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188 REVISTA DO MU§EU PAULISTÂ, N. S., VOL.

il

sas informações, Txitxutáua é muito menor do que essa aldeia, de modo que
hoje, provàvelmente, tôda a tribo tapirapé não terá mais de cem componentes.
O qrru impressiona no quadro acima apreselta-do é.,-Po.t um lado,-o nú'
*"ro ,"ã*ido de crianças ôm relação ao dos adultos (18 indivíduos de 0. a
15 anos e 41 de mais dó 15 anos) e, por outro, a pouca d}ração de vida (10
indiüduos de mais de 30 anos). Algo mais de 40 ãnos tinham só um homem
e u'a mulher.
Segundo notícias que, em outubro de 1947, recebi do sr. Valentim Gomes,
encarrelgado do Posto' Indígena Heloisa Alberto Torres, e de Frei M. H.
Lelong,"de Conceição do Àíaguaia, as relações numéricas acima referidas
sofre.ím modificações causadaí pelo ataque dos Kaiapó a Tampiitáua, teali-
zado em fins de agosto, no qual fõram moitas 3 mulherés e roubadas 2 e 1 me-
nino. Restaram, fortanto, dor 59 indivíduos examinados, 31 do sexo masculi-
no e 22 do sexo feminino.
Fara exterminar a tribo contribui ainda, além de doenças, o costume de
matar, em determinadas circunstâncias, os recém-nascidos.
Das alterações na culturà tapirapé suceüdas desde a minha primeira
'principalmente,
visita, feita há- doze anos, quero mencionar, o desapareci-
mento da fartura de alimentos vegetais. Na literatuJa sôbre êsses pacíÍicos
e laboriosos Tupi, há muitas referências a- suas grandes roçâs. Posso acres'
centar que, pelâ quantidade e variedade d-e.sua produção agrícola,_^ê]9s su-
perarrari nãd só aí tribos vizinhas, mas também os sertaneios. Em 1935, nos
irer"s de lunho a agosto, vi a aldeia cheia das mais saborosas bananas, de
cinco variJdades de írandioca e numerosos outros tubérculos, de favas, amen-
doim e milho. Em 1947, na mesma época do ano, Percorrendo tôdas as casas,
ouase náo achei nada disso. Tinha-se tornado dlfícil obter umas bananas,
ü- oo,r"o de cará e beiiu. A diminüção de tudo mostrava-se até no tamanho
do âmendoim, sendo o'comprimento de seus legumes e sementes reduzido
quase à metade, devido, aparêntemente, à qualidade da terra. das novas_ roças.
Itaturalmente, [al mudan{a na situação aümentar inÍlui sôbre o padrãO de
comportamento tribal, reprimindo, por exemplo, a hospitalidade tapirapé,
outrora ilimitada.
É verdade que, para isto talvez tenha contribuido também o contacto com
os vizinhos branlcos Qre, nos últimos ânos, se estabeleceram no rio.Tapirapé.
Geralmente, êstes seitanejos, ou não têm nada para oferecer, ou vendem as
sobras de seus produtos pára poderem comprar sai e roupas. Seu corpo é zub-
nutrido, rnas a"cultura o3 obriga vestí-lo. Assim. não lhes resta outra coisa do
oue- em vez de satisfazer as necessidades do estômago das visitas índias, criaÍ
á*ir necessidade para elas: a necessidqde puramãnte cultural, e náo física,
de "*"
cobrir-se. Em 1935, tôdas as mulheres de'Tampiitáua andavam completa-
mente nuas. Agora, muitas usam, em presença dos brancos, trapos amarrados
na cintura e algumas, vestidos inteiros.
É difícil aÍirmar se os Tapirapé iá sentem realmente uma redução dos
víveres animais causâda por aquelei nóvos vizinhos. O que deve ser conside-
rado a respeito, é o fato- da di-minuição do número de habitantes de sua taba
ter sido niais rápida que o aumentõ dos moradores do rio. Não faltavam,
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mal
ou pelo menos parte dela, logo cjue, chegando em casa, se sentem exclusiva' dos
menle enhe si é fora do contacto com os brancos. cas;
A mais completa cornbinação de adornos dos Karajá e dos brancos apre-
sentava uma meniua que não sômente usava junto com um vestido os enfei-
tes de algodão de sud tribo, como também tinha a üadicional pintura preta te
de genipãpo ao lado da nossa pintura, isto é, da bôca pintada de vermelho, de
à moda das nossas mulheres. de
Àlém dos objetos de rnetal tomados da nossa cultura e incorporados*sem col
modificação na atual cultura karajá, como machados e anzóis de diversos ta-
manhos, são fenômenos especialmente interessantes de aculturação certos pro- Pa
Ka
dutos genuinamente karajâ e sem similares na nossa culttua,'representaâdo, m(
porém, transformação de produtos nossos ou aproveitamento de seus fragmen- de
tos. ' Um enfeite muito estimado pelas moças karajá, o qual em 1935 não vi, ro'
consiste numa metade de um prato de louça, branco ou multicôr e quebrado
de modo a formar um segmento que penduram no peito com o arco para
baixo e com a corda para cima. LIm menino tinha um pequeno cacete, como
r
m'
o(
desde tempos remotoí os menincls da tribo usam pala ter ó equipamento cor-
respondente ao do pai e dele diferindo quase só pelo tamanho; mas â ornÍr-
mentação daquele exemplar não podia ocultar a éxtremidade do bastáo, que t(
guardava os ôaracteres dum cabo de vassoura de fabricação neo-brasileira. €t
Ãliás, os cacetes dos Karajá, em L,eopoldina, parecem encolher-se quase todos ct
até o tamanho de curtos bastões de brinquedo, pois vi só um único do com-
primento e da grossura daqueles qug os homens adultos usavam antigamente
e possuem ainda em outras aldeias da kibo.
Embora a perfuração' do beiço inferior, distintivo do 'sexo masculino,
fosse conservada, a maioria não carrega mais nada no orifício. Êste é fecha- *
do entre os mais velhos, por pequeno üsco de madeira, por ser maior do que d
o dos jovens. f{omens de menos de hinta anos têm só minúsculo buraco e I
náo prêtendem alargá-lo. Um menino javahé usava ainda o tradicionatr enfei- n
te labial de concha. c
Certos homens, principalmente os mais velhos, continuam deixando cres- 1
cer o cabelo até os ombros. Outros o usam cortado à nossa moda. (
As mulheres fiam e trançam como antigamente. Fabricam panelas e (
pintam-nas com desenhos vermelhos üferentes, segundo o seu gôsto indiü- I
ãual. Influência nossa é denunciada em certas pãnelas, ou pelà forma, ou
pela existência de asas. Não posso deixar de mencionar que uma das ce- ;
iamistas, da qual eu queria ria adquirir panela. ãconselhou-me
aáquirir determinada panela, àconselhou-me a
escolher outra. que a deseiada
mostraniio oue
outra, mostrando já comecava
desejada iá começàva a rachar quâss
quase invi-
sivelmente. Apesar do prolongado conüvio com os brancos, a mulher ainda
não se tinha equipado c-om o leu espírito ganancioso.
Os homens adquirem o sustento pescando, amanhando a terra e alugar
do-se no tempo sêco aos turistas como remadores. Pescam com anzóis, eti-
rando com arõo e flecha o pintado e outros peixes grandes. O pescado, além
de ser o principal aHmentó animal pÍua os Karajá, serve para ser venüdo
aos brancos.
As casas dos índios estão rodeadas de plantagões miseráveis de mandiocq
algodão, batata doce, milho karajá escuro e milho neo-brasileiro amarelo. À
í

