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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)


Divisão de Informação e Documentação
Alves, Alexandre
Estudo Experimental da Estabilização de Chamas em Escoamentos com Baixa Rotação para
Aplicações em Turbinas a Gás/Alexandre Alves.
São José dos Campos, 2013.
180 f.

Tese de doutorado – Curso de Engenharia Aeronáutica e Mecânica, Área Aerodinâmica, Propulsão e


Energia – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, 2013. Orientador: Prof. Dr. Pedro Teixeira Lacava,
Coorientadora: Profa. Dra. Cristiane Aparecida Martins.

1. Estabilização de chamas. 2. Combustão em turbinas a gás. 3. Baixa emissão de NOx. I. Instituto


Tecnológico de Aeronáutica. II. Estudo Experimental da Estabilização de Chamas em Escoamentos com Baixa
Rotação para Aplicações em Turbinas a Gás.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALVES, Alexandre. Estudo Experimental da Estabilização de Chamas em Escoamentos com


Baixa Rotação para Aplicações em Turbinas a Gás. 2013. 180 folhas. Tese de doutorado em
Aerodinâmica, Propulsão e Energia – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos.

CESSÃO DE DIREITOS

NOME DO AUTOR: Alexandre Alves


TÍTULO DO TRABALHO: Estudo Experimental da Estabilização de Chamas em Escoamentos com
Baixa Rotação para Aplicações em Turbinas a Gás
TIPO DO TRABALHO/ANO: Tese / 2013

É concedida ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica permissão para reproduzir cópias desta tese e
para emprestar ou vender cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva
outros direitos de publicação e nenhuma parte desta tese pode ser reproduzida sem a sua autorização
(do autor).

_________________________
Alexandre Alves
Praça Marechal Eduardo Gomes, 50 – Vila das Acácias
CEP: 12228-900 – São José dos Campos – SP.
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Estudo Experimental da Estabilização de Chamas em Escoamentos


com Baixa Rotação para Aplicações em Turbinas a Gás

Alexandre Alves

Composição da Banca Examinadora:

Prof. Dr. Paulo Afonso de Oliveira Soviero Presidente – ITA


Prof. Dr. Pedro Teixeira Lacava Orientador – ITA
Profa. Dra. Cristiane Aparecida Martins Coorientadora – ITA
Prof. Dr. Luiz Gilberto Barreta Membro Interno – CTA/IEAv
Prof. Dr. Amir Antônio Martins de Oliveira Júnior Membro Externo – UFSC
Prof. Dr. João Andrade de Carvalho Júnior Membro Externo – UNESP/FEG

ITA
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Ao meu filho, Felipe.


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Agradecimentos

Agradeço aos professores Dr. Pedro Teixeira Lacava e Dra. Cristiane Aparecida Martins

pela orientação da tese.

Aos amigos Robert M. Pierce pelos conselhos, informações e conhecimentos transmitidos

sem os quais seria impossível a realização deste trabalho, Dr. Rodrigo Monteiro Eliott pela ajuda na

elaboração dos artigos, Enga. Laís Ribeiro pelos projetos e detalhamentos do sistema estabilizador

de chamas, Marcos Batista por ter ajudado na parceria com a empresa Laserjob e Eng. Flamarion

Pieroni por ter contribuído, juntamente com o Eng. Ricardo Moraes, para o desenvolvimento do

sistema de aquisição de dados para o banco de ensaios.

À empresa Laserjob, sediada na cidade de São Paulo, por ter cedido seus engenheiros para

auxiliar no projeto e desenvolvimento das telas do sistema estabilizador de chamas e também seus

equipamentos de corte laser, além da matéria prima, para fabricá-las.

Ao senhor Francisco Carlos Nogueira de Almeida do Laboratório de Combustão do Instituto

Nacional de Pesquisas Espaciais de Cachoeira Paulista pela fabricação da câmara de combustão e

do sistema estabilizador de chamas desenvolvido.

Aos colegas do Laboratório de Combustão, Propulsão e Energia do Instituto Tecnológico de

Aeronáutica, Dra. Leila Ribeiro dos Santos, Dr. Dener Silva de Almeida e Dr. Rogério Corá e M.

Sc. Felipe Andrade Torres, pelas ajudas nas realizações dos ensaios e momentos de descontração,

ao Tenente Limeira pelo auxílio na solução dos inúmeros problemas que foram enfrentados nos

Laboratórios.

Aos funcionários do Laboratório de Engenharia Aeronáutica do Instituto Tecnológico de

Aeronáutica pelas inúmeras vezes em que contribuíram para a realização dos ensaios e a todos que

direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão deste trabalho.


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“Aprenda como se você fosse viver para sempre.

Viva como se você fosse morrer amanhã.”

(Mahatma Gandhi)
vii

Resumo

As rigorosas legislações ambientais direcionam os fabricantes de turbinas a gás a

desenvolver novos projetos de câmara de combustão para reduzir as emissões de poluentes. Nas

últimas duas décadas, a combustão de reagentes pré-misturados em razão de equivalência pobre

tornou-se a principal tecnologia para controlar as emissões de NOx em turbinas a gás. No entanto,

câmaras de combustão com pré-mistura pobre de reagentes são inerentemente sensíveis a oscilações

de pressão que podem conduzir a instabilidades de combustão. Essas oscilações podem afetar a

liberação de calor, as emissões de poluentes e o tempo de vida da câmara e de outros componentes

do motor. Além disso, existem outros problemas associados com a estabilização da chama em

sistemas de combustão que utilizam o conceito de câmaras com pré-mistura pobre de reagentes, tais

como sopramento e retorno de chama. Em geral as turbinas a gás utilizam alta intensidade de

rotação para estabilizar as chamas através da formação de uma forte zona de recirculação. Porém,

os desenvolvimentos recentes nestes dispositivos demostram que é possível alcançar um regime

específico diminuindo a intensidade de rotação de reagentes pré-misturados e pobres com uma

geometria adequada. Essa geometria foi definida como sistema de baixa intensidade de rotação e é

capaz de gerar chamas suspensas e estáveis sem uma forte zona de recirculação do escoamento.

Neste trabalho foram estudadas experimentalmente chamas pré-misturadas e pobres, em condições

de pressão atmosférica e confinadas em uma câmara de combustão, geradas por um sistema capaz

de fornecer diferentes: níveis de baixa intensidade de rotação aos reagentes, razões de equivalência

e potências térmicas. Foram analisados os escoamentos reativos, as emissões de NOx e CO e as

oscilações de pressão no interior da câmara de combustão. Os resultados demostraram a influência

da intensidade de rotação na formação e desenvolvimento dos vórtices e zona de recirculação

interna, no formato e deslocamento das chamas suspensas e apresentaram níveis: baixos de

oscilações de pressão no interior da câmara e baixos de emissões de NOx.


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Abstract

Stringent environmental standards drive gas turbine manufacturers to developed new design

for combustion chamber, in order to reduce pollutant emissions. In the past two decades, lean

premixed combustion has become the leading technology for controlling NO x emissions from gas

turbines. However, lean premixed combustors are inherently susceptible pressure oscillations which

can lead to combustion instabilities. These oscillations can affect the heat release, the pollutant

emissions and the lifetime of the combustor and others engine components. Besides, there are

another problems associated with the flame stabilization in lean premixed combustor concept, such

as blow-out and flashback. In general, gas turbines use high swirl intensity to stabilize the flame by

formation of a strong recirculation zone. But, recent developments in this devices show that is

possible achieve a specific regime by decreasing swirl intensity of lean premixed reactants with an

appropriate geometry. This geometry was defined as low swirl system and it is capable to generate

stable lifted flames without a strong flow recirculation zone. In this work were studied

experimentally the lean premixed flames, operating under atmospheric pressure conditions inside of

a combustor, generated by a system capable to provide different: levels of low swirl intensity to the

reactants, equivalence ratios and thermal powers. It were analyzed NOx and CO emissions, the

pressure oscillation inside of the combustor and the reacting flow fields. The results demonstrated

the influence of swirl intensity on formation and development of the vortex and inner recirculation

zone, shape and displacement of the lifted flames and showed low emission level of NOx and low

level of pressure oscillations inside of the combustor.


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Lista de Figuras

FIGURA 1.1 – Intervalo ideal de temperatura para baixas emissões de NOx e CO ........................ 25

FIGURA 2.1 – Emissões de UHC e CO para diferentes condições de operação em turbinas a gás . 37

FIGURA 2.2 – Comparativo entre câmaras de pré-mistura pobre e convencional das máquinas .... 43

FIGURA 2.3 – Comparação da estabilização de chamas através de escoamento em rotação. ......... 49

FIGURA 3.1 – Desenho esquemático do sistema estabilizador de chamas desenvolvido. .............. 55

FIGURA 3.2 – Esquema geral da câmara de combustão. ............................................................... 61

FIGURA 3.3 – Principais dimensões da câmara de combustão. ..................................................... 62

FIGURA 3.4 – Desenho esquemático da montagem experimental. ................................................ 63

FIGURA 3.5 – Montagem experimental da câmara de combustão. ................................................ 64

FIGURA 3.6 – Desenho 3D da montagem do misturador, duto de mistura e sistema estabilizador. 65

FIGURA 3.7 – Sistema de resfriamento de água do experimento................................................... 69

FIGURA 3.8 – Esquema de posicionamento do transdutor de pressão na câmara. ......................... 70

FIGURA 3.9 – Montagem do transdutor de pressão na câmara. ..................................................... 70

FIGURA 3.10 – Esquema do sistema de aquisição das oscilações de pressão na câmara. .............. 72

FIGURA 3.11 – Tela do programa de aquisição de dados em LabVIEW. ...................................... 72

FIGURA 3.12 – Esquema de posicionamento da sonda no duto de exaustão. ................................ 74

FIGURA 3.13 – Tela de aquisição das concentrações em tempo real. ............................................ 75

FIGURA 3.14 – Gerador de partículas traçadoras tipo ciclone. ..................................................... 77

FIGURA 3 15 – Laser Nd:YAG e lente cilíndrica de 20 mm. ........................................................ 77

FIGURA 3.16 – Par de imagens das partículas de TiO2 em um escoamento analisado. .................. 79

FIGURA 3.17 – Mapa de correlação do par de imagens da Figura 3.16. ........................................ 79

FIGURA 3.18 – Tela do software Davis 7.2 para visualização dos resultados. ............................... 80

FIGURA 3.19 – Esquema da montagem experimental do sistema PIV. ......................................... 81


x

FIGURA 4.1 – Fotografia e contorno da chama para Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7. ................... 85

FIGURA 4.2 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7. ......... 85

FIGURA 4.3 – Sobreposição do contorno da chama sobre a imagem média do escoamento. ......... 86

FIGURA 4.4 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7 .......... 86

FIGURA 4.5 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 36.000 e S = 0,03. ............... 88

FIGURA 4.6 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7. ....................... 89

FIGURA 4.7 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7. ....................... 89

FIGURA 4.8 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7. ....................... 90

FIGURA 4.9 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7........................... 90

FIGURA 4.10 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 54.000 e S = 0,03. ............. 91

FIGURA 4.11 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,03 e  = 0,7 ........ 91

FIGURA 4.12 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,03 e  = 0,7. ..................... 92

FIGURA 4.13 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,03 e  = 0,7. ..................... 92

FIGURA 4.14 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,03 e  = 0,7. .................... 93

FIGURA 4.15 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,03 e  = 0,7......................... 93

FIGURA 4.16 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 36.000 e S = 0,1. ............... 94

FIGURA 4.17 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,1 e  = 0,7 .......... 94

FIGURA 4.18 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,1 e  = 0,7. ....................... 95

FIGURA 4.19 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,1 e  = 0,7. ....................... 95

FIGURA 4.20 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,1 e  = 0,7. ....................... 96

FIGURA 4.21 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,1 e  = 0,7........................... 96

FIGURA 4.22 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 54.000 e S = 0,1. ............... 97

FIGURA 4.23 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,1 e  = 0,7 .......... 97

FIGURA 4.24 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,1 e  = 0,7. ....................... 98

FIGURA 4.25 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,1 e  = 0,7. ....................... 98
xi

FIGURA 4.26 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,1 e  = 0,7. ....................... 99

FIGURA 4.27 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,1 e  = 0,7........................... 99

FIGURA 4.28 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 36.000 e S = 0,2. ............. 102

FIGURA 4.29 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,6 ........ 103

FIGURA 4.30 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,6. ..................... 103

FIGURA 4.31 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,6. ..................... 104

FIGURA 4.32 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,6. ..................... 104

FIGURA 4.33 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,6......................... 105

FIGURA 4.34 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 54.000 e S = 0,2. ............. 105

FIGURA 4.35 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,6 ........ 106

FIGURA 4.36 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,6. ..................... 106

FIGURA 4.37 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,6. ..................... 107

FIGURA 4.38 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,6. ..................... 107

FIGURA 4.39 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,6......................... 108

FIGURA 4.40 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,7 ........ 108

FIGURA 4.41 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,7. ..................... 109

