaço para o crescimento, este que significaria a ampliação
da possibilidade de trabalho e ajustamento dos temas cotidianos trazidos pelo
cliente em contexto clínico sob uma ótica criativa.

Como estratégia preventiva, a inclusão no subtópico "sigilo" do contrato


da possibilidade de quebra do mesmo em situação de risco a vida pode ser
recomendada, incluindo a adição de dois números de telefone de pessoas as
quais serão consideradas como rede de apoio no trabalho em crise suicida. A
prevenção do suicídio também não se dá de maneira solitária, de forma que o
suporte da família e de outros profissionais envolvidos se mostra essencial no
trabalho sobre a questão. A oferta do número 141 do CVV (Centro de
Valorização a Vida) também é ferramenta importante no estabelecimento da
rede de apoio (FUKUMITSU, 2014).

O reconhecimento do viés individual, social e cultural no ato suicida


também é importante para pensar sobre a terapêutica oferecida: A percepção do
profissional sobre o fenômeno tende a ser influência no suporte ofertado, de
forma que este pode em alguns casos abarcar apenas causas explicativas, não
compreendendo a característica multifatorial do tema e excluindo a abordagem
dos fatores de risco, tão importantes quanto os causais (FUKUMITSU, 2014).

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3 ARTICULAÇÕES COM O CASO CLÍNICO

São apresentados históricos de tentativa e efetivação de suicídio no caso


de Amélia, os quais recebem tratamento de indiferença pela família, tendo em
vista a postura de negação tomada pelos membros frente às tentativas de Amélia
em argumentar sobre os casos. Atualmente, os casos existentes são tratados
como temas sem importância, esquecidos e escondidos, sendo um possível
mecanismo de defesa do qual se valem para justificar os eventos como algo
"acidental" e não intencional, por parte dos praticantes do ato.

Um dos casos de tentativa de suicídio foi planejado pela filha caçula de


Amélia. Na primeira tentativa Flávia tinha 14 anos e ingeriu medicamentos do
seu tio, por parte de mãe, que era diagnosticado com depressão. Sua segunda
tentativa foi realizada aos 16 anos da mesma forma, por ingestão de
medicamentos, o que a levou a internação pelo período de seis dias. Os
profissionais de saúde que acompanham seu caso destacam como
desencadeador o fato da avó ter se mudado para a casa na qual Amélia morava
com seu marido e seus filhos, o que levou a jovem a dividir seu quarto com a
avó.

Outro ocorrido na família foi realizado por um dos irmãos de Amélia,


falecido há dez anos, que também tentara suicídio por ingestão medicamentosa.
Por parte da família de Jonas, pai de Flávia, houve confirmação de dois casos
de suicídio, realizados por seu irmão e por seu sobrinho através de
enforcamento.

Segundo Nunes (2016) o processo de luto pode ser desenvolvido pelo


indivíduo de forma desestruturada quando se trata da elaboração de morte
suicida, tendo em vista o fato de ser um impacto que se difere de um óbito já
esperado. Esse impacto abrupto aos familiares, além de ser um desencadeador
de traumas, pode ter resultado negativos na saúde mental do indivíduo. No caso
de Amélia, o histórico de depressão é algo em recorrente diálogo entre os
familiares, o que pode servir de argumento para justificar os comportamentos de
tentativa de suicídio da filha Flávia. O fato de já existir histórico de suicídio nas
duas famílias também poderiam justificar a repetição de tentativa por parte da

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jovem em tentar tirar a própria vida, reconhecendo os ocorridos como uma opção
para aliviar seu sofrimento. Neste caso, é preciso investigar com maiores
detalhes a relação da garota com os tios falecidos, afim de compreender a
relação entre sua tentativa com o conhecimento dos casos.

Também é possível destacar a dificuldade da família em articular sobre


os ocorridos, tendo em vista a justificativa de acidente quando se trata dos
enforcamentos existentes na família de Jonas. Essa dificuldade de elaboração e
aceitação do suicídio é algo decorrente em grande parte dos casos, segundo
Batista (2014) os sobreviventes de suicídio vivenciam um luto diferente daquela
resposta natural da perda, experimentando sensações como culpa e raiva do
ocorrido. Alterar a dinâmica familiar e os comportamentos daqueles que
sobreviveram ao evento também atribui à dor grande dificuldade em aceitar a
razão pela qual a vítima sobrepôs a morte à vida.

4 PROPOSIÇÃO DE REFLEXÕES JUNTO A TURMA

 Por qual razão os dados disponíveis sobre taxas de suicídio são,


possivelmente, distantes do que ocorre na realidade?

É sabido que o suicídio está permeado por estigmas que contribuem para
uma grande gama de dificuldades (em termos de saúde pública). Indo desde o
impedimento de busca por ajuda (seja à pessoa com ideações suicidas, ou
aqueles que estão próximos), até à admissão da morte de um familiar ou amigo
em razão do suicídio.

