Enfermagem
Módulo I
Psicologia e Ética
Profissional
Produzido por:
Depto. Pedagógico - Escola Info Jardins
www.escolainfojardins.com.br
SUMÁRIO
1 - TIPOS DE CONHECIMENTOS .................................................................................................... 3
2 - O QUE É CIÊNCIA........................................................................................................................ 4
14 - HISTÓRIA DA ENFERMAGEM..............................................................................................40
17 – BIOÉTICA ................................................................................................................................. 45
18 – LEGISLAÇÃO........................................................................................................................... 46
20 – SUICÍDIO .................................................................................................................................. 63
21 – EUTANÁSIA ............................................................................................................................. 65
1 - TIPOS DE CONHECIMENTOS
Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os únicos capazes de criar e
transformar o conhecimento; somos os únicos capazes de aplicar o que aprendemos, por diversos
meios, numa situação de mudança do conhecimento; somos os únicos capazes de criar um sistema
de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias experiências e passar para
outros seres humanos. Essa característica é o que nos permite dizer que somos diferentes dos gatos,
dos cães, dos macacos e dos leões.
Exemplo:
A chave está emperrando na fechadura e, de tanto experimentarmos abrir a porta, acabamos
por descobrir (conhecer) um jeitinho de girar a chave sem emperrar.
Exemplo:
"O homem é a ponte entre o animal e o além-homem" (Friedrich Nietzsche)
Exemplo:
Acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em Duende; acreditar em
reencarnação; acreditar em espírito etc.
Exemplo:
Descobrir uma vacina que evite uma doença
2 - O QUE É CIÊNCIA
A ciência compõe-se de um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade
( objeto de estudo ), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa
A ciência tem ainda uma característica fundamental: ela aspira à objetividade. Suas
conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção, para assim, tornarem-se
válidas para todos.
Sócrates (469 – 399 a C. ) postulava que a principal característica humana era a razão que
permitia ao homem sobrepor-se aos instintos, que seriam a base da irracionalidade.
Platão ( 427 – 347 a C. ) definiu um lugar para a alma dos homens: a cabeça e a medula seria
o elemento de ligação entre a alma e o corpo. Ele acreditava que quando alguém morria, a matéria (
o corpo ) desaparecia mas a alma ficava livre para ocupar outro corpo.
Aristóteles ( 384 – 322 a C. ) postulava que a alma e o corpo não podiam ser dissociados. Por
ele, a psychê é o princípio ativo da vida. Tudo aquilo que cresce, se reproduz e se alimenta possui a
sua psychê ou alma. Desta forma, os vegetais teriam alma negativa que se define pela função de
alimentação e reprodução. Os animais teriam alma sensitiva, que tem a função de percepção e
movimento. O homem teria os dois níveis anteriores e a alma racional , que tem a função pensante.
Na idade média a Igreja Católica monopolizava o saber e conseqüentemente o estudo do
psiquismo e nesse sentido, dois grandes filósofos representam esse período.
Santo Agostinho ( 354 – 430 ) acreditava que a alma não era somente a sede da razão, mas a
prova de uma manifestação divina no homem. A alma era imortal por ser o elemento que liga o
homem à Deus.
São Tomás de Aquino ( 1225 – 1274 ), viveu no período de crise econômica e social e
percebendo a decadência da Igreja Católica ( com o aparecimento do protestantismo questionando
os conhecimentos produzidos por esta ), procurou argumentos racionais para justificar os dogmas da
Igreja e com isso garantiu o monopólio do estudo do psiquismo. Ele argumentou que somente Deus
3.1 - Psicanálise:
Desde sua descoberta por Sigmund Freud, a Psicanálise tem tido larga influência sobre a
Psicologia, a Educação, a Medicina e a Psiquiatria.
É uma corrente que se fundamenta sobre a teoria do recalcamento ( repressão de
necessidades ) significando, também, método de exploração do psiquismo humano e terapêutica
para certas neuroses.
Para Freud, a personalidade é composta de três grandes sistemas: O Id, zona inconsciente,
abrangeria todos os impulsos primários, todo o conjunto de conteúdos herdados.
O Ego, é a zona da consciência , o elemento conciliador, solucionador, planejador,
intermediário entre o Id e o mundo externo, responsável pela combinação entre a imagem mental e
a realidade objetiva. O ego, pois, busca o relacionamento com o ambiente.
O Superego, é a consciência moral, o sensor, a voz da sociedade interiorizada. Representa as
normas, as exigências e os valores que são transmitidos à criança, principalmente pelos pais,
incorporados à sua personalidade.
Outra importante descoberta de Freud refere-se a importância da infância na vida futura do
indivíduo.
Para Freud, a infância é a época decisiva na organização da personalidade; e é nesta fase que
tem origem as neuroses e as psicoses.
As frustrações intensas que ocorrem na infância, e os efeitos educacionais como
superproteção, a instabilidade, o controle rígido, a carência de afeto, levam o indivíduo à angústia,
agressividade, revolta, insegurança, timidez, dependência, irritabilidade, nervosismo etc,
comportamentos estes que, por sua vez, motivarão outras formas inadequadas de contato com o
ambiente.
Também os conflitos havidos neste período, determinando a repressão dos impulsos, podem
produzir, mais tarde, a desintegração da personalidade. Eles não morrem, mas ficam dinâmicos no
inconsciente.
É na infância que se adquire os complexos, tendo importância básica o de Édipo ou o de Eletra,
que é a atração experimentando pelo genitor do sexo oposto, acompanhada de ciúmes com relação
ao outro. Este complexo pode ser resolvido com a identificação da criança com um dos pais ( o do
mesmo sexo ). Este processo de identificação é importantíssimo para a futura vida amorosa do
indivíduo.
A punição e reforço negativo envolvem uso de estímulos aversivos, que fazem o indivíduo
evitar tais estímulos, exibindo o comportamento desejado.
“Para que uma punição seja efetiva é melhor dar uma resposta alternativa que resultará num
reforço positivo.”
3.4Psicologia Transpessoal:
Ainda há pouco a se dizer sobre esta linha, apenas que parece ter surgido a partir do trabalho
de Jung Eistein, físicos modernos, filosofia oriental e as correntes de auto-realização.
Está ligada especificamente ao estudo empírico-científico das necessidades individuais e
coletivas. Dos estados pelos quais passamos, estados de sono, vigília etc. que transcendem o ego.
Experiências místicas, por exemplo.
4 - O PAPEL DO PSICÓLOGO
O psicólogo é um profissional que tem como objetivo principal propiciar ao indivíduo uma
maior compreensão sobre si mesmo; sobre seus relacionamentos pessoais e sobre como lidar com
suas próprias emoções e sentimentos.
Após cinco anos de estudo, ele poderá especializar-se em:
INTERIORES
( João Carlos Pacheco )
Os três moram com o pai, o professor Freud. Um se chama Id, o outro Ego e o terceiro
Superego. O impulsivo, brigão, irracional e baixinho é o Id. O delicado, neurótico e reprimido é o
Ego. O grandalhão, truculento e repressivo é o Superego. Apesar de irmãos, eles não combinam em
nada. O superego estuda o Direito, o Ego, Filosofia e o Id faz o Supletivo. O superego é policial, o
Ego é o professor da Moral e Cívica e o Id trabalha numa fábrica. Talvez por isso, eles nunca
estejam numa boa. Estão sempre em conflito. O Id odeio o pai, quer matar os irmãos e não
consegue entender suas atividades repressivas. O Superego domina o Ego e tenta conter os impulsos
homicidas do Id. O Ego, espremido no meio, faz o que pode para manter um frágil equilíbrio entre
eles. O pai não se mete. Só observa.
Outro dia era domingo. O Superego estudava, o Ego lia, o pai dormia e o Id se entregava a
seu pensamento predileto: paquerar vizinhas de binóculo. Aliás, naquele dia, o Id havia descoberto
uma nova e linda vizinha no edifício do lado e seu entusiasmo era tanto que ele não parava de gritar
frases pra ela.
- Mulherão! Se o pessoal da ONU te enxerga, te declara Patrimônio da Humanidade, ó
monumento! Se Deus fez outra igual, guardou pra Ele, ó perfeição!
