1. Sistema digestório
Constituição: órgãos tubulares e glandulares;
Funções: Ingestão, mastigação, digestão, absorção, deglutição e eliminação.
O Sistema Digestório, desde a cavidade oral, constitui o tubo digestório, formado
por quatro segmentos denominados esôfago, estômago, intestino delgado e intestino
grosso. Estes quatro órgãos possuem características histológicas comuns, representadas
pelas quatro camadas ou túnicas concêntricas em suas paredes: a mucosa, a submucosa,
a muscular e a adventícia ou serosa (Figura 12.1).
Embora esta organização geral seja uniforme ao longo do tubo, os segmentos apresentam
variações estruturais diretamente relacionadas com suas atividades
funcionais e referentes as fontes de alimentação de cada espécie.
As grandes glândulas digestivas acessórias (glândulas acessórias, fígado e pâncreas) estejam
localizadas fora da parte tubular do sistema digestivo, elas têm origem como evaginações epiteliais dessa
estrutura. Seus dutos penetram nas paredes dos órgãos tubulares e descarregam seus produtos
secretórios nos lúmens.
Fotomicrografia da superfície dorsal da língua de um equino com uma papila valada. (hematoxilina e eosina;
4x).
FARINGE (OROFARINGE)
A faringe conecta a cavidade oral com o esôfago e a cavidade nasal com a
faringe. Ela contém aberturas para a cavidade oral (orofaringe), cavidade nasal e
tubas auditivas (nasofaringe) e a laringe e o esôfago (laringofaringe). A mucosa, a
túnica muscular de músculo esquelético, e uma adventícia formam a parede.
Mucosa é revestida de epitélio escamoso estratificado, exceto na parte da
nasofaringe que é revestida por epitélio colunar pseudoestratificado ciliado. Não
está presente uma lâmina muscular.
A própria-submucosa contém fibras elásticas e de colágeno mescladas com tecido
linfático e glândulas mucosas. A túnica muscular é constituída inteiramente de
músculo esquelético. A adventícia é formada de tecido conjuntivo denso irregular
que prende a faringe ao tecido circunjacente.
ESÔFAGO
É um canal muscular que transporta alimentos líquidos e sólidos,
previamente mastigados, desde a laringofaringe até o estômago. Uma prega anular
interna, o limiar faringoesofágico, assinala a junção da laringofaringe e do esôfago
nos carnívoros.
A mucosa se compõe de três camadas: um epitélio escamoso estratificado, uma
lâmina própria e uma lâmina muscular. O grau de queratinização do epitélio
escamoso estratificado vai depender da espécie, em geral, não é queratinizado em
carnívoros, ligeiramente queratinizado em porcos, um pouco mais em cavalos e
muito queratinizado em ruminantes.
A lâmina própria consiste em grande parte de tecido semelhante a uma densa
malha de fibras de colágeno com fibras elásticas ambulante e regularmente
distribuídas; o esôfago é atípico, porque o tecido conjuntivo da lâmina própria é
mais denso que o tecido conjuntivo da submucosa.
A lâmina muscular está ausente na extremidade cranial do esôfago de porcos e
cães, mas gatos, cavalos e ruminantes têm feixes isolados de musculo liso e nas
proximidades da faringe, que aumentam em numero e acabam confluindo em
direção ao estômago. Em porcos, é especialmente bem desenvolvida na
extremidade caudal, onde é tão espessa como a camada externa da túnica
muscular.
A submucosa é composta por tecido conjuntivo frouxo que contém grandes artérias
e veias orientadas longitudinalmente, vasos linfáticos e nervos. Nessa camada, em
porcos e cães estão presentes glândulas seromucosas contendo ácinos mucosos com
meias-luas serosas. Em porcos, as glândulas abundam na metade cranial, mas não se
estende até a metade caudal, enquanto em cães essas glândulas estão presentes em
toda a extensão do órgão até a região da glândula cardíaca do estômago. Glândulas
estão presentes apenas na junção faringoesofágica em cavalos, gatos e ruminantes. Em
bovinos, ocorrem ácinos mistos com meia-luas serosas. A natureza frouxa das
submucosas permite que a mucosa do esôfago relaxado forme pregas longitudinais.
A túnica muscular do esôfago é constituída por duas camadas de músculo. Na parte
cervical do esôfago, a túnica muscular está circundada por uma adventícia, um tecido
frouxo que contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos.
