Fisiopatologia
Inflamação e edema de mucosas que leva a uma congestão vascular, aumento de secreção e muco que provoca
alterações da estrutura e função ciliar.
Cavidade nasal
Tem como função aquecer, umidificar e filtrar partículas maiores que 5 micras.
As paredes ósseas formam os cornetos (conchas) inferior, médio, superior e supremo, que se projetam para o
interior da cavidade nasal para aumentar a área de superfície.
Seios paranasais
Faringe
a) Coriza: secreção originada das cavidades nasais, podendo ser hialina ou espessa e amarelada ou esverdeada
(sinusite).
b) Odinofagia: a dor de garganta ou dor a deglutição ocorre com frequência nos quadros de faringoamigdalites, tanto
virais quanto bacterianas.
Nos resfriados comuns pela respiração bucal, nas sinusites pelo gotejamento de secreção purulenta retrofaríngea.
c) Espirros: frequentes nas rinofaringites virais, nos sintomas gripais e em atopias como a rinite alérgica onde ocorre
os espirros em salva.
d) Prurido: característico da rinite alérgica. O ato de coçar repetidamente a ponta do nariz com a palma da mão
forma um sulco transversal logo acima do nariz.
e) Tosse: provocada pelo gotejamento de secreção retrofaríngea, podendo ocasionar tosse noturna tanto seca
quanto produtiva, dependendo da quantidade de secreção gotejada.
f) Obstrução nasal: nos processos agudos ocorre por edema das mucosas e pela secreção e congestão dos cornetos.
Nos processos crônicos por hipertrofia das amígdalas e adenoide e a rinite alérgica.
g) Respiração oral: a obstrução nasal desvia a respiração para a via oral, que acarreta alterações do crescimento da
face e de oclusão dentária.
Anulam também todos os mecanismos de defesa da respiração nasal. A obstrução e alteração da ventilação da
Trompa de Eustáquio e dos seios da face pelo aumento da adenoide, podem predispor a sinusites e otites de
repetição.
h) Ronco: ruído que ocorre durante o sono, provocado pela vibração do palato mole quando a resistência a passagem
do ar pela via aérea está aumentada.
Geralmente associada a HAA, rinite alérgica, mal formação craniofacial, macroglossia, obesidade ou doença
neuromuscular. O ronco ressuscitativo é o ronco mais intenso que ocorre após uma apnéia (suspeitar de SAOS).
i) Apnéia: é a interrupção da ventilação de origem central ou obstrutiva. Na criança considera-se o intervalo de 2
movimentos respiratórios como tempo mínimo para apneia obstrutiva e acima de 20 segundos para apneia central
ou de menor duração se associada a bradicardia ou cianose. No prematuro e lactentes até 6 meses ocorre com
frequência apneia de origem central por imaturidade do centro respiratório. Na criança maior ocorre apneia
obstrutiva.
Por hipotonia muscular que leva ao colabamento da faringe. A HAA é o fator anatômico predisponente que mais
leva a obstrução da VAS.
j) Padrão de sono e sonolência noturna: devem ser sempre investigados em crianças, principalmente se houver
história de ronco, pois SAOS pode levar a má qualidade de sono e consequente sonolência diurna.
Investiga-se perguntando se a criança dorme em situações inusitadas, como durante brincadeiras ou durante a
aula. Sono agitado, sudorese noturna, dormir em posições não usuais, podem ser sintomas de SAOS.
História
A etiologia das infecções das VAS em crianças até 2 anos de idade são muito frequentes (6-9 por ano) e na grande
maioria de causa viral. A partir dos 2 anos a etiologia bacteriana por estreptococo betahemolítico do grupo A já
pode ocorrer, porém o predomínio viral ainda prevalece.
O pico de prevalência das faringomígdalites é entre os 4-7 anos, podendo ocorrer até a idade adulta.
O ápice do crescimento linfoide ocorre entre 3-7 anos e é nessa idade que se observa a maior prevalência de
SAOS.
É importante avaliar se o quadro é agudo, subagudo ou crônico, único ou de repetição.
Sintomas agudos sugerem quadros infecciosos.
Sintomas há algumas semanas sugerem quadros de sinusite.
Sintomas há meses sugerem quadros de atopia.