O Superego irritadíssimo, repetia pela décima vez que ele parasse com aquilo, senão a cana
pintava. O Id respondia que a polícia já estava ali, ao vivo, e que não era nada. Que a mulher era
boa demais e estava se pelando e que ele também ia se pelar pra ver ela ver. E não parava de repetir:
- Vou tirar as calças!
A zorra foi tanta que num dado momento, o Superego explodiu e tentou exercer sua
autoridade jogando um Código Civil na cara do Id. O tempo fechou. O Ego comprou a briga e
partiu pra cima do Superego com a Psicopatologia da Vida Cotidiana. Este revidou com um
Tratado de Direito da Família. O Ego se defendeu com Medo à Liberdade de Fromm. O Superego
contra-atacou com o Código Penal. O Id ia passando a mão num Eros e Civilização do Marcuse
quando o pai chegou e apartou os três. Foi então que aconteceu o inesperado. O pai apanhou o
binóculo, focou a mulher e ficou branco: “ Meu Deus...Não pode ser. É ela!”. “Ela quem?”,
perguntaram todos, ao mesmo tempo. “a Libido, meus filhos. Outra filha minha...irmão de
vocês...”, disse o professor, desolado. E caiu no divã.
Naquele momento pela primeira vez, todos sentiram, ao mesmo tempo, um estranho desejo de
matar o pai.
5 - RELAÇÕES INTERPESSOAIS
O trabalhador deve falar e agir em termos de grupo, criando linhas de consulta com todos os
envolvidos e até mesmo procurando envolvê-los no processo decisório.
Não se deseja que todos se tornem psicólogos, mas é preciso ter sensibilidade para perceber
que os indivíduos têm sua auto – imagem formada.
Atividade:
Discuta com seu grupo como você gostaria de ser tratado em seu ambiente de trabalho. Escute
os demais parceiros para comparar as diferenças individuais.
RELACIONAR-SE SIGNIFICA:
saber ouvir;
compreender que todos podem ensinar algo;
dizer não, sem diminuir a outra pessoa;
saber elogiar e reconhecer a competência de alguém;
saber perdoar e não se eleger como dono da verdade;
não ter ressentimento armazenado;
fazer parceria com o outro, crescer e evoluir juntos;
enxergar as qualidades e não ver somente os defeitos.
Saber Escutar
Segundo o filósofo grego Epíteto nascemos com dois ouvidos e apenas uma boca para
que possamos ouvir mais do que falamos.
Quando ouvimos com atenção o que o outro, conseguimos a simpatia do outro indivíduo, e
ainda obtemos uma série de informações que ajudam a resolver a diversidade de problemas e de
situações que surgem nos âmbitos pessoal e profissional.
OUVIR: Significa o funcionamento normal dos órgãos da audição. Entender (os sons) pelo
sentido da audição.
ESCUTAR: Tornar-se ou estar atento para ouvir de forma aberta. Aplicar o ouvido para
perceber.
As dificuldades que se apresentam no dia a dia e seus impactos na produtividade fazem com
que cada vez mais as empresas busquem alternativas que harmonizem seus componentes,
integrando esforços, conciliando as energias, conhecimentos, valores e experiências em prol da
sinergia (é o esforço conjunto de energias em prol do atingimento de metas comuns. É a sincronia
de energia).
6 - JANELA DE JOHARI
Apesar de criado em 1961, o quadro de inter-relacionamento idealizado por Joseph Luft e
Hary Ingham, elaborado para demonstrar os processos de inter-relações que ocorrem em um
ambiente grupal, continua sendo fonte de referência na interpretação da dinâmica interpessoal nas
organizações.
A janela aparece em quatro quadrantes, cuja ênfase em um deles determina um estilo de
contato com o grupo.
I II
Conhecidos pelos outros EU EU
ABERTO CEGO
III IV
Não conhecido pelos outros EU EU
SECRETO DESCONHECIDO
Para entender a Janela de JOHARI, perceba que existem 4 áreas devidamente identificados
por área I, área II, área III e área IV.
A área I (eu aberto) refere-se àquela parte de nosso comportamento facilmente observável
pelo grupo, ou seja, que todos percebem.
A área II (eu cego) representa a parte de nossas características facilmente detectadas pelos
outros da qual, normalmente, não tomamos conhecimento. Referem-se às nossas reações,
reconhecidas pelos outros e desconhecidas por nós.
A área III (eu secreto) simboliza a parte de nossos sentimentos e comportamentos que
conhecemos e escondemos dos outros.
A área IV (o eu desconhecido) inclui aspectos que nem nós nem os outros conhecem. São
memórias traumas de infância e outros valores inconscientes.
A partir da análise de cada área, responda:
E
EU
DESCONHECIDO
EU
SECRETO
E EU
CEGO
O indivíduo deste estilo utiliza intensamente o processo de auto-exposição sem solicitar com
muita frequência o "feedback". Sua participação no grupo é significativa e atuante, prestando
informações, mas solicitando pouco. Relata às pessoas seus pensamentos em relação a elas expressa
claramente sua posição no grupo, podendo criticar freqüentemente a todos, na convicção pessoal de
que está utilizando franqueza, honestidade e da crítica construtiva.
Este estilo possui a tendência da conservação a ampliação do eu cego em função dos demais
omitirem informações importantes ou dar “feedback” parcial, colaborando para que a pessoa
mantenha seus comportamentos.
E
EU
ABERTO
Este estilo caracteriza-se pela utilização harmoniosa entre a busca de “feedback” e de auto
exposição, permitindo a franqueza e empatia pelas necessidades dos outros. O comportamento da
pessoa, em sua maior parte, é transparente e aberto em relação ao grupo, provocando menos erros
de interpretação por parte dos outros.
“Se quisermos melhorar o mundo, temos que mudar nosso estado interior”.
“Uma organização não pode ser diferente das relações interpessoais e interdepartamentais. As
relações simplesmente refletem o estado de cada pessoa”.
8.1 - Motivação:
8.2 - Comunicação:
8.4 – Relacionamentos:
8.5 – Liderança:
A análise das inter relações entre esses componentes vai determinar o tipo de funcionamento do
grupo. É bom lembrar que grupos onde a liderança centraliza o poder gera insegurança nos
liderados, desencadeando sentimentos de insegurança e desagregação. O poder decisório
centralizado também é um gerador de falta de comprometimento com os resultados finais, pois a
decisão foi unilateral e não participativa.
O que se espera é sincronia entre os componentes, propiciando a interação do grupo, a coesão e
sentimentos de solidariedade, caso contrário, gera-se conflito interpessoal.
9 - CONFLITO INTERPESSOAL
A formação de cada um, difere entre si, na maneira de perceber o mundo, na forma de sentir,
pensar e agir.
Isso deve-se as diferenças de formação de valores que o indivíduo adquire através do
contexto social o qual ele está inserido, bem como das experiências passadas, família, escola,
amigos...
As diferenças individuais são, portanto, inevitáveis e geram conseqüências na dinâmica
interpessoal.
os fatores subjacentes
estágio de evolução..
A natureza das divergências está relacionada aos fatos considerados pelas diferentes pessoas,
cujas informações decorrem de diferentes origens, fruto de educação e formação diferenciada,
definições diversas do problema ou situação, aceitação ou rejeição de dados relevantes etc.
O conflito também tem relação com os objetivos, considerando pela pessoa como desejáveis ou
indesejáveis, trazendo divergências quanto aos resultados desejados.
Conseqüentemente, surgem discordâncias referentes a técnicas e estratégias quanto à melhor
maneira de alcançar um objetivo comum. Também auxiliam a ocorrência das diferenças individuais,
a formação de valores, considerações morais quanto ao relacionamento grupal, concepções sobre
justiça, poder, igualdade social, julgamentos éticos, etc.
As diferença quanto aos valores influenciam, normalmente, a triagem de objetivos e seus
métodos de consecução. Geralmente as discussões se prolongam e a confusão aumenta quando as
pessoas não sabem exatamente a natureza do problema sobre o qual discordam de forma tão
veemente.
Uma vez estabelecida a fonte das diferenças, convém verificar os fatores paralelos às diferenças,
os quais abrangem, principalmente, as informações e as percepções.