FIGURA 4.42 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,7. ..................... 109

FIGURA 4.43 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,7. ..................... 110

FIGURA 4.44 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,7......................... 110

FIGURA 4.45 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,7 ........ 111

FIGURA 4.46 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,7. ..................... 111

FIGURA 4.47 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,7. ..................... 112

FIGURA 4.48 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,7. ..................... 112

FIGURA 4.49 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,7......................... 113
xii

FIGURA 4.50 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,8 ........ 113

FIGURA 4.51 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,8. ..................... 114

FIGURA 4.52 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,8. ..................... 114

FIGURA 4.53 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,8. ..................... 115

FIGURA 4.54 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,8......................... 115

FIGURA 4.55 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,8 ........ 116

FIGURA 4.56 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,8. ..................... 116

FIGURA 4.57 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,8. ..................... 117

FIGURA 4.58 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,8. ..................... 117

FIGURA 4.59 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,8......................... 118

FIGURA 4.60 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,9 ........ 118

FIGURA 4.61 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,9. ..................... 119

FIGURA 4.62 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,9. ..................... 119

FIGURA 4.63 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,9. ..................... 120

FIGURA 4.64 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,9......................... 120

FIGURA 4.65 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,9. ....... 121

FIGURA 4.66 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,9. ..................... 121

FIGURA 4.67 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,9. ..................... 122

FIGURA 4.68 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,9. ..................... 122

FIGURA 4.69 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,9......................... 123

FIGURA 4.70 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 36.000 e S = 0,3. ............. 125

FIGURA 4.71 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,3 e  = 0,9 ........ 126

FIGURA 4.72 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,3 e  = 0,9. ..................... 126

FIGURA 4.73 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,3 e  = 0,9. ..................... 127
xiii

FIGURA 4.74 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,3 e  = 0,9. ..................... 127

FIGURA 4.75 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,3 e  = 0,9......................... 128

FIGURA 4.76 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 54.000 e S = 0,3. ............. 128

FIGURA 4.77 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,3 e  = 0,7 ........ 129

FIGURA 4.78 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,3 e  = 0,7. ..................... 129

FIGURA 4.79 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,3 e  = 0,7. ..................... 130

FIGURA 4.80 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,3 e  = 0,7. ..................... 130

FIGURA 4.81 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,3 e  = 0,7......................... 131

FIGURA 4.82 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 36.000 e S = 0,4. ............. 131

FIGURA 4.83 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,4 e  = 0,9 ........ 132

FIGURA 4.84 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,4 e  = 0,9. ..................... 132

FIGURA 4.85 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,4 e  = 0,9. ..................... 133

FIGURA 4.86 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,4 e  = 0,9. ..................... 133

FIGURA 4.87 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,4 e  = 0,9......................... 134

FIGURA 4.88 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 54.000 e S = 0,4. ............. 134

FIGURA 4.89 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,4 e  = 0,7 ........ 135

FIGURA 4.90 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,4 e  = 0,7. ..................... 135

FIGURA 4.91 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,4 e  = 0,7. ..................... 136

FIGURA 4.92 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,4 e  = 0,7. ..................... 136

FIGURA 4.93 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,4 e  = 0,7......................... 137

FIGURA 4.94 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 36.000 e S = 0,5. ............. 137

FIGURA 4.95 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,5 e  = 0,9 ........ 138

FIGURA 4.96 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,5 e  = 0,9. ..................... 138

FIGURA 4.97 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,5 e  = 0,9. ..................... 139

FIGURA 4.98 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,5 e  = 0,9. ..................... 139
xiv

FIGURA 4.99 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,5 e  = 0,9......................... 140

FIGURA 4.100 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 54.000 e S = 0,5. ........... 140

FIGURA 4.101 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,5 e  = 0,7 ...... 141

FIGURA 4.102 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,5 e  = 0,7. ................... 141

FIGURA 4.103 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,5 e  = 0,7. ................... 142

FIGURA 4.104 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,5 e  = 0,7. ................... 142

FIGURA 4.105 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,5 e  = 0,7....................... 143

FIGURA 4.106 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 36.000 e S = 0,6. ........... 143

FIGURA 4.107 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,6 e  = 0,9 ...... 144

FIGURA 4.108 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,6 e  = 0,9. ................... 144

FIGURA 4.109 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,6 e  = 0,9. ................... 145

FIGURA 4.110 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,6 e  = 0,9. ................... 145

FIGURA 4.111 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,6 e  = 0,9....................... 146

FIGURA 4.112 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 54.000 e S = 0,6. ........... 146

FIGURA 4.113 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,6 e  = 0,7 ...... 147

FIGURA 4.114 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,6 e  = 0,7. ................... 147

FIGURA 4.115 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,6 e  = 0,7. ................... 148

FIGURA 4.116 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,6 e  = 0,7. ................... 148

FIGURA 4.117 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,6 e  = 0,7....................... 149

FIGURA 4.118 – Esquema da formação de vórtices e zona de recirculação interna nas chamas. . 150

FIGURA 4.119 – Esquema do deslocamento das chamas em relação à saída do SEC. ................. 150

FIGURA 4.120 – Oscilações de pressão na câmara de combustão para S = 0,03.......................... 153

FIGURA 4.121 – Oscilações de pressão na câmara de combustão para S = 0,1. .......................... 154

FIGURA 4.122 – Oscilações de pressão na câmara de combustão para S = 0,2. .......................... 155

FIGURA 4.123 – Oscilações de pressão na câmara de combustão para S = 0,3. .......................... 156
xv

FIGURA 4.124 – Oscilações de pressão na câmara de combustão para S = 0,4. .......................... 157

FIGURA 4.125 – Oscilações de pressão na câmara de combustão para S = 0,5. .......................... 158

FIGURA 4.126 – Oscilações de pressão na câmara de combustão para S = 0,6. .......................... 159

FIGURA 4.127 – Concentrações de NOx e CO medidas para S = 0,03. ....................................... 162

FIGURA 4.128 – Concentrações de NOx e CO medidas para S = 0,1. ......................................... 163

FIGURA 4.129 – Concentrações de NOx e CO medidas para S = 0,2. ......................................... 164

FIGURA 4.130 – Concentrações de NOx e CO medidas para S = 0,3. ......................................... 165

FIGURA 4.131 – Concentrações de NOx e CO medidas para S = 0,4.......................................... 166

FIGURA 4.132 – Concentrações de NOx e CO medidas para S = 0,5. ......................................... 167

FIGURA 4 133 – Concentrações de NOx e CO medidas para S = 0,6. ......................................... 168


xvi

Lista de Tabelas

TABELA 1.1 – Efeitos e sintomas do monóxido de carbono em pessoas. ...................................... 24

TABELA 3.1 – Características geométricas dos dispositivos ......................................................... 60

TABELA 3.2 – Calibração do fluxômetro de ar fornecido pelo fabricante. .................................... 67

TABELA 3.3 – Calibração do fluxômetro de gás natural fornecido pelo fabricante. ...................... 67

TABELA 3.4 – Faixas de medições e erros do analisador de gases Greenline 8000. ...................... 74

TABELA 3.5 – Condições operacionais dos ensaios. .................................................................... 82


xvii

Lista de Símbolos

Letras Latinas

A Componente genérico dos produtos de combustão

a Área

CB Coeficiente de bloqueio

CO Monóxido de carbono

CO2 Dióxido de carbono

G Fluxo da quantidade de movimento

H Hidrogênio

HCN Cianureto de hidrogênio

m Razão entre as vazões mássicas do dispositivo

̇ Vazão em massa

N Nitrogênio

NO Monóxido de nitrogênio

NO2 Dióxido de nitrogênio

N2O Óxido nitroso

NOx Óxidos de nitrogênio

O Oxigênio

OH Radical livre

P Pressão

PIV Velocimetria por imagem de partículas

PLIF Fluorescência induzida por plano de laser

ppmv Parte por milhão em volume

R razão entre os raios do dispositivo


xviii

Re Número de Reynolds

RQL Câmara de combustão rica em combustível

r Raio

S Número de rotação do escoamento

SEC Sistema estabilizador de chamas

SO2 Dióxido de enxofre

SO3 Trióxido de enxofre

U Componente axial de velocidade

UHC Hidrocarbonetos não queimados

VOC Compostos voláteis orgânicos

VP Vórtice de precessão

W Componente tangencial de velocidade

Letras Gregas

Δ Variação

α Ângulo formado pelas pás em relação à linha de centro do dispositivo

ρ Massa específica

 Razão de equivalência

Subscritos

A Ar

C Combustível

cc Canal central
xix

i Interno

p Pás

ang Angular

lin Linear

BS,real Base volumétrica seca medida

BS,corr Base volumétrica corrigida

s Saída
xx

Sumário

Lista de Figuras .............................................................................................................................. ix

Lista de Tabelas ........................................................................................................................... xvi

Lista de Símbolos ........................................................................................................................ xvii

1 – INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 22

1.1 – Motivação do Estudo ............................................................................................................ 25

1.2 – Objetivos da Tese ................................................................................................................. 26

1.3 – Delineamento deste Trabalho ............................................................................................... 26

2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................ 28

2.1 – Emissões de poluentes em turbinas a gás .............................................................................. 28

2.1.1 – Óxidos Nitrogenados, NOx ................................................................................................ 28

2.1.1.1 – NOx térmico ................................................................................................................... 29

2.1.1.2 – NOx imediato ................................................................................................................. 30

2.1.1.3 – NOx via N2O .................................................................................................................. 32

2.1.1.4 – NOx combustível ............................................................................................................ 33

2.1.2 – Monóxido de Carbono, CO ................................................................................................ 34

2.1.3 – Hidrocarbonetos não queimados, UHC .............................................................................. 37

2.1.4 – Particulados ....................................................................................................................... 38

2.2 – Câmaras de combustão em turbinas a gás ............................................................................. 39

2.2.1 – Câmaras com injeção de água ............................................................................................ 39

2.2.2 – Câmaras de baixa emissão a seco ....................................................................................... 40

2.2.2.1 – Câmaras RQL ................................................................................................................. 40

2.2.2.2 – Câmaras com catalisador ................................................................................................ 41

2.2.2.3 – Câmaras com pré-mistura pobre...................................................................................... 42

2.3 – Instabilidades de combustão em turbinas a gás ..................................................................... 44


xxi

2.4 – Chamas pré-misturadas laminares e turbulentas .................................................................... 46

2.5 – Estabilização de chama pré-misturadas através de rotação de baixa intensidade. ................... 47

3 – MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................... 55

3.1 – Sistema estabilizador de chamas ........................................................................................... 55

3.2 – Câmara de combustão........................................................................................................... 61

3.3 – Mistura dos reagentes ........................................................................................................... 64

3.4 – Linhas de alimentação .......................................................................................................... 65

3.5 – Medidas de oscilação de pressão na câmara de combustão .................................................... 69

3.5.1 – Sistema de aquisição das oscilações de pressão .................................................................. 71

3.6 – Análises das concentrações dos gases nos produtos de combustão ........................................ 73

3.6.1 – Correção dos valores medidos de concentração .................................................................. 75

3.7 – Velocimetria por imagem de partícula .................................................................................. 76

3.8 – Procedimento experimental .................................................................................................. 81

4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................................... 83

4.1 – Escoamentos reativos e não reativos ..................................................................................... 83

4.2 – Oscilações de pressão no interior da câmara de combustão ................................................. 151

4.3 – Emissões de NOx e CO nos gases de exaustão .................................................................... 160

5 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..................................... 169

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 172


22

1 – INTRODUÇÃO

Os processos de combustão contribuem para a evolução da humanidade desde a descoberta do

fogo. Tais processos fazem parte do nosso dia a dia e podem ser encontrados em diversas aplicações

relacionadas principalmente a sistemas de aquecimento, de geração de energia e de propulsão. Dois

desses sistemas têm em comum a utilização de uma máquina de combustão interna chamada turbina

a gás que pode ser aplicada em propulsão de aeronaves, navios ou blindados e na geração de energia

elétrica.

Atualmente, a energia elétrica gerada por turbinas a gás é responsável por cerca de 17,5% de

toda eletricidade gerada no mundo, podendo tal índice alcançar 30% até 2020, e nos Estados Unidos

da América a capacidade instalada, em 2005, era de 930 GW e 23% provinha de turbinas a gás, ou

seja, 214 GW. A previsão do departamento americano de energia (DOE) é que até 2020 as turbinas

a gás sejam responsáveis por 39% da geração de energia elétrica nos Estados Unidos (Yanagihara,

2007).

Tal tendência motivou os órgãos de regulamentação ambiental dos principais mercados

consumidores a imporem limitações mais restritas para os poluentes emitidos por turbinas a gás

aplicadas em geração de energia elétrica. A principal restrição refere-se à emissão de óxidos

nitrogenados (NOx). Esse poluente, formado pela combinação de oxigênio com nitrogênio,

contribui para a formação do chamado “smog” (“smoke and fog”), que é uma mistura de fumaça e

neblina, que, sob determinadas condições atmosféricas, forma-se sobre os grandes centros urbanos e

industriais, com efeitos nocivos sobre a vegetação e a saúde humana. O NOx é um dos gases

causadores do chamado efeito estufa e contribui com a redução da camada de ozônio.