nEvrsra Do MUSEU PAULTSTA, N. S., VOL. U

merosos iovens iá tinham perdido os dentes. Quando Krause (o. c., p. 181)
visitou oí Karalá,. achou ta-is frestas aPenas entre os velhos.
Um homeá que, então, me vendera um cachimbo, mostrara sua cortesia
conüdando-mé lolo para entrar na sua c_asa-. Os Karajá -já conheceram o
nosso dinheiro. õs cãchimbos fabricados da fruta do jequitibá ou de madeira
tiveram o preço fixo de um cruzeiro.
Fui informado de que, segundo um recenseamento feito em abril de 1985,
^àabitaátes. Vi poucas crianças quando estive lá, no
Santa Isabel tinha 156
mês seguinte.
Poi ocasiáo da minha visita, em 1947, o sr. Dico, serüdor do Pôsto "Geú-
lio Vargas", me disse ter a aldeia 140 habitantes, sendo a proporção dos sexos
"quasey igual. Notei 2 homens com 2 mulheres cada um e, além disso, 2
mulheres sem marido.
Os Karajá de Santa Isabel eram ainda táo_ lindo-s e simpáücos como em 1935.
Vi narizes áquilinos e finos, mas havia_grandes diferenças entre as fisionomias.
Também aqü tinha pegado a moda dos meios pr-atos. Todos estavam mais
ou menos vàstidos , àoítu maneira, usando as m^olheres, embaixo desta roupa,
o badicional Uaie feminino karajá. Elas e a maioria dos homens continuam
deixando cabelo até os ombros. Certas moças ainda têm o Pequeno
topete de"."r""r'o
cabelos erigidos no occipício, costume, iá mostrado por Krause
(oi c., prancha A, figúas 1 e 3). Âs crianças andain ainda com os enfeites
^correspondentãs
karaiá a sua idade, e homens e mulheres iovens pintam-se
como antigamente.
Também a respeito da indumentária, a açáo do Serviço de Proteção aos
Índios só corrompô a cultura tradicional, sem substitú-la. Favorecendo o
uso de roupa, levà os índios a depender de nós, sem lhes garantir a possibili-
dade de ,r'tiri"r". âs novas necess'idades assim criadas. Piesentear as mulhe'
res, em certas ocasiões, com vestidos, sem as capacitar para adquirir outros
depois dêsses estarem esfarrapados, é produzir mal-estai e miséria. Para
renovar constantemente a roüpa à nosia moda, precisa-se de dinheiro. Os
Karaiá de Santa Isabel queixa?n-se de que o Serüço de Proteção aos Índios
náo ihes dá bastante opôrtunidade parf, ganhar êste dinheiro. Se bem que
recebam dele 10 cruzeiios por dia de traÉalho, isto é, o mesmo _salário pago,
na reqião, a qualquer camârada branco ou preto, tais dias não thes são ofe-
recidís .rú*"i'o suficiente. Dizem ser, ãlém disso, o armazém do Pôsto
tão pouco"* abastecido que ficam forçados a comprar a preços exorbitantes dos
masôates ou da vendá de São Felix, povoação recem-fundada na margem
oposta e cêrca de uma légua distante de Santa Isabel, a montante do
fuaguaia.
As cabanas da aldeia destes Karaiá enfileiram-se, ainda, como antigamen-
te, âo longo do rio, estando a casâ-de-másearas a certa distância delas, terra
adentro. -Diferem entre si não só pelo tamaúo, mas também devido a in-
fluências vindas da nossa cultura, no feitio.
O sr. Dico me disse que os Karaiá de Santa Isabel não passam mais nas
praias o tempo sêco, a modo de seus ancestrais, pois o Serviço de Proteção aos
tndios o. s"[*a para que não fiquem perturbaãos os trabalhos escolares das
crianças e oide rõça dôs adultos.- Isto quer dizer que, em vez de terem, du-
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rante alguns rneses de cada ano, uma vida higiênica, em abrigos areiados e
areia limpa, precisam permanecer ininterruptaÉrente na ;;
'casas mais ou rnenos fechadas. Fui informaão, aliás, de ter ""h;"i;;ãi;t"
começado a, inter-
yery1o do -serviço _a êsse respeito,_ já na fase 'anterior cle sua atuaçáo em santa
Isabel, sob as ordens do si. Mánuer silvino Bandeú à" fuarà, ã"t.ã
1928 e 1930.
As máscaras de dança, guardadas na pequena choça separada da ardeia,
simbolizam lamentàvelmente"a aculturaçãoi ua po""o', a.ro's, ainda, as más-
caras do.s Karajá eram magníficas obras de arte, irosaicos d"'p"rru, 'disposias
:lT *"11" ser
bo,- g9:.o e tã-o estimadas p_elos seus p_rodutor", qL" áffUi,""lã
por forasteiros. Hgie, granàe parte dai penas é subs-
B:1..-?* .adquiridas
trturda-por ü'apos p'ocedentes da nossa indústria e a freça Ínteirâ é feita com
tanto desleixo que deixou de atrair os colecionadores^ db beio.
,Isso, ,porém,
não impede que as danças rigadas a tais máscaras continuem
sendo cuitivadas com fervor. Além dêsse, conservam_se ainda numerosos
outros lraços da cultura não-material: elementcs da mitologia, como as
lendas
de herói-civilizador, ou aspectos da organizaçao social, cãiio'u o.d"*
monial de casar com Karajá da aldeia áe Mato verde'" -utoi_
com os de Fon_
toura, taba vizinha situadá entre aquela e Santa Isahel. "áo
se o serviço de Proteção aos Índlos, por um lado, com as influências acima
apontadas, contribuia parà a desintegra{ão da culturo t*ái"io,."l dos
^i;;;
Karaiá
3fip -de atrai-ios pa\a a nossa cultu"ra, faz sentir ,", À;biá;;, á
Isabel, por outro- Iado, haver, alóm do arame farpado, mais algumu,
d1 gente.brancl j pr"ta do pôsto.' Êsies índios"se queÍxam, "oir*
ser 1:piloT
3^1"a"rcriação
de gado, estabelecida nas suas terras pelos funcionários'do S"._
viço,, sômeni: dos próprios funcionáriós, ao passo que mesmo
aglelgs habitantes9* qrovgi,to.
da aldeia que, abandonando os preceitos'de sets maiores,
gostariam de tomar leite e comer carne d-e ,raca, pbr já terem feito boas ex-
periências a respeito, não conseguem nada disso.' o'que ,ecebeÁ ãà-g"dà
sao so os pre]urzos que lhes causa entrando nas suas roças. Aliás, provãvel_
mente não daria resultado a tentativa de ligar a criaçã"o de gado à
karajá, isto é, de h.ansformar pescadores ern.- pastores. "ulúa
xxx
- _D" 5 a 6 de iulho de 1947 estive ern- contacto com um qruno karaiá ins-
talado na praia situada em frente a cocalinho. Em três lareí pàr"o diJtantes
um do outro, acamparam quinze pessoas: urn velho, dois rapaàs casados e o
resto consistindo em my{ergs e crianças. euase todos têri malária crônica,
_
evidenciada,pelo üpo 4 de hipertrofia do bÀço.. Há cêrca de uma semana
tinhe morrido um homem que sustentava os velhos pais, duas irmáziúas e
um irmãozinho. Durante a-noite, horas a fio, o velhô pranteava o filho oer-
dido,,pronunciarrdo monôtonamente frases cujo último'ro* prol*g;;; il;
voz chorosa. os senhores cinematografistas que acompanharam a nossa ex_
pedição, não deixaram de parodiar a- lamentação, mostàndo-se dignos ;;p;;-
sentantes de uma cultura que destrói a dêssei pobres índios.
Aliás, no tocante às. produções materiãis, era já, parecia quase des-
truida. obietos etnográficos
^suas
dignos-de nota, entre essd gànte tristã e esfar-
REVTSTA DO MUSEU pAULrsTA, N. s., vol.. II

rrynda, eram sômente a cinta,preta de argodão, duma


menina, e
de capivara ,,r, or"rÉ*, de ouhã criança. uã-tã*"* os enfeites
nl:lr para qualquer adôrno. A maior
preparava
rylg?T
como Iiq""ru^
tornecedora daquela rnatéria-prirna, talvez rorr",
,Áu-àrÉ*a_canga que,
"." ãrL" os seres vivos
lresentes, a contribuinte mais.esforçàda para a conservação da antiga
curtura.
É verdade oue esta também se manifestava, ainda, no costume
r noite ao ar lir.1.e. que já ;"""r";- d"s índios -à;i";;iãi,a de passar
observar entue todos àr útro' râ."iã- p* ;;;ri;d;r"."oii; e qr" p,rd"
rava como razão disso, haver muiÍas-muriçocas dentro -"rrãi".-
homem decra-
a" É"ã;;i;_
seus mosquiteiros a"-hgáaaãriÃ-"
ff :l*:i. ::"_o_'
Em contra essa praga, ao passo que^ não_defeidem tão p&feitamente;";;;;;'p;"ü;;
reno, ao qual. os orre fl.rypi1p assiir do se-
-Z- fora do teto se e*poetm--esmo em estado
de febre.^ ó verâadeiro *otirro i.ã r"gr"m um costume proveniente do
bmpo em que ainda não havia mos{uiteirõs.
Em 1985 encontrei em cocalinLo maleitosos e neúum remédio
êles. Em L947 havia, nesse lugarejo q,_," ,ira";ã; p;r;;?ãr,o para
Gros para as duas espécies d""*"diciná.r: preços
"ur"r,
pimido amareto,,.
;pimido amarelo,,. istâ é de
istà é, rte Átebrina, ;;i;-i;il;;;;r; ;i ,fl;il*,i oij?,
Afeh";-, ^,,"1:u*":9.::1?-1"^t l""ptaçe":.1 :'"oq-
de Veramon, 2 cruzeiros.
xxx
*^__9:lo""ando a descer, o Aiaguaia, pass_amos no d.ia 6 de -o julho por três
l'equenos acampamentos karaiá, todos ãstaberecidos â;-ó"ã11ril;
crn
.praias formádas ao lado diieito àá-.iá, isto é, aã r"ãr'ãpãrt"
"or.,o
t,ote' Ao anoitecer chegamos a são José,.povoação fundada à terra cha_
em 1868 por
3::l^u^",_,Yig?_ll:::.
corio.em.lgss ti.,'r,u áráa" ã;il;* casas, mas a
.qande aldeia-karajá que então ha'ia aí pegado, "o',"á Habitan-
do um morro oue se levanta ao rado da "à" "rú"'*"rr.
|oíoação enconbamos sàmente nove
mulheres e criánças du tib;,;;il""i;" delas rnaleitosas.
Em Piedade, onde aportamos no dia seguinte, não há mais
Karajá.
1985- alguns dêies trabarha.rdo ,"rsa então missão adventista. Em
_enc_ontrei
No dia 8 visitamos os nove yarli! estabelecido, ,rr*,
reito do rio, perto da fazenda Luiz Alves. pr"ia ao lado di-
.P.T 12 dg^i-tlho p-assei pera missão ad.ventista de Fontoura. euando eu
a üsitei em 19s5, acãbava ãe se. fundada.
.+g"; ;ü;;r"
restando só o sr. Antonio Gomes com sua f"".,íriã;p"r;;;#'conta. abandonada,

:eé,ffi ,i:'""J"#g:,ff '"ir?xil:iÊJi#Í1ir,rá;ru"rr:rr*J,*;r,


segundo me informou o sr. Antonio Gomes, êst"
oírnero-À*iori,
em 1939 e para cêrca de 45 em 1g47. Dos g'aruots
g0 para
da^;r;oü'".
em 1939 tinham r0 a-rà anos, só um está vivo ainda. mrssao que,
se dnham estabelecido'""*" inã-ã" àrãr"-"i,
B*-irno de 1g4f os
r51uia
margem direita. Na época da_s águas
ir"í*'J; missão situada
-ou"r-Á _áÇ#rpor,".
As bonecas de barro que,adquiri "ao na minha volia
]gui,
aão eram tão Iindas como âs de sànta rsàuár e* 26 de julho,
do que as dos Karajá da Íoz d" i;pir;ú. "
r"ãpJai"-,*.ã, *"thrr feitas
vJ

t52 REVTSTÂ DO MUSEU PAULISTÁ, N. S., VOL. U

No dia 12 de iulho visitei também a aldeia karalá de Mato verde, situa-


da na praia da margem esquerda. contei nela 40 índios, havendo mais crian-
ças do que adultos. Todos estavam sáos, com exceção duma moça de cêrca
de quinze anos que não podia se levantar e sofreu-horrivelmente em conse-
quê_ncia d-u_ma gonorréia
-pegada
de um Karajá que por aí passara na descida
de Leopoldina à aldeia de Jatobá. A doente, qüe ainda uúva nos tornozelos
os enfeites de algodão vermelho, distintivo dãs pessoas não casadas, tiúa
ficado sem qualquer tratamento, pois ninguém saLia o que fazer com fenô-
meno nunca antes conhecido. Foi esta trágica ignorânôia do mal que nos
impressionou também ao encontrarmos entre"os ínãios de Santa Isabet crian-
ça- recem-nascida que não abrira os olhos. Os pais sofreram da gonorréia
cultivacl-a no pro-stíbulo de Leopoldina. Quando o dr. Haroldo ónseguiu
separar-lhe as pálpebras, viu qué a criança estava cega.
A enfermidade de importação mais antiga, isto é, a malária, é tratada
pelos_Karajá de Mato Veide com uma raíz-do mato, que chamam ochinq
pilando-a e misturando-a com água. Dizem que isto cria dentuo de cincó
dias. Preferem, porém, os remédios dos branôos.
Outro aspecto de aculturação digno de nota ofereceu a lareira, onde os
três cilindros cortados de cupim,- que servem de sustentáculo da panela, eram
substituidos por três meios üjolos encontrados em qualquer cônstrução de
neo-brasileiros.
Não vi nem enfeites de penas, nem bonecas. Âi crianças tinham os adornos
de sua idade e os adultos de ambos os sexos usavam pinturas e tafuagem.
Como em tôdas as aldeias karajá por mim visitadas, as niulheres, quando"usa-
vam vestido de nossa indústria, conservavam embaixo dele as altaduras de
enbecasca de gameleira. Os homens usam o pequeno üsco labial.
Em abril de 1935 havia 80 índios na aldeia de Mato Verde. euando,
nesse ano, passei por lá, a população neo-brasileira do lugareio recem-funda-
do consistia em mais ou menos setenta pessoas provenientes, na maioria, de
Barreirinha, isto é, da parte pâraense do Araguãia, procedendo alguns tam-
bém de Goiás. Moravam em 14 casas. A vinda de Barreirinha erJmotivada
pelas inundações_desta região, que.tomavam ao gado o pasto. Segundo fuí
informado em julho de L947, o número dos neo-brasileiros de Malo Verde
náo aumentou, havendo, porém, agora 15 em yez de 14 casas.
lâ há doze anos os Karajá de lá eram bons comerciantes, sabendo dis-
tinguir até papel moeda. Como todos de sua tribo, apreciavam mais do que
gualquer ouüo artigo de permuta as pequenas contas brancas das quãis
fazem colares de muito bom gôsto. Quando eu quis comprar dum râpaz
um dêsses enfeites, êle, para nãã vender, pediu um pireço qud achou o cúiru-
Io do exagêro:25 mil réis. Naquela épocã os índio§ae Uàto Verde vendiam
aos passageiros das embarcações a motor, suas flechas ao preço fixo de
200 réis.
Nos dias 13 e 25 de iulho de L947 passei pelas aldeias de Crisóstomo e
Jatobá, ambas estabelecidas em praias do lado direito do rio. Crisóstomo tem
mais ou menos o tamaúo da aldeia de Mato Verde, onde contei 40 habitan-
tes. Mas o sr. Dico, funcionário do Posto "Geúlio Vargas", me afirmou ter
Crisóstomo cêrca do dôbro. Em todo caso, distingue-se-de Mato Verde por
.J
v

BEyrsTA DO MUSEU pÂuI,I§TA, N. S., VOL.