A diferente forma de acesso às informações resulta em pontos de vista diferenciados, como
conta a lenda dos seis cegos que examinaram partes diferentes do elefante e chegaram a conclusões
distintas e por isso discordam, violentamente, sobre a natureza global do elefante. Cada um tinha
suas razões fundamentais, mas nenhum deles tinha razão quanto ao todo (elefante ou situação –
problema).
Os mesmos estímulos ou informações, entretanto, podem produzir percepções diferentes,
levando a interpretações e conclusões totalmente diferenciadas. Estudos experimentais têm
demostrado que a percepção é um processo seletivo em que a pessoa atua ativamente, captando e
organizando os estímulos conforme suas necessidades momentâneas, experiências anteriores,
atitudes, valores, fatores fisiológicos e outros, ao invés de uma simples entrada e registro das
energias do ambiente.
O papel social, a posição do grupo no contexto em que atua e o status social influenciam
diretamente atitudes das pessoas diante das situações, determinando pressões para assumir uma
certa posição, opinião e ação.
As divergências interpessoais passam geralmente por cinco etapas, eu apresentam dificuldades
crescentes para a resolução:
Procurar compor grupos mais homogêneos, com maior afinidade de pontos de vista, valores,
metas, métodos, etc. Geralmente ocorre, em parte, quando o superior (executivo gerente, chefe,
coordenador) escolhe seu grupo de trabalho. Além disso, o líder pode exercer controle sobre as
relações interpessoais de seus liderados, separando indivíduos agressivos ou divergentes no
planejamento de tarefas, evitando assuntos controversos nas reuniões de trabalho, manipulando,
enfim, as condições ambientais físicas e sociais.
Em algumas organizações, esta é uma forma útil de resolução (ou prevenção) de conflitos,
pois reforça um clima favorável, condizente com os objetivos e a cultura organizacional. Tudo é
feito para não haver tensões consideradas prejudiciais ao trabalho, à produtividade e ao
relacionamento pessoal harmonioso.
Alguns administradores e estudiosos da área comportamental, porém, discordam desta
tendência à homogeneização do grupo. O risco desta adoção é a redução e até a extinção da
criatividade, pois novas idéias vão aparecendo menos freqüentemente, as velhas idéias continuam
indefinidamente sem re-exame, sem testagem, uma vez que são consideradas como válidas e não
passíveis de discussão.
Em contato com muitas empresas durante consultoria, percebemos que algumas delas
operam no estilo à la GABRIELA, ou seja, eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim,
vou ser sempre assim....
Muitos autores acreditam ser improdutivo tentar suprimir os conflitos pelo fato de os
mesmos serem inerentes à condição humana. O homem trava diariamente um conflito consigo
próprio ao tentar superar-se em perfeição. Uma saudável insatisfação é mola propulsora para o
crescimento, cujo processo evolutivo pressupõe crises decorrentes de situações conflituosas.
O conflito é algo inerente ao grupo tornado-se favorável ao ser bem administrado, dele
resultando inovações, novas oportunidades de crescimento, enriquecimento pessoal e
organizacional, expansão e vitalidade auto - sustentadas. Cria-se o clima de estímulo à criatividade
e à produtividade.
Apesar de o conflito ser até mesmo desejável, enquanto estiver ligado a sentimentos de auto
– superação, traz em si alto grau de periculosidade. A tendência em evitar-se o conflito, procurando
contorná-lo ou simplesmente ignorá-lo pode ser considerada como atitude derrotista, pois a omissão
tende a agravá-lo. Isso explica tantas explosões inexplicáveis dentro das organizações.
Relacionamento tenso, mascarado e ironia são indicadores habituais de um clima conflituoso, mais
ou menos esmorecido por conveniências organizacionais de boa convivência.
Conflitos não administrados levam a organização ao processo de declínio administrativo.
Como a sociedade moderna vive sob a égide das grandes invenções e transformações, é fácil
entender que as situações de mudança podem ser geradoras de conflitos.
A análise do conflito, se não orientada por um questionamento crítico adequado, pode
desencadear clima vicioso, em que as crises se sucedem, pois não se interpelam e interpretam as
causas, limitando-se aos sintomas. As responsabilidades não são assumidas, transferem-se
culpabilidades, num discurso arrasador que induz à relação segmentária que imputa à administração
a existência e vencedores e derrotados.
O que aparece sendo a causa principal do conflito é a frustração. Vendo seus anseios
bloqueados, o indivíduo tende a responder agressivamente, de modo manifesto ou não. A
desmotivação se apresenta materializada em atitudes de apatia e ineficiência. O frustrado tende a
buscar explicações que justifiquem seu comportamento, utilizando mecanismos de defesa de
racionalização 9atribuir culpas aos outros). Isto alivia sua consciência, mas, por ser uma atitude não
trabalhada emocionalmente, leva-o fenômeno psicológico da regressão (atitudes imaturas e infantis)
que o mais vulnerável a situações conflituosas.
Uma outra característica marcante de uma organização visivelmente conflituosa é a
freqüência com que os conflitos pessoais ocorrem.
Desta situação (excesso de conflitos), resulta clima ostensivamente negativo, competitivo,
predatório, possibilitando a desarticulação das lideranças e de todo o sistema de autoridade. Muitas
organizações julgam ser produtivo incentivar o conflito e o fazem, programando campanhas de
produtividade sem definições éticas.
Existe também o conflito funcional, que se desenvolve no plano das idéias e de ideais,
possibilitando um processo de comunicação, criatividade e renovação. Nesse sentido, conflito pode
ser entendido como um processo educacional voltado à reciclagem de conceitos, atitudes e
comportamentos.
No passado, o conflito era um elemento indesejável, suprimido à força ou simplesmente
ignorado.
Com o surgimento das teorias comportamentais e das escolas administrativas voltadas às
relações humanas, o conflito passou a ser compreendido como uma força integrativa, onde á
analisado até quando bem administrado, como uma necessidade no estimula ao crescimento e às
inovações.
Sua administração é umas das maiores responsabilidades dos administradores.
A força construtiva ou destrutiva do conflito deriva de sua motivação e do clima existente
nas organizações. Deve-se avaliar até que ponto o conflito está centrando nas pessoas com suas
diferenças básicas de percepção do problema ou está centrado nas idéias. Deve-se avaliar, também,
se o foco fundamenta-se em posições individualistas ou a um apego ao conservadorismo estéril que
conduz à “mesmice”.
A tradição educacional, encontrada como reforço na figura dos pais, educadores entre outras
autoridades, estimulou a busca constante do anticonflito, na paz e tranqüilidade. Qualquer
perturbação da ordem vigente, caracterizada por questionamentos e quebra da harmonia eram vistos
como indesejáveis e, como tal, devidamente suprimidos. Resultam, desse modo, a resistência à
mudança, a reação à criatividade, a luta por manter imutáveis situações estabelecidas. Por não se
querer perturbações e intranqüilidade cria-se, contraditoriamente, o permanente estado de
insatisfação contida e estéril.
A administração autocrática aparece de forma incisiva neste cenário ao estabelecer sistemas
de poder, organogramas com hierarquias inflexíveis e critérios de promoção e premiação ligados à
obediência e ao respeito à autoridade com normas que visem à total eliminação de qualquer
manifestação conflituosa.
Contra essa colocação imobilista colocam-se hoje os cientistas sociais e com eles os
políticos, ao abordarem a necessidade de conflito funcional, aquele cujo efeito nas organizações é
positivo, contribuindo para a melhoria de objetivos e resultados. Resultando numa maior
produtividade do grupo.
O pressuposto dessa corrente administrativa fundamenta-se na insatisfação sadia como
motivo de mudança e esta, como necessária à sobrevivência a ao crescimento. São os conflitos
funcionais que provocam transformações, progresso e desenvolvimento.
A superação do conflito exige dos administradores habilidade tática e política para a
condução e uso correto do poder, ao administrador as inevitáveis crises.
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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Psicologia e Ética Profissional
Encontramos como aspectos sintomáticos mais preocupantes os conflitos latentes, que não
tendo oportunidade de serem explicitados, tornam-se mascarados e acabam por deteriorar o clima
organizacional. As pessoas, segregadas por ressentimentos, indiferenças, negativismo, alienação ou
agressividade.
Impera o individualismo, cada qual voltado para seus interesses exclusivistas da tarefa que
realiza, sem avaliar o resultado global da empresa. Nesta configuração fragmentária e comum
surgirem os feudos setoriais.