23

Para atender às restrições impostas pelas legislações ambientais os fabricantes de turbinas

pesquisam e desenvolvem novas tecnologias há décadas. Atualmente os desenvolvimentos estão

concentrados na tecnologia de baixa emissão a seco de NOx, ou da língua inglesa “Dry Low NOx”,

por possibilitar às máquinas alcançarem baixos níveis de emissão de NOx sem a necessidade de

utilização de diluentes como água ou vapor, que elevam o custo para a redução desse poluente.

Nesse sentido, as pesquisas concentram-se em obter máquinas que emitam menos poluentes e

ao mesmo tempo sejam mais eficientes. Tipicamente esses objetivos são conflitantes. As eficiências

mais elevadas são obtidas aumentando-se a temperatura dos gases quentes. Por outro lado, o

aumento de temperatura agrava consideravelmente a emissão de poluentes do tipo NOx. Este

aumento de temperatura, e por consequência a eficiência da máquina, encontra limitação nas

técnicas de resfriamento e materiais de fabricação aplicados nas pás da turbina. Atualmente, o

estado da arte em resfriamento das pás permite que elas operem em escoamentos com temperatura

até 1700 K. Estudos indicam a possibilidade futura de expandir esta temperatura para até 1850 K

utilizando resfriamento por transpiração em palhetas de monocristal, usando o vapor para substituir

o ar como fluido de resfriamento (Albuquerque, 2006).

Esta limitação técnica pode ser explorada para reduzir a emissão de poluentes do tipo NOx a

níveis considerados baixos, ou seja, de apenas um dígito, uma vez que os óxidos nitrogenados

gerados por turbinas a gás podem ser reduzidos através do controle do mecanismo térmico de

formação de NOx. Tal mecanismo contribui para a formação desse poluente acima dos níveis

considerados baixos em temperaturas superiores a 1850 K. Porém, em temperaturas abaixo de 1650

K ocorre aumento na produção de CO. Este último poluente, quando aspirado, reduz a capacidade

do sangue de absorver oxigênio e, em altas concentrações, pode causar asfixia e até mesmo levar a

morte. Segundo Carvalho e Lacava (2003) os efeitos e sintomas deste poluente em pessoas,

apresentados na Tabela 1.1, podem variar de indivíduo para indivíduo dependendo do estado de

saúde e do nível de atividade física.


24

TABELA 1.1 – Efeitos e sintomas do monóxido de carbono em pessoas.

Ppmv Efeitos e sintomas nas pessoas Tempo de exposição

35 Nível permissível 8 horas

200 Dor de cabeça leve, desconforto 3 horas

400 Dor de cabeça, desconforto 2 horas

600 Dor de cabeça, desconforto 1 hora

1000 – 2000 Confusão mental 2 horas

1000 – 2000 Tendência a cambalear 1 1/2 hora

1000 – 2000 Palpitação no coração 30 minutos

2000 – 2500 Perda de consciência 30 minutos

4000 Fatal Menos de 1 hora

Assim, o intervalo ideal de temperatura para obter baixo nível de emissão de NOx e de CO

dentro do permissível é entre 1650 K e 1850 K, o que tem conduzido nos últimos anos a pesquisas e

desenvolvimentos de novas tecnologias que possibilitem às câmaras de combustão de turbinas a gás

operarem em sua zona de reação dentro deste intervalo ideal de temperatura, conforme ilustra a

Figura 1.1.
25

120 30
Monóxido de Carbono (CO), ppmv Faixa de
temperatura

Óxidos Nitrogenados (NOx), ppmv


100 25
para baixas
emissões
80 20

60 15

40 10

20 5

0 0
1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100

Temperatura, K

FIGURA 1.1 – Intervalo ideal de temperatura para baixas emissões de NOx e CO

(adaptado de Lefebvre, 1998).

1.1 – Motivação do Estudo

O desenvolvimento econômico de uma nação em crescente ascensão, como é o caso do Brasil,

está diretamente relacionado à necessidade de aumento da matriz energética. Porém, a maior parte

da energia elétrica gerada no país atualmente é através de usinas hidrelétricas que requerem alto

custo para implantação, longos prazos de instalação, apresentam grandes perdas de energia elétrica

devido às longas distâncias entre as centrais de geração e grandes centros consumidores e

sensibilidade a períodos prolongados de estiagem.

Tal cenário associado à previsão de início da exploração na próxima década das reservas de

hidrocarbonetos em rochas calcárias, que se localizam abaixo das camadas de sal a profundidades
26

entre 5 e 7 mil metros abaixo do nível do mar, em uma camada de aproximadamente 800

quilômetros de extensão por 200 quilômetros de largura, que vai do litoral de Santa Catarina ao do

Espírito Santo, chamada pré-sal, que proporcionará aumento na demanda e redução no valor do

fornecimento de gás natural faz crescer o interesse pela geração termelétrica distribuída, o que torna

a tecnologia de turbinas a gás uma atraente tecnologia .

1.2 – Objetivos da Tese

Estudar experimentalmente a estabilização de chamas através de rotação de baixa intensidade

dos reagentes aplicadas ao desenvolvimento de câmaras de combustão de turbinas a gás de baixa

emissão de NOx.

Investigar simultaneamente as influências de diferentes níveis de baixa intensidade de rotação

dos reagentes pré-misturados em diferentes razões de equivalência pobre sobre: os escoamentos

reativos e não reativos, as concentrações de NOx e CO nos gases de exaustão e as oscilações de

pressão no interior da câmara de combustão em ensaios a pressão atmosférica.

1.3 – Delineamento deste Trabalho

Este trabalho é dividido em cinco capítulos da seguinte forma:

1 Introdução;

2 Revisão bibliográfica;

3 Materiais e métodos;

4 Resultados e discussões;

5 Conclusões e sugestões para trabalhos futuros.


27

O primeiro capítulo traz uma introdução do tema, motivação do estudo, objetivos da tese e o

delineamento deste trabalho.

No capítulo 2 é realizada uma revisão bibliográfica sobre o objeto de estudo da pesquisa, a

saber, estabilização de chamas pobres pré-misturadas aplicadas a câmaras de combustão de baixa

emissão de NOx em turbinas a gás. A revisão inicia com os principais poluentes emitidos em

turbinas a gás, avança para as tecnologias desenvolvidas para reduzir a emissão do poluente NOx

finalizando na técnica de pré-mistura pobre. Em seguida aborda as instabilidades de combustão em

turbinas a gás e a estabilização de chama através de escoamento em rotação de baixa intensidade.

A instalação experimental, as técnicas e equipamentos de medições, o sistema estabilizador

de chamas desenvolvido, a metodologia aplicada e os procedimentos utilizados para a realização

dos ensaios são apresentados no capítulo 3.

O capítulo 4 mostra os resultados dos ensaios para os escoamentos reativos e não reativos,

concentrações de NOx e CO nos gases de exaustão e oscilações de pressão no interior da câmara de

combustão, para as diferentes condições de operação, com as respectivas análises, comentários e

discussões.

As conclusões da tese e as propostas para trabalhos futuros são apresentadas no capítulo 5.


28

2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo são abordados os mais importantes aspectos teóricos acerca dos poluentes

emitidos pelo processo de combustão em turbinas a gás estacionárias, os principais conceitos de

câmara de combustão de turbinas a gás e as tecnologias desenvolvidas para reduzir os poluentes

gerados por essas máquinas, as características e o surgimento das instabilidades de combustão e a

estabilização de chama através de escoamento rotativo de baixa intensidade.

2.1 – Emissões de poluentes em turbinas a gás

Em turbinas a gás as emissões resultantes do processo de combustão são compostas de

óxidos nitrogenados (NOx), monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO 2), vapor d’água

(H2O), hidrocarbonetos não queimados ou da língua inglesa “Unburned Hydrocarbon” (UHC) e

particulados. O dióxido de carbono e vapor d’água não são considerados poluentes porque eles são

uma consequência natural da combustão completa de um hidrocarboneto combustível.

2.1.1 – Óxidos Nitrogenados, NOx

O termo NOx refere-se à soma do monóxido de nitrogênio, NO, com o dióxido de nitrogênio,

NO2, os dois componentes de nitrogênio mais emitidos em processos de combustão. A formação de

NO é muito maior que a de NO2, porém ao ser descarregado na atmosfera o NO é rapidamente

convertido em NO2. Por este motivo, as taxas de emissão de NOx são calculadas considerando seus

dois compostos como sendo exclusivamente NO2.

O NOx e os compostos voláteis orgânicos ou da língua inglesa “Volatile Organic

Compounds”, VOC, reagem com a presença de luz solar e são precursores da fumaça fotoquímica
29

que causa danos à vegetação, contribui para a formação de chuvas ácidas e está associada com

problemas respiratórios, de visão, dores de cabeça, alergias e câncer de pele.

Os óxidos nitrogenados emitidos durante o processo de combustão dependem da composição

do combustível, do modo de operação, do projeto do sistema de injeção de combustíveis e da

câmara de combustão e podem ser produzidos por quatro diferentes mecanismos: NOx térmico,

NOx imediato, NOx via N2O e NOx combustível.

2.1.1.1 – NOx térmico

O NOx térmico é a principal rota do mecanismo de formação das emissões de NOx em

turbinas a gás devido às altas temperaturas requeridas para operação desses motores. É formado por

uma série de reações químicas nas quais o nitrogênio do ar atmosférico e o oxigênio, dissociado

pelas altas temperaturas do processo de combustão, reagem para formar óxidos nitrogenados em

regiões da chama e gases de alta temperatura. Este processo é endotérmico e a maioria dos

esquemas de reação propostos para NOx térmico utiliza o mecanismo estendido de Zeldovich:

N2 + O ⇌ NO + N (2.1)

N + O2 ⇌ NO + O (2.2)

N + OH ⇌ NO + H (2.3)

A reação (2.1), que inicia o mecanismo de Zeldovich, possui elevada energia de ativação, 75

kcal/mole. Por isso, a formação de NOx somente ocorre em uma taxa significante para temperaturas
30

acima de 1850 K e o seu aumento é exponencial com a temperatura da reação. A taxa de reação da

reação (2.1) é muito mais lenta que a taxa das reações de combustão e, por este motivo, a maior

parte do NOx térmico é formado na região de pós-chama sendo linearmente dependente ao tempo

de residência dos produtos de combustão no interior da câmara.

A contribuição da reação (2.3), em geral, é muito pequena, pelo fato de ambas as espécies

serem radicais, estando, portanto, em baixas concentrações. No entanto, para sistemas ricos, tal

reação pode ser importante e deve ser considerada (Glassman, 1996).

A temperatura de chama é dependente da razão de equivalência combustível-ar e a razão

estequiométrica é o ponto em que ocorre a maior temperatura teórica na chama. Porém, o pico de

formação de NOx é encontrado em razão de equivalência ligeiramente pobre em combustível com

relação à estequiometria,  ≈ 0,9, consequência da competição entre o combustível e o nitrogênio

pelo oxigênio disponível.

Em câmaras de combustão convencionais de turbinas a gás, que operam em altas temperaturas

e com tempo de residência de alguns milissegundos, o NOx térmico não alcança seu valor de

equilíbrio devido ao fato de sua taxa de formação ser cineticamente controlada. Já em câmaras de

combustão que utilizam pré-misturas muito pobres ( < 0,5) existirá uma temperatura na qual o

tempo de residência não será mais significativo no aumento do NOx térmico, devido ao fato de o

processo de formação do NOx térmico ter atingido o equilíbrio químico (Lefebvre, 1998).

2.1.1.2 – NOx imediato

Estes óxidos nitrogenados são assim denominados devido a sua alta velocidade de formação na

zona da frente de chama. Fenimore (1971) foi o primeiro a observar que a taxa de formação de NOx

na zona da frente de chama excedia à prevista pelo mecanismo térmico proposto por Zeldovich. Ele
31

notou que o mecanismo de Zeldovich não consegue prever a taxa de formação de NOx na região

vizinha a chama. Nessa região, as reações são rápidas e ocorrem onde os hidrocarbonetos não foram

completamente consumidos.

O mecanismo de formação do NOx imediato pode ser dividido para as condições pobre e

rica em combustível. Na condição pobre a formação é dominada pelo superequilíbrio das

concentrações de O e OH, o que acelera a taxa de reação das reações (2.1) a (2.3). Para a condição

rica o mecanismo de Fenimore, em que o nitrogênio atmosférico reage com os radicais de

hidrocarbonetos sendo posteriormente oxidado para formar o NOx, é o mecanismo dominante. Esta

pode ser a fonte dominante de NOx sob condições caracterizadas por temperaturas relativamente

baixas e tempo de residência curto. As principais reações propostas para este mecanismo são:

CH + N2 ⇌ HCN + N (2.4)

CH2 + N2 ⇌ HCN + NH (2.5)

CH2 + N2 ⇌ H2CN + N (2.6)

C + N2 ⇌ CN + N (2.7)

Nas reações (2.4) a (2.6) o nitrogênio atmosférico reage com os hidrocarbonetos leves

formando HCN e N. A reação (2.7) contribui para a ligação N2 em altas temperaturas. O HCN

formado se converte em N através dos seguintes passos:

HCN → NCO → NH → N (2.8)


32

Em seguida o N converte-se para NO através das reações (2.2) e (2.3). Segundo Carvalho e

Lacava (2003), a formação de NOx imediato somente é superior a do térmico em condição rica, do

contrário, o térmico representa mais de 70% de todo o NOx formado.