U lí8
ter uma casa-de-máscaras. As ardeias.de crisóstomo,
Fontoura e santa Isabel
únicas nas quais vi em Lg47, ainda, tais
:i: ":
cabanas. ""r;;-ró;;ã;"r;; fila das outras
Jatobá consisüa' no. mês de jurho, só
9m duas
comprida e aberta ;; í;d";'";beitos. -Eú;;..áü
conshuções em forma
ff :i"r#l: z, deza qúnze

xxx
Hesumindo
Resumindo oode-se dizer que os Karajá das
diminuiram aldeias recenseadas em lg'5
"orrr'id"ràr"ÀL"t".'-"Nãã llo"r,"oo, oc aldeias r^ foz
or.r^:^- da r hTapira-
r^_ do
pé a jusante do Araguaia, mas, ,"g""àã ::T-1t_1:r__1s
" ,"rrloío,%JTr:il
informações
ç[ue, somando o númóo de se,rs t*6it""to-"o"*;ffi
*
3ff;r'"""*l*"^:":Í:í: ::y, ha6itantes
ry;1,;, ";.;;!;i
;;!-"*j f."ü,i]1if?'alÍ""üffi:
f*ui"o,,", das atdeias
:m* *"?j;j,:::,9:.:1,?lu:
do total contado oo, x,*." (,I;,;.}?;"+"ir,ôii
ã*"i.Jiá1á se aproxime
â#':,iâT,âd:"ãHi#T,:
dos quais 402 d; sexo **r".rli"ã'J;Bão"il#;ilü;i
r"*o masculino e 4lS do feminino/*.\
xxx
,L: i."3#
Alberto Torres,i :"Í:"1:,T * l:lh: d:morei-me no
estaberecicrà ; ;tã"-*,vrvr-,rç
ut, pôsto rndígena ..Heloisa
rusro rnorgena -'tteloisa
que se levanta aõ Iadg esquer-
$:"*.,1:: j:"3rrj,..i1!
do da foz d.o Tanirená o{r,,o-+^' ^^.r^-.]Tto-,;,"
:"1á 9:tá"-;t4 ;ü#;:
i]X"*lflX*,?j;.""oEtii
l:,Tlti::,L-JTj-t*"Ttr,,ãhii:[*;i:T:X#ff
3':,'""*Ht*y":"f":r*1':",q1;:;f ;J*"Prl*:;;*1xil1ã',?i"T:
g. a pouca distancla a" gr""àã
.l^ so^,i^^osÀlorr-Tq:=9 1q","
de artôhc j:*r"jll:".91ri,t;ea;-";il;ú;'e;J"Hããft ""ri
*:**P:, ir em suas ubás para á praia situada pe ãã ãIlã'*orro
costumam 5,ââ:TáX
à margem.dire*a
a margem direita do Aragüaia e) qxase em frente "" àã""ã"ri,ill, que fica
{,rrrã;;;;";;
a noite deitados na areia"limpa "e fina, deixando confluência. r.á nacco-
La=o"rru*
acampamento diurno.
,
de;;":rã;
só alguns cães de guaida no,
""
Êstes Karaiá se casam excrusivamente.com_os
que moram d_aqui a jusante
do Áraguaia, sóndo, de acôrdo;;; ;l;ituição
- mahilocar, todos os homens
casados, naturais das aldeias do norte.
Quase todos são maleitosos.
Distinguem-se dos K-arajá das ardeias situadas.
a montante e, principar-
mente, doi de Santa
li;u":-*:T:1_Ip"l, não só p"h. ;;;;t;;i" fi,r*;;# Í,na, mas
llTLu-^ " q*:-::il_,,t1*",,ío ,*"o, f i,;qããõ"i" :ll"ú,J,".;l;,"1,i1, #1:
I*","":,*:^i.:T*::^:":Te,,?s"J"láaí,ã;ii"ã"d#,J,H,",Tã':Ti,"Tfr
andavam ou em fauapos *rrr;;úr, :,r_; :
i^l: ud,lll?r
re,s
rggs. Até ;;;é;-;:d:" 'r";r#-#
as três pedras q,r",'r"-iárãrrq ill,:H""JÍ "rl:i:TiuJ,1iÍ
Tü:Pã'illX,;l ",'"X,:l?#i:, "#
panela, têm tamanho'e forma'dif"r""t.*-não
forma'dif,ere.ntes, qp-d^ 1.,*^,r^^ *^_ -_--r, ?iX
r"oão-t"*iãrr,'.rr*
mesmo estado em que foram achadas -no"ao morro
usadas no
pegado.

itHfu*iT"*'iiii".üI ydlt:-,.',* ffi,T H*,f;à n!Tn!""Í.^,{,u, %:f Ér*"?


REVISTÀ DO MUSEU PAULISTA, N. S., VOL. II

_ - 9r Karajá da foz do Tapirapé


fsabel, mas mais -
do que ouÉos-índios,
não são tão alegres eomo os de santa
por exemplo, os Kaingang do Ivai.
Esta diferença é mais- pronunciada entrô as mulÊeres. com"os"donos do
mísero acarnpam_ento cónviveram em bela paz duas araras vermelhas, uma
coruja,_ uma pomba do mato com filhotes, oí filhotes de várias aves praianas,
um gato e muitos cães.
. Enquanto os Karajá de-Ma_to- verde só queriam fumo, os da foz do Ta-
pirapé não cessaram de pedir dinhciro para ômprauapad*a e rouna. Êlcs-
co*o. provàvelmente todôs os da sua tribo, podeiiam gâúar dinheirô ,e for-
sem bons lawadores o que, infelizmente, não aconteãe. o fato de serem
ótirnos pescadores nada- ãdianta, pois, em geral, não há ninguém pur" n"t
:ompr3r. 9 peixe. Qualquer. tentáüva do sérviço de proteçãõ aos indios de
incentivá-los e mesrno obrigá-los a afastar-se, rnais o,, *erró., da pesca para
&abalhar na- roça ou na oo,ç,ug de gado, revelaria, porém, compiet'a igno'rân-
cia dos conhecimentos etnológicos Írais rudimentaràs. Desprãzaria "o fato
dos índios não poderern mudarr o meio principal de adquirir o sustento com a
mesma facilidade com que. muita gentê em nossas cidãdes, muda de profis-
são.- Enhe os povos-naturais, com sua vida econômica muito menos côrnple-
xa do q"".-? nossa, tais meios estáo tão g
-entrelaçados em interdependência
€om a totalidade da cultura, que não se pode subs[itui-los sem abalar, ào ,r"r*o
tempo, a religião, a organização social ê uma série de aspectos da cultura ma-
terial,.isto. é, sem. produzir rirna desintegração cuitural*que, certamente, le-
varia à miséria psíquica e física.
Para ligar todos à nossa ordem econômica, evitando o mais
^os.Karaj{
possível tais consequencra nocrvas, recomenda-se a industrialização da pesca.
os Postos Geúlio \,'argas e Helojsa Alberto Torres, tanto pela sua sitiraçáo
geográfica como pelas-suas instalações já em funcionu*"r,io, poderiam àe-
tg"rp:+T importante papel a respeito, como centros de orienlação, produ-
çáo, fiscalização, depósilo-e intercâmtrio. Atividade feminina indústrjaiizável
é o fabrico das bonêcas tão peculiares à cultura karajá.

III
OS AKUÉ-CI{AVANTE

Quando, à tarde do dia Itde junho d,e Lg47,no palácio d.o Govêrno em
Go,iânia, fui do serviço de proteçáo aos
recebido,. em* companhil do- diretor
Indios, pelo engenheiro Jeronimo coimbra Bueno, dirigiu êste benàmérito
governador de Go,iaz, espontaneamente, um apêlo ao dr] Modesto Donatini
Dias da- cruz pedindo d-esistisse da charnada^pacificação dos chavante do
rio das \'Íortes. Era o intei:"gente serianista qrle falavâ, o profundo conhe-
'cedor do assunto, o homem géneroso e patriotà. sugeriu róspeitar o deseio
dêsses índios, de permanecerãn isolados'dos brancos, "desejo qrr'" o, r*o," íã
século passado, a retirar-se, vindo de leste para o seu afuâl têrritório e a de-
fendêJo contra todos os intrusos. Aconseürou deixá-los tão guerreiros como
são, para que os mascates não ousem aproximar-se deles, eníenenando com
doenças as mulheres e, em consequênciil disso, a tuibo tôda, roubando e es-
REVTSTÀ DO MUSEU PÂULISTÀ N. S., VOL. trr l5õ

cravizando. considerou ser o caboclo-tão '.improdutivo,, para a econouria


nacional como o sáo os chavante, não havendo,'portanto, razões econômicas
para transformáJo-s em caboclos. Também ,r iü, terraí oão Íazern falta t
economia nacional, porquanto há imensos espaços deshabitado,
do Brasil central dai quãis o branco, ";; ;;;
iá há mriit<i dp;;;'tt"h; lpãa5àãô
desalojaado os índios.
teria,podido defender meihor a causa chavante do que
^""^YL,::1Ur^1g:^_,f:. e homem de estado. Mas o etnólogo_que acomia-
:1^:--ir"^Tr^engenheiro
expediçã.g à bacia do Áraguaia, chefiada pero diretor do
*o." 3 aos rndios, nem por isso
rroreçao
servico de
cessou, nos diat seguintes, de demoirstrar
a êsse a necessidade do isoilamento. Fiquei por isso
dr. Donaüni, em 5 de. julho, me disse t", dl"hruào,ãtirráitirri*r-ô;;õ;
-;;;
enhevista para
"A Noite" do Rio, cedida ao sr. Antonio Buono j""i". q"à conosco viaiava
como reporter dêsse iornal, que suspenderia as áti"id*dá, d, a;;;;ç"--i;;
atrair os índios não pacificad.ôs,, en-qianto e-xistissem ainda povoaçoes neces-
sitadas, de índios "sãmi-ciülizados',] Era noite pà"rãLirs
cocalinho ao lado dos quinze mís_eros Kxaiá, quarrdã " ã- ãir"to,emmefrente de
comuni-
cou a sua magnífica resõlução. os fatos qrr" o tiúam convencido de
ser mais urgente salvar os índios já arruinaãos 'iir",
pela nossa ciülizacáo do ouà
preparar_ a mesma sorte àqueles que, ainda felües e sadios, *".rtirhr*
,:1_"^q"i1êtl: Oxála. quê se co-nserrre para sempre êsse gr""d;-;;;;it;J; ir"
moral da nossa üagem!
chegando a santa Isabel encontramos como prova da atual aütude dos
uhavante, um caboclo q-ue acab_ava de ser feridd com várias lo.doaaus
ã
91!"ç" e no braço. Tinha caçado no ouho lado do ri" q"u;ao foi suroreen-
dido pelos índios. Disse rer sido sra sarvação cair cám t;;b;a";;I]'t;.;
de uma árvore ao perder os sentidos. Acrêscentou que os assáltantes leva-
ram-lhe_a camisa, o-facão e o saco, deixando três cacetês perto àêi;:; ô
;;;"
companheiro de viagem,- sr-. Francisco Meireres, baseadâ rrur rrru, experiên-
cias como chefe dos trabalhos de atração dos chavante, estava corràr"ido,
porém, de que o caboclo escapou dando'tirosz,
sgig como for: o caso_ mo_stra_que os neo-brasileiros continuam invadindo
o território chavante, sendo deviddrnente iechaçados. só;; severo poúã"-
mento dos limites formados pelos rios das Mortàs, errg*i" ã T"ptr;É
Fd"
impedq t-ais abusos por partô dos forasteiros e as hortflia"ã"r assim orovoca-
das. Âcho conveniônte^encarregar o sr. Meiret"r ãL;il;;;;hr;;;";"";
de deixálo Drossesui*u procúa de encontros pacíficos com uma parce-
la da tribo.
, ,l"ju:*g..permitido transcrever, no seguinte, url) artigo
publiqrlei-n"'õ Éri"ào de s. paurá"-ã"1e 4 de janeiro a; rg?zl"tPÂtà1:rrXH
lhe aí indicações bibliográficas:
{alvez, não haja tuibo de índios ultimamente mais farada nos ioruais
,' Brasil
do do que os habitantes dos c{mpos cerrados que se estendem á-;;
gem. esquerd"
_dq _rio das Mortes. Tôda*a sua autarqüia e todo o ,",, ,"tui
mento foram baldados. Foi justamente tal atitudà ,"r"*"a" -q;" p;"*
cou a celeuma.