Não havendo trabalho em equipe, não se desenvolve a massa crítica e, por conseguinte, a
ausência de ações adequadas à promoção de mudanças. A falta de interatividade interna leva a
atuações incoerentes, assistemáticas, improvisadas e freqüentemente deslocadas das necessidades
dos clientes. Age-se sob pressão, na linha puramente corretiva, negligenciando-se a pró ação.
Buscam-se ajustamentos críticos, não adaptações inovadoras, como seria o desejável numa situação
normal de diagnóstico e intervenção. Um clima conflituoso e competitivo promove no nível
gerencial uma carência de percepção das necessidades de mudanças e visão estratégica para
oferecer respostas prontas e eficazes.
Administrar conflitos é função essencial da gerência – líder. Para tanto contribui uma visão
global – estratégica da empresa, seu conhecimento da realidade humana e sua vontade de lidar
harmonicamente com as pessoas, motivando, avaliando, delegando autoridade e promovendo o
desenvolvimento contínuo da equipe.
Atividade
Em grupo discuta a afirmação: “é possível conseguir resultados positivos à partir de conflitos
grupais”.
10 – ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS
10.1 – Conflito:
É um processo que se inicia quando uma das partes – seja indivíduo ou grupo - em interação
percebe que a outra frustrou ou está por frustrar suas necessidades ou objetivos.
É um processo que tem início quando uma das partes percebe que a outra parte afeta, ou pode
afetar, negativamente, alguma coisa que a primeira considera importante.
constitui uma interferência ativa ou passiva (mediante omissão), mas deliberada para
impor um bloqueio sobre a tentativa da outra parte de alcançar seus objetivos.
Engloba:
incompatibilidade de objetivos;
diferença de interpretação dos fatos;
desacordos baseados em expectativas de comportamento;
problemas pessoais;
falha de comunicação;
conflitos de “personalidade”;
pressão;
opiniões divergentes.
- Nível Interpessoal
- Nível Intergrupal
São conflitos que apoiam os objetivos do grupo ou funcionam como um catalizador para
atingir as metas, podendo gerar resultados positivos.
grande parte da energia criada pelo conflito é dirigida e gasta nele mesmo. Ganhar o
conflito passa a ser mais importante que o próprio trabalho;
Nenhuma das partes consegue lidar com a questão do conflito, quanto mais administrá-lo ou
resolvê-lo.
É a disposição de uma das partes em conflito de colocar os interesses do oponente antes dos
seus próprios.
Quando um assunto é mais importante para a outra pessoa do que para você;
Conflito Ganhar-Perder---Ganhar-Perder
(conciliação ou acordo))
Situação na qual cada uma das partes de um conflito está disposta a abrir mão de alguma coisa.
há uma disposição para aceitar uma solução do conflito que satisfaça apenas
parcialmenteos interesses de ambas as partes.
Para chegar a um consenso quando ambas as partes tem metas que competem entre si;
Para chegar a uma solução em circunstâncias difíceis ou sob pressões relativas a prazos
reduzidos;
uma das partes consegue o que quer às custas e exclusão dos desejos da outra parte;
é baseada no poder.
Em emergências ou diante de altos riscos, quando são necessários ações rápidas e decisivas;
Quando os pontos de vista das partes podem ser combinados para uma solução mais ampla;
Quando se tem vontade de resolver o conflito, buscando uma solução aceitável para todos;
A verdadeira solução do conflito só pode ocorrer quando forem identificadas as razões básicas
emocionais e substantivas, resultando numa solução que permita que as duas partes
conflitantes sejam vencedoras.
11 - STRESS (ESTRESSE)
Conceitos
Reação de adaptação do organismo à qualquer situação inesperada pela qual a pessoa passa que
é avaliada como ameaça natural ou algo que exige demais dela;
É o conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que
exige um esforço para adaptação;
É a soma das perturbações orgânicas e psíquicas provocadas por diversos agentes agressores
como emoções fortes, fadiga, exposição a situações conflitivas e problemáticas, suficientemente
persistentes.
Portanto:
leva à criatividade;
Negativo (distresse) - causa fortes emoções, o corpo sai do equilíbrio e fica exposto ao limite.
leva a uma postura mais pessimista e derrotista frente aos nossos problemas e desafios.
Fontes Internas – são os agentes estressores que vem de dentro de nós. São os pensamentos das
pessoas frente aos eventos do dia a dia, seu modo de ver o mundo, seu nível de assertividade,
suas crenças, seus valores, sua ansiedade e seu esquema de reação à vida.
Fontes Externas – são os agentes estressores que vem de fora de nós. Podem ser a realização de
um grande sonho, o divórcio, a morte ou o nascimento, ou qualquer outra coisa que aconteça e
venha a mobilizar o corpo e a mente.
Alerta – a pessoa fica alerta, atenta e o corpo com o metabolismo mais acelerado.
atuando sobre o agente estressor, a energia que o stress oferece pode ser usada com
proveito.
Resistência – se o agente estressor continuar atuando, o corpo fica desgastado pelo grande
consumo de energia que utiliza.
pode desenvolver problemas como dor de cabeça, gripes e resfriados constantes, dentre
outros.
doença como hipertensão arterial crônica, úlcera gástrica, diabetes, depressão, dentre
outras se instalam.
Sinais de stress:
Tendência de isolar-se/solidão;
Mau humor;
Desânimo;
Impotência;
Perda/aumento de apetite;
Dificuldade de concentração;
Baixa resistência imunológica;
Baixa estima;
Cansaço mental (dificuldade de assimilar ou elaborar idéias);
Grande nível de tensão;
Insegurança nas decisões;
Explosão fácil;
sentimento de frustração;
outros.
O stress relacionado ao trabalho é definido como aquelas situações onde a pessoa percebe o seu
ambiente de trabalho como ameaçador às suas necessidades de realização pessoal e
profissional e/ou à sua saúde física e mental, prejudicando a interação da pessoa com o
trabalho e com o ambiente de trabalho.
o trabalho contém demandas excessivas à pessoa ou;
sobrecarga de papéis – a pessoa possui um número de papéis que é sentido por ela
como excessivo.
Falta de perspectivas – um local onde falta boas perspectivas, a pessoa fica sem esperanças de
recompensas agradáveis, e isso leva ao estresse.
Mudanças devido à novas tecnologias – o estresse será variável, de acordo com as disposições
pessoais.
Ergonomia – ambientes hostis como temperatura, umidade do ar, acústica, exigência física e
postural, contato com agentes agressivos à saúde, atividades repetitivas, permanência exagerada
em atitudes cansativas podem levar ao estresse.
Indicadores do distress:
Individual
Queda da eficiência;
Ausências repetidas;
Insegurança nas decisões;
Irritabilidade constante;
Explosão fácil
Grande nível de tensão
Grupos
Empresa
Greves;
Ociosidade;
Atrasos constantes nos prazos;
Altas taxas de doenças;
Absenteísmo
Desrespeito;
Sabotagem;
Atrasos constantes dos prazos;
Baixo nível de esforço.
O distresse pode ocasionar:
Alimentação saudável
Relaxamento Psico-Somático
Atividade Física
12 - PSICOLOGIA E ENFERMAGEM
Sendo a psicologia a ciência que estuda o comportamento humano em seus mais variados
aspectos; possui um conjunto sistematizado de conhecimentos adquiridos, surgidos da necessidade
sentida pelos homens de compreenderem a si mesmos e a sua relação “no” mundo e “com” o
mundo. Quando o homem se relaciona expressa sensações, idéias, emoções, motivações, impulsos,
demonstrando como é e, ao mesmo tempo, recebe estas informações de outras pessoas. A psicologia
se aplica a todas as profissões cuja matéria prima é o ser humano , princip0almente quando se trata
do cuidado e recuperação de sua saúde.
Sendo o objetivo maior da Enfermagem prestar serviço técnico / científico ao ser humano
enfermo, entre outras atividades, não se pode deixar de lado o aspecto humano, emocional e
relacional do mesmo. O profissional da saúde mantém-se atento ao sofrimento causado por qualquer
enfermidade e pode perceber reações emocionais diferentes em seu paciente e em si mesmo em
virtude do estado e das condições nas quais se encontram. Para que estas reações emocionais
possam ser mais bem compreendidas, é necessário subsídios de outros campos da atividade
científica.