2.1.1.3 – NOx via N2O

Outra fonte de formação de NOx surge através do mecanismo de decomposição do N2O, essa rota é

iniciada por recombinação de átomos de oxigênio atômico com nitrogênio molecular na presença de

um terceiro corpo (N2, O2, CO2 e H2O) formando N2O, através da reação que segue:

O + N2 + M ⇌ N2O + M (2.9)

O N2O poderá ser subsequentemente oxidado para NO ou reduzido para N2. Em condições

de combustão pobre o oxigênio atômico tende a oxidar o N2O e formar o NO, conforme a reação:

N2O + O ⇌ NO + NO (2.10)

Para condições estequiométricas e ricas, o N2O é reduzido a N2 através de reações com H e

OH. As reações envolvidas no processo são:

N2O+ H ⇌ N2 + OH (2.11)
33

N2O + H ⇌ NH + NO (2.12)

N2O + OH ⇌ N2 + HO2 (2.13)

2.1.1.4 – NOx combustível

O NOx também pode ser formado, durante a combustão, a partir da quebra das ligações do

nitrogênio presente no combustível e sua oxidação, geralmente através da formação de HCN e ou

NH3 que é oxidado a NO. A quantidade de NO formado depende do teor de espécies nitrogenadas

contidas no combustível e da natureza das ligações químicas envolvendo o nitrogênio. Portanto, a

composição do combustível influencia diretamente nesta formação de NOx.

Combustíveis destilados leves contêm menos que 0,06 % de nitrogênio, mas destilados

pesados podem conter mais que 1,8 %. Durante a combustão uma parte deste nitrogênio irá

eventualmente formar o chamado NOx combustível. A fração de combustível submetida a esta

mudança aumenta lentamente com o aumento da temperatura de chama. Portanto, dependendo do

grau de conversão de nitrogênio, o NOx combustível pode representar uma parcela significativa do

NOx total (Lefebvre, 1998).

O mecanismo de formação do NOx, a partir do nitrogênio contido no combustível, pode ser

descrito da seguinte forma:

 Transformação total ou parcial do composto nitrogenado primário em uma série de

compostos secundários intermediários (HCN, CN, NH2, NH e N);

 Os compostos secundários intermediários serão submetidos a uma trajetória de dupla

competição, uma consistindo em sua transformação em NO pelo ataque de espécies


34

contendo oxigênio e outra conduzindo a N2 pelo ataque de espécies contendo nitrogênio,

principalmente o próprio NO.

2.1.2 – Monóxido de Carbono, CO

O monóxido de carbono, CO, é um gás inodoro, incolor e nocivo à saúde humana e meio

ambiente. O gás CO entra no corpo humano através da inalação e é absorvido diretamente pela

corrente sanguínea. O CO combinado com a hemoglobina do sangue impede o transporte de

oxigênio às células afetando o funcionamento do cérebro, coração e pulmões prejudicando

principalmente pessoas com doenças cardiovasculares. Em altas concentrações pode causar mal-

estar, asfixia e levar a morte. Além dos efeitos nocivos o CO também representa perda de energia

ao processo, pois representa uma interrupção no processo de oxidação do combustível.

A combustão de hidrocarbonetos pode ser descrita, de forma simplificada, em duas etapas: a

primeira envolvendo a quebra do combustível para formar CO e a segunda sendo a oxidação do CO

para CO2. O monóxido de carbono se oxida lentamente, exceto se houver a presença de compostos

que contenham hidrogênio, principalmente H2O e H2. Isto ocorre devido ao fato de a reação de

oxidação do CO que envolve o radical hidroxilo, OH, ser muito mais rápida do que as envolvendo o

O e o O2. As principais reações envolvidas na oxidação do CO são apresentadas a seguir pelas

reações:

CO + O2 ⇌ CO2 + O (2.14)

O + H2O ⇌ OH + OH (2.15)
35

CO + OH ⇌ CO2 + H (2.16)

H + O2 ⇌ OH + O (2.17)

A reação (2.14), responsável pelo início do mecanismo, é lenta e contribui pouco para o total

de CO2 formado. A reação (2.15) forma o radical hidroxilo, OH, e a reação (2.16) contribui para a

maior parte da conversão do CO em CO2. Quando o H2 está presente em quantidade significativa,

devem-se considerar ainda as seguintes reações ao mecanismo:

O + H2 ⇌ OH + H (2.18)

OH + H2 ⇌ H2O + H (2.19)

Na presença do radical HO2 pode ocorrer a reação de oxidação (2.20), porém esta somente é

relevante em relação à (2.16) em situações de pressão elevada.

CO + HO2 ⇌ CO2 + OH (2.20)

Quando a zona de combustão está operando rica em combustível, grande quantidade de CO é

formada devido à falta de oxigênio suficiente para completar as reações para CO2. Se, entretanto, a

mistura na zona de combustão for estequiométrica ou moderadamente pobre em combustível, uma

quantidade significante de CO também estará presente devido à dissociação do CO2. Na prática, em


36

turbinas a gás, as emissões encontradas de CO são muito maiores que as previstas nos cálculos de

equilíbrio e são maiores em condições de baixa potência, onde as taxas de queima e os picos de

temperaturas são relativamente baixos. Isto sugere que muito do CO surge da combustão

incompleta do combustível, causado por um ou mais dos seguintes fatores (Lefebvre, 1998):

 Taxa de queima inadequada na zona de combustão, devido a uma razão combustível-ar

muito pobre e/ou tempo de residência insuficiente;

 Mistura inadequada entre o combustível e o ar, que produz muitas regiões em que a mistura

é muito pobre para suportar a combustão, e outras em que a combustão rica gera altas

concentrações locais de CO;

 Resfriamento dos produtos de combustão através da admissão de ar nas paredes do tubo de

chama, especialmente na zona primária.

Em princípio seria possível reduzir o CO formado na combustão primária a um nível muito

baixo, através da admissão estagiada de ar ao longo da câmara de combustão, e deste modo

conseguir uma redução gradual na temperatura do gás queimado. Entretanto, uma vez formado o

CO é relativamente resistente à oxidação.


37

2.1.3 – Hidrocarbonetos não queimados, UHC

Hidrocarbonetos não queimados incluem o combustível e os produtos de sua degradação

térmica, em espécies de menor peso molecular, que são descarregados da câmara de combustão para

a atmosfera sem sofrer oxidação completa. Eles são normalmente associados com: deficiência de

mistura entre os reagentes, atomização pobre, taxas de queima inadequadas, os efeitos do ar

admitido para formar o filme de resfriamento nas paredes da câmara ou qualquer combinação

destes. As reações cinéticas de formação de UHC são mais complexas do que para a formação de

CO, mas em geral os fatores que influenciam as emissões de CO também influenciam, da mesma

maneira, as emissões de UHC. A emissão de UHC segue a mesmo comportamento que a de CO. A

Figura 2.1 apresenta o comportamento qualitativo das emissões de UHC e CO para as diferentes

condições de operação em turbinas a gás.

FIGURA 2.1 – Emissões de UHC e CO para diferentes condições de operação em turbinas a gás

(adaptado de Lefebvre, 1998).


38

2.1.4 – Particulados

Os particulados, classificados em turbinas a gás como fuligem e fumaça, criam problemas de

visibilidade e sujeira na atmosfera. Tais problemas alteram os níveis de radiação solar que atinge o

solo gerando efeitos nocivos a vegetação. Além disso, estudos indicam uma forte associação entre

asma e outras doenças respiratórias e poluições atmosféricas com concentrações de pequenas

partículas na ordem de mícrons.

A maior parte das partículas tem diâmetro variando entre 0,1 e 10 µm. O particulado inferior a

0,1 µm é denominado fuligem e sua formação está associada às reações de craqueamento dos

hidrocarbonetos. A fumaça é causada pela produção de partículas de fuligem finamente divididas

em regiões de chama ricas em combustível que, em câmaras de combustão convencionais, estão

sempre próximo ao spray de combustível. Caso os atomizadores utilizados sejam de

turbilhonamento por pressão, a principal região de formação de fuligem encontra-se dentro do spray

de combustível, no centro do tubo de chama. Essa é a região em que a recirculação dos produtos

queimados ocorre em direção ao injetor de combustível, e na qual vapor de combustível é

localmente envolvido por gases deficientes de oxigênio e em alta temperatura. Nestas zonas ricas

em combustível, a fuligem pode ser produzida em quantidades consideráveis.

A maior parte da fuligem produzida na zona primária é consumida nas regiões de alta

temperatura. Portanto, do ponto de vista da emissão de fuligem, a câmara de combustão pode ser

considerada como duas zonas separadas: a zona primária que governa a taxa de formação de

fuligem e a zona secundária (e em motores modernos de altas temperaturas também a zona de

diluição), que determina a taxa de consumo de fuligem. A concentração de fuligem normalmente

observada nos gases de exaustão é uma indicação do domínio de uma zona sobre a outra.
39

2.2 – Câmaras de combustão em turbinas a gás

As primeiras câmaras de combustão para turbinas a gás foram projetadas para obter

estabilidade de chama em uma zona de combustão extremamente compacta. Nestes combustores de

chama difusiva o combustível é injetado separado do ar, sendo então misturados por difusão

turbulenta. Esse tipo de combustor apresenta operação estável e alto desempenho, mas em muitas

regiões o combustível é oxidado em proporções próximas a estequiométrica e, por consequência, os

produtos de combustão são obtidos com alta temperatura, o que gera alta concentração de NOx

térmico. Porém, as restrições para emissão de poluentes impostas pelas legislações ambientais

levaram os fabricantes de motores a desenvolver câmaras de combustão que as atendam (Bahr,

1996 e Correa, 1992).

2.2.1 – Câmaras com injeção de água

Entre as várias técnicas desenvolvidas para atender às restrições ambientais, a adição de

diluentes ao combustível, como água e vapor, tem sido comumente empregado para reduzir a

temperatura de chama e consequentemente a emissão de NOx, especialmente em sistemas

estacionários para geração de energia (Bluestein, 1992). Porém, essa técnica reduz a eficiência

termodinâmica do ciclo e apresenta efeitos secundários como a redução da conversão de CO para

CO2 e o aumento da corrosão das partes quentes da máquina devido a impurezas da água.

Segundo Lefebvre (2010), a injeção de água ou vapor pode ser utilizada para reduzir o nível de

NOx para até 40 ppmv e caso o nível de emissão desejado seja menor que 10 ppmv pode-se utilizar

juntamente a esta técnica a conversão catalítica seletiva. Este método consiste em converter o NOx

presente nos gases de exaustão em nitrogênio (N 2) e vapor de água (H2O) através da injeção de

amônia nesses gases e com a presença de um catalisador. Os gases de exaustão primeiramente


40

passam através de um catalisador de oxidação que converte CO e os hidrocarbonetos não

queimados, UHC, através da oxidação desses para CO2 e H2O. Para reduzir as emissões de NOx é

injetada amônia de maneira a alcançar sua mistura com os gases de exaustão do motor. Depois da

mistura os gases de exaustão passam através de um catalisador (normalmente pentóxido de vanádio)

que resulta na redução seletiva de NOx para a forma de N2 e H2O. A desvantagem deste processo é

o tamanho e peso do equipamento além de custos associados ao controle da injeção de amônia para

as diferentes condições de carga durante a operação da máquina.

2.2.2 – Câmaras de baixa emissão a seco

Para reduzir a emissão de poluentes sem estas limitações, uma nova tecnologia de combustão

sem injeção de água, vapor ou amônia, denominada de baixa emissão a seco de NOx (“Dry Low-

NOx”), foi introduzida na indústria de turbinas a gás. Esta nova tecnologia inclui técnicas de:

combustão pobre com pré-mistura ou da língua inglesa “lean–premixed”, combustão pobre com

pré-mistura pré-vaporizada ou, da língua inglesa “lean–premixed prevaporized”, quando são

empregados combustíveis líquidos, combustão estagiada em câmaras RQL, acrônimo para o termo

da língua inglesa “Rich-burn/Quick-quench/Lean-burn”, e combustão catalítica (Lefebvre, 1995 e

Correa, 1998).