...-
156 nEVISTA DO MU§EU pAuLrsTA, N- s., voL..[
Isto não seria mau se af-ugentasse
oprogresso", _os representantes do nosso chamado
.§[u€,
por meio de"paperad, ainda mais
covardes, costumam apoderar-se ãai terras "rá*pirhJJ;"uã-",
dos íidios. §"rir, pore^, 6[;
tável se aumentasse ô número dos bem-intencionados q*,'
à famigerada tribo, guere-m saciar a r"d" á; ;;;;ã;":,-:r"rever uma visita
"o* reratórios
seusacionais ou obter-um Iugar privilegiado no céu.
Para, que a pa"iri"açao dã uma parte dos chavante não seia o
começo do fim de -recente
todos êres, é preciso isora-fos ã Ãá], pãlrr-;Jaãr"i*iiã"1
cias dos brancos. Não são sômànte u, ,orrur-d;";õ;
povos-naturais. os produtos da nossa cultura materiil {i" com os
""ur"*t".rto-
lrpirito"t, f"r_
ramentas como conceitos morais, hansmitidos sem orieatação " cãmpetent", páa"*
provocar desorganização social com efeitos catastróficds.
-bnguanto _agora líderes temerários da grande tribo indômita,
pontas das flechãs ,** o. próprio c9T9, se ãproximam virando as
dos abnegados funcio-
nários do, serrieo de prote^çáo' aos Íràios, convem
hatar um pouco de histó-
ria. A dos chavante, até-meados do sécuro d;"d;;;# inseparàvermente
ligua" à dos cherente que, como êres, pertencem ao ramo Akué da família
linguísüca Gê. A etimofogá dos només'a" é desconhecida.
No sudeste mato-srossense e no oeste pa-uristu,-"*ü"r;;;;;",
h"rriã J,rir" orna, tribos cha-
yalas.chavante,_iras linguistic;üié ãiJe.entes dos Akué: eram os chavan-
te-opaié do Iviúema e "rio ve_rde, dos
luais ag"-"r--i"*rÍas üvem ainda
espalhadas_ entre os vaqueiros d_as iaze.rdâr d"rd;;;á;;;,
vante-Otí de Campos Nõvos da bacia do paranap"";;;.' "
t extintos cha-

.. os primeiros encontros históricos das duas 'tribos akué com os brancos,


tiveram Dor causâ o ouro. No sul de seuaerritagg. *t",'ãloà
da bacia' do Tocantrnr, srrgi.u- ãnt prra" superior
rimpeiros (cf. curt Nimuend'ajq: The "--izsz
e r7s7;à;i^;'iãrorço", de ga-
sh-erente, Lá, e"gãr"r"is+2,'p." 6j:
no século anterior, essa,região fora visitada po.'uã"áu'irriiãú*"r, ?
sendo pro-
vàvelmente a primeira derís a de pero »o-il"g""r,];iá;#
16IB de são pãulo
'o ;;I"ú;ilã"rr"
para."correr mundo" e ir caça do genüo"-.
_"à exoedicão-
publicl{q_ nas "páginas d-e Hisiória d"o-Brasir,, ào-p;À;i";;fiã iãiã"(x
Paulo,.l987, pp.10*10), diz que os "s0 aventureiros... com outros tantos
rncuos" desceram o 'l'ocantins até a conÍluência do Âraguaia,
subindo, depois.
êste.rio para voltar ao po-nto de partida. Nías não ;;?;;;"ffi;;;;"-d;r;
ser interpretada como ieferência-aos cherente e ch""""lll-
do século XVIII houve, ãrtl, índios e os in-
uusos, choques hostis que acabaram passageiramente
--._I"-:-",qunda,metade " a pacifiàafã;-"
"rrt com -;
aldeanrento-({. loso rÍârtins iÉr"i* á" ãr3r"Ãüãl';a""#"1
Goiaz", Rev. Trim. do rnst. Hist., Geqgr. e Ethn. ar üi"rir,"rài. da provincia de
Rio de Janeiro 1864, pp.. szo e,sís-sszj. o, ãã"t"tãr;;j1i";", zz, pãiiã ir,
porém, para os Chavânte epidemias é outras d;rg;A;;, ';;; acarretaram,
afastar-sã do convívio
., levaram a
àr-b.a.rco, ,n""ãor' do 1zá,rro passado, a
"o*
abandonar definiüvamente seu habitat ,iúao", "o, e o Áraguaia.
Estabelece-ram-se a oeste dêste ,io, "rrlã;t*""l;,
ú;;;r..ar o mais ri-
goroso isolamento. Isso impricava a suâ"rforçu"aã-ã
separação cherente.
"à*pr"i"-ãàsno
Fizeram bem os chavante- os cherente permaneceram
Tocantins e
mosharam-se tão acessíveis que Nimuendajú (o.'c, p. g)
toái" escrever a seu
REVr§TA DO MUSEU PAULISTA, N. §., vol,. II

- "Em 1937 achei a cultura aborígene em estado de colapso.,


respeito:
cultura chavante, po-rém, funciona há cêrãa d" - "'-Â
tão independente
da -nossa que o etnólogo pode esperar ainda muitas
'recentes
"";-;;;s
r"rpr"rr.1g."ããã;;.
com exceção dos enconhos pacíficos, rorr'*- t orus os contatos
gye, em nosso século, os habitantes da re§ião compreendida entre o rio das
À'Iortes, o Araguaia, o Tapirapé e a cham"ad" .,§àíu ao
ãoncador,, tiveram
:"#*":lü#;:;:T{;e5T?","nff Tt'F#fi,,!::9"}f ff ,,,Íd,*ffi-_â?r
habitantes do rio io*ô"iÀo, 1" rÃuravam de nenhum encontro com os
"í" mostrar-me
nem puderam
"rf""ál-ãã ffi;;
:::r*:*:jd::y, em 1985,
proouztdas por êstes.
Tratei daouelas hosüridades no vorume cI da Revista do Arquivo
cipal de sao Êaulo. rur"""-q""-*or'rirol"cionistas,, ahavessaram Muni.
freouente-
mente o rio das Mortes, m_as nãã o Araguaia, isto é, *"t"Ã*
Erirà á"u1""àã.
na,margem esqrrerda dêste rio, maí Boróro tr"";;ã;#"{';iilã]
,só
,f_1,1,.1u margem direita do rio das Mortes. por " outro rado, houvel"*;õ;,
oos brancos na margem,opp.sta do mesmo rio, invasões das
quais as que não
eram de represalia- ou d_ea'profilaxia", devem t". tãã,
cias pouco tranquilizadoras. ftrà -"ror, aparên
isso dificurtou imensamente a obra de pacificaçáo em-
^_^^3."rtT^que.tudo
seyiç9.de Proteção aos Índios e contribuiu para o massacre
Bll"lL11"^^_e1lo.
dos seus seis funcionários ocorrido em 1g4l . Depois
desta kolent" ,"uiáo,
chamada de "fuaição', nos comentários d
"r,ãá-ã*"ãi,riã'"i"possibiridad"d"dJffi;",l;n"rrX"r1,"*,r"r1"t";ffà*:
que êstes, sentindo-se-culpados não só d" ;rúç;,
de todo o material da expôdiçao, se mãstrariam mâis i"t
;;;;té* d"T;;;
Mas o grande homein_q-ue cuida infatigàvelmerte-ã;;;"
àiarJ, do que nunca.
dos índios do
Brasil, não ãesanimou.
..s,du_
a orientaçáo' J; d;;;ri R;;";-pdp;;;;_;;
nova tentativa de reconciliação.
os trabalhos de_aproximação duraram mêses. Depois d.o paciente
nhecimento.da região^fo.1* p*tor, reco-
Ã1ar"graír""i;" I;, presentes no
"rr-
mesmo local onde-u priT,".rr" hrr*u'pacificaáora";;;;;il":*
o, ^s;;ô",í;
rém, não aceitaram aí dádivas, q,re sá p"rderuÁ. -õfi;;* í.,dios, Do-
Proteção aos Índios,.dirigidos p"io ,r- Francisco ô
Furtado soares de Meireles,
colocaram outros brindeí e várificara-, à"-p-oi, d;*;;;"r""áias,
sido retirados. Deixaram, então no rocar, aigum* que haviam
as letras vermelhas S. p. I. q,r"
a"r-iiã*riü, br"rr""s,
"oriú*rrru* levarí;i;;;"",
bordadas nas costas. "om
Esperavam que assim poderiam i"r ia"niiiiãd";
depois de esiarem tom^ando o. piur""t*, começavam ü* dois meses
fleõhas e adornos.
a retribuiJos, d.eixando