A Psicologia aplicada à área de saúde auxiliará o aluno no despertar para uma reflexão
sobre os aspectos psicológicos relacionados a dor, ao sofrimento, as perdas, a doença, a invalidez e
a morte. Desta maneira o futuro profissional de Enfermagem aperfeiçoara seu trabalho, podendo
compreender a pessoa que necessita de seus cuidados como um ser relacional, provido de uma
história pessoal, valores, crenças, emoções e sensibilidade e não apenas como um órgão ou conjunto
de órgãos a ser radiografado.
13 - DIREITOS DO PACIENTE
Durante consultas, exames e internações todo cidadão tem direitos que precisam ser
respeitados. As principais bases destes direitos estão na Constituição da República Federativa
do Brasil de 1988, no Código de Ética Médica, no Estatuto da Criança e do Adolescente, na
Declaração Universal dos Direitos Humanos, em Leis Federais e Estaduais e em Portarias do
Ministério da Saúde. Observe a legenda abaixo e veja seus direitos (os direitos dos portadores
de HIV/AIDS estão descritos no capítulo “Doenças Sexualmente Transmissíveis”deste Guia
SUS).
• DUDH – Declaração Universal dos Direitos Humanos
• CRFB – Constituição da República Federativa do Brasil
• CEM – Código de Ética Médica
• ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
• Lei 8112/ 90 – Responsabilidade do Servidor Público
• Lei Estadual 2472/95
• Lei Estadual 2828/97
• PT – MS - Portaria do Ministério da Saúde
14 – HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
A Enfermagem é uma profissão desenvolvida através dos séculos e que sempre teve como base três
elementos principais:
1) O Espírito de serviço, também compreendido como ideal profissional, condição essencial para
se atingir elevado grau na proposta de cuidar de doentes e preservação da saúde.
2) A Arte, definida pela habilidade em desenvolver as técnicas de enfermagem e em promover
conforto físico e moral do doente.
3) A Ciência, aperfeiçoamento dos conhecimentos através das ações empíricas, sempre buscando o
crescimento da categoria e o aumento da qualidade dos serviços prestados.
A História da Enfermagem pode ser dividida em quatro períodos que vão desde a era antes de
Cristo até a atualidade.
1) A direção da escola deveria ser exercida por uma Enfermeira, e não mais por um médico o que
era muito comum nos poucos cursos ministrados em hospitais.
2) O ensino deveria ser metódico e não ocasional através da prática.
3) A seleção das candidatas deveria ser feita do ponto de vista físico, moral, intelectual e por
aptidão profissional.
Estes critérios fizeram com que as moças educadas de família cultas, começassem a procurar e a se
dedicar a essa profissão, tornando-a uma profissão bem honrada e bem vista pela sociedade.
A Enfermagem foi evoluindo ao longo dos tempos, quebrando conceitos e preconceitos, rompendo
tabus, foi cada vez mais se aperfeiçoando até tornar-se hoje uma profissão de nível médio ao
superior, mas ainda esbarramos nestes preconceitos e tabus da nossa sociedade, cabe a cada
profissional desta área impor-se de maneira a demonstrar que detém o conhecimento e formação
teórico-prática para que todos sejam respeitados como profissionais dignos e de extrema
importância dentro da sociedade.
Compete ao COFEN:
instalar os CORENs
elaborar o código de ética e alterá-lo, quando necessário
dirimir as dúvidas
julgar recursos provenientes dos CORENs
Escola Info Jardins 42
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Psicologia e Ética Profissional
Referente ao COREN:
sede localizada na capital do estado
terá, no máximo, 21 membros e igual número de suplentes, na proporção de 3/5 de enfermeiros
e 2/5 dos demais profissionais
o número de membros sempre será ímpar, e a sua fixação será feita pelo Conselho Federal, em
proporção ao número de profissionais inscritos
eleição por voto secreto e obrigatório
ao eleitor que, sem justa causa, deixar de votar nas eleições, será aplicada multa correspondente
ao valor da anuidade
mandato de 3 anos, admitida uma reeleição
a receita será de: ¾ da taxa de expedição das carteiras profissionais, ¾ das multas, ¾ das
anuidades, doações.
Compete ao COREN:
deliberar inscrição e cancelamento de profissionais
disciplinar e fiscalizar o exercício profissional
fazer executar as instruções do COFEN
conhecer e decidir os assuntos referentes a ética
aplicar penalidades
expedir a carteira profissional
zelar pelo bom conceito da profissão e dos que a exerçem
propor ao COFEN medidas visando a melhoria do exercício profissional
Ser modesto em suas atividades e palavras, evitando qualquer palavra crítica ou calúnia.
Revelação do Segredo
1) Direta - revelar conteúdo e dono.
2) Indireta - quando se oferece possibilidades de descobrir o segredo.
e saúde;
17 – BIOÉTICA
18 – LEGISLAÇÃO
Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem,
e dá outras providências
O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o Art. 81, item III, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no Art. 25 da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986,
Decreta:
Art. 1º - O exercício da atividade de Enfermagem, observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25
de junho de 1986, e respeitados os graus de habilitação, é privativo de Enfermeiro, Técnico de
Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiro e só será permitido ao profissional inscrito no
Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região.
Art. 2º - As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade de Enfermagem no seu
planejamento e programação.
Art. 3º - A prescrição da assistência de Enfermagem é parte integrante do programa de
Enfermagem.
Art. 4º - São Enfermeiros:
I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei;
II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, conferidos nos
termos da lei;
III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de
Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as
respectivas leis, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil
como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;
IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiveram título de Enfermeira conforme
o disposto na letra "d" do Art. 3º. do Decreto-lei Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961.
Art. 5º. São técnicos de Enfermagem:
I - o titular do diploma ou do certificado de técnico de Enfermagem, expedido de acordo com a
legislação e registrado no órgão competente;
II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro,
registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de
técnico de Enfermagem.
Art. 6º São Auxiliares de Enfermagem:
I - o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituição de ensino, nos
termos da Lei e registrado no órgão competente;
II - o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho de 1956;
III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o item III do Art. 2º. da Lei nº 2.604, de 17
de setembro de1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;
IV - o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem, expedido até 1964
pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por
órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Federação, nos termos do Decreto-lei nº
23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº
3.640, de 10 de outubro de 1959;
V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do Decreto-lei nº 299, de 28
de fevereiro de 1967;
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do
país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como
certificado de Auxiliar de Enfermagem.
Art. 7º - São Parteiros:
I - o titular de certificado previsto no Art. 1º do nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o
disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
II - o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou equivalente, conferido por escola ou curso
estrangeiro, segundo as respectivas leis, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado
no Brasil, até 26 de junho de1988, como certificado de Parteiro.
Art. 8º - Ao enfermeiro incumbe:
I - privativamente:
a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública
ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas
empresas prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de
Enfermagem;
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem;
e) consulta de Enfermagem;
f) prescrição da assistência de Enfermagem;
g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida;
h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos
adequados e capacidade de tomar decisões imediatas;
II - como integrante da equipe de saúde:
a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde;
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde;
CAPÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 2º - O profissional de Enfermagem participa, como integrante da sociedade, das ações que
visem satisfazer às necessidades de saúde da população.
Art. 3º - O profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos da pessoa humana,
em todo o seu ciclo vital, sem discriminação de qualquer natureza.
Art. 4º - O profissional de Enfermagem exerce suas atividades com justiça, competência,
responsabilidade e honestidade.
Art. 5º - O profissional de Enfermagem presta assistência a saúde visando a promoção do ser
humano como um todo.
Art. 6º - O profissional de Enfermagem exerce a profissão com autonomia, respeitando os preceitos
legais da Enfermagem.
CAPÍTULO II
Dos Direitos
Art. 7º - Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência legal.
Art. 8º - Ser informado sobre o diagnóstico provisório ou definitivo de todos os clientes que
estejam sob sua assistência.
Art. 9º - Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando impedido de cumprir o presente
Código e a Lei do Exercício Profissional.
Art. 10 - Participar de movimentos reivindicatórios por melhores condições de assistência, de
trabalho e remuneração.
