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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 1.470.686 - PR (2014/0182565-6)

RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES


RECORRENTE : EMPRESA CONCESSIONARIA DE RODOVIAS DO NORTE S/A -
ECONORTE
ADVOGADOS : JOÃO MARAFON JÚNIOR
RAFAEL CARDOSO BARROS SILVEIRA E OUTRO(S)
WEBER SCIORRA VIEIRA
RECORRIDO : COMPANHIA DE SANEAMENTO DO PARANÁ - SANEPAR
ADVOGADOS : ANDREI DE OLIVEIRA RECH E OUTRO(S)
LUIZ PAULO RIBEIRO DA COSTA
RECORRIDO : UNIÃO
EMENTA
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL; BENS PÚBLICOS. USO DE
SOLO, SUBSOLO E ESPAÇO AÉREO POR CONCESSIONÁRIA DE
SERVIÇO PÚBLICO. COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO AO
ART. 535 DO CPC, NÃO CARACTERIZADA. ACÓRDÃO RECORRIDO EM
SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. SÚMULA 83/STJ.
RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA SEGUIMENTO.

DECISÃO
Trata-se de recurso especial interposto pela EMPRESA CONCESSIONÁRIA DE
RODOVIAS DO NORTE S/A - ECONORTE, com fundamento no artigo 105, III, "a" e "c" da
Constituição Federal, contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, assim ementado
(fls. 785/787):

UTILIZAÇÃO DE FAIXA DE DOMÍNIO DE RODOVIA FEDERAL POR


CONCESSIONÁRIA. COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE.
A possibilidade contratual da concessionária da rodovia auferir outras receitas,
não permite que se admita a oneração de outro serviço público, ainda que
exercido por concessionária.

Embargos infringentes improvidos às fls. 840/853.


Embargos de declaração acolhidos, para fins de prequestionamento, às fls. 878/883.
A recorrente alega: (a) violação ao art. 535, I e II do Código de Processo Civil, "ao
limitar-se a reproduzir integralmente os termos da v. acórdão e se manter omisso e
contraditório "; (b) afronta "à Lei de Concessões (arts. 6º, ss. e 11, da Lei nº 8987/95) e o
Código Civil de 2002 (arts. 99, ss. e 103), sem esquecer ainda do art. 1º, da Lei n.
9.992/2000, ao considerar inexistir previsão legal para a retribuição da utilização da
faixa de domínio, em razão da atividade econômica desenvolvida pela embargada, mesmo
a despeito das partes presente nos autos serem concessionárias de serviços públicos, eis
que os referidos dispositivos outorgam expressamente a possibilidade da retribuição pela
utilização da faixa de domínio "; (c) violação "ao § 2º, do art. 3º, da Lei n. 11.445/2007 (Lei
de Saneamento Básico), ao considerar a ilegalidade da retribuição da utilização da faixa
de domínio, em razão da atividade econômica desenvolvida pela embargada ". Aponta,
também, divergência jurisprudencial.
Contrarrazões às fls. 990/1003.
Juízo positivo de admissibilidade à fl. 1007.
Documento: 40107351 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 21/10/2014 Página 1 de 3
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O Ministério Público Federal, no parecer de fls. 1036/1039, opinou pelo não
conhecimento do recurso especial.
É o relatório. Passo a decidir.
O recurso não merece prosperar.
Inicialmente, destaque-se que os órgãos julgadores não estão obrigados a examinar
todas as teses levantadas pelo jurisdicionado durante um processo judicial, bastando que as
decisões proferidas estejam devida e coerentemente fundamentadas, em obediência ao que
determina o art. 93, IX, da Constituição Federal. Isso não caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC.
Ademais, é pacífico o entendimento desta Corte no sentido de que a cobrança em face
de concessionária de serviço público pelo uso de solo, subsolo ou espaço aéreo é ilegal (seja para
a instalação de postes, dutos ou linhas de transmissão, p. ex.) porque (i) a utilização, neste caso,
reverte em favor da sociedade - razão pela qual não cabe a fixação de preço público - e (ii) a
natureza do valor cobrado não é de taxa, pois não há serviço público prestado ou poder de polícia
exercido.
Nesse sentido, confiram-se os seguintes precedentes:

ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL; BENS PÚBLICOS. USO DE


SOLO, SUBSOLO E ESPAÇO AÉREO POR CONCESSIONÁRIA DE
SERVIÇO PÚBLICO (IMPLANTAÇÃO DE DUTOS E CABOS DE
TELECOMUNICAÇÕES, P. EX.). COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE.
1. Cinge-se a controvérsia no debate acerca da legalidade da exigência de valores
pela utilização de faixas de domínio das rodovias sob administração do DER para
passagem de dutos e cabos de telecomunicações ou de outros serviços públicos
essenciais prestados pela recorrente.
2. É pacífico o entendimento desta Corte Superior no sentido de que a cobrança
em face de concessionária de serviço público pelo uso de solo, subsolo ou espaço
aéreo é ilegal (seja para a instalação de postes, dutos ou linhas de transmissão, p.
ex.) porque (i) a utilização, neste caso, reverte em favor da sociedade - razão pela
qual não cabe a fixação de preço público - e (ii) a natureza do valor cobrado não é
de taxa, pois não há serviço público prestado ou poder de polícia exercido.
Precedentes.
3. Recurso especial provido. (REsp 1246070/SP, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/05/2012, DJe
18/06/2012)

TRIBUTÁRIO E ADMINISTRATIVO - USO DO SOLO MUNICIPAL PARA


SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA - COBRANÇA.
1. Não pode o município cobrar pelo uso do solo, se o serviço se destina a
comunidade municipal.
2. Sem ser taxa (porque inexiste serviço prestado pelo Município) e sem ser
contraprestação pela utilização do solo, caracteriza-se como cobrança de um bem
público.
3. Ilegalidade da cobrança.
4. Recurso provido em parte. (RMS 11.412/SE, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. p/
acórdão Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJU 18.2.2002)

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. UTILIZAÇÃO


DE SOLO URBANO. INSTALAÇÃO DE POSTES DE SUSTENTAÇÃO DA

Documento: 40107351 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 21/10/2014 Página 2 de 3


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REDE DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. INSTITUIÇÃO DE
TAXA DE LICENÇA PARA PUBLICIDADE E PELA EXPLORAÇÃO DE
ATIVIDADE EM LOGRADOUROS PÚBLICOS. ART. 155, § 3º, DA CF/88.
IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTE.
1. Recurso Ordinário em Mandado de Segurança interposto contra v. Acórdão
que denegou segurança ao entendimento de ser constitucional a cobrança, por
parte do Município recorrido, da taxa de exploração de logradouro público sobre
a utilização do solo urbano por equipamentos destinados à transmissão e
distribuição de energia elétrica para atendimento da rede pública.
2. "A intitulada 'taxa', cobrada pela colocação de postes de iluminação em vias
públicas não pode ser considerada como de natureza tributária porque não há
serviço algum do Município, nem o exercício do poder de polícia. Só se
justificaria a cobrança como PREÇO se se tratasse de remuneração por um
serviço público de natureza comercial ou industrial, o que não ocorre na espécie.
Não sendo taxa ou preço, temos a cobrança pela utilização das vias públicas,
utilização esta que se reveste em favor da coletividade." (RMS nº 12081/SE, 2ª
Turma, Relª Minª Eliana Calmon, DJ de 10/09/2001)
3. É ilegítima a instituição de mais um tributo sobre o fornecimento de energia
elétrica, além dos constantes do art. 155, § 3º, da CF/88.
4. Recurso provido. (MS 12.258/SE, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA
TURMA, DJU 5.8.2002)

Desta forma, estando o acórdão recorrido em harmonia com o entendimento do STJ,


incide, na espécie, a Súmula 83/STJ, segundo a qual "não se conhece do recurso especial pela
divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida",
aplicável tanto ao recurso especial interposto com base na alínea "c" do permissivo constitucional,
como àquele interposto com base na alínea "a".
Ante o exposto, NEGO SEGUIMENTO ao recurso especial.
Publique-se. Intimem-se.
Brasília (DF), 14 de outubro de 2014.

Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES


Relator

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