2.2.2.1 – Câmaras RQL

Em câmaras RQL uma quantidade limitada de ar é introduzida na zona primária permitindo

uma mistura rica, em combustível, com razão de equivalência variando entre 1,2 e 1,6. Entretanto, o

sucesso deste conceito está no uniforme e efetivo de resfriamento (efeito “quench”) que é exigido

para transportar a mistura rica (quente) até a zona pobre do tubo de chama, onde o restante de
41

combustível é oxidado e onde mais ar é adicionado à zona pobre com o objetivo de reduzir a

temperatura dos gases e controlar a estequiometria, que, com um tempo de residência apropriado,

completará o consumo de CO, UHC e a fuligem formada na zona rica (Almeida, 2007).

A desvantagem do conceito RQL é que a zona primária gera uma grande quantidade de

fuligem que irradia calor para as paredes da câmara conduzindo a danos de componentes. Para

minimizar os problemas de rompimento e trincas por fadiga térmica do tubo de chama alguns

fabricantes aplicam uma barreira térmica por deposição de filme. Porém, este processo é caro e

complexo aumentando o custo de fabricação e manutenção da máquina (Almeida, 2011).

2.2.2.2 – Câmaras com catalisador

Outra tecnologia de câmara de combustão desenvolvida para reduzir a emissão de poluentes

é a combustão catalítica. Neste tipo de combustor além de o combustível ser vaporizado antes de ser

pré-misturado ao oxidante, também se utiliza um reator catalítico. Os objetivos desse tipo de

combustor são permitir queima pobre e reduzir a emissão de poluentes. Este processo de queima

diferencia-se pela presença de um catalisador e de um substrato de apoio.

A combustão catalítica é um processo que emprega um catalisador para iniciar e promover

reações químicas em um escoamento de pré-mistura pobre e homogênea. Isto permite que a

combustão ocorra de forma estável em razões de equivalência pobre. Além de facilitar a queima, a

pré-mistura evita que a temperatura seja alta em certos locais e, portanto, protege o catalisador. O

catalisador neste combustor permite que a razão de equivalência seja reduzida até valores como  =

0,35 e a temperatura dos gases seja diminuída até minimizar a formação de NOx (Lefebvre, 2010).

Nesse tipo de câmara o combustível é injetado a montante do reator para vaporizar e

misturar com o ar proveniente do compressor. A mistura combustível-ar então flui através do reator

que é composto por vários estágios e cada estágio é feito com um tipo diferente de catalisador. Para

o primeiro estágio é necessário utilizar um catalisador que seja ativo em baixas temperaturas,
42

enquanto que os estágios subsequentes precisam ser selecionados para obter boa eficiência de

oxidação. A jusante do reator, a zona de reação térmica normalmente fornece aumento de

temperatura aos gases. Tal incremento é requerido na entrada do primeiro estágio de turbina e

também para reduzir a concentração de CO e UHC em níveis aceitáveis.

O principal desafio desta tecnologia é desenvolver substratos de baixo custo com

durabilidade suficiente para operar por milhares de horas, que é um requisito em turbina a gás.

2.2.2.3 – Câmaras com pré-mistura pobre

Neste tipo de câmara o combustível e o ar são misturados em uma seção de pré-mistura, que

pode ou não fazer parte do tubo de chama, antes de serem admitidos na zona combustão. O objetivo

de pré-misturar os reagentes neste conceito é controlar a razão de mistura mantendo-a pobre, ou

seja, com excesso de ar em toda a zona de combustão. O ar em excesso atua como diluente

diminuindo a temperatura de chama e, consequentemente, o NOx térmico é reduzido (Zeldovich,

1946). Porém, ao diminuir a temperatura de chama a cinética das reações é alterada e o tempo para

que elas se completem é maior, tornando necessário o aumento do seu tempo de residência no

interior do tubo de chama o que é obtido com o aumento do volume da câmara.

Alguns fabricantes de turbinas a gás optaram pela tecnologia de pré-mistura pobre e as

câmaras com esse conceito já acumulam milhões de horas de operação. Tais fabricantes as projetam

para que sejam aplicadas em máquinas capazes de operar também com câmaras convencionais,

reduzindo o custo de desenvolvimento, e para isso a distância axial entre a saída do compressor e a

entrada da turbina deve ser mantida constante para ambas as configurações, por esse motivo as

máquinas que operam com pré-mistura pobre possuem câmaras de combustão com comprimento

radial maior do que as que utilizam câmaras convencionais. Pode-se observar o aumento no volume

da câmara de pré-mistura pobre em relação a convencional, para o mesmo comprimento axial,


43

através da Figura 2.2 que apresenta os dois tipos de câmaras de combustão para as seguintes

turbinas a gás: (a) modelo LM6000 de fabricação da GE e (b) modelo Centauro da fabricante Solar.

(a) Câmaras da turbina LM6000 (b) Câmaras da turbina Centauro

FIGURA 2.2 – Comparativo entre câmaras de pré-mistura pobre e convencional das máquinas

LM6000 da GE e Centauro da Solar (Adaptado de Huang e Yang, 2009).

Para manter a razão de mistura desejada na zona de combustão as câmaras com pré-mistura

pobre não possuem orifícios de admissão de ar ou filmes de ar para resfriamento das paredes,

comum em câmaras convencionais de chamas difusivas, pois poderiam fornecer condições para o

surgimento de regiões estequiométricas com altas temperaturas contrapondo-se ao objetivo de

reduzir o NOx térmico. Por outro lado, o filme de resfriamento das paredes amortece as oscilações

do escoamento no interior do tubo de chama reduzindo o efeito nocivo de sua propagação para a
44

estrutura da câmara. Por essas razões as câmaras que operam em sistema de pré-mistura pobre

exigem técnicas especiais de resfriamento das paredes do tubo de chama e sistemas de

monitoramento e controles ativo e passivo de oscilações do escoamento que podem conduzir à

instabilidade de combustão.

2.3 – Instabilidades de combustão em turbinas a gás

Em um dispositivo prático de combustão sempre existem oscilações no escoamento, mesmo

sob condições estáveis de operação, que podem conduzir à instabilidade de combustão. Tal

instabilidade pode se desenvolver espontaneamente dentro do sistema ou ser iniciada por alguma

perturbação natural ou artificial externa a ele. O primeiro caso é definido como instabilidade

autoexcitada. Geralmente, surge como uma pequena perturbação que se desenvolve com

comportamento periódico. No último caso as instabilidades são iniciadas por uma perturbação

externa ao sistema e de amplitude finita, que é diferente de pequenas perturbações (Wicker et al.,

1996 e Wang, 1997).

Em turbinas a gás a instabilidade de combustão é geralmente classificada pelas frequências

de oscilação e agrupada nas seguintes categorias: baixa frequência, frequência intermediária e

instabilidades de alta frequência (Krebs et al., 2005; Sewell e Sobieski, 2005). Porém, não existe

um critério universalmente aceito com limites de frequências para definir esses três tipos de

instabilidades (Fernandes et al.,1996). De acordo com Mongia et al. (2005), as instabilidades de

baixa frequência ocorrem abaixo de 30 Hz e são frequentemente relacionadas ao fenômeno que

inicia o apagamento da chama. As instabilidades de frequência intermediária são observadas no

intervalo de 100 a 1000 Hz e são normalmente associadas com o acoplamento entre a liberação de

energia e as oscilações acústicas. As oscilações de alta frequência ocorrem acima de 1000 Hz e são

causadas pela interação entre as oscilações acústicas e a evolução da chama.


45

Na classificação de instabilidades proposta por Krebs et al. (2005), oscilações de baixa

frequência (<50Hz) são apresentadas como modos de oscilação de “Helmholtz”. As instabilidades

de frequência intermediária (50 a 1000 Hz) normalmente correspondem ao modo acústico

longitudinal do tubo de chama. As oscilações de alta frequência ocorrem acima de 1000 Hz e são

relacionadas ao modo acústico tangencial do tubo de chama. Sewell e Sobieski (2005) usaram o

termo “instabilidades de ronco” para oscilações de baixa frequência (10 a 50 Hz). Estas são

frequentemente observadas em condições muito pobres próximas ao limite de apagamento e,

segundo eles, soa como um trem de carga em movimento. Elas são também relatadas como “som

frio”, porque sua amplitude aumenta quando a temperatura de chama diminui. As dinâmicas de

frequência intermediária (50 a 250 Hz) são reportadas como “som quente”, pois sua amplitude

frequentemente aumenta com a temperatura de chama. Instabilidades de alta frequência (>250 Hz)

são muito destrutivas e podem causar danos ao motor.

Estes três tipos de instabilidades são observados em muitas câmaras de combustão de

turbinas a gás e podem alcançar amplitudes suficientes para interferir na operação do motor e em

casos extremos, conduzir a falhas do sistema devido à excessiva vibração estrutural e transferência

de calor para as paredes da câmara.

A instabilidade de combustão em sistemas com pré-mistura pobre permanece um grande

desafio para os projetistas de câmaras porque elas normalmente operam próximo ao limite pobre de

apagamento, o que pode levar a maior propensão de oscilações no escoamento (Keller, 1995;

Pandalai e Mongia, 1998). Uma pequena perturbação na razão de equivalência pode produzir uma

variação significante na liberação de calor, que pode se propagar através da câmara e resultar em

grandes oscilações na combustão. Além disso, as câmaras de combustão com pré-mistura pobre são

deficientes em dispositivos para atenuar instabilidades, diferentemente do que ocorre nas câmaras

convencionais onde o ar da zona de diluição e do filme de resfriamento é alimentado ao longo do

tubo de chama. Esse sistema de resfriamento do tubo de chama em geral atua como um eficiente
46

atenuador acústico para suprimir amplificações ressonantes de oscilações da combustão (Leiuwen e

McManus, 2003).

2.4 – Chamas pré-misturadas laminares e turbulentas

As chamas de reagentes pré-misturados podem ser classificadas como laminares ou

turbulentas. O regime laminar é caracterizado em escoamentos quando as instabilidades são

amortecidas pelas forças viscosas, dificultando o movimento relativo entre as camadas do fluido.

Quando estas instabilidades não são mais amortecidas pelas forças viscosas surgem movimentos

caóticos entre as partículas caracterizando o regime turbulento. A transição é caracterizada pela

formação de instabilidades primárias e vórtices. As tensões cisalhantes do escoamento são

intensificadas e conduzem à transformação de energia cinética em energia térmica. Quanto mais

intensas as flutuações de velocidades, maior o cisalhamento local e, portanto, maior o efeito de

dissipação viscosa. Por isso, a turbulência precisa de fornecimento contínuo de energia para a sua

manutenção.

Em regime turbulento as partículas do fluido em movimentos caóticos são transportadas

rapidamente e entram em contato com outras partículas que se encontram em diferentes condições.

Isso implica em fortes gradientes de quantidade de movimento, de calor e de massa, os quais tornam

a turbulência um fenômeno altamente difusivo (Fernandes, 2008).

A chama de pré-mistura laminar pode ser dividida em duas zonas. A primeira zona, ou de

pré-aquecimento, é aquela onde os reagentes são aquecidos pelos gases queimados por meio de

condução de calor até a temperatura de ignição. Esta zona é caracterizada por um equilíbrio difusão-

convecção de calor. A segunda zona é aquela onde as reações químicas ocorrem convertendo

energia interna em entalpia sensível, sendo esta bastante estreita em relação àquela e caracterizada

por um equilíbrio difusão-reação química (Dourado, 2003).


47

A reação química não se processa uniformemente dentro da frente de chama. Por

consequência da forte dependência da taxa de reação com a temperatura, esta estará principalmente

concentrada na porção da frente de chama adjacente aos produtos quentes de combustão. Onde a

temperatura é mais baixa, a reação se processa em uma taxa muito mais baixa e pode ser geralmente

negligenciada. Nesse tipo de chama, esses processos de transporte dominam por causa da rápida

queda da temperatura e da concentração dos reagentes. Assim, eles determinam a estrutura da

chama (Zeldovich, 1946).

Na presença de turbulência a chama laminar, descrita anteriormente, passa a ser deformada,

sofrendo estiramento e curvatura por influência dos vórtices existentes a montante. A chama torna-

se deformada e, por consequência, sua geometria deixa de ser unidimensional.

O escoamento turbulento contém uma vasta gama de escala de vórtices que vão interagir

com a frente de chama. As mais variadas escalas de vórtices e suas velocidades, com diferentes

níveis de energia, irão provocar as mais diversas formas de estiramento da frente de chama, que

podem simplesmente modificar a forma da frente de chama como também alterar a sua estrutura

interna. Existe uma dinâmica de interação dos vórtices contidos no escoamento turbulento com a

frente de chama, estando esta relacionada com o tamanho e energia do vórtice e com a espessura da

frente de chama. A relação entre as escalas de comprimento dos vórtices e da chama, dada pela sua

espessura, servem de indicativo da interação entre estes dois elementos do escoamento reativo.

2.5 – Estabilização de chama pré-misturadas através de rotação de baixa intensidade.