Art. 11 - Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a instituição pública ou
privada para a qual trabalhe não oferecer condições mínimas para o exercício profissional,
ressalvadas as situações de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente sua decisão
ao Conselho Regional de Enfermagem.
Parágrafo único - Ao cliente sob sua responsabilidade, deve ser garantida a continuidade da
assistência de Enfermagem.
Art. 12 - Receber salários ou honorários pelo seu trabalho que deverá corresponder, no mínimo, ao
fixado por legislação específica.
Art. 13 - Associar-se, exercer cargos e participar das atividades de entidades de classe.
Art. 70 - Denegrir a imagem do colega e/ou de outro membro da equipe de saúde, de entidade de
classe e/ou de instituição onde trabalha.
CAPÍTULO VI
Dos Deveres Disciplinares
Art. 71 - Cumprir as normas dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem.
Art. 72 - Atender às convocações dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem, no prazo
determinado.
Art. 73 - Facilitar a fiscalização do exercício profissional.
Art. 74 - Manter-se regularizado com suas obrigações financeiras com o Conselho Regional de
Enfermagem.
Art. 75 - Apor o número de inscrição do Conselho Regional de Enfermagem em sua assinatura,
quando no exercício profissional.
Art. 76 - Facilitar a participação dos profissionais de Enfermagem no desempenho de atividades
nos órgãos de classe.
Art. 77 - Facilitar o desenvolvimento das atividades de ensino e pesquisa, devidamente aprovadas.
Art. 78 - Não apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer bem imóvel, público ou particular de que
tenha posse, em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou de outrem.
Capítulo VII
Das Infrações e Penalidades
Art. 79 - A caracterização das infrações éticas e disciplinares e a aplicação das respectivas
penalidades regem-se por este Código, sem prejuízo das sanções previstas em outros dispositivos
legais.
Art. 80 - Considera-se infração ética a ação, omissão ou conivência que implique em desobediência
e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.
Art. 81 - Considera-se infração disciplinar a inobservância das normas dos Conselhos Federal e
Regionais de Enfermagem.
Art. 82 - Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua prática, ou dela obtiver
benefício, quando cometida por outrem.
Art. 83 - A gravidade da infração é caracterizada através da análise dos fatos e causas do dano, suas
conseqüências e dos antecedentes do infrator.
Art. 84 - A infração é apurada em processo instaurado e conduzido nos termos deste Código.
Art. 85 - As penalidades a serem impostas pelos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem,
conforme o que determina o Art. 18, da Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, são as seguintes:
I - Advertência verbal.
II - Multa.
III - Censura.
IV - Suspensão do exercício profissional.
Art. 99 - O presente Código entrará em vigor na data de sua publicação, revogando os demais
disposições em contrário.
Resolução COFEN-240/2000
Aprova o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e dá outras providências.
O Conselho Federal de Enfermagem-COFEN, no uso de suas atribuições legais e regimentais;
CONSIDERANDO a Lei nº 5.905/73, em seu artigo 8º, inciso III;
CONSIDERANDO o resultado dos estudos originários de seminários realizados pelo COFEN com
participação dos diversos segmentos da profissão;
CONSIDERANDO o que consta dos PADs COFEN nºs 83/91, 179/91, 45/92 e 119/92;
CONSIDERANDO a deliberação do Plenário em sua 288ª Reunião Ordinária;
RESOLVE:
Art. 1º - Fica aprovado o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, para aplicação na
jurisdição de todos os Conselhos de Enfermagem.
Art. 2º - Todos os profissionais de Enfermagem poderão conhecer o inteiro teor do presente
Código, bastando para tanto, requerê-lo no Conselho Regional de Enfermagem do Estado onde
exerce suas atividades.
Art. 3º - Aplicam-se aos Atendentes de Enfermagem e assemelhados que exercem atividades na
área de Enfermagem, todos os preceitos contidos no Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem.
Art. 4º - Este ato resolucional entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se as
disposições em contrário, em especial, as Resoluções COFEN-160/93, 161/93 e 201/97.
19.1) Aborto
O elevado número de abortos provocados anualmente, calculados em torno de 50
milhões,
pode dar impressão de uma reflexão inútil ,e essa conclusão parece se reforçar quando atentamos
para outros aspectos: muitos abortos apresentam a aparência de uma fatalidade irremediável devido
aos gravíssimos problemas que os originaram; nessa questão, abundam as posições unilaterais e
redutivas, a manipulação de dados, os interesses camuflados, as intransigências e os ataques
pessoais. Se a isso acrescentarmos a carga efetiva , o caráter angustioso e a dimensão inconsciente
em que, como resultado, o aborto se vê envolvido, pode se compreender melhor ainda a dificuldade
de dar uma opinião que, levando em conta as múltiplas implicações do tema, sirva a um diálogo
construtivo e a uma melhor defesa da vida. No entanto, vamos dar alguns tópicos.
19.1.1) Definição:
O aborto é a expulsão de um produto de concepção antes que ele seja viável.
O aborto á embrionário antes de 3 meses, fetal até o sétimo mês.
19.1.2) Classificação:
– aquele que acontece por causas naturais;
ocado – aquele que acontece pela intervenção especial do homem.
As causas que estão na origem da provocação do aborto costumam ser chamadas de “indicações”:
a) indicação eugenica (= aborto eugenico) se o aborto é provocado para livrar-se de um feto com
taras (mal formações);
b) indicação médica ou terapêutica(= aborto terapêutico), se a causa for salvaguardar a vida ou a
saúde da mãe;
c) indicação social (= aborto com controle de natalidade) se interrompe a gravidez para não arcar
com a carga social e econômica que comporta;
d) indicação ética (= aborto falsamente ético), se com a interrupção da gravidez se pretende por um
aplicativo ao erro moral ou eliminar uma desonra social.
19.2 ) Legislação:
O artigo 158 do código penal admite o aborto:
da da mãe esta em perigo;
Apresentamos 3 tópicos:
I – Definição de morte
II – Direitos do paciente terminal
III – Atitudes de fronte a morte e o morrer (relação e ajuda)
atender sem necessidade a vida vegetaviva de um paciente, arruinam sua família e desacreditam
os médicos.
II. Os programas de transplantes exigem órgãos íntegros e hígidos para o seu sucesso e
funcionantes por ocasião da morte encefálica. Cabe ao médico em geral e ao neurologista em
particular, a difícil tarefa de decidir se determinado paciente, a despeito dos recursos
disponíveis, apresenta ou não cessação irreversível da atividade encefálica. É interessante
assinalar que alguns autores consideram a morte como um processo e não como um evento, e
portanto, não pode ser determinada como ocorrendo em um momento específico. Por isso talvez
seja mais correto estabelecer os critérios em que a morte ocorreu.
O cérebro pode ser deprimido por drogas até de níveis afuncionais, não perdendo entretanto
a capacidade de recuperação como por exemplo em anestesia. Em muitos centros
neurotraumatológicos se usa rotineiramente, em caso de contusão grave, o coma barbitúrico
iatrogênico, e o paciente nestas condições apresenta-se arreativo e com traçado
eletroncefalográfico isoelétrico. Acredita-se que hipotermia possa reproduzir este mesmo
quadro. Na grande maioria dos centros que utilizam órgãos de cadáver para finalidade
terapêutica se teve o cuidado de estabelecer as regras para definir morte encefálica. Estas regras
são variáveis de centro para centro, desde conceito puramente único, até critérios mais
sofisticados utilizando além de dados de ordem clínica, dados de exames subsidiários. Por estes
motivos, sentiu-se a necessidade de definir oficialmente o critério de morte encefálica. Em todo
paciente com traumatismo cranioencefálico ou com graves problemas neurológicos clínicos, o
diagnóstico de morte encefálica deverá basear-se nos seguintes critérios:
a) Paciente em coma arreatico e aperceptivo por mais de 6 horas de observação, tendo sido
excluídas condições de hipotermia e de uso de drogas depressoras do Sistema Nervoso Central.
b) O Conceito clínico de morte encefálica deve ser respaldado por um exame complementar que
demonstre inequivocamente ausência de atividade cerebral ou ausência de perfusão sanguínea
cerebral. Em nossas condições atuais pode-se utilizar para isso o eletroencefalograma ou a
arteriografia cerebral, ou ainda medidas de fluxo sanguíneo cerebral mediante o emprego de
radioisotopos. Preenchidas as condições acima, a declaração de morte encefálica deverá
necessariamente ser assinada por um médico representante da Diretoria Clínica além do
neurologista clínico ou do neuro cirurgião responsável pela avaliação.
a) Considerações gerais:
Desde os primórdios da história, o homem se preocupa com a morte. Esta preocupação se
caracterizou principalmente pelo sentimento de medo. A morte é o mais antigo e temido inimigo da
humanidade.