- No dia 6 de agosto de Ig46, deu-se o primeiro contato direto. os ex-


pedicionários se enõontuavam a doze réguas u
da serra do Roncador. Ar ü;.r,r_;àãipu*"rto e perto
escondidas e io um ou oubo
""rubin"r-Srturrr*
para o atmoço.q"""aã,ãrúári"u*"rt", alguns
*::*::l^"_"^r:_.T::p*.1u"m.-se
apareceram, atirarrdo presentes. rnrcrou-se a hoca.
-Tolot
\a*am sem arcos- trazendo apenas as flechas destinadas ao intercâmbio. o, "iriir?tã,
deles espalhava pela frente 'uma
substância descoriiàãiãã
-.-'r'"i u;
..para nos
REyISTA DO MUSEU PAULTSTA, N. S., VOL. II

amansar", acha o sr. Meireles, "pois êles nos consideram selvagens.,, Outro
l-l:^
índio
rncuo f^I^--
rajou
raráu r"*
L^--
p,o-iã;"à"L
-f : --
Dem proxtmo
-
I t I"?:.i'il;ã#;ã #1X'á*:*;";
- /.. \ r
Clete - (--provavelmente tez um discurso
'P -nos sau- I
(
dando", pensa o sr. N{eireles) - e diepois dirigiu suas palavras para o mato, (
surgindo, então, dezenas e dezenas ddcompa
de companÍeiros que
ouã lá estavam
estairam ocultos.
oorrlf.,*
Os expedicionários deram aulas de cortar com tesoura e de riscar fósfo-
ros. A reunião duror _quarenta minutos. 'oQuando nos retiravamosr,
..ap§s as
conta o sr. N{eireles (Folha da Noite,2l-11-19,{6) desoedidas. -iá
a. um quilómetro de_ distância, fomos encontlando - diversôs piquetes' de índiós
rigorosameni,e armados, em posição de combate. Estavarn'eicondidos, à es-
pera de,qualquer acontecimento: MT prossegümos a marcha, fingináo não
dar nenhuma importância. ao fato, até que encontramos um novo "grupo, de
um outro aldeamento. vinham ao nossõ encontuo, para um contatõ
Mas, sucede,, glre já náo tinhamos rnais presentes, á era uma situação "ôráirl.
difícil
a nossa. Percebemos qu_e os índios começavam a erguer a yoz, a ie exaltar,
pois. estavamos demorando em oferecer presentes. -E quando os indígenaó
iniciam _essa espécie de exorcismo, num -crescendo de e-xaltaçáo, é siníi de
que estão prestes a se tornar agressivos. Percebi a situação e ordenei aos
meus companheiros que fugisseú, evitando o caminho natuial, pois era certo
que mais adiante encontrariamos uma ou muitas tocaias. por -outro lado, a
fuga era absolutamente necessária, pois não permitimos que se combatarn os
índios. o Iema do serviço de Proteçáo aos Íidios, como ôe sabe, é: "Morrer
sf preciso for;.matar nunca". Por isso fugimos, a câvalo, e fomos persegui-
dgs a pé por êsse aldeamento - de chavantesl Tivemos oportunidad" ã"
tir, .então, um espetáculo impressionante: viamos os ch.avantes correr "Éir- eom
incrível velocidadê, atirando flechas, saltando morros, varand.o matas, quase
que voando. Durante dois quilómetros c_orreram a pé, nos acompanhándo,
enquanto que nós levavamos a vantagem do cavalo... Felizmente alenas um
rapaz da nossa turma foi flechado no pescoço e um cavalo. Após dãis quiló-
mêtros de corrida tivemos que deixa-r urrr cargueiro que .ros' dificultuir
marcha... No dia seguintd voltamos até met"ade do'caminho e deixamos"
presentes. "
A respeito do segundo contato diz o pacificador: "Finalmente, a 25 de
oufubro êles espontaneamente nos visitaram no acampamento, trazendo me-
ninos de diversas idade-s. Era essa a primeira lrez quê lc.aziam crianças, mas
não trouxeram as mulheres, que provàvelmente nõs espih.vam escõndidas.
vinham seis homens adultos. ]. qire durante algum teàpo parlamentaram
conosco. Tôda a vez que faziamos-rnenção de nos"aproximdr dá mata, eramos
impedidos... É que cêntenas de chavantes estavani escondidos... Trocamos
presentes. Uma nota curiosa é o fato dêles nos presentearem sempre cpm
flechas de ponta quebrada e voltada para si, nunôa para quem as'recebe.
Quando acabaram as flechas, se despediram. Então, quãndo tlomamos a barca
para atravessar o ri-o, um espetaculo emocionante aÍnãa tivemos oportunídade
de ver: a praia coalhou-se de chavantes. Todo o aldeamento se concentrou
na praia, para nos ver. Eram cêrca de 600 homens e mulheres,,.
Até aqui o relato do sr. Meireles. os Boróro chamam esses índios .de
"Kaiamo', e há quem considere esta palawa como variante dó nome da tribo
Kaiapo. A diferença da acentuaçáo-não importa, pois no idioma boróro as
REVISTA DO MUSBU PAULISTA, N. S,, VOL. U 150

palawas são geralmente paroxítonas. Surgiram dúüdas acêrca da identida-


de dos habitantes daquela região (cf. Colbacchini e Albisetti: Os Boróros
Orientais, S. Paulo 1942, p. 150).
. Quem os considerava Chavante, poüa basear-se em Couto de Magalhães
(Viagem ao Araguaia, S.a edição, S. Paulo 1934, p. 198) e outras fontes do
século passado. Quem supunha que fossem Kaiapó, tinha como apoio Cas-
telnau (Expéütion dans les parties centrales de IAmérique du Sud, II, Paris
1850, p. 114) e a tradição de que restos de Kaiapó meridionais atacados por
Àntónio Pires de Campos e João de Godois Pinto da Silveira se retiraram para
o rio das Mortes. Próvàvelmente, descendentes de ambas as tribos vivem Iá,
e é possível que formem hoje unidade cultural, tendo a fusão sido facilitada
pelo parentesco lingüístico, pois também os Kaiapó são Gê.
Se bem que ainda não possa ser resolvido ésse problema, será interessan-
te passar em revista alguns dos mais recentes dados a repeito, compar_ando-os
coú aqueles que podém conkibuir para a solução. - Os anlgos _Chavante
foram ãescritos poi Martius (Beitrâge zur Ethnographie und Sprachenkunde
Àmerika's zumal-Brasiliens, I, Leipzig 1867, pp. 269-275) que se baseia, prin-
cipalmente, em PohI (Reise im - Innern von Brasilien, II, Wien 1837).
Põr falta de material aproveitável sôbre os Kaiapó do sul é preciso considerar
'lVildt
o que Krause (In den ittet Brasiliens, Leipzig 1911) iublicou sôbre os
Kaiapó do norte. Os Karajá, Boróro e Tapirapé foram estudados por mim
(cf. Êerbert Baldus: Ensaios de Etnologia Brasileira, S. Paulo 1937). Mate-
rial acêrca dos primeiros há também em Krause (o. c.) e, no tocante aos Bo-
róro, em Colbacchini e Albisetti (o. c.).
No dizer do sr. Francisco Meireles, os índios que viu nos mencionados dois
encontlos, são "altos", tendo "extraordinária compleixão atlética". Marüus
(o. c., p. 271) escreve que os Chavante-Akué são "bastante altos" e "múto
fortes" ] O sr. Pedro Fêrreira, fazendeiro de Cocalinho, me üsse ter visto
várias vêzes "Chavânte" e que êstes têm a estatura dos Karajá a qual, segundo
Krause (o. c., p. 180), é, no grupo meridional desta tribo, em média 166 cm.
O mesmo autoi (ibidem, p. 370)bbserva que os Kaiapó são mais baixos do que
os Karajá.
Os índios do rio das Mortes fotografados pelo sr. Meireles - todos do
sexo masculino têm o cabelo da parte anterior da cabeça penteado para
frente e aoarado- numa reta horizontal cobrindo a metade da testa e deixando
descobertás as orelhas. O cabelo do occipício cai solto sôbre os ombros.
Êste penteado os distingue de todos os vizinhos. Escreve Martius (o. c" p. 27L)
que õs Chavante costúmavam conservar curto o cabelo em cima da testa,
hãvendo indivíduos de ambos os sexos que o rapavam no vértice para pintar
esta parte com urucu. Krause (o. c., p. 385) observa dos Kaiapó do norte
que homens e mulheres, moços e velhos têm, na parte anterior da cabeça,
tàdo o cabelo rapado de umJ orelha à outra, deixanão comprido o cabelo do
occipício e penteando-o para trás.
Os índios nas fotografias do sr. Ir{eireles têm os lóbulos das orelhas
perfurados, vendo-se um que usa introduzidas nos orifícios, varetas brancas de
tão notável comprimento como encontramos enbe os jovens Karajá. Martius
160 REVISTA DO MUSEU PAULISTA, N. §., vol,. II

('' relatados antigos.chava-nte: "Âlguns têm nas orerhas perfura-


das",.,g' -272)
cilíndros de madeira ou "pedaços de taquar*" au t á, fi;il':üãffiffi.
Mas não dilatam as orelhas tànto'como e costume enhe os
do norte.'rÉ;;ls Kaiapó visitados por.Krause (o. c, p.
de ambos os sexos usavarir adornos ,o'r rób"Íor;à;il;i;r"àáí
,t;;":upit""Hl.gj
nos êsses oue consistiam em anéis de madeira d"'í;;ã;-diâmetro,
;;"lh-;;;ãã;
dros de *ãd"ir" de 1,g a 8,7 cm á" irp"rr*a, e em pedaços
de "á ãiri"_
taquara de
5 a 7 cm de comnrimento, r--'-*"" dá áir;; ã";"ffi;#;h:
-----' proüdos
com cordel.
I us rudulçptr] ããr.,;d;:
Martiu-l (o. c, p. 272) que o uso do tembetá não foi observado
-menciona
entre .os chav-ante, e também as fotãgrafias dá-,.-.---uàir"r",
ninguém com lábio perfurado. o-s Kaiâpó ao
d;;é.q "ã, ;;;h-; o
perfuravam
be.{o inferior (Krauie o. c.: p. g7q, ; ô mesmo "o.ià,
vi ántre os Karajá, Boróro
e Tapirapé.
Tatuagem do rostg não aparece- nas fotografias do
sr. Meireres, nem é
rTrl'iJiÍ$"i"::Ir:_r"rg,""1,',".,Í"-1#i:*:'?,ffi !;:Í4,,*,t*',§rttjfl
l Í
ppl 2l&219).
disso dos Karajâ (iftause, ó. c.,
os homens retratados. pelo s5.. Meireres usam o estoio
ma de funil oue se encontrã também peniano em for-
T"pjrpg. (ibiáerra estampa 2]) e Kaiap_ó
"r,t
t ã, ;;;; *ffir^'. o. c., p. 2gg),
iKr;r;";:';.,t;:'ã;;
üi,üt11?á;,-:T,í;it1*i:"*lg,;,,;"rlí:;{#H,"j-.if;
neúuma^espécie l-",3t
de proteção peniária.
o cordel de cintura visível nas fotografias do sr. Meireles é conhecido
*^S;:,Yffe!?f
ffifi Chavante
anügos (úarüui,
i;,";Íiffi f ffi t,gk#,T;.*í,Ti,$":
", "., i.-n21.
Entre os homens fotografados pero. sr. Meireles há quem use purseiras
q lig?: em cima dos tornozÉlos, disti'ngui"do_re de adôrnos
daquilo que os Kaiapó (Krause: o. c.ipp.S$_áll5) "rs"r-a"ã,1i7"i",
iãriã"iitiaem. o. 226)
e Tapirap.é põem noi.antebraços
"
,ár'i"rr"* úil?il;.i:ií*í {^;;l
meolcra crrterem tambem dos enfeites de um moço Boróro
rehatado em c'ál-
bacchini e Albisetti (o."., p. 142). Marti",
chavante: "Em amLos os^re*or,'a muúeca e os to.
",-pl";;ài ;;;"e acerca dos
aúerhos são
a sete yezes com uma corda preta da grossura do canháo áã envorvidos seis
rr-" pena,r.
y"i,"íq*;#':tr*xi.H::3lÍ,i"':i;i";,:"1,fl jlut'.oT,?,Bl"nl,fi
de ferradura com uma casa do *"r*o úpó no meio._
:i:,,1::, ;
Iguar era a disposição na
antiga aldeia cherente.(d_. Nimuendajú1 o. c., p. 16
Marüus (o' c., o. z7\) "os chavantá constroem grandes
ã fig f;. No dizer de
cabanas redondas,
colocando-as orâ e* círculo, ora em forma de mãia-rua.,,
norte b, Kaiapó do
c" p.
(Igause, o. c, pr .B7z
e têm -e fig. 209), Borírã- tôãiú"""nini e Âlbisetti:
1 35). Tapirapé-
os seus edifícios,
aldeia"circular com casa-dos-homens no centro.
foréin, não são redondos, mas oblongos (Krause: o. c., p. 872

