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QUAL O SEU DIAGNÓSTICO?

Rafael Burgomeister Lourenço1, Marcelo Bordalo Rodrigues2


1. Médico Residente do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InRad/HC-FMUSP), São Paulo, SP,
Brasil. 2. Diretor do Serviço de Radiologia do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(IOT/HC-FMUSP), São Paulo, SP, Brasil. Endereço para correspondência: Dr. Marcelo Bordalo Rodrigues. Avenida Doutor Enéas de Carvalho Aguiar, 255. São Paulo, SP,
Brasil, 05403-001. E-mail: mbordalo@uol.com.br

Paciente do sexo feminino, 45 anos de idade, apresentando dor na face anterior do joelho esquerdo
há cerca de cinco anos. Referiu história de trauma local direto há oito meses, com piora da dor, aumento
de volume e restrição da amplitude de movimento. Negou intervenções cirúrgicas prévias ou outros
antecedentes relevantes. Ao exame físico apresentava aumento volumétrico da região infrapatelar dolo-
roso à compressão e restrição de flexo-extensão.

Figura 1. Radiografia simples em perfil. Figura 2. Imagem sagital de ressonância magnética


ponderada em densidade de prótons.

Figura 4. Imagem axial de ressonância magnética pon-


derada em T1 com saturação do sinal da gordura obtida
Figura 3. Imagem sagital de ressonância magnética após a administração intravenosa do meio de contraste
ponderada em T2 com saturação do sinal da gordura. paramagnético (gadolínio).