O conceito de imortalidade presente desde o homem primitivo, hoje ajuda o ser humano no
esforço de enfrentar a morte. Aproximadamente 80% das pessoas atualmente morrem em hospitais
(U.T.I) ou outras instituições como oposição de morrer em casa. A morte é inevitável, é somente
uma questão de tempo.
Doenças ameaçadoras da vida como o câncer, são freqüentemente vistas pelo paciente como
catastróficas, e podem levá-lo a passar por estágios semelhantes aqueles da pessoa que está
morrendo.
Se a morte é uma companheira constante na vida do homem, ele tem a chance de viver sua
vida e não simplesmente passar por ela.
Aqueles que têm mais medo de morrer são os que não viveram. Muitas pessoas morrem sem
terem a oportunidade de resolver assuntos pendentes.
Recentemente, descobertas clínicas apóiam e encoraja a revelação sincera, desde os estágios
iniciais da doença terminal a pessoa que esteja morrendo (dying person).
Religião não é a única necessidade da pessoa que esta morrendo.
Negação, isolamento e rejeição são o que o paciente terminal mais teme. O cuidado
adequado ao paciente terminal pode resultar numa morte com paz e dignidade.
Negação:
“Não, não é verdade”. Não pode ser.
Reação típica quando o paciente descobre que ele(a) está morrendo:
“Devem ter trocado o raio X”.
Ódio e Raiva:
Por que eu? Por que isso aconteceu comigo?
Ressentimento porque os outros podem viver e ele (a) não. Deus geralmente é alvo da raiva como
sendo a origem da sentença de morte.
Barganha: “Sim, eu, mas...”. Trégua temporária caracteriza-se por um período de oração. Segue o
instinto humano de que o bom comportamento será recompensado. Isto é uma tentativa para adiar
os acontecimentos. Freqüentemente o paciente , se auto impõe um prazo final.
Depressão: Aceitação do fato seguido de dor pelas perdas passadas, erros cometidos, coisas
materiais deixadas incompletas. Um estágio de sofrimento caracterizado pelo desejo de ficar
sozinho, diminui o interesse por pessoas e fatos.
Aceitação: Um estágio que sempre tem sentimentos fortes caracterizado pela relutância da parte do
paciente terminal de ver pessoas. Esta é a ocasião em que a família precisa de paz, ajuda e atenção.
Um estado de paz e despreocupação caracteriza o paciente terminal.
OBS: Estes estágios não são absolutos uma vez que nem todas as pessoas passam por todos eles na
seqüência ou ritmo esperado. Observamos, no entanto, que quando usado com flexibilidade e
criatividade este paradigma pode ser uma ferramenta para entender o comportamento do Paciente
Terminal.
(cf. Dr. Elisabeth Kubler Ross, sobre a morte e o morrer)
20 – SUICÍDIO
ão
20.2 ) Os sobreviventes
apoio.
Todos esses esforços filosóficos para criar uma base ética contra o suicídio não demonstram
a sua imortalidade absoluta em qualquer situação.
Dentro do cristianismo e a partir de uma perspectiva religiosa, já se justificou a condenação
absoluta do suicídio com base no mandamento de não matar, O “não mataras” tal como aparece na
Bíblia, não apresenta qualquer referência em relação ao suicídio, muito embora posteriormente a
tradição cristã tenha recorrido a essa proibição querendo incluir também o suicídio.
Santo Tomas e, com ele, os autores católicos basearam a imortalidade do suicídio em uma
tripla razão:
21 – EUTANÁSIA
21.1) Preliminar
A eutanásia (juntamente com suicídio e o aborto) está entre aqueles problemas que retornam
sempre a tona nas discussões teológicas da atualidade. Em matéria legislativa ela faz infalivelmente
parte de uma trilogia indissociável: divórcio, aborto e eutanásia. Isto nada tem de surpreendente
uma vez que, por trás destes e de outros problemas semelhantes, encontra-se sempre uma visão do
mundo e do homem. Isto é tão verdadeiro que normalmente as posições assumidas diante dos vários
problemas aparentemente diferentes, é sempre a mesma.
Quem aceita irrestritamente o aborto, aceita irrestritamente a eutanásia.
É, sobretudo uma tentação constante na vida do médico.Entretanto, o problema não
atormenta apenas os médicos. Sempre com maior insistência, ele é colocado em termos de
consciência, mesmo para as pessoas que em linha de princípio adotam a concepção cristã da vida e
da morte. Elas as colocam mesmo em nome da moral e da caridade.
Por que uma morte inevitável não poderia ser apressada, quando o sofrimento é demasiado?
Por que em certos casos a morte não poderia ser encarada como libertação de um peso de uma vida
ao menos aparentemente inútil? Por que não atender ao menos aqueles que pedem a morte?
Antigamente a morte só poderia ser obtida por métodos chocantes. Mas hoje...
No decorrer dos séculos a palavra serviu para traduzir toda a solicitude médica diante dos
sofrimentos e angustias de um moribundo. Neste século, o termo eutanásia passou pouco a pouco a
representar um mero eufemismo para significar a supressão indolor da vida, voluntariamente
provocado, de quem sofre ou poderia sofrer de modo insuportável. Poderíamos defini-la como
pratica destinada a abreviar uma vida para evitar dores e incômodos ao paciente. Ela tanto pode ser
provocada diretamente por substâncias letais, como indiretamente pela supressão de meios
adequados e necessários para possibilitar a continuação do processo vital.
Ela pode ser provocada com ou sem a participação do paciente.
Eutanásia ativa ( positiva ) é a organização planificada de “ terapias “ que provocam a morte antes
de quando normalmente deveria acontecer. E a chamada morte piedosa.
Eutanásia passiva ( negativa ) é a omissão planificada de cuidados que prolongariam provavelmente
a vida do paciente.
Distanásia é a tentativa de prolongar a vida a todo custo e por todos os meios, mesmo quando estes
se revelam inúteis para possibilitar uma vida meramente vegetativa
há sempre esperança de recuperação total, ou pelo menos parcial. Pensar o contrário vai contra uma
convicção básica que comanda todos os esforços da medicina a serviço do homem.
Ademais, mesmo nos casos em que a eutanásia for solicitada pelo paciente persiste sempre
dúvidas intransponíveis quanto a liberdade da pessoa em questão. Não poderia tratar-se de um
momento ou de um período de desânimo? Não poderia ser fruto de temor de se tomar um peso para
a família e para a sociedade?
Como evitar concretamente que pressões de ordem econômica e familiares “deteriorem” a
“livre escolha” de um doente transformado em ônus? Como evitar que outros, como o Estado, por
exemplo, tomem esta decisão pelo paciente, isto através de toda sorte de pressões? Aceitar a
eutanásia não seria minar definitivamente a confiança dos pacientes no seu médico?
Além do fato da dor e do sofrimento apresentarem traços variáveis de pessoa para pessoa, e
por isto dificilmente mensuráveis, restam questões de ordem prática: qual o tipo de doentes que
poderiam ser eliminados? A partir de quando? Por que não eliminar os aleijados, os débeis mentais,
os velhos, os inimigos políticos? Onde e como estabelecer limites?
Todas estas questões, são reforçadas por considerações de ordem mais estritamente
teológicas, tais como a situação criatural do homem, o valor redentor do sofrimento.
É certo que só uma perspectiva de fé será capaz de dar forças ao homem para resistir aos
apelos da morte, sobretudo quando tudo parece se encaminhar implacavelmente para o fim.
E justamente na atitude do Cristo sofredor e na perspectiva da ressurreição que a moral se
opõe a eutanásia ativa, como aliás pela mesma razão, se opõe a distanásia. Pois se o cristão vê na
vida biológica um grande valor, ele também não considera a fase terrestre como definitiva.