Grande parte torácica do esôfago é revestida por uma pleura mediastinal – na maioria
das espécies. Em cavalos a parte torácica do esôfago mede 2,5 cm de comprimento e é
coberta por uma serosa (peritônio visceral). Em carnívoros, a parte abdominal é mais
curta, mas também é revestida e peritônio visceral, enquanto em outras espécies a junção
esofagogástrica se situa no nível do diafragma ou nas suas proximidades, e não existe
revestimento mesotelial.
Túnica mucosa, nos cães, o epitélio é mais proeminente e maior que nos herbívoros
domésticos; já nos carnívoros e em alguns herbívoros como o suíno, o epitélio proeminente
não é queratinizado; nos ruminantes (e um pouco menos nos equinos), o epitélio é
queratinizado.
A Lâmina própria possui numerosas fibras colágenas e elásticas firmemente entrelaçadas
e de tamanho relativamente pequeno.
Muscular da mucosa possui pequenos feixes de músculo liso orientados
longitudinalmente e que se tornam confluentes caudalmente. No cão, esse componente
da mucosa é ausente.
Na túnica submucosa, estão presentes glândulas seromucosas do esôfago (esofágicas
próprias) entre a matriz extracelular que difere um pouco da lâmina própria. Essas
glândulas podem estar presentes por todo o comprimento do esôfago como é o caso dos
caninos ou podem estar restritas, como no caso dos suínos, onde são encontradas
caudalmente.
Além de glândulas, o maior suporte de vasos e nervos do esôfago está localizado nessa
túnica.
Túnica muscular possui duas camadas, uma mais interna composta de feixe circular e uma
mais externa longitudinal. Na região que o músculo liso ocorre, o plexo nervoso
parassimpático, plexo mioentérico, se localiza, de modo intermitente, entre as duas
camadas.
✓ O comprimento do esôfago pode variar de forma entre as espécies, especialmente nos herbívoros.
✓ Cada uma das túnicas é projetada para ser capaz de modificar marcadamente seu diâmetro para que
os materiais ingeridos possam ser transportados para o estomago sem dificuldade, isto é
especialmente verdadeiro no caso dos carnívoros, nos quais o tamanho do bolo alimentar pode ser
considerável.
JUNÇÃO ESOFAGOGÁSTRICA
- A mucosa exibe grande quantidade de pregas (pregas gástricas), que se aplainam com o
enchimento do estomago.
- A superfície é revestida por pequenas invaginações chamadas fossas gástricas que tem
continuidade com as glândulas gástricas e recebem seus produtos secretórios;
- A superfície da mucosa, inclusive as fossas gástricas, é revestida por células epiteliais
colunares simples altas, cujo produto secretório mucoso é liberado de forma continua e
funciona como cobertura protetora que impede a digestão da mucosa;
- As glândulas gástricas ficam densamente aglomeradas no interior da lâmina própria,
nessa área, com frequência é difícil de visualizar o tecido conjuntivo frouxo por causa
da grande quantidade de epitélio glandular.
- Em carnívoros, uma camada de fibras de colágeno densamente compactadas,
chamadas estrato compacto, pode estar interposta entre as bases das glândulas
gástricas e a lâmina muscular, a função dessa camada talvez seja limitar a penetração
da parede do estomago por ossos aguçados no conteúdo gástrico.
- Lâmina muscular relativamente espessa, composta por três camadas. Pequenos feixes
de células de musculo liso se estendem até a lâmina própria, avançando entre as
glândulas gástricas.
- Região glandular da mucosa do estômago está dividida entre três regiões menores
diferenciadas denominadas de acordo com os diversos tipos glandulares presentes:
cardíaca, gástrica própria (fúndica) e pilórica.
✓ As células epiteliais têm alta taxa de reciclagem, dentro de aproximadamente 3
a 4 dias, são substituídas por células originarias de mitose da fossa gástrica.
Região da glândula cardíaca
- Ocupa uma tira estreita na junção das mucosas glandular e não glandular em todos os
mamíferos domésticos, exceto porcos, nas quais essa região cobre praticamente metade
do estômago, inclusive a maior parte divertículo ventricular.
glandulas cardiacas
celulas das
glandulas cardiacas
- ramificadas;
- simples e curta;
- esvaziam em fossas
relativamente rasas.