Radiol Bras 2007;40(3):IX–X IX


Descrição das imagens Na literatura existem relatos e séries de patelar. Quando a alteração de sinal se-
casos de pacientes que se apresentam gue o trajeto da plica infrapatelar (uma
Figura 1: Massa calcificada na gordura
com história, sintomas, achados radioló- linha paralela e anterior ao ligamento cru-
infrapatelar.
gicos e anatomopatológicos semelhantes zado anterior, cursando em direção ao li-
Figura 2: Formação expansiva sólida
aos descritos na doença de Hoffa, sendo gamento intermeniscal e ao pólo inferior
heterogênea na gordura de Hoffa.
apresentados como condromas “paraar- da patela), o diagnóstico mais provável
Figura 3: Áreas de alto sinal em meio
ticulares” ou “intracapsulares”(4–7). De- é o de síndrome da plica. Alterações mais
à lesão, sugestivas de componente con-
vido à similaridade entre os processos, difusas, acometendo todo o aspecto pos-
dróide. Nota-se, ainda, derrame articular
alguns autores(8) acreditam que ambas as terior da gordura infrapatelar, favorecem
e tendinopatia do patelar. Não foram iden-
entidades são relacionadas, sendo tais o diagnóstico de doença de Hoffa(9).
tificados corpos livres intra-articulares.
condromas, na verdade, mais do que sim- Também devem ser considerados no
Figura 4: Impregnação heterogênea
ples áreas de transformação osteocarti- diagnóstico diferencial: condromatose
da lesão e sinais de sinovite.
laginosa ou ossificação heterotópica sinovial, sinovite vilonodular pigmentada,
Diagnóstico: Condroma da gordura de
que se desenvolveram ao acaso na gor- calcinoses, osteocondroses, tendinopa-
Hoffa como estágio final de evolução da
dura infrapatelar, representando de fato tia calcária, tumores ósseos do fêmur, tí-
doença de Hoffa.
o estágio final da doença de Hoffa. bia ou até da patela com invasão do te-
Clinicamente, os principais sintomas cido adiposo infrapatelar, e ainda que ex-
COMENTÁRIOS
são dor na face anterior no joelho e re- tremamente raros, os condrossarcomas
A doença de Hoffa (ou síndrome do dução da amplitude de movimento. Ao primários do coxim adiposo de Hoffa.
impacto da gordura infrapatelar) foi ini- exame clínico caracteriza-se hipertrofia do A abordagem terapêutica inicial deve
cialmente descrita por Albert Hoffa em tecido adiposo, que se apresenta endu- ser o tratamento clínico. Em casos refra-
1904(1), sendo caracterizada pelo desen- recido e doloroso, sendo típico o achado tários está indicada a abordagem cirúr-
volvimento de alterações inflamatórias do “sinal de Hoffa” (dor à extensão do gica para a ressecção da lesão, podendo
crônicas associadas ao encerceramento joelho ao se aplicar compressão digital ser realizada tanto por via aberta(4–7)
da gordura infrapatelar hipertrofiada nos sobre a gordura infrapatelar). quanto por via artroscópica(2,8,10). Após
espaços fêmoro-tibial e fêmoro-patelar. O O diagnóstico radiográfico, baseado a ressecção, na maioria dos casos há re-
processo pode ter início após a ocorrên- na identificação direta do osteocondroma, solução dos sintomas, sem recidiva da le-
cia de um trauma maior agudo (direto ou só é realizado tardiamente, após a ossifi- são.
indireto) ou de microtraumas repetitivos cação. Da mesma forma, a cintilografia só
REFERÊNCIAS
crônicos, causando hemorragia e edema irá demonstrar alterações na fase de os-
1. Hoffa A. Influence of adipose tissue with regard to
na gordura infrapatelar. O aumento vo- sificação ativa(7). A ressonância magné- the pathology of the knee joint. JAMA 1904;43:
lumétrico resultante predispõe a aprisio- tica permite avaliar a presença de altera- 795–796.
namento e impacto sobre a gordura in- ções inflamatórias tanto na fase aguda 2. Magi M, Branca A, Bucca C, Langerame V. Hoffa
disease. Ital J Orthop Traumatol 1991;17:211–216.
frapatelar, acarretando acentuação das quanto na fase crônica. Na fase aguda, o
3. Jacobson JA, Lenchik L, Ruhoy MK, Schweitzer
alterações inflamatórias locais, hipertro- edema pode ser identificado como áreas ME, Resnick D. MR imaging of the infrapatellar
fia do coxim adiposo e retroalimentação de baixo sinal em T1 e alto sinal em T2. fat pad of Hoffa. RadioGraphics 1997;17:675–691.
do processo. A evolução crônica da in- Também podem ser identificadas áreas 4. Mosher JF, Kettelkamp DB, Campbell CJ. Intra-
capsular or para-articular chondroma: a report of
flamação resulta em necrose dos adipó- de extremo baixo sinal em todas as se- three cases. J Bone Joint Surg Am 1966;48:1561–
citos e proliferação fibroblástica, com qüências, decorrentes de hemorragia, 1569.
acentuada fibrose(2). Eventualmente, com deposição de hemossiderina. Na 5. Milgram JW, Dunn EJ. Para-articular chondro-
mas and osteochondromas: a report of three ca-
pode ocorrer metaplasia condróide e ra- fase crônica, a proliferação de tecido fi-
ses. Clin Orthop Relat Res 1980;148:147–151.
ramente ossificação endocondral, resul- brocicatricial pode ser identificada como 6. Smillie IS. Lesions of the infrapatellar fat pad and
tando no desenvolvimento de verdadei- áreas irregulares de baixo sinal em T1 e synovial fringes: Hoffa’s disease. Acta Orthop
ros osteocondromas, tal como no caso T2. Áreas de transformação condróide Scand 1963;33:371–377.
7. Böstman O, Karaharju E, Heikkonen L, Holms-
apresentado. Alterações mecânicas pri- podem ser identificadas como áreas no- tröm T. Extraskeletal ossifying chondroma in the
márias, como genu recurvatum, microins- dulares de alto sinal em T2. Caso houver knee: a case report. Acta Orthop Scand 1985;56:
tabilidade rotacional ou outras condições ossificação endocondral, áreas de alto 87–89.
8. Krebs VE, Parker RD. Arthroscopic resection of
que reduzam os espaços fêmoro-tibial e sinal em T1 poderão ser identificadas no
an extrasynovial ossifying chondroma of the in-
fêmoro-patelar, contribuem para o pro- interior da lesão, representando prolife- frapatellar fat pad: end-stage Hoffa’s disease? Ar-
cesso e podem acarretar impacto primá- ração adiposa medular. Em todas as fa- throscopy 1994;10:301–304.
rio, com evolução para encarceramento ses é comum a ocorrência de impregna- 9. Saddik D, McNally EG, Richardson M. MRI of
Hoffa’s fat pad. Skeletal Radiol 2004;33:433–444.
crônico de aspecto semelhante, sem um ção pelo contraste, decorrente das alte- 10. Ogilvie-Harris DJ, Giddens J. Hoffa’s disease: ar-
fator desencadeante traumático associa- rações inflamatórias locais. throscopic resection of the infrapatellar fat pad.
do, sendo esta entidade caracterizada O diagnóstico diferencial nas fases Arthroscopy 1994;10:184–187.
como síndrome de Hoffa(3). iniciais inclui a síndrome da plica infra-

X Radiol Bras 2007;40(3):IX–X

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