ESCOLA DE QUÍMICA
Rio de Janeiro
Junho de 2018
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ
ESCOLA DE QUÍMICA
Rio de Janeiro
Junho de 2018
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SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................... 6
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 7
2. MATÉRIAS PRIMAS....................................................................................................... 9
7. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 19
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LISTA DE FIGURAS
Figura 2 – Custo do produto na loja varejista “ISP Ind. e Com. De Ingredientes e Especialidades
para Alimentos Ltda.”................................................................................................................16
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LISTA DE GRÁFICOS
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RESUMO
A presente pesquisa se insere no contexto da produção industrial de ácido cítrico e busca
esclarecer os materiais necessários à sua produção, bem como o método aplicado e os
consequentes impactos das aplicações desse método no mercado e no meio ambiente.
Dessa forma, o trabalho iniciou-se a partir da procura, em diversas fontes de informação,
do ácido cítrico. Assim, encontrou-se que o ácido, também conhecido como citrato de
hidrogênio, é o mais utilizado pela indústria de alimentos e bebidas, uma vez que tem
propriedades antioxidantes, acidulantes e flavorizantes, ajudando a preservar o sabor dos
produtos industrializados e regulando o pH dos mesmos.
A partir disso, estudou-se os materiais necessários à sua produção, identificando que o
fungo Aspergillus niger, enriquecido em substrato com sacarose, nitrogênio e outros nutrientes,
é fundamental ao processo industrial. Após, identificou-se que o principal processo de produção
industrial ocorre por via fermentativa submersa.
Além disso, também foi buscado o preço das matérias-primas necessárias à forma de
produção. Por fim, realizou-se pesquisa sobre os impactos do ácido cítrico, revelando-se que
ele tem bastante influência no mercado de alimentos, representando boa parcela dos principais
acidulantes utilizados. Além disso, também foi encontrado que o ácido cítrico não apresenta
muitos impactos no meio ambiente, por ser biodegradável e tendo um processo de produção
industrial que reutiliza resíduos agroindustriais, sendo, assim, sustentável ecologicamente.
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1. INTRODUÇÃO
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No que se refere especificamente à produção de AC, o microrganismo utilizado é o fungo
filamentoso Aspergillus niger, que realiza fermentação. Então, a matéria prima selecionada é
geralmente o melaço da cana-de-açucar ou de beterraba, podendo também serem utilizadas
outras fontes de carbono que possuam açucares fermentáveis. Após essa etapa, são adicionados
íons e/ou sais que contribuam para o melhor metabolismo do fungo, e o mosto é preparado para
atender condições ótimas de temperatura, pH e aeração, tendo em vista que o processo
fermentativo que produz AC é aeróbico. Vale ressaltar também, que as condições são levemente
modificadas a depender do método de produção. Por fim, o tempo de atuação é ditado a partir
da linhagem do fungo utilizada e das condições de cultivo do mesmo.
Os processos que utilizam a FES e a FSF são requeridos para escalas médias e pequenas,
ambos sem relevância industrial, e os que utilizam a FSB são requeridos para grandes escalas,
conduzindo cerca de 80% da produção mundial de AC. Por isso, esse trabalho dará atenção
especial ao processo que é usualmente reproduzido pelas indústrias, isto é, ao processo
fermentativo submerso.
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2. MATÉRIAS PRIMAS
2.2 Nitrogênio
As fontes de nitrogênio são de extrema importância, uma vez que o nitrogênio está
presente nos aminoácidos, vitaminas, purinas e pirimidinas dos ácidos nucléicos e na montagem
de quitina, sendo, portanto, um componente fundamental para o tecido fúngico e suas atividades
metabólicas.
Dentre as diversas formas de nitrogênio presentes na natureza, a maior parte dos micro-
organismos assimila a amônia com mais facilidade. Todavia, alguns, por produzirem as enzimas
nitrato redutase e nitrito redutase, são capazes de assimilar nitrato e nitrito, posteriormente
transformados em amônia.
