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Universidade de Brasília

Teoria da Tradução 1
Aluna: Alice Lopes (180045881)

BRANDÃO, L. A. Teoria literária e tradução. In: Cadernos de Tradução, v. 1, n. 23, 2009. p.09-21.

OBJETIVO: Refletir sobre a traduzibilidade no âmbito da teoria literária, explorando como e quando a noção
de tradução se concilia com as correntes que se voltam ao objeto literário (formalismo russo; estruturalismo e
desconstrução; teorias da recepção e do efeito).

TRADUZIBILIDADE: O autor destaca o termo traduzibilidade, definindo-o como "a condição ou grau de
algo ser traduzido", ou seja, há objetos mais traduzíveis e outros menos. Já Wolfgang Iser, teórico, entende
esse termo como um "conceito guarda-chuva", que abarca todos os tipos de tradução (níveis linguístico,
intracultural e transcultural). Além disso, observa algo aparentemente paradoxal: a traduzibilidade é inerente
à cultura, ou seja, só há cultura se essa se traduz de alguma forma. Entretanto, durante o processo de tradução,
a intraduzibilidade entre culturas sempre se faz presente.

ALTERNATIVAS DE ABORDAGEM DESSA RELAÇÃO


1º Estudar o papel que a prática de tradução desempenha em cada corrente crítica. Exemplo: No New
Criticism essa prática é essencial, pois atua como instrumento de disponibilização de repertório de leituras
tidas como imprescindíveis e formadoras.

2º Compor um catálogo das formulações explícitas sobre tradução e averiguar em que medida elas dialogam
com formulações dispersas na obra do mesmo autor e de outros autores com orientação teórica semelhante.
Exemplo: Texto "Aspectos linguísticos da tradução", de Jakobson, para compreender as bases da concepção
de poesia e de ato tradutório dessa corrente (estruturalismo).

3º Investigar como as correntes teóricas se difundem, ou não, via tradução de seus manifestos e textos-chave.
Exemplo: Relevante saber a origem dos textos, por exemplo, os formalistas russos, inicialmente, ficaram
restritos ao ambiente soviético, sendo traduzido somente em 1950 (o ápice dessa corrente foi na década de
60).

4º Aproximar as noções das correntes literárias a noções tradutórias e indagar de que maneira os alicerces
teóricos de certa concepção de literatura se compatibilizam ou não com certa concepção de tradução. – Opção
desenvolvida neste trabalho.

FORMALISMO RUSSO - Caracterizado a partir de dois polos principais:


1) Recusa da tradição literária e destaque à literaturidade: Temos como referência Viktor Chklovski e sua obra
A arte como procedimento (1917). O autor considera a ideia de língua poética como um desvio da língua
cotidiana. A noção de forma passa de uma perspectiva empirista de linguagem à um efeito de
estranhamento. Chklovski considerava que a praticidade da língua (abreviações, siglas, etc.) gera a
automatização. Entretanto, acredita que a finalidade da arte é o desconforto/estranhamento e não a expressão
imediata da vida. Assim, a literatura deve restaurar a intensidade do conhecimento em vez de manter-se na
comodidade.

2) Criticidade e revisão de premissas iniciais: Temos como referência Iuri Tynianov e Mikhail Bakthin que,
apesar de não pertencer a esse grupo, incorpora no debate realizado. O primeiro preocupou-se em associar
aos elementos imanentes do texto literário as noções de tradição, de gênero literário e de historicidade.
O segundo defende uma noção mais complexa de forma, levando em conta tanto aspectos composicionais
quanto axiológicos.

- Relação com a tradução: A noção de forma, do primeiro polo, sustenta a tradução centrada nos efeitos
sensórios gerados pela linguagem verbal (tópico presente no debate de tradução poética). O segundo polo, que
traz a insuficiência da forma, ressalta a importância sociocultural quando se busca uma equivalência
tradutória.

ESTRUTURALISMO E DESCONSTRUÇÃO
- Estruturalismo: busca um acordo perfeito entre língua e fala (Saussure), deixando de lado a história e a
mutabilidade linguística. A tradução estruturalista preserva a coerência, o equilíbrio dos elementos e a
"textualidade". Na tradução, acredita que se tenha como meta desvelar e reproduzir uma estrutura.

- Desconstrução: a tradução é deslocamento e transgressão de sentido. Acredita que se toda linguagem é


metafórica, logo, não existe tradução literal (o literal é um congelamento de sentido, o que demonstra o quão
cultural é a metaforicidade).
Entretanto, esse raciocínio necessita de parâmetros comparativos em relação ao efeito que uma
transgressão gera. Esse efeito não é definido pelo próprio texto, mas pelo receptor.

TEORIAS DA RECEPÇÃO E DO EFEITO


- Recepção: Coloca o leitor em primeiro plano: um leitor social, em suas variações históricas. Nessa teoria
também se considera a historicidade da literatura, onde busca-se descrever variáveis históricas geradas na
tradução. Assim, o que se entende por tradução varia de acordo com o contexto. Referência teórica: Hans
Robert Jauss.

- Efeito: um leitor textualizado, tendencialmente antropológico, mas sem anular toda sua individualidade. Tem
como principal referência teórica o professor Wolfgang Iser. Em sua obra, ele considera a leitura como uma
operação do imaginário, uma experiência. Busca romper com os binários texto/leitor e realidade/ficção e
discute a respeito dos vários modelos de leitor (informado, intencionado e implícito).

Por fim, observa-se que é inegável a relevância do vínculo entre teoria da tradução e teoria da leitura. Todo
tradutor é um leitor que procura escrever sua leitura. Assim, ocupa uma posição peculiar entre o fictício e
imaginário. Ele não apenas semantiza sua leitura (isso deixamos para o crítico), ele propõe experiências de
leitura com a impregnação do imaginário. O tradutor literário ativa a potência que a indeterminação exerce
sobre a determinação, assim como estabelece os elementos de determinação sobre os quais a
indeterminação pode operar.

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