Devido aos diversos fatores que envolvem o tema e, consequentemente,


constroem um contexto estigmatizador para a vítima e os envolvidos. Tanto a
pessoa que cometeu suicídio, quanto aqueles próximos, são julgados
moralmente pela sociedade (ao mesmo tempo que as famílias e amigos se
culpabilizam), sendo esses indivíduos taxados de fracassados a partir do
episódio. Desta forma, não é improvável que os atuais dados referentes às taxas
de suicídio, sejam um tanto distantes do que acontece de fato, pois subtende-se
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a dificuldade em admitir não somente o suicídio, mas consequentemente aceitar
todo significado que sustenta esse fenômeno (Silva, Sougey e Silva, 2015).

 De que forma o profissional de psicologia pode atuar a fim de desfazer o


estigma sobre o tema, bem como, minimizar suas consequências?

Em razão deste cenário, uma das ações possíveis para o profissional de


psicologia, está no trabalho com enfoque na redução dos estigmas existentes
em torno do assunto. Através de, por exemplo, abertura de espaços, bem como
a promoção da discussão acerca do tema, em termos dos sentimentos,
sensações e pensamentos que esses indivíduos enfrentam quando em situação
de ideação. A proposta está em permitir uma fala sem punição, para que as
pessoas possam compreender a importância, bem como, a abertura para se falar
sobre, sem riscos de julgamentos ou represálias, mas para receber acolhimento
e orientação.

 Qual a postura possível para o profissional de psicologia diante da


eutanásia assistida?

Ainda acerca deste tema, existe um fenômeno recente para área da


saúde, mas que se faz urgente em termos de compreensão do indivíduo
enquanto livre e dono de si mesmo, incluindo sua vida: eutanásia assistida.

Esta ação, explicada por Cruz (2005) como “boa morte”, de acordo com
seu significado e origem grega, discorre sobre a possibilidade de o indivíduo
optar pela morte, de acordo com algumas condições: situação de inexistência da
cura, dor e sofrimento insuportáveis e, por fim, solicitação para morrer (Sanvito,
1997 apud Cruz, 2005).

Entretanto, esta prática na área da saúde, em razão das controvérsias e


imagináveis problemáticas que desperta, enfrenta dificuldades para sua
discussão, elaboração e implementação, de modo que, apenas alguns países a

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executam, a exemplo da Holanda desde 1993. Desta forma, não é possível que
um indivíduo, inserido nas condições já citadas, tenha autonomia para decidir
sobre seu destino. Sendo passível de punição legal qualquer profissional que
atue de modo a liberar o indivíduo da dor e sofrimento não solucionáveis através
da morte.

Em razão das problemáticas que surgem acerca do tema, também no


âmbito da morte como estratégia de tratamento, cabe ao profissional de
psicologia a participação ativa, mais uma vez, na promoção de discussões,
aproximação da população ao assunto, bem como, o engajamento e cooperação
no desenvolvimento de estudos e pesquisas que contribuam para maior
conhecimento e apropriação nos mais diversos âmbitos (profissionais das mais
variadas áreas da saúde, população etc.) diante desta polêmica.

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5 REFERÊNCIAS

BATISTA, P., & Santos, J. C. (2014). Processo de luto dos familiares de idosos
que se suicidaram. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental
(12), 17-24

CERQUEIRA, Yohanna; LIMA, Patrícia. Suicídio: a prática do psicólogo e os


principais fatores de risco e de proteção. Revista IGT na Rede, Rio de Janeiro,
v. 12, n. 23, p. 444-458, jan. 2015.

CRUZ, Taisa Ferraz da Silva. Psicologia hospitalar e eutanásia. Rev. SBPH, Rio
de Janeiro, v. 8, n. 2, p. 17-23, dez. 2005. Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
08582005000200003&lng=pt&nrm=iso>.

FREITAS, Ana Paula Araújo de; BORGES, Lucienne Martins. Tentativas de


suicídio e profissionais de saúde: significados possíveis. Estud. pesqui. psicol.,
Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 560-577, ago. 2014.

FUKUMITSU, Karina Okajima. O psicoterapeuta diante do comportamento


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from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
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LEMES, Andrieli. O Suicídio na Contemporaneidade: Entre Questões


Psíquicas e Socioculturais. 2017. 43 f. TCC (Graduação) - Curso de Psicologia,
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, 2017.

NUNES, Fernanda Daniela Dornelas et al.O fenômeno do suicídio entre os


familiares sobreviventes: Revisão integrativa. Revista Portuguesa de

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Enfermagem de Saúde Mental[online]. 2016, n.15, pp.17-22. ISSN 1647-2160.
http://dx.doi.org/10.19131/rpesm.0127.

SANTOS, Daniel Abreu et al. Reflexões bioéticas sobre a eutanásia a partir de


caso paradigmático. Revista Bioética, [s.l.], v. 22, n. 2, p.367-372, ago. 2014.

SILVA, Tatiana de Paula Santana da; SOUGEY, Everton Botelho; SILVA,


Josimário. Estigma social no comportamento suicida: reflexões bioéticas. Rev.
Bioét., Brasília, v. 23, n. 2, p. 419-426, ago. 2015. Disponível em
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SILVA, Tatiana de Paula Santana da; SOUGEY, Everton Botelho; SILVA,


Josimário. Estigma social no comportamento suicida: reflexões bioéticas. Rev.
Bioét., Brasília, v. 23, n. 2, p. 419-426, Aug. 2015.

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