A estabilização de chama através de escoamento rotativo é amplamente utilizada em

dispositivos práticos de combustão. O nível de intensidade de rotação do escoamento é representado

pelo número de rotação, S, que relaciona a quantidade de movimento angular e a quantidade de

movimento linear do escoamento. Em câmaras de combustão convencionais de turbinas a gás, por

exemplo, o nível de rotação fornecido ao ar proveniente do compressor é de alta intensidade,


48

normalmente S > 0,6, o que proporciona ao escoamento uma zona de recirculação onde o

combustível é injetado. Após a ignição parte dos produtos de combustão retorna para a zona de

queima e fornece energia aos reagentes, o que permite a contínua ignição e manutenção do processo

de combustão nesses combustores de chama difusiva.

Syred e Beer (1974) estudaram a combustão em escoamentos reativos com rotação e Starner

e Bilger (1986) investigaram uma chama turbulenta interagindo com escoamento em rotação de

baixa intensidade. Ambos os resultados mostraram que o aumento na intensidade de rotação reduz o

comprimento da chama devido ao gradiente radial de pressão introduzido ao escoamento pela

rotação.

Cheng et al. (1992) exploraram a intensidade de rotação para propor um novo conceito de

estabilização de chamas turbulentas com reagentes pré-misturados. A característica mais distinta no

conceito proposto por Cheng é que reduzindo a intensidade de rotação do escoamento a

estabilização de chama ocorre sem a recirculação do escoamento.

Cheng e Derek (1995) desenvolveram um dispositivo para apresentar o conceito de

estabilização de chama por rotação de baixa intensidade do escoamento. Nesse dispositivo os

reagentes são pré-misturados e em seguida divididos em duas partes dentro de um tubo cilíndrico.

Uma parte não sofre rotação e escoa através de um canal central enquanto que a outra passa por

uma região anular, externa ao canal central, onde são posicionadas pás para fornecer rotação ao

escoamento. A parte do escoamento que passa pelas pás e adquiri componente de velocidade

tangencial e é entregue à periferia do tubo cilíndrico, enquanto que a outra parte da pré-mistura

escoa através do canal central apenas com componente axial de velocidade. Ao deixar o dispositivo,

a combinação dos dois escoamentos diverge uniformemente os reagentes e cria um gradiente radial

de velocidade. Quando a pré-mistura é ignitada, a chama se propaga em direção ao gradiente radial

de velocidade, autossustentando-se e estabilizando na posição onde a velocidade local dos reagentes

se iguala a velocidade local de chama turbulenta.


49

A Figura 2.4 (a) e (b) ilustra duas chamas estabilizadas através de rotação dos escoamentos:

uma por alta intensidade de rotação e a outra pela baixa intensidade de rotação. É possível notar a

formação de uma zona de recirculação na chama estabilizada com alto número de rotação e também

se pode visualizar o escoamento divergente na chama que foi estabilizada através de rotação de

baixa intensidade dos reagentes.

(a) Alta intensidade de rotação (b) Baixa intensidade de rotação

FIGURA 2.3 – Comparação da estabilização de chamas através de escoamento em rotação.

Segundo Yegian et al (1998) a rotação de baixa intensidade cria uma chama turbulenta

estável e insensível a perturbações na razão de equivalência, , e os limites de sopramento e retorno

de chama são independentes dos níveis de potência térmica. Os mesmos autores afirmam que o

comportamento médio da estrutura da chama turbulenta obtida através da rotação de baixa

intensidade é composta por uma zona de reação fina e uma zona de pré-aquecimento alargada.

Littlejohn et al (2002) investigaram a aplicação de dispositivos com rotação de baixa

intensidade em uma versão laboratorial de aquecedor industrial para estabilizar chamas pré-

misturadas pobres com o objetivo de alcançar níveis ultrabaixos de emissão de NOx e CO. Os
50

resultados demonstraram níveis ultrabaixos de emissão e sugeriram que esse conceito de injetor

pode ser útil em reduzir emissões em outras aplicações de combustão de pré-mistura pobre.

Johnson et al (2005) utilizaram a técnica de diagnóstico laser conhecida como velocimetria

por imagem de partícula ou PIV, acrônimo para o termo da língua inglesa “Particle Image

Velocimetry”, para comparar experimentalmente os escoamentos gerados por dois dispositivos com

diferentes níveis de intensidades de rotação. Um com número de rotação S = 0,73 e o outro com S =

0,5 considerados como sendo de alta e de baixa intensidade de rotação, respectivamente. Eles

observaram que o dispositivo de baixa intensidade apresentou uma zona de recirculação fraca e

muito pequena a jusante da chama para escoamentos não reativos que desapareceu com a

combustão, enquanto que o para o dispositivo de alta intensidade notou-se a formação de fortes

zonas de recirculação e a tendência de alargamento das mesmas em escoamentos reativos.

Adicionalmente foram analisadas as emissões de poluentes, o injetor de baixa intensidade emitiu

60% menos NOx do que o de alta intensidade e não houve diferença significativa nas emissões de

CO.

Kang et al (2007) investigaram o efeito da excitação acústica em diferentes frequências

sobre o comportamento da liberação de calor em chamas geradas por dispositivos com baixa

intensidade de rotação. Para cada frequência foram geradas imagens do radical OH na região de

chama através da fluorescência induzida por um plano de laser ou PLIF, acrônimo para o termo da

língua inglesa “Planar Laser-Induced Fluorescence”. Eles observaram que o acoplamento

termoacústico estava evidente principalmente no cisalhamento dos vórtices gerados no limite da

chama.

Mansour e Chen (2008) analisaram as características de estabilidade e a estrutura da chama

próxima ao limite de apagamento, em um dispositivo onde com baixa intensidade de rotação dos

reagentes pré-misturados, através de medições simultâneas de PLIF do radical OH e de temperatura

com a utilização da técnica Rayleigh. Os autores perceberam que a chama deixa de ser estável
51

quando ela se torna visivelmente pequena e fraca e desenvolveram um dispositivo para estuda-la

nessas condições. O dispositivo consiste em fornecer a um escoamento axial central quatro jatos

tangenciais na mesma razão de equivalência que o jato. Os resultados indicaram que a estabilidade

da chama, caracterizada visualmente, apresenta uma relação linear entre a velocidade do

escoamento principal e a do jato tangencial. As imagens de temperatura mostraram um perfil plano

com pequenas flutuações de temperatura o que indica uma estrutura de chama unidimensional.

Legrand et al (2008) aplicaram a técnica PIV para caracterizar o escoamento em chama com

baixa intensidade de rotação, S, de 0,65 a 0,51 se propagando livremente com reagentes pré-

misturados em razões de equivalências pobre e também o escoamento não reativo. Eles notaram

semelhanças e diferenças nos escoamentos reativos e não reativos. Algumas diferenças como a

tendência de formação de vórtices no escoamento não reativo foram associadas à ausência da

turbulência gerada pelas chamas, outras diferenças foram relacionadas à razão de expansão do gás

quando gerada pela chama. Eles também verificaram que as estruturas coerentes desempenham um

papel importante no formato e estabilidade da chama.

Littlejohn et al (2008) estudaram o comportamentos dos escoamentos a jusante, as emissões

de NOx e CO e a estabilidade de chamas confinadas pobres e pré-misturadas geradas por

dispositivos de baixa intensidade de rotação operando com metano, hidrogênio e diferentes misturas

para simular combustíveis de baixo poder calorífico como o obtido pela gaseificação de carvão.

Para estudar os campos de escoamentos a jusante do injetor os autores utilizaram a técnica de

velocimetria por imagem de partícula e as emissões foram corrigidas para 15% de O 2. Os resultados

indicaram que a razão de equivalência pobre na qual ocorre o apagamento de chama é menor

quando: a mistura de ar-combustível é aquecida, adicionando hidrogênio à mistura de combustível

ou aumentando a intensidade de rotação do escoamento. Eles observaram também que o retorno de

chama é inibido através da redução do número de rotação. Por outro lado, observaram maior
52

propensão ao retorno de chama através do pré-aquecimento da mistura de ar-combustível ou pela

adição de hidrogênio ao combustível.

Weber e Strakey (2008) conduziram experimentos para compreender como a estrutura de

chamas confinadas, geradas por um dispositivo de baixa intensidade de rotação do escoamento,

reage à diluição da mistura ar-metano com dióxido de carbono e nitrogênio em diversas proporções.

A temperatura de chama e a velocidade de saída dos reagentes que deixam o dispositivo foram

mantidas constantes, através da variação da razão de equivalência para os diversos níveis de

diluição avaliados. Para tanto, os valores de razão de equivalência e temperatura de chama foram

determinados numericamente, em função das diferentes diluições, através do software Chemkin. Os

valores obtidos através das simulações numéricas convergiram com os resultados experimentais,

que foram obtidos através da utilização da técnica PLIF para medir o radical OH e determinar a

temperatura de chama e por consequência a razão de equivalência. Os resultados indicaram que a

diluição de CO2 e N2 não afetou a chama de forma perceptível, a estrutura de chama somente

apresentou alterações com a mudança da temperatura de chama. Eles concluíram que a estabilização

de chama através de rotação de baixa intensidade é uma eficaz técnica para estabilização de chamas

de combustíveis com baixo poder calorífico.

Cheng et al (2009) investigaram os efeitos da adição de hidrogênio ao metano, em diferentes

proporções, na estabilização de chamas confinadas turbulentas e pré-misturadas, produzidas por um

dispositivo com baixa intensidade de rotação, em condições atmosféricas e pressurizadas, através da

técnica de PIV. As análises das informações obtidas de velocimetria mostraram que o mecanismo

de estabilização de chama através de escoamento em rotação de baixa intensidade permanece

inalterado até a concentração de 6% de H2, tanto para os ensaios atmosféricos quanto para os

pressurizados. Eles também perceberam que o aumento da concentração de H 2 desloca a chama em

suspensão para próximo da saída do dispositivo, que, eventualmente, ancora-se no orifício de saída

e assume uma forma diferente da que ela possui quando a concentração é de 100% de H 2. A
53

alteração na posição da chama com o aumento da concentração de H 2 foi atribuída ao aumento da

velocidade de chama.

Yilmaz et al (2010) realizaram experimentos para examinar as características de

instabilidade de combustão em chamas ao se adicionar hidrogênio ao metano em diferentes

proporções. As chamas examinadas foram estabilizadas através de escoamento dos reagentes pré-

misturados em rotação de baixa intensidade e razão de equivalência pobre em um dispositivo

especialmente desenvolvido para tal finalidade. A adição de hidrogênio ao metano ocorreu nas

seguintes proporções: 93% de CH4-7% de H2, 80% de CH4, 20% de H2 e 70% de CH4, 30% de H2,

em volume. A razão de equivalência utilizada foi de 0,5 e as frequências de excitação foram: 85

125, 222 e 399 Hz. A técnica PLIF foi utilizada para medir a concentração do radical hidroxilo OH

e o índice Rayleigh foi utilizado para determinar o grau de acoplamento termoacústico. Eles

verificaram que as características de combustão são muito sensíveis à fração de hidrogênio

adicionada ao metano. A chama apresentou mudanças significativas em sua forma, tornando-se

mais compacta com a adição de hidrogênio ao metano devido ao aumento da velocidade de chama.

Embora este efeito tenha aumentado a resposta da chama a frequências não ressonantes induziu a

chama à sua compactação mínima, o que diminuiu a intensidade de acoplamento com a frequência

de ressonância.

Emadi et al (2012) examinaram o comportamento dinâmico da chama em função da adição

sistemática de hidrogênio em dispositivo que fornece baixa intensidade de rotação à pré-mistura de

metano com ar. Os resultados mostraram que a estabilidade da chama é fortemente impactada pela

adição de hidrogênio ao metano, comportamento semelhante ao esperado para muitos combustíveis

alternativos. Os autores observaram que a chama deixava de ser estável quando se tornava pequena

e fraca, o que ocorria próximo ao limite de apagamento. Os mapas de estabilidade demostraram que

a adição de hidrogênio amplia os limites de apagamento e por consequência a estabilidade da

chama, 20% de hidrogênio amplia em 7% a estabilidade e 40% de hidrogênio implica em um


54

aumento de 35% na estabilidade. Tanto o aumento na pressão de ensaio quanto na adição de

hidrogênio resultaram em maior curvatura da superfície da chama, o que foi observado a partir do

aumento do enrugamento da frente da chama.

Todas as características descritas e demonstradas experimentalmente pelos diversos autores

citados indicam a potencialidade da aplicação da tecnologia de estabilização aerodinâmica de

chamas, através de rotação dos reagentes pré-misturados, em satisfazer os requisitos necessários

para o desenvolvimento de câmaras de combustão capazes de emitir níveis ultrabaixos de poluentes,

ou seja: operação estável, isto é livre de oscilações que conduzam ao apagamento de chama, em

razões de mistura pobre e dentro de um envelope de temperaturas que possibilite a obtenção de

níveis ultrabaixos de emissão de NOx.