As fontes de nitrogênio mais utilizadas na produção industrial de ácido cítrico são o
sulfato de amônio [(NH4)2SO4], que, por tender a reduzir significativamente o pH do meio, é
frequentemente associado à ureia [(NH₂)₂CO] – fonte de nitrogênio capaz de reduzir a
dificuldade do controle de pH. A peptona também pode ser utilizada, porém, devido a seus
custos elevados, costuma ser inviável em escala industrial.
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2.3 Substrato utilizado
O tipo de substrato a ser utilizado – o qual pode ser natural ou sintético – deve ser
escolhido levando em conta o micro-organismo selecionado e os nutrientes dos quais ele
necessita, o processo a ser realizado ou a oferta e os custos de matéria prima. Dentre os
principais componentes dos substratos mais utilizados estão o melaço decationizado
(ferrocianeto e ácido fosfórico ou EDTA em resinas permutadoras de íons para diminuir os
teores de Fe+2 ou Zn+2), milho hidrolisado e caldo de cana.
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3. DESCRIÇÃO DO PROCESSO INDUSTRIAL
A FSF é o processo primitivo de produção de AC, mas que ainda possui uso em pequenas e
médias indústrias devido ao baixo controle operacional e ao baixo custo energético. Para esse
método utiliza-se a sacarose e alguns tipos de melaços, que recebem nutrientes adicionais
(fontes de nitrogênio) e que passam por um processo de esterilização antes da inoculação do
microrganismo, que é feita por meio da adição de esporos à superfície do mosto. O tempo de
duração do processo é de 8 a 12 dias, o pH é ajustado para aproximadamente 5,0 e a temperatura
é mantida em torno de 30ºC. A conversão desse método é cerca de 70%.
A FSB é a rota industrial mais utilizada pelas indústrias produtoras. Em sua primeira
etapa, o processo consiste no tratamento térmico (esterilização) de um meio nutritivo que
contém sais, íons reguladores de pH (que precisa estar contido na faixa de 3,0-4,0), açúcares
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fermentáveis e nitrogênio. Posteriormente ao tratamento ocorre a inoculação de uma cepa de A.
Nigger no interior de um biorreator, onde está contido o mosto em condições ótimas para a
atuação do fungo. O tempo de duração da etapa fermentativa é em torno de 11 dias e ocorre
com sob aeração constante e com a presença de antiespumantes, a fim de evitar a perda de AC.
Assim como na FES e na FSF, é necessário separar e filtrar o que foi produzido pelos
microrganismos. Essa etapa da FSB envolve a adição de alguns produtos químicos que reagem
com o AC e a utilização de tecnologias específicas para a separação, como uma coluna com
resinas de troca iônica e filtros de carvão ativado. Ainda, em algumas indústrias são
reproduzidas etapas de recristalização, para aumentar a pureza do AC e para atender a padrões
internacionais de qualidade.
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4. FLUXOGRAMA DO PROCESSO
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5. DESCRIÇÃO DO PRODUTO
5.1 Histórico
O ácido cítrico foi originalmente isolado por Scheel em 1784, mas sua estrutura só fora
descoberta por Liebng em 1838. Ele fora nomeado assim pelo fato de ser predominantemente
encontrado em frutas cítricas como a laranja.
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PRODUÇÃO MUNDIAL DE ÁCIDO
CÍTRICO
1.200.000
1.000.000
800.000 PRODUÇÃ
O MUNDIAL
600.000
DE ÁCIDO
400.000 CÍTRICO
200.000
0
DECADA
ANOS
2010
DE 90
Em relação ao manuseio e características laboratoriais, pode ser irritante aos olhos e pele caso
manuseado sem os EPIs adequados. Possui massa molecular de 192.123g/gmol, densidade de
1.665g/cm³ e é solúvel em água, com ponto de fusão de 153ºC. Seu nome, de acordo com as
regras estabelecidas pela IUPAC – União Internacional de Química Pura e Aplicada – é ácido
2-hidroxi-1,2,3-propanotricarboxílico ou, em nomenclatura usual, citrato de hidrogênio.