-!IFj
nEvIsTA DO MU§EU PAULISTA, N. S., vol.. u 161

e.fig. 210; colbacchini e Albisetti: s. e., p. B6) como, aliás, também as casas
dispostas emfila da aldeia karajá (Krause:ã. c",'pp. zoz-zag e figs. rs-er e za).
..Bandeira
, Na coleção etnográfica recolhida, em 1g87, pela Anhanguera"
no hinterland da {nargem esquerda do rio das Môrtes aouàu ao Museü pau-
lista, há cerâmica extr:emame-nte tosca que se distingue "pela forma, da dos Bo-
róro (C_olbacchini e Albisetri: p.-66),.Karaiá_jfrgirr", o. c.r pp. ZB}_ZB4
e figs. 131-1ss) e Tapirap!. A.o..g.,
fabriõação'de parieür a" ur*à era desconheci-
da entre os Kaiapó üsitaãos por Krausé (ibidern, p. sg5), e iohl e Martius náo
a rnencionam na descrição dos Chavante do sécuio XIX.
coleção existem balaios que apresentam o mesmo processo de
.^,^-,YI"T1
tabricação e a mesma
_espécie de matéria-prima que os trançadàs cherente
conservados no Museu paülista.
A coleção reunida pela "Bandeira Anhanguera,, também alguns
_contém
3i],"j gl" ldo_ u:p":to rudimentar e pela fórma diferem d", *uç", 'b*Ã
'z+s_z+a1,
rraDarnadas dos Kaiapó do norte (Krause: ca pp. 390, 392 e figs.
pp. ^o.
5l',1ryi11,aem, I!-27? y.fiss. Lzs-tz'), r*i,i.apa á soio,o @orbacchirí
76)... Pohl.(o. c., p. 169) eMr.t,.r, (o.c., p. 274) dizeÃ
acerca do cacete B
:^tf^"",T,,_l:1.: dos antigos chavante apenas que ünha'três-frs de compri_
mento, não indicando outr-os pormenores.
verificado que-9s índios da margem esquerda do rio
,^- Mortes
das Ir-l?r*,,emente,foi
d.eixam, depois de terem realizado um assalto, "as própiias clavas no
lugar onde roubaram t mataram. Êsse cosfume foi obseivaao, ig""r*"rriã,
L.
do norte, mas náo enhe os Karajá, Tapirapé e Borãro. Tam_
:i1"*:,5"r1p,ó
bem Pohl e Martius não o mencionam dos antig-os ciavànte. Nimuendajú
(o. c, p. 78) declara expressamente a sua inexisténcia
enbe os cherente.
Como os Chavante descritos por pohl (o. c., p._171) e Martius (o. e., p. 27g),
também os índios da margem eiquerda do rio^ das Mortes urtrrí,
(cf. Tihamér szaffka; "sô6re con-sbuções navais duma tribu "oorto"*^
de índios des-
conhecidos do rio das Mortes", Revistâ do arquivo Municipal,
LxxxvII, s.
177-174), distinguindo-se_a. Cri" ,"rp"ito
\1{l?*;pp.
do norte (Krauser o. c., p. B9B), mas também dos Karajá "ã"'rO
dos faiapA
I
e Boróro.
Resumindo êsses poucos podemos dizer que a curtura dos índios
encontrados pelo sr.,, Meireles-dados
difere profundamenà da dos seus üzinhos,
apresentando-se muito menos semelhalnte à- dos Kaiapó-
visitados po;
Krause do que à dos Chavante descrita por pohl IA*U*I-
Em conversa comigo, sr. Meireles calculou "o número dos membros
_o da
pacificação ãstá começando, em vários ãpoiando o
TP" ""rl
culo no tamanho das aldeias vistas de aüão, tamanho "úrh;; "ar-
êsse que caracterizou
com expressão pitoresca como "cidades de palha". o padre Fuchs, morto

por êsses índios em 1984, fala na sua últiàa carta ãe uira aldeia cám 120
câsas e de outra com-147. Parece, portanto, que no hinterland
esquerda do rio das Mortes vive a rriaior daquôlas tribos indígenas do
du;;rg"*
c Biasíl
que ainda não se submeteram ao homem brãnco.
162 REVTSTA DO MUSEU PAULISTA, N. §., vol,. il

IV
GENERALIDADES
Todos os proteção aos Índios
até âgora, .esforços do serüço de estavam dirigidos,
agora, unilateral e exclusivámente nc.j aproximar
exclusivamente parã- o-.^-;'-^- áa
r^ -^^-^
pt:ifi"rl{g
- rr
;r*-""lt,r?;;
IH:_d" ?'T-il,, as_hostís
"'"ããU"ãr"íá, ;, iâ'üâ_l: ;;;;"
Tl"::,"L*:*:1".:1fgg:çagar"t"",à;üii;i*,i,?T,ãià,"'Hfl
suas.possessões africanas, procüando i"bsti?"i.
;;::
1:-::1r:1 "as
p.:?,i"_:::i. iistituiçoes, ;;;üi;; ê a curtura in_
fÍq::: _tí;t"; G.";i"à;t ,í,üllT:pi3-
l,ury:#*F"fj::T.:.P:':ii_e*e.tã"r"+Í*1ffi,Yi','üH::iirXT:;íãi .""lfl:
l, :?,lTi,",i" '". tudítài; Gj,.
:l-.11$j*s:ii.: l,1i:-p,ossívet,
ü ;;iáffiX' ;J,;,ãll1i,'",::"T, f
tolando-,a ;;áã*il;il-'dã";l" de um de_
senvolvimento orientato parl_ evitar choques
A orientaçáo-e á;ãã'i1', 3â:1d;:'.* ,i-,Xlt,ii,uXl"" ff*:'i:i"u::"Jráffll?:
de não -desarrai-
gar culturalqgntg, cc,jrt pã.3 o- reãente aumento do
iuui.u
nos Estados Unidos da Amérià
número de índios
do Norte.
No Brasil, as origens da "administração d.ireta" não estão
eonceitos transmiüdoi,.pelos colonizadores portugueses apenas em
que, escravizando ou
aldeiando os índios- ou, pelo menos, pararizaram a indivi-
duaridade curturar.' _lhts _suprimiram
p1g""*1-u;;b";h;";";"5ü,ã,,
3"p"r
de Auguste. comte, do ^quar s'ão adeptos g""ã*r n;;ãt"il positiüsmo
de seus mais imnorranteí coraboradoàs na"tciiaçao a maior parte
Proteção aos Índ'ios. Essa douúi;; í;"ãp*"""r"*" os
do serviço de
"*pà"raà
serücoras como ..feti-
chistas", têrmo com que. designa poro, pô,
represen-
tantes de rlm.grau inferior ao nosso, nd evoruç-á,"lu "o.,rid"iuàor-""o*o
ilh;;;rãããã.'""A;;;-
pensáo caritativa do culto fundado oelo filósofo f;;""êr--i;;;oo
a intervenção na vida dos índios a fim'de t""u"tá-io, *ã^;;"ü;, obrigatãrà
protetores(x).
 atitude dêsses- beneméritos rutadores em prol dos aborígenes
tra sua iustificacão- aliás, na-história da própria Etologia. -É,*'bid" encon-
século óassado à tãn.ia prãaà"rr"""t;;ãr#ffi"",prilà]%;o'o" q"";;
Biologiâ, era o evolucionismo, manifestanào-se a sua poderos, sociorosia e
no século presente. Até a.criação do ser'iço aã piãtãõa"';;
r*r"c"""iá"ii"aã
o maior etnólogo que se tinha-ocupado com os indígénasãá i"d;;; ióiô
nrasir era Karl
típiôo das idéias d" fl;;;;" sp""""r.- É á
[:,Í_qis:*"^"iTfl"'"]rtante
oras,e,,o que ate hoje, deu a mais valiosa contribuição para ^conhecimento
o