A principal contribuição do presente trabalho foi a identificação da intensidade de rotação 0,2

como a rotação mínima em que o fluxo de quantidade de movimento angular é suficiente para

iniciar a formação e o desenvolvimento dos vórtices de precessão, nessas condições o rompimento

dos vórtices de precessão e formação de uma zona de recirculação interna nas chamas é função da

temperatura de chama. Outra contribuição significante é o deslocamento da zona de recirculação

interna em função do número de rotação e a influência desta zona de recirculação no formato e

suspensão das chamas. Adicionalmente, observou-se que os números de rotação e de Reynolds não

exerceram influência sobre a formação de poluentes, sendo esta influenciada apenas pela razão de

equivalência. Assim, a formação de poluentes neste conceito não é função dos processos físicos e

sim dos processos químicos envolvidos. As oscilações de pressão no interior da câmara

apresentaram pequenas amplitudes em uma estreita faixa de frequências, ou seja, o sistema

estabilizador de chamas desenvolvido apresentou operação estável. Tais contribuições são

relevantes por estenderam os diversos estudos citados anteriormente neste capítulo e por contribuem

para o avanço no desenvolvimento de dispositivos práticos de combustão aplicáveis em turbinas a

gás de baixa emissão de NOx.


55

3 – MATERIAIS E MÉTODOS

Este capítulo apresenta em detalhes a instalação experimental e a metodologia utilizada para

a realização dos ensaios no Laboratório de Combustão e Combustíveis do Instituto Tecnológico de

Aeronáutica (LCC/ITA).

3.1 – Sistema estabilizador de chamas

O sistema desenvolvido para estabilizar chamas pré-misturadas pobres através de rotação de

baixa intensidade dos reagentes é composto por pás externas a um canal central cilíndrico, telas

perfuradas posicionadas na entrada desse canal e um tubo externo, conforme apresenta

esquematicamente a Figura 3.1.

Canal central cilíndrico


rs
Tubo externo
rcc

Pás

Tela perfurada

Reagentes
Pré-misturados

FIGURA 3.1 – Desenho esquemático do sistema estabilizador de chamas desenvolvido.


56

A relação adimensional que caracteriza a intensidade de rotação é dada pelo número de

rotação, S, definido como a relação entre os fluxos da quantidade de movimento angular e da

quantidade de movimento linear dos reagentes pré-misturados. O modelo utilizado para o cálculo

do número de rotação é o proposto por Cheng (2000 e 2008). Em chamas estabilizadas por rotação,

os fluxos da quantidade de movimento angular e da quantidade de movimento linear são

conservados (Beer e Chigier, 1972, e Lawn, 1987) e o número de rotação pode ser expresso por:

(3.1)

onde:

rs = raio interno de saída do sistema de estabilização de chamas

Gang = fluxo da quantidade de movimento angular do escoamento na região anular formada pelas

pás geradoras de rotação do sistema de estabilização de chamas e pode ser calculado por:

(3.2)

sendo:

Uan = componente axial de velocidade na região anular do sistema

Wan = componente tangencial de velocidade na região anular do sistema


57

O componente tangencial de velocidade pode ser escrito como Wan = Uan.tan, com  igual ao

ângulo de inclinação das pás geradoras de rotação. Assim, a Equação (3.2) pode ser escrita da

seguinte forma:

(3.3)
∫ ( )

Assumindo que o componente axial é uniforme na seção anular, a integração da Equação (3.3)

resultará em:

(3.4)
( )

O fluxo da quantidade de movimento linear, Glin, dos escoamentos no canal central e na região

anular formada pelas pás geradoras de rotação do sistema estabilizador de chamas pode ser

calculado por:

(3.5)
∫ ∫

Assumindo a distribuição de velocidade axial uniforme, a integração da Equação (3.5)

resultará em:
58

[ ( ) ] (3.6)

Substituindo as equações (3.6) e (3.4) em (3.1), tem-se:

(3.7)
( )
{ [ ( ) ]}

Simplificando a equação 3.7 obtêm-se:

(3.8)
( )

( )

Introduzindo a variável R representando a razão rcc / rs na equação (3.8) pode-se obter a

seguinte forma reduzida:


59

( ) (3.9)

( )

Expressando a relação Ucc / Uan em termos da razão ̇ ̇ que representa a divisão

da vazão em massa entre o canal central ( ̇ ) e a região anular ( ̇ ), torna-se possível obter o

número de rotação na seguinte forma:

(3.10)

( )

As vazões mássicas de reagentes através do através do canal central ( ̇ ) e da região anular

( ̇ ) podem ser determinadas através da seguinte equação:

̇ √ (3.11)

onde :

a = área do canal central, para ̇ , e da região anular para ̇ .

CB = coeficiente de bloqueio determinado em função do diâmetro e quantidade de orifícios da tela

perfurada posicionada na entrada do canal central, para ̇ , e em função da espessura e quantidade

de pás para ̇ .
60

O presente trabalha busca a estabilização de chamas com rotação de baixa intensidade. Para

isso, o ângulo das pás e o coeficiente de bloqueio da tela perfurada foram ajustados para fornecer ao

escoamento de reagentes pré-misturados S ≤ 0,6, pois na literatura considera-se alta intensidade de

rotação para valores de S > 0,6. As pás puderam ser ajustadas em três valores fixos de ângulos: α =

45°, α = 40° e α = 35°. A tela perfurada posicionada na entrada do canal central possui 20 orifícios

que foram fabricados através do processo de corte a laser para aumentar a precisão deles. A troca da

tela permite variar o coeficiente de bloqueio do canal central e, por consequência, o fluxo da

quantidade de movimento linear dos reagentes. Tal possibilidade associada à variação do fluxo da

quantidade de movimento angular, devido aos diferentes ângulos de ajustes das pás, permite ao

sistema estabilizador de chamas fornecer ao escoamento de reagentes níveis de intensidade de

rotação entre S = 0,03 e S = 0,6. A Tabela 3.1 apresenta a características geométricas e as

respectivas intensidades de rotação do sistema de estabilização de chamas desenvolvido.

TABELA 3.1 – Características geométricas dos dispositivos

Ângulo de inclinação das pás Diâmetro dos orifícios da tela Intensidade de rotação

(°) (mm) (S)

45 2,5 0,6

45 2,7 0,5

40 2,8 0,4

40 3,0 0,3

35 3,1 0,2

35 3,4 0,1

35 3,8 0,03
61

3.2 – Câmara de combustão

A câmara de combustão utilizada para os ensaios dos dispositivos para estabilização de chamas

foi fabricada em chapas de aço inox com 3 mm de espessura, em formato cúbico com dimensões de

600 x 600 x 600 mm, e composta por: quatro janelas de quartzo de 300 x 300 mm para permitir o

acesso ótico, um duto para exaustão dos produtos de combustão contendo um orifício para

posicionamento da sonda do analisador de gases, um invólucro com barreira térmica e sistema de

resfriamento do sensor de pressão e um sistema de engate rápido que facilita o acoplamento do

conjunto misturador, duto de mistura e dispositivo de ensaio. As Figuras 3.2 a 3.5 apresentam o

esquema da câmara de combustão.

Sistema
estabilizador Janela de Isolamento térmico
de chamas quartzo do sensor de pressão

Duto de
mistura Câmara de
combustão
Entrada de
gás natural Duto de
exaustão
Entrada
de ar

Engate
rápido
Misturador

Suporte Orifício para


da câmara sonda de gases
Trilho

FIGURA 3.2 – Esquema geral da câmara de combustão.


62

1150 mm
950 mm

750 mm
600 mm
500 mm
300 mm

130 mm

500 mm

550 mm

FIGURA 3.3 – Principais dimensões da câmara de combustão.


63

07 14
06 13

06 12 15

16
05 08 10 6
04
11
09

02 03

01

01 Cilindros de gás natural 09 Duto de mistura


02 Válvula controladora de pressão 10 Sistema estabilizador de chamas
03 Válvula controladora de vazão de gás natural 11 Câmara de combustão
04 Soprador 12 Transdutor de pressão
05 Válvula controladora de vazão de ar 13 Amplificador de carga
06 Válvula de água 14 Sistema de aquisição dados
07 Torre de resfriamento 15 Analisador de gases
08 Misturador 16 Sonda de gases

FIGURA 3.4 – Desenho esquemático da montagem experimental.


64

10
09

08
01

07

02
06

05 04 03

01 Mangueira para fornecimento de ar 06 Janelas de quartzo


02 Mangueira para fornecimento de gás natural 07 Isolamento térmico do sensor de pressão
03 Misturador 08 Suporte para o sistema PIV
04 Duto de mistura 09 Mangueira para fornecimento de água
05 Sistema estabilizador de chamas 10 Sensor de pressão

FIGURA 3.5 – Montagem experimental da câmara de combustão.

3.3 – Mistura dos reagentes

Para fornecer aos dispositivos desenvolvidos os regentes pré-misturados, foi construída uma

seção de mistura composta por um misturador tipo Venturi e um duto de mistura. No misturador o

escoamento de ar, entregue pelo soprador, é acelerado através de um bocal convergente e na região

de maior velocidade ocorre a injeção de combustível. Em seguida o escoamento sofre desaceleração

através de um bocal divergente até o diâmetro do duto de mistura. Esse duto possui comprimento de

170 mm e sua função é proporcionar maior homogeneidade à mistura dos reagentes entregues ao
65

dispositivo para ensaios. A Figura 3.6 mostra o modelo 3D do dispositivo para ensaio acoplado ao

misturador tipo Venturi através do duto de mistura.

Tela do sistema
estabilizador

Misturador

Pás do sistema
estabilizador

Duto de Mistura

FIGURA 3.6 – Desenho 3D da montagem do misturador, duto de mistura e sistema estabilizador.

3.4 – Linhas de alimentação

A bancada utilizada para a realização dos ensaios conta com linhas de alimentação de ar, de

combustível e de água. O ar foi fornecido por um soprador radial modelo CR 05, que atinge vazão

máxima de 50 g/s para esta montagem, e entregue ao misturador através de uma tubulação de duas

polegadas onde foi posicionado um medidor de vazão mássica tipo térmico modelo FT2 da marca

Contech.

Quatro cilindros conectados a uma tubulação de 3/8” forneceram combustível ao experimento,

cada um deles com capacidade de armazenar até 15 Nm3 de gás natural. A pressão interna máxima
66

de cada cilindro é de 200 bar e a necessária para a realização dos ensaios é de 3 bar. Por esse

motivo, utilizou-se uma válvula reguladora de pressão e uma resistência elétrica para evitar o

congelamento do gás. Por questões de segurança, a linha de alimentação de combustível conta

também com uma válvula solenoide para interromper o fornecimento de gás em caso de

emergência. A vazão de gás natural foi medida através de um medidor de vazão mássica tipo

térmico, modelo FT2 da marca Contech, idêntico ao utilizado para medir a vazão de ar, porém

calibrado para medir a vazão de gás natural. Os medidores de vazão mássica utilizados para

medição de ar e de combustível foram calibrados pelo fabricante, através de medidores padrões

calibrados e certificados pelo laboratório de vazão de gás do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do

Estado de São Paulo, e apresentados nas Tabelas 3.2 e 3.3.

O sistema de água resfriada foi utilizado para controlar a temperatura do transdutor de pressão

posicionado na parte superior da câmara de combustão. Esse sistema é composto por uma torre de

resfriamento, dois tanques de água, duas bombas, tubulação de 1" e válvulas. Inicialmente uma

bomba fornece à câmara água contida em um tanque de água fria, depois de resfriar o transdutor a

água aquecida é enviada para outro tanque onde permanece até que uma segunda bomba a envie

para a torre de resfriamento, quando sua temperatura é reduzida e em seguida devolvida ao tanque

de água fria. A Figura 3.7 mostra o sistema de resfriamento de água do experimento.


67

TABELA 3.2 – Calibração do medidor de vazão mássica de ar fornecido pelo fabricante.

Vazão Vazão indicada Erro Desvio Padrão Incerteza Expandida

(Nm3/h) (Nm3/h) (%) Experimental (%) (%)

12,3 12,3 0,35 0,010 0,32

20,7 20,7 -0,27 0,013 0,32

28,1 28,0 0,18 0,008 0,32

35,5 35,5 0,12 0,013 0,32

52,6 52,5 0,31 0,011 0,32

63,6 63,4 0,23 0,015 0,32

84,1 83,9 0,33 0,009 0,32

112,7 112,4 0,22 0,011 0,32

137,0 137,4 -0,32 0,012 0,32

TABELA 3.3 – Calibração do medidor de vazão mássica de gás natural fornecido pelo fabricante.
Continua
Vazão Vazão indicada Erro Desvio Padrão Incerteza Expandida

(Nm3/h) (Nm3/h) (%) Experimental (%) (%)

2,4 2,4 0,20 0,018 0,32

3,6 3,6 -0,22 0,011 0,32


68

TABELA 3.3 – Calibração do medidor de vazão mássica de gás natural fornecido pelo fabricante.

Conclusão
Vazão Vazão indicada Erro Desvio Padrão Incerteza Expandida

(Nm3/h) (Nm3/h) (%) Experimental (%) (%)

7,1 7,1 0,14 0,006 0,32

8,2 8,2 0,12 0,013 0,32

12,9 12,9 0,15 0,003 0,32

16,4 16,4 0,13 0,011 0,32

19,3 19,3 0,31 0,013 0,32

21,8 21,8 0,22 0,011 0,32

27,2 27,2 -0,12 0,007 0,32

33,2 33,2 -0,35 0,007 0,32


69

FIGURA 3.7 – Sistema de resfriamento de água do experimento.