Infecções de início abrupto – infecções estreptocócicas.
Infecções de repetição – imunodeficiência adquirida ou congênita.
Os sintomas de rinite alérgica podem ser desencadeados ou agravados por aeroalérgenos (ácaros, pelos de
animais, insetos, pólen, fungos) ou agentes irritantes (fumaça de cigarro, odores fortes, poluição urbana).
A febre está presente nos quadros agudos virais ou bacterianos. Geralmente em quadros bacterianos, a febre
pode ser mais intensa, porém não se deve tomar como regra e nos quadros virais e período febril geralmente dura
em torno de 3 dias.
Sintomas associados
Geralmente as infecções bacterianas acometem mais o estado geral e causam mais toxemia e anorexia.
No lactente a tosse provocada pelo gotejamento de secreção retrofaríngea causa vômitos, assim como as
faringoamígdalites. As faringoamígdalites virais vem acompanhadas de vômitos e diarreia, já a faringoamígdalite
estreptocócica cursa com dor abdominal.
Cefaleia e dor facial podem ser sintomas de sinusite em escolares.
Diminuição do olfato, da gustação, boca seca, dores de garganta frequente e halitose podem ser causados pela
respiração bucal.
Dificuldade de aprendizado, sonolência diurna, hiperatividade podem ser sintomas de SAOS.
Antecedentes familiares
Condições ambientais
Investigar se há presença de ambientes escuros, úmidos, com mofo, empoeirados, se há presença de animais,
tabagistas, insetos, pois todos estes fatores são desencadeantes como aeroalérgenos.
Exame Físico
a) Geral: nos quadros de hipoatividade , toxemia, prostração, podem estar ligados a infecção estreptocócica.
Nos quadros crônicos, desânimo, hipoatividade, lentidão de raciocínio pode estar associado a SAOS.
b) Avaliação nutricional: quando a criança encontra-se desnutrida é devido as infecções de repetição e também pela
respiração bucal.
c) Sinais vitais: taquicardia e taquipneia ocorrem na febre.
d) Fácies: adenoidiana (face alongada, queixo triangular, respiração oral e olheiras, provocada pela respiração oral
crônica.
e) Cabeça: dimensões sagitais diminuídas da base do crânio, desvio do septo, micrognatia, retrognatia, hipoplasia da
região maxilar da face.
f) Nariz: rinoscopia anterior realizada com espéculo levantando a ponta do nariz, com foco de luz visualiza-se os
cornetos inferiores. Hipertrofia e palidez de cornetos acompanham a rinite alérgica.
g) Respiração ruidosa: quando observado ruído tanto na inspiração quanto na expiração, significa importante
resistência a passagem do ar.
h) Voz: presença de voz anasalada (obstrução nasal), voz fanhosa (fenda palatina) ou rouca (acometimento laríngeo).
i) Orofaringe: observar oclusão da boca
Dentes fechados – Classe I (normal)
Dentes inferiores ocluindo muito atrás dos dentes superiores – Classe II
Prognatismo mandibular – Classe III
Palato em ogiva – Respiração bucal
Observar fenda palatina, úvula bífida (fenda palatina submucosa), palato mole redundante, úvula
alongada, hipertrofia de amígdalas.
ABSCESSO RETROFARÍNGEO: ocorre na evolução da nasofaringite aguda. Causa febre elevada, disfagia,
hiperextensão da cabeça e dif. Respiratória.
j) Gânglios: os processos inflamatórios das VAS podem comprometer os linfonodos cervicais e sub mandibulares,
geralmente aumentados e dolorosos. Nas infecções de repetição eles estão aumentados, porém não dolorosos.
a) Desenvolvimento das vias aéreas: As ramificações das vias aéreas se iniciam no período embrionário até a 17ª
semana de gestação. A partir daí não há mais desenvolvimento das vias condutoras, só o seu aumento contínuo
de tamanho e calibre. O epitélio das vias aéreas é do tipo colunar pseudoestratificado e ciliado na traqueia e torna-
se do tipo colunar nos bronquíolos. Há mais glândulas mucosas no epitélio respiratório das crianças do que dos
adultos e o clearence mucociliar é maior nos adultos do que nas crianças.
b) Desenvolvimento dos alvéolos e dos alvéolos