Suas aplicações são muito importantes para a indústria alimentícia e de bebidas, sendo um dos
acidulantes mais utilizados, podendo atuar como antioxidante, aromatizante e dispersante nas
indústrias de sorvete, bebidas, sucos de frutas, geléias, compotas, frutas e vegetais enlatados,
queijos, balas e outros.
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DISTRIBUIÇÃO DO CONSUMO DE ÁCIDO
CÍTRICO
OUTRAS
25% 45%
FÁRMACOS
ALIMENTOS
12% 18% BEBIDAS
5.3 Preços
Os preços do ácido cítrico variam muito dependendo da quantidade.
De acordo com o site “OKCHEM”, o preço médio de exportação do ácido cítrico chinês estava
na casa dos US $ 1,004/Kg. No período de janeiro a setembro, o preço médio do ácido cítrico
ficou na casa dos US $ 0,790/Kg. Ressalta-se que esses preços são em grande quantidade.
Nas pesquisas de preço de varejistas Brasileiros, o preço ficou na casa dos R$10,00. A loja
“BRANDERAITE/QUÍMICA”, de telefone (021) 2676-5087, cobrou R$10,00 por quilograma
de material.
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A varejista “ISP Ind. e Com. de Ingredientes e Especialidades para Alimentos Ltda.” cobrou
um preço de R$10,30/Kg de material numa remessa de 100Kg com a necessidade de envio de
e-mail.
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6. IMPACTOS DA PRODUÇÃO DE ÁCIDO CÍTRICO
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7. CONCLUSÕES
O ácido cítrico é um produto com muitas utilidades, podendo ser usado de variadas formas
na indústria, seja como acidulante, antioxidante, flavorizante ou de outras maneiras. Com as
perspectivas de crescimento futuro da indústria alimentícia, pode-se esperar que os usos desse
ácido aumentem e as suas áreas de aplicação se diversifiquem cada vez mais, a partir de
processos de pesquisa e desenvolvimento.
No caso brasileiro, há uma tendência à importação deste produto, mesmo sendo o Brasil
o principais exportadores de diversas frutas cítricas do mundo, o que sugere certa defasagem e
falta de investimento nesse setor. Embora o principal processo de produção do ácido cítrico seja
por fermentação e não por obtenção através de frutos, seria vantajoso o estímulo à criação de
empresas de produção e processamento desse produto, uma vez que desenvolveria tecnologia
nacional e acrescentaria inovações e autonomia ao setor industrial alimentício brasileiro.
Vale ressaltar também a biodegradabilidade do ácido e a alta sustentabilidade de seu
processo de produção como vantajosos, uma vez que reduzem a quantidade de resíduos gerados
e contribuem para a menor poluição do planeta, especialmente em uma época em que a
preocupação com processos “verdes” é grande, em função dos prejuízos que a falta de
preocupação com o meio ambiente e seu estado trazem não só para a população humana como
também para a biosfera como um todo.
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MOREAU, R.; MANO, E.B. Ácido Cítrico de Fermentação. Acesso em: 30 de maio de 2018.
PASTORE, N.S.; HASAN, S.M.; ZEMPULSKI, D.A. Produção de ácido cítrico por
Aspergillus niger: avaliação de diferentes fontes de nitrogênio e de concentração de sacarose.
Revista Engevista, V.13, n.3, p.149-159, dezembro 2011. Acesso em: 30 de maio de 2018.
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-794112926-acido-citrico-anidro-alimenticio-1-kg-
_JM. Acesso em: 18 de junho de 2018.
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/18041/Tese%20bebi%5b1%5d.pdf?sequen
ce=1. Acesso em: 24 de junho de 2018.
http://amisaquimica.yolasite.com/resources/%C3%81cido%20C%C3%ADtrico.pdf. Acesso
em: 24 de junho de 2018.
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