(*) Por ruões de iustica e a títuro de curiosidade..c_oÃvim


sérgio Buarque aá nó1."i' inr;,." aà'"a,.-Jii'ã]l citaf e sguiate referência d:
a Miguer Lemos e R. Teixeira .qiçá.,'rü"_ã.-f.ã.ii..iô+e, ep. 23s-?36)
rr."a." -?b"1. s de una --'"ãr"t politica Ditatori,J
Fedetativa oua a Re1úblic"
-Br;i;ír;. )íãrto . que, emcmstituição
positivistas imagiaavam.câaaidamãnie-'_5".o.1i"i'g91* .,estado íço"s poríticas, c
"r""preexisteDte,,,
propÍla, oosss antecedeutes especiais . E âssim. por aossa feiçáo
rrmero de 102. isto a, qg*áá--"ã"ta";";*õi', exempto, em um domento datâdo dG
* subdividisç o país m à"r" -rortÃ-ãJ..õ;t"ããJ, meses de- vlda-;epub[;;;, prcpuhu qrc
trcametrte confederados e que prcvêm da fusrc ão . "e B.t"u'ol-o.iíã,ãilir*"u.iror, aisteuà
o elemento mcricma aulis"-"e;ã eremento euopeu com o eremento africmo c
-
-eàpiricameate
""-;É"iãaà" a-.;.*oi-É-rãJl.jiã, coeÍr
f.ã:'l?tTâ,:111,'*',"'TJ *'x;it{*r;;ír?":,"-p"ii' iã'ríáiã-ã'"#- a Repúbüef-e
d"v.,'.ot,ã-ããç0."-&"tot." e ü- ..;:[H, T?T.^"*'""H."IT"H"Í:L.ürü_T.
pÍoteção do Govêmo Federal "i-páú-"i",
cmdJs-üiq,í; vlãieaqa, etc.,.,,
REVTSTA DO MUSEU PAULTSTÂ, N. S., VOL. II
dos hab:tantes primiti-vos de.sua pátria, João capistrano de Abreu, com sua
monogratia sôbre os Ka_xinauá, era evolucionista põr excelência, como revelam,
espeeialmente,. alguns dos seus ensaios historiogiáficos. úár'e áã1rt
porta-nto, o _fato de Rondo-n e os seus, não terãm estado mais adiantados
;ú;;;
ãm
Elnoloqla-do.que, naque_le tempo, os principai, e*poerrt", dêste ramo ào
saber, dedicados ao esfudo das tribos do país.
poder,diskibuir do munâo nos diversos degraus da escada
_-r-P*", o evolucionismo os.pov?s-
viu subir tôda a.humanidade, era freciso submetê-
p^"-I"-qli:
los a determinada medida. Bem etnocentricamente, o padrãà para a avalia_
çag .d* ouhas culturas era a própria cultura dos evolu'cionistai. Calculavam
o degrau de cada cultura r"g,r'rrdo'u distância_que
cultura, colocada no ponto õais alto da escada^. cbm- l"ig;;;;;"paráJa d; ;;
trráo isso estavam em
ab-soluta contradição com a Etnologia moderna, que não eslabelece iuizos de
valor a respeito-da cultura dêste oü daquele povô, não reconhecendd culturas
superiores e inferiores, mas sàmente dulturai diferentes (cf .
mais pormenorizada em Baldus: o. c., p. 1S). " "*pti"[áo
Encarando os índios sob,êste.pont-o de vista dos etnólogos hodiernos, de_
saparece qualquer necessidade étiõa de aproximá-los da nSssa cultura,
mais
.lo que exrge a paz-entre os grupos étnicos que constituem o Brasil. Tam-
pouco na necessidade.econôm1"u d:
.apagar o -quadro multicor
pela variedade das tribos ainda existeirtã-s,
representado
-assim,
unifàrmizandã, mais uma
parte da humanidade nas manifestações de sua alma.
Acho gue as experiências feitas pero serviço de proteção aos Índios bas-
tam, para demonstrar as vantagens de conservar, o mais possível,
intactas as
.ructades etnicas. sabemos que outrora fuibos lor êle pacificadas,
_poderosas
como os Parintintin e diveríos grupos dã Kaingang, estâã
áã
"gor",'depois
lx)ucos decênios de contacto com"oJbrancos, red"uziãas , ,àrto?-i"rrg"rí1.*t*
a extinguir-rg.., já
Q"9T teve-a felicidade a" p"rúip", ã" i"tã"o
_._p-."tt::
vicla cultural de uma tribo ainda não alcançad_a pgla '..administração dire_
de ficar com pena dosindios'degradados a"g""Lruão,
Y;^T^1p,"9"
pelo _delxar
convivro com a nossa gente. "
proclama, entre "os princípios básicos de proteção ao índio
._-_9."1."rdçg"
brâsileiro", o de "náo intervir para modificdr o seu sistema i" uid*,' (seoara-
ta da Revista do serviço Púb[cã, setembro de 1943, p. esy. i"u,
1rcrém, contrariam estas palawas. "uüããããr,
Âs escolas instaladas nos postos Indígenas, pela sua própria natureza
H.o
pod:T deixar.de ser instrumentos para ãesintefrar afastando os
n,oos culturalmente dos_ pais. ou eras conseguem sua "-f"*íIi",
finaridade, compretan-
do-se.talve,, ainda,. a, aç1ô desagregante num ínternato, o" se tornam ine-
"lã,
ü"i:â:::"T'fr f#'[ii,eilf$;;,'1,:*::'la;:T:iHi,i,)T,:T,:,#X:*8"::
de ínüos ôentro-americanos,. ; ;;g"i"t* pãr"#*,;í"*i"*iria y ra co
munidad deskuyen la acción"r;de h eícueh sãbre aq,r"lto, niios iídísenas
que asisten,a ella, porqug.la escuela corresponde *rriu cultura dir;;rr"";Í;
moderna,_ y por ello enhe la escuelã y la "familia y la com ,nidád ,o
Filtu"
Àay esa,especie de continuidad, de lazo de unión que existi entre familia,
co-
aunidad y escuela en las sociedades de una mismaiultura. La escuela oíi"i"l
tu nEyrsTA DO MUSEU PAULISTA, N. S., vol,.
II
en la región de los tarascos_ enseiâ, eon parabras,
ra curtura moderna a ros
nifios indígenas, pero éstes ar vorver ã ,", fràgããr"tüaã"
iãs parabras ante Ia
grgsi{n concluyente de ros hechos, -"t"
respeto y carifio.,, "i-""1"-pí;';;;"t""es res merecen
vencendo, porém, a escora, tar ruta contra os
sua vitória costüma ser,
pais e a curtura tradicional,
passageira, ou restrita a poucos indivíduos. pas-
sageira ,ou
como no gaso dos.
\gpfio igt*t i"""" ãr"É:;;à, norte-americano
fi;v;ffi'tr, il"::i""i:,nu?T*ltl(n, citado p"; E;iü; wiilems io;,*
.pp. %-25), ;b;;;uu o ..eg^ui,,t", ,,o :iJ:#13?&if§,::,"i1:_*f_JfliÍ,
lhes os interêsses - A maioi parte do que
rhes é ensinado não combina com
a sua experiência sociar e à srá compreensão
decorado^e loso "rô"pa _desde o começo, ou é
"rq"à"igã,."Nãià";h.egam-a aprender pouco mais do que
a ler, escrever"e farár o ingrês rna*^rr.*rs"r
tactos diretos'com. branco-s.
q";Jõ;t, €frr con_
euando'd;i*á; "r"#rorn"ote
ià*bém deixam de
ler' Â única matéria eú" q]r:_!p;rece no teritório ""ãr""ãr", são argumas
ilusbadas, forhetos cômicos, catárogôs revistas
t difundidos peros
missionários. euando vão à cidaãe, nunca " "iáaàl-;;ü;#
entuam ;, uiuüàiãá;';"úLf;;:
lvillems (o. g:,,pp: 26_-27) acrescen'zr ainda outros argumentos para de_
#lt'foll"Hi"'":T^Ifl í:n"t'"ffi';*:,lf""u3i*iffi
escola". I Hr""rX*-}Ift,:il
,T:odo., porém, a es-cola, efeitos mais duradol,os e mais incisivos na vida
, determinados
de indivíduos excepcio"*ir, êrier,;;;;"il;
pletamente do conüüo com â rri; t iú, indo se afastam com_
morir com os
ou ficam num certo isoramento ae"t o ã" prãprr---iàã"ã'i"rlfli". neo_brasireiros,
os casos resulta o oue ,?iràrr"*Em ambos
isto é, o homem colàcado,sociórogos americairos'"rr"*"Ã aã marginar,,
ent ã duas c,rll, sem pertencer a nenhumaãelas.
Tentei dr.;;;;;pro disso d"r"r"rr"rd*as'

frfüül:t,ifr :'üj*tiÍil,#,:-*,TH*+*tht*rt';r*T'Tftr
ficou, por fim, tarvez õ mais inferiz od" ,,r" uibo,
.ráo ajustar_se
nem aos seus nem aos brancos. A escora "o.rràlrioao destrutivo
na sua üda e os conhecimentos nera adquirúãs ,* rrtár--.ãir""te
"ru d"";;;;ágens não
e aos outros Boróro, mas quando muito a'certo. a êre
como intérprete e informa^nte, bem como aos
br"""ãr q""'aet" se serüam
missionários^ para fazer ,,farol,
como vencedores no calnpo..da pedagogia.
e não lê e não escrev". Moito m^ar êrE üb"
u"ii" r"*li;"ríb; Ier e escrever;
e a caça é a vida do Boróro.
o caso de Tiago,.Aipoburéu. mostra ""ç*.;
as histes consequências psíquicas
produzidas num indyvíd"o' p"rã ãr*lá*àtã"d;ir;"d"'ãI":r,
tribo.
tativas de influenciar dêste'modo sôbre
u*a'"rrrtú l"ar" flram feitasTen_ por
espécies de catequistas e, pJã-menos
$vers11 no Brasil, nunca deram certo.
dos perigos paá.a arma àeve* ser consider"dos
Yi-':*
corpo quando se separam ínüos de seu os perigos para o
ambiente na;;; p*" educá_ros no
meio dos brancps. ^Êres não tc*
" ""r*
Ír";;;;";;r""r#ãr"r" contra de_