Entretanto o ponto de vista moral deve ser especificado em vários ângulos:
-
sofrimento e da morte. Contudo, já a partir de Pio XII se percebem matizes significativas no
tocante a uma espécie de eutanásia passiva, no sentido de se deixar a natureza seguir seu curso.
Num celebre discurso de 09 de setembro de 1958, Pio XII acentua que “é permitido com o
consentimento do paciente, o uso moderado de analgésicos ministrados para diminuir os
sofrimentos, ainda que se preveja que apressem o momento da morte”.
-
tempo e lugares). O mesmo, não se diz, contudo, dos meios extraordinários. Há circunstâncias
em que a atitude cristã diante da vida e da morte manda deixar a natureza seguir o seu curso. Se
der esta conotação a eutanásia passiva, podermos dizer que ela está de acordo com os
pressupostos cristãos. Mas, se por eutanásia passiva se entende a supressão também dos meios
ordinários, então deveríamos dizer que a eutanásia passiva, bem como a ativa, é inconciliável
com a perspectiva cristã, pois o homem se arroga aqui o direito do decidir sobre a vida e a morte.
Os transplantes dos mais diversos órgãos já não constituem novidade. Todos os anos realiza-
se a Conferência Internacional de Transplantes para serem apresentados e discutidos os últimos
resultados. Desde 1963 existe a revista Transplatation, para comunicar ao mundo científico os
sucessos e as dificuldades neste campo. A maioria dos países já tem uma legislação que visa
regularizar os transplantes.
1. Dada a possibilidade de os órgãos poderem ser obtidos de um doador morto, as doações por
parte de pessoas vivas só se justificam quando seja o único meio para salvar a vida de outrem.
2. Um critério importante para os transplantes é a conseqüência que ele possa ter sobre a
identidade da pessoa, como seria o caso do transplante de glândulas ou de cérebro.
3. Se deve, na medida do possível, consultar o doador, ou ao menos, depois da morte, seus
familiares.
4. Do ponto de vista moral não se pode a mínima objeção de fazermos a generosa doação dos
nossos órgãos para que, após a nossa morte, sejam utilizados em benefício de outra pessoa.
Entretanto, subsiste um problema relacionado com o momento em que os órgãos de uma pessoa
possam ser considerados disponíveis.
Nos transplantes de coração pode-se agir de duplo modo:
a) intervir sempre num doador “descerebrado” e só depois da parada cardíaca;
b) intervir antes da parada cardíaca, mas sempre após a morte cerebral.
A primeira eventualidade parece atender melhor as condições éticas, mas acarreta todas as
dificuldades de uma reanimação para transplantar um órgão tão sensível, de alguma forma lesado.
Ademais, o que sucederia com o “receptor”, se o coração do doador, por qualquer razão,
imprevistamente, não pudesse ser reanimado? Daí a preferência pela segunda hipótese, transplante
antes da parada cardíaca, mas sempre depois da morte cerebral.
Entretanto, como conciliar isto com o princípio ético de respeito a vida até o último
momento? A vida que deve ser preservada a todo custo é a vida humana e não uma vida meramente
vegetativa (após a morte cerebral). Essa breve antecipação do momento da morte total não é mais
do que uma aceleração de um processo irreversível, em benefício de alguém que pode recuperar a
saúde.
Escola Info Jardins 68
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Psicologia e Ética Profissional
Avaliação moral:
Atualmente, há três posições claramente definidas sobre esse ponto dentro da Igreja
Católica. A primeira, mais tradicional e apresentada como ensinamento oficial, rejeita como imoral
toda a inseminação, homóloga e heteróloga: maldade da masturbação e a desvinculação em relação
ao ato conjugal ou artificialmente da intervenção contrária a conformidade da natureza.
A segunda posição, intermediária, considera que a inseminação homóloga pode merecer
uma avaliação positiva, mas não a heteróloga. A homóloga preservaria a comunhão de pessoas
dentro do casamento. A terceira posição, é a que acabaria por se impor inclusive dentro da própria
Igreja, enfoca essa questão a partir de um horizonte personalista, não a partir da simples fidelidade a
uma natureza: ver o bem global das pessoas implicadas (amor).
A Inseminação e a Lei:
Geralmente, as leis defendem um conceito de paternidade biológica que representa problemas no
caso da inseminação heteróloga. Nesse caso, quem é o pai legal? A quem corresponde legalmente a
herança, a custódia, o dever da manutenção e ajuda? Nesse campo, a vida está muito na frente das
leis.
23.2.1) O que é?
(em caso de esterelidade tubária mais ou menos 2% das mulheres).
A realização da fecundação em laboratório se dá através de vários passos. A obtenção do óvulo
pode ser feita depois de esperar que a maturação se produzida de modo espontâneo ou então depois
de provocá-la artificialmente, administrando em doses adequadas um hormônio que desencadeia a
ovulação em um período de trinta e seis horas.
Com uma pequena incisão se extrai o óvulo poucas horas antes da ocorrência da ruptura do folículo;
depois de extraído o óvulo, ele é mantido em cultivo em um meio especial: mantida algumas horas
em incubação a temperatura conveniente, depois ele é colocado em contato com os
espermatozóides.
A obtenção do esperma, diretamente do doador ou de um banco, é uma tarefa muito mais simples.
Se a fecundação se realiza, o óvulo fecundado é mantido no laboratório até a fase da morula e
inclusive de blastócito, para depois ser transferido para o útero, quando se deseja a continuação do
processo. A transferência para o útero constitui uma operação delicada, na medida em que, por ter
êxito, exige uma harmonização entre a fase de desenvolvimento em que se encontra o óvulo
fecundado e a disposição do útero para recebê-lo de modo que possa se verificar a implantação.
A fecundação em laboratório pode se realizar por dois tipos hipotéticos de objetivos: obter o
desenvolvimento de seres humanos diante da impossibilidade de consegui-lo naturalmente ou com
fins de estudo e pesquisa.
mundo pelo preço de uma única criança concebida por fecundação in vitro;
s esforços na pesquisa
das causas da esterelidade tanto masculina como feminina. Entre essa causa, citamos o aumento
denunciado desde vários anos pela OMS, das doenças venéreas.
humana devido aos riscos e visando unicamente solucionar graves problemas de casais
infecundos.
b) Se a criança for “o dom excelentíssimo do matrimônio” (Gaudium et Spes nº 50) se a fecundação
in vitro for o último recurso de um casal para remediar a uma esterelidade por outros meios, ela
não seria um fim objetivamente bom? A união de duas pessoas em comunidade de pais a serviço
da criança? Para que a ciência manifeste sua consciência de serva do homem, precisa colocar
em termos de limites o problema das experimentações ligadas a fecundação in vitro. Essas
deveriam ser prócritas em embriões que já passaram o estágio da implantação por uma razão de
prudência, qualquer que seja de uma argumentação científica sobre o processo de individuação.
No mesmo espírito, congelar embriões em previsão de uma nova tentativa de implantação em
pouco tempo parece aceitável, mas não a estocagem prolongada que os expõem a ser tratadas
em material de laboratório ou produtos comercializáveis. O importante é ver o significa
profundo do amor humano e sua expressão na vinda de uma criança.
10.2.2.3) O papel das manipulações em matéria de procriação: a criança a qualquer preço não seria
a abolição da família?
Devemos somente prestar atenção ao único desejo dos pais, sem inquietar-se com o futuro
reservado a crianças que teriam dois pais, duas mães ou um só parente? A experiência forneceu
mais de uma razão para se alarmar.
O balanço da equipe de “Saint Louis” ( Estados Unidos ) após três anos, indica sobre 200 casos, um
terço das mães portadoras da criança mudaram de opinião e recusaram dar a criança. Ao contrario,
nasceu em Michigan, um bebê perfeitamente normal mas que ninguém mais queria. E que dizer das
relações psicológicas que se cimentam, nas primeiras horas após o parto, entre mãe e sua criança.
servem;
des específicas das condições bio psíquico sociais do enfermo;
25 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
edição, 2001.
2. BARCHIFONTAINE, Christian de Paul de, PESSINI, L. Bioética e Saúde, Centro São Camilo
honográfico.
4. CUYAS, Manuel. “El Transplante e recambios de organos humanos: aspectos éticos”, in Labor
7. PESSINI, Leocir, “Atitudes defronte a morte e o morrer” in Pastoral da Saúde, Ministério junto