-l-E=E;
REVISTA DlO MUSEU PAULISTA, N. S., VOL. II 165

terminadas doenças, morrendo fàcilmente nas cidades ou levando o vírus


contagioso para contaminar os seus em casa.
Mas com fudo isso não quero negar a conveniência de haver, em certas
tribos, alguns indivíduos alfabetizados para servirem de intermediários rros
contactos com os brancos. Seriam, põrém, especialistas profissionais que
além de aprender a ler e escrever> deveriam ser instruidos acêrca dos direitos
e deveres ãa tribo em relação aos viziúos. Tal preparo para a "carreira de
diplomata" nunca implicaria, não obstante, na alfabetizaçáo geral da tribo.
óbüo é que a seleçáo dos candidatos exige conhecer o seu status para evitar
que se toinem de qualquer maneira perturbadores da ordem social. 0 tra-
quejo etnológico é neceslário, também, na escolha do grupo local em condi-
ções para tal espécie de contacto conosco.
Além do problema da escola convém discutir o do vestuário. Ninguém
"Mas
pode negar o ialor da roupa como defesa contra o frio e os insetos.
já vivi entre índios que costumavam andar nas horas mais quentes do dia
com os trajes recebidos d-os brancos e_ passar as horas mais Jres_cas da-noite
lmpletamente nus na rede,
completaménte sustentanqo pequeno fogo
reoe, sustentando laoo dela.
rogo ao lado oela. É-[; isso
lsso
umm ^belo exemplo da preponderância da ôultura herãada sôbre inovaQões
inovações ca-
auméntar o bem-estar
azes de aumentar
pazes físico. rara
bem-estar Ílslco. Para aqueles inctros
índios as nossas vestes
ãesempenhavam apenas papel de enfeites, sendo, portanto, usadas sômente
nas horas em que podiam ser vistas por outros.
Mas ainda que um cobertor de lã ou algodáo seja, em geral, como prote-
gão conha o frio e os mosquitos das noites do Brâsil Ceáual, preferí}el à
brasa e fumaça de um foguinho, não podemos afirmar que o uso da nossa
roupa durante o dia seja melhor pâra a saúde do índio do que andar nu. Para
demonskar devidamente as desvantagens da nossa indumenúria, convém re-
produzir o que Josué de Castro (GeograÍia da fome, Rio de Janeiro 1946,
Ép. B&BB) eicreve a respeito. São estas as palwas do ilushe catedrático da
^úriversidáde do Brasil: àqoal a razáa pela
{ual o branco se fadiga mais de-
pressa do que o negro ou o índio? Pode haver várias razões explicativas, rnas
ô qrr" não^ resta düviaa é que um dos fatores desta diferençâ fundamental
reside no fato de que o ínüo e principalmente o negro perdem muito menor
quanüdade de cloreto de sódio através da sudação do que o branco. E
-muito menos com
ferdendo menos sódio as populações nativas se fadigam
á realizaçâo de urn mesmo tipo de esfôrço muscular. Qual o mecanismo
que explica esta diferençai Trata-se realmente de uma superioridade bio-
lógica? Não. Primeiro, que não existem superioridades ou inferioridades ra-
ciais à luz dos modernos conhecimentos antropológicos. O que existem sáo
diferenciações biológicas, condicionadas por diferenças do méio. O que é
superioridade nas regiões polares pode constituir uma inferioridade nos tró-
picos e vice-versa. Segundo que no caso em apreço não se trata nem mesmo
àe diferenciações nas ?e similes processos tédnicôs de aclimatação, de dife-
rentes hábitos de vida destes frupoi humanos. Os negros e os índios perdern
r:renor quantidade de sal pela sudação por conservarem a sua pele nua não
recobertà pelo vestuário. Talberg mostrou que o suor produzido por ação
do trabalhõ muscular é muito mais rico em sódio do que ô suor resultante da
ação exclusiva do calor ambiente e mostrou também qüe o suor secretado pela
166 REVISTA DO MUSEU PAULISTA, N. S., vol.. U
pele vestida é quase duas vêzes mais rico em sal do que
êste, um arsumento decisivo contra o a d.a pere nua. É,
Grúam Lusf. Estas our"*uçoãrã" rrru".g .uso do ;;rà-árt;* t air"ãr, Iiir*;
interessantes fenômenos rigados a aclimatação"";;#; chra de
"?*pu""çao
e a coroni;çãr'il'r"gtõãr-"i]
picais. o primeiro pontõ escrarecido é d ã"-;i";"rtíillã""r"
trabalho nos tróoieo-si É, qr9 cro nesro ao
9..1"Àr; sempre trabathou q;;'dõiá::,"S"j;
nas plantações d'e cana daô anuüris, ,"1"
na área do acúcar do nordeste brasiÍeú, sempre"ã, "rgãaãi"r*o#,"-"*".icanos, seja
o enconhamos com o menos
.poisíver, x rcrãr tr*
de roupa tanga, evitando dêste modo a
desmineralizacão "áã'rr*ples
nela sudação excessivà e concentrada em sais minerais.
E'por qre os'bra,lcos não tãntaram esta mesma técnica? piimeiro,
ra.em zuas vantagens,,segundo, porque.seria perigosa por igno-
suas peles ao sol. peres.-pouco a exposiçao âir"t"'^J"
iigrientadas, â".n"rerh,r*'ã"f"rr, se deixan-
.tqao, ;; ttp;r'ã."ià, .or"r"s, tanto os
fàcitinente.^pJ,
*-t;l?:,^1plnguar
Deneilcos como os nocivos, os urtra-üoretas e_os'"uro.íf"iár. Já r;gr",-;"-
a sua pigmentação acentuada se sentia u"* dãi"nãiá;.*
despido de qualquer espécie de vestuári N; verdade, mesmo
meite aos pàrigo's â"1fiüçi":
sombra de iua irónria p;ü:' õ*,-:*1:1 §*J:";tüJãru*il#:.t
É Í;ài;r" usando pouco vestuá'o revavam tam-
bém sôbre o b'à',.à ,mL g*"d;;;;irá"q. oJúnicos ;;l;;", europeus quc
se aclimataram rearmeate"nos trópicos-poa""aã-"ãri""Jrr#;,
culares com os nati trabarhos mus-
ram,roi,"a"'.,ã.,ãi"ri;,t:'#J,inf:'fl-":tr""';,,1f
raças,
"HH,?'i#":;"t;"rr,í;
::_l:q"r dos engenhos com os luais r" ;J;;;.'^'õr-ár""os de outuas
franceses, inglêses
.ou hohnãeses, querendo não só manter nos tróoicos
os seus vestuários, mas impôr
-seu -uso ús nativos, procediam'à#;;ff";
mais errada nossíver. E crim êste ramentáv"iã;;;'.,t#iã*áti".,tt*vam a sua
aclimatação 'nestas terras, mas também provocavam
dência e em certos casos, o extermínio 'io, ;;;;àr,ou apressavam a deca_
ã,"5áã"s de inúmeros
males, logo que üveram suas perer Ã"ob-".t".-;-;;;"1;"ãLopeiu.
desapareceram qrupos inteirds de poti"ásianos,'-'ü"-t-a"""s Assim
l\4arianas, Taiti,-Glram e" outras, os.{uais das irhas
peu§ se apresentavam fortes e vigôrosos, ;;;' a"-lf,ã!ra_ dos euro-
e começaram a defiúar
logo que oi missionarios r""oúri."ri- p,idi"*",iá'-'ü;
ticas' seus masnífic,s:oros-nus. Interessantes roupas exó-
observações de" Alain GerLaurt up."r"rrlrár, ".".ri'ri*iil
sôbre êste assunto são as
.e h poursuite
du soteil'- 1929. 'sur ra ,o"t"i"l"ã*,.:-1Íiãz "à, u':i?rurgile du soreil,
- 1932. consurte-se, também, o livro-a"
le climat' - r9g7' no e"art-úi;;á': .L,Homme
et
.quar- êrÉ á";;;rà g"ue a proteção excessiva da pere
dos nativos pelo vestuái; ];-g;;"r*
a "ntrrquecimento de todos os siste-
a -o'dir"ã-üilã,üo,u,
"íma Para destruidora
ffi$fif#:',XfifllliXuo
Tratando dos Karaiá de santa rsaber, já apontei
que s,rgem se dermosaos índios ,orp", as péssimas consequências
sem os capacitar para obtei outras
quando gastas as primeuas.
rnconvenientes' em gerar, são também as
intervenções no modo de adoui-
rir o sustento e de morai d
"'t";i;iiã;ã;ã";'iilíãü'e'Ii*"nr,o da t.ira

-ilE*
nEvrsTA DO MUSEU PAULTSTA, N. S., VOL. U 167

e a dos Karajá é a pescc. ;irrri* absurdo esperar que os últimos se dediquem


com o mesmo entusiasmo à litvoula como os primêiros ou que êstes se âper-
feiçõem tanto na pesca como os índios remáuos do Arasüaia. suoor'tais
possibilidades é não reconhecer o entrelaçamento das atiíidades
""o^oô*i""t
com as outras esferas da cgltura. Se, porém, a aiteração dessas atividades se
torna inevitáv.el pela transformaçag -vida
{"i condições de devido ao avanço
da nossa civilização ou a outras influências convém conservar, pelo menos,
um certo nexo com o passado. ,Assim, como mosfoam os Boróro e ^os Kaduveo,
tibos.de caçadores, Que vivem observando e seguindo os animais, prestam-
se melhor para vaqueiros do que para lavradoreí
ãspecto ão problemã é à intervenção na própria ravour.a. como
é- sabido,
-oqtro
esta, em cer[as tribos, é não sàmente mais r]ariada do oue a da
maioria dos sertanejos, mas também mais lucrativa no sentido do'proveito
para a alimentação direta dos produtores e não de acumulacão capltaüsta.
Assim sendo, a introdução- da -monocultura, seia qual for úa esfécie, só
pode_ se.r nociva, pois esta forrna de lavoura deséquiÍibraria o regimâ aHmen-
tar do índio e não lhe ofereceria nenhum atradvô pelo mercantílismo que a
caradenza.
Tampouco é _rec_omendável o serviço de proteção aos Índios intrometer-
se em assuntos de habitação, obrigando, por exemplo, os Karaiá a deixar o
cosfume de passar os meses secos na praia e corritrrri.,do casás oara êstes
índios que^durante milhares de anos üvãram bem nas ca.banas feitai por êles
mesmos. servem tais construçõ-es apenas paxa provar que o encarre§ado do
Pôsto aplica a verba "realizando alguma coisai, os tutehãos tor-
nam-se ainda mais dependentes da nossa cultura ".rqrdoto
pof t"I perturbação e em-
pobrecimento da sua.
se o acima exposto demonstra a inconveniência da maioria das nossas
fnlerv.ençogs nas culturas tribais do Brasil, não quero com isso negar que tam-
bém-haja intervençõ_es acor»elháveis. Assim, for exemplo, acho" boà salvar
aqueles recém-nascidos de boa saúde que, em certas tribos, estão destinados
a serem mortos por razões mágicas ou outras imposições do padrão de com-
lrcrtamento. Naturalmente, em taÍs casos será qúase-sempre'necessário afas-
tar o indivíduo do convívio da comunidade, pois'onde o infanticídio adquiriu
caráter institucional, o sobrevivente raras vãzes deixará de ser considàrado
àmeaça para o grupo.
, A finaüdade-principal
a cletesa
do serviço de Proteção aos Índios deve ser, porém,
conba todos os agressores que vêm de fora, sejam.êles branõos ou
tribos vizinhas. Entre os brancos ôuja aproximaçáo tdm de ser impedida
figwam não só os ladrões de terras, máscatàs, turislas e caçadores, *"i tu*-
hém os jornalistas e cinematografistas do tipo daqueles que retratam as mu-
lheres completamente despidainuma tribo cirja cuÍt*a qrr" elas cubram
certas partes do cOrpo. "*ig"
-Resta,
por fim, tratar da escolha e do preparo dos funcionários do servi-
ço de Proteção aos Índios. Quase todos êies-parecem-se com cirur$ões que
nunca ouviram falar em anatomia e nunca tivôram bisturi na mão."Isoorà*
corpo e alma de seus "protegidos" por não serem nem médicos nem "etnólo-
gos' Náo tendo aprendido-vencei os próprios preconceitos etnoeêntricos,
--,+Éã{Ikhq-

t68 REVIST DO MUSEU PAIILISTá, N. S., VOL. U

feúam+e num comprexo -*;U


de superioridade
.que, no merhor dos @sos, os deixa
considerar os índiof-á ã.;"*illü"aiirJ,;;;1;Iiçrr".
encaresado de um pôsto não consegue Ássim, o
,u-rr?T é revado e ere.
:*^p::ou "lg:i idear-rerigio';-;?;"*íri;Tà"ii*"".i"ffi"
"*liãít"r-ri'""
illerro entregar_se à bebida.
considero i-ndispensáver os candidatos a encaregado
" cobiçar di-
de terem sido anrováàos ;r; ;;r;'ãJãpüaã"r;;'."Í#;to-! de pôsto, depois
psico-üagnósticàs, seguirem um curso esirecial b"r" de tdstes
de meüciúa e outro de etno-
logia. Ambos êsses-cursos têm de ser tnstarad", ;-fr;;;;
mente dentro do oróprio s.eJviçg, de práteçao permanente_
respectivos profestorês e arém'airrã, áo'iraior";-irdt;;'d;ãevià dispor dos
número possível de méãicos e
:33i:9ff ,H"I::à1fl:',rt"r:;:.l;,H$:,It"h:xiTf,ffi ,t,âf
loga e Põlítica, Instituição cr*pr";;;iri d* urirursidade d;:*r
de são paulo.

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HERBERT BALDUS Prancha VI

Fig. 11. crianças tapirapé brincando na praia de porto

Fig. 12. cabana javahé em construção (Leopoldina).


HERBERT tsALDUS
Prancha VII

13. "Natureza morta" da aculturação (Leopoldina).

14. Panela de ferro ao lado da tradicional tacuruba karajá,


constituida de
tres cones truncados, cortados de um cupim (Leopoldina).

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HERBERT BALDUS
Prancha VIII

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HERBERT BALDUS Prancha IX

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HERBERT BALDUS Prancha X

Fig. 19. " Cabide " karaiá formado por_ vara fincada obliquamente no chão
apoiada em pequena-forqueta fin^cada em sentido (L"àpoldil.).
"p";É;

Fig. 20. velha karajá ralando mandioca (santa Isabel).


HERBERT BALDUS Prancha XI

Fig. 2L. Parte da aldeia karajá de Santa Isabel.

Fig. 22. LIbás karajá no porto da aldeia de Santa Isabel.


HERBERT BALDUS
Prancha XII

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Fig. 25. Acampamento karajá na foz do Tapirapé.

Fig. 26, Parte do acampamento, vendo-se o Araguaia com o morro situado


quase em frente à foz do Tapirapé. Na praia que fióa ao pé do morro,-os donos
dêsse acampamento coslumam- passar a nõite.

-
HERBERT BÂLDUS
Prancha XIY

Fig. 27 , o Posto Indígena " Heloisa Alberto Torres,, na foz do Tapirapé.

Fig. 28. Akué-Chavante em contacto com o Serviço de Proteção


aos Índios, em
L946. (Cortesia do s. P. r.)
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