3.5 – Medidas de oscilação de pressão na câmara de combustão

Para converter as oscilações de pressão no interior da câmara de combustão em sinais elétricos

foi posicionado na parte superior da câmara, distante 400 mm do engate rápido, um transdutor de

pressão piezelétrico Kistler modelo 7261 que possui faixa de medição de 1 a 10 bar e pressão

máxima de operação igual a 12 bar. Essa posição foi escolhida devido à necessidade de não obstruir

o acesso ótico da janela de quartzo e também para facilitar os acessos da tubulação para

resfriamento do sensor, realizado através da circulação de água em uma camisa acoplada ao

transdutor, e do cabo para conexão elétrica do transdutor de pressão.

Desenvolveu-se um isolamento térmico na região onde o transdutor foi posicionado para

aumentar a efetividade da camisa de resfriamento. Os sinais elétricos gerados pelo transdutor de

pressão piezelétrico foram enviados a um amplificador de carga Kistler modelo 5010 e


70

posteriormente enviados ao sistema de aquisição de dados. As Figuras 3.8 e 3.9 mostram o esquema

de posicionamento e a montagem experimental do transdutor na câmara de combustão,

respectivamente.

400 mm
Transdutor de pressão

Engate 300 mm
rápido

Janela de
quartzo

FIGURA 3.8 – Esquema de posicionamento do transdutor de pressão na câmara.

Cabo elétrico Tubulação de água

Transdutor
de pressão

Isolamento
Camisa de térmico
resfriamento

FIGURA 3.9 – Montagem do transdutor de pressão na câmara.


71

3.5.1 – Sistema de aquisição das oscilações de pressão

O sistema utilizado para a aquisição das oscilações de pressão é composto por um dispositivo

de aquisição de dados, que recebe do amplificador de carga os sinais elétricos gerados pelo

transdutor de pressão e os envia a um computador e uma rotina computacional implementada na

linguagem de programação gráfica LabVIEW, acrônimo para o termo da língua inglesa

“Laboratory Virtual Instrument Engineering Workbench”, que manipula e trata os dados recebidos

pelo computador.

Os programas criados em LabVIEW são chamados de instrumentos virtuais ou VI`s, “Virtual

Instruments” na língua inglesa, e são compostos por painel frontal e diagrama de blocos. O painel

frontal é a interface com o usuário onde os dados adquiridos e tratados são apresentados. As

informações visualizadas no painel frontal são resultado de um código fonte criado pelo

programador no diagrama de blocos.

O dispositivo de aquisição de dados utilizado é do modelo NI USB-6259 com velocidade de

1,25 MS/s, 48 canais digitais e 32 analógicos. Os sinais elétricos foram gerados por apenas um

transdutor de pressão a uma taxa de leitura de 5000 pontos por segundo, sendo o valor apresentado

a média destes pontos. O programa desenvolvido em LabVIEW para os ensaios realizados utiliza

uma análise baseada na Transformada de Fourier para determinar as amplitudes e frequências das

oscilações de pressão. As Figuras 3.10 e 3.11 apresentam o esquema do sistema de aquisição das

oscilações de pressão na câmara de combustão e o painel frontal do instrumento virtual

implementado, respectivamente.
72

Transdutor Amplificador Dispositivo de Computador


de pressão de carga aquisição de dados com LabVIEW

FIGURA 3.10 – Esquema do sistema de aquisição das oscilações de pressão na câmara.

FIGURA 3.11 – Tela do programa de aquisição de dados em LabVIEW.


73

3.6 – Análises das concentrações dos gases nos produtos de combustão

A concentração dos gases contidos nos produtos de combustão gerados pelos dispositivos

ensaiados foi determinada através da utilização de um analisador Eurotron modelo Geenline 8000,

que é composto por: uma sonda coletora de gases, uma unidade de controle principal - MCU,

acrônimo do termo da língua inglesa “Main Control Unit”, e uma unidade de controle remoto –

RCU, “Remote Control Unit” na língua inglesa.

A unidade de controle é responsável pela sucção e aquecimento da amostra dos gases,

filtragem das partículas, dreno de condensados, quantificação das concentrações, calibração do

analisador e determinação da temperatura dos gases. A MCU é composta por placas eletrônicas,

fonte de energia, bomba de sucção, eletroválvulas, células quantificadoras eletroquímicas, sistema

de retirada de umidade, bateria eletroquímica, interruptor liga/desliga e conectores para: entrada dos

gases provenientes da sonda, entrada de ar para autozero (sistema de calibração do analisador de

gases), conexão serial RS422 e alimentação para a rede elétrica.

A unidade de controle remoto é usada para enviar instruções de operação à MCU, indicar e

armazenar na memória os dados de análises, imprimir e transferir dados para um computador. A

comunicação entre a unidade de controle principal e a unidade de controle remoto pode ser feita

através de uma cabo serial RS422 ou comunicação via “BlueTooth”.

A sonda coletora de gases foi posicionada no duto de exaustão através de um orifício com sua

extremidade coincidindo com o centro da seção transversal, a uma distância radial de 50 mm da

parede do duto, conforme ilustrado na Figura 3.12. Os gases a serem analisados foram bombeados

da sonda para a MCU, que regulava eletronicamente o fluxo de gás para mantê-lo constante.
74

400 mm

200 mm
50 mm

Sonda Sonda

FIGURA 3.12 – Esquema de posicionamento da sonda no duto de exaustão.

Após a passagem pela sonda, ao entrar na unidade de controle principal, as amostras de gases

foram limpas e secas por um filtro coalescente. Por esse motivo, os resultados de concentrações

medidos pelo Greenline 8000 foram fornecidos em base seca. As amostras gasosas, após a

passagem pelo filtro coalescente, entraram nas células quantificadoras.

O sensor de oxigênio (O2) foi uma célula quantificadora eletroquímica com dois eletrodos em

solução eletrolítica, assim como os detectores de NO e CO. A Tabela 3.4 apresenta as faixas de

medições e as incertezas dos valores medidos pelo Greenline 8000 (informadas pelo fabricante).

TABELA 3.4 – Faixas de medições e erros do analisador de gases Greenline 8000.

Parâmetro Faixa de medição Erro do equipamento

O2 0 – 25% ± 0,1 % vol

NO 0 – 5.000 ppmv ± 5 ppmv

CO 0 – 300 ppmv ± 10 ppmv


75

A operação do analisador de gases pode ser feita de maneira remota pela RCU ou através de

um computador por meio do programa DBgas2004, que permite o armazenamento e gerenciamento

dos dados coletados. Esse programa armazena os dados em formato “.csv” que permite sua abertura

e edição através do programa Microsoft Office Excel. A Figura 3.13 exibe a tela de aquisição das

medições de concentrações dos gases em tempo real.

FIGURA 3.13 – Tela de aquisição das concentrações em tempo real.

3.6.1 – Correção dos valores medidos de concentração

Os valores medidos das concentrações de CO e NOx foram normalizados através de suas

correções para 15% de O2. Essas correções padronizam os valores de emissões de fontes diferentes

para uma mesma base, permitindo comparações (Carvalho e Lacava, 2003). Ainda segundo os

mesmos autores as correções dos valores medidos podem ser obtidas pela seguinte equação:
76

[ ] (3.4)
[ ] [ ]
[ ]

onde:

BS,real = base volumétrica seca medida

BS,corr = base volumétrica seca corrigida

A = componente genérico dos produtos de combustão

3.7 – Velocimetria por imagem de partícula

Informações sobre os escoamentos gerados pelos dispositivos desenvolvidos para ensaios

foram obtidas com a utilização da técnica não intrusiva de medição conhecida como velocimetria de

imagem por partículas, PIV. Essa é uma técnica que utiliza as imagens produzidas do escoamento

pela iluminação, através de uma folha plana de laser, de pequenas partículas traçadoras introduzidas

ao escoamento analisado. As imagens obtidas das partículas são registradas separadamente em um

arquivo digital cujo processamento conduz à obtenção do deslocamento das partículas no tempo.

Maiores detalhes da técnica PIV podem ser encontrados em Kohse-Hoinghaus e Jeffries (2002),

Kohse-Hoinghaus (2005) e Lacava e Martins (2010).

Para as medições de PIV utilizou-se o sistema de medição da marca LaVision que consiste de

um laser Nd:YAG pulsado, lentes, um gerador de partículas, uma câmera digital, um filtro e um

computador para aquisição e processamento dos dados.

O laser Nd:YAG utilizado é um laser de estado sólido pulsado com potência de 380 mJ e

comprimento de onda 532 nm. Os pulsos do laser são duplos e direcionados a uma lente cilíndrica
77

de 20 mm que os espalha em forma de uma folha plana de laser com espessura aproximada de 1

mm. A folha de laser que deixa a lente foi direcionada para iluminar as partículas traçadoras de

TiO2 que possuem diâmetro de 1 µm e foram adicionadas ao escoamentos analisados através um

gerador de partículas do tipo ciclone conectado na seção de mistura que antecede o sistema

estabilizador de chamas. A Figura 3.14 apresenta o gerador de partículas traçadoras e a Figura 3.15

mostra a lente cilíndrica e o laser Nd:YAG utilizados nos ensaios.

FIGURA 3.14 – Gerador de partículas traçadoras tipo ciclone.

Lente de 20 mm

Fonte do laser

Laser Nd:YAG

FIGURA 3 15 – Laser Nd:YAG e lente cilíndrica de 20 mm.


78

A câmera do sistema LaVision é do tipo CCD com resolução de 2448 x 2050 pixels e conta

com uma lente de 50 mm, f/5.6, e um filtro de 532 nm para capturar apenas as imagens das

partículas iluminadas pela folha plana de laser. O campo de visão da câmera digital foi ajustado

para 200 x 250 mm devido ao tamanho das janelas da câmara de combustão, que foram

dimensionadas em função das limitações de acurácia inerentes ao processo de medição PIV.

As imagens das partículas traçadoras iluminadas pela folha plana de laser foram capturadas em

pares, para cada escoamento analisado foram coletados 170 pares de imagens. Para tanto, o tempo

de exposição da câmera foi determinado pelo sistema PIV em 35 µs para ensaios com escoamentos

em vazões de 20 g/s e 55 µs para vazões de 30 g/s. Os dados coletados foram processados com

correlação cruzada de 64 x 64 pixels no software Davis 7.2, que correlaciona às partículas

capturadas na primeira imagem com as da segunda imagem, para cada um dos 170 pares de

imagens coletadas. Tal correlação pode ser visualizada através de um mapa de correlação que indica

quais partículas do escoamento analisado foram correlacionadas através de um pico. Um algoritmo

estatístico do software indica a correlação e determina a movimentação das partículas, apresentando

esta em forma de linhas de corrente.

A Figura 3.16 apresenta a primeira e a segunda imagem das partículas em um escoamento

analisado. O mapa de correlação entre essas imagens pode ser visualizado na Figura 3.17. Já a

Figura 3.18 exibe a tela do software Davis 7.2 para visualização do escoamento analisado e a Figura

3.19 mostra esquematicamente a montagem experimental do sistema PIV.


79

(a) Primeira imagem das partículas (b) Segunda imagem das partículas

FIGURA 3.16 – Par de imagens das partículas de TiO2 em um escoamento analisado.

FIGURA 3.17 – Mapa de correlação do par de imagens da Figura 3.16.


80

FIGURA 3.18 – Tela do software Davis 7.2 para visualização dos resultados.
81

Lente de 20 mm

Transdutor de pressão
Dispositivo
Nd:Yag
Analisador
de gases

Câmera digital Pré-mistura Gás natural

Aquisição de dados Soprador


Gerador de
partículas

FIGURA 3.19 – Esquema da montagem experimental do sistema PIV.

3.8 – Procedimento experimental

O sistema de estabilização de chamas foi ensaiado na câmara de combustão com acesso ótico

em condições de pressão atmosférica. Em todos os ensaios foram avaliados simultaneamente os

escoamentos reativos e não reativos, através da técnica PIV, as concentrações de NOx e CO nos

gases de exaustão e as oscilações de pressão no interior da câmara de combustão.

Os limites de apagamento inferior foram determinados mantendo a vazão mássica de ar, ̇ ,

constante e reduzindo lentamente a vazão mássica de combustível, ̇ , até a chama se tornar

visivelmente pequena e fraca e em seguida apagar. Tais limites de apagamento e demais análises do

sistema de estabilização de chamas (PIV, concentrações de NOx e CO e oscilações de pressão)

foram realizadas em duas diferentes vazões mássicas de ar e diversas razões de equivalência.

As vazões mássicas de ar utilizadas nos ensaios foram de 20 g/s e 30 g/s e forneceram ao

escoamento na saída do sistema de estabilização a velocidade de 18 m/s e 27 m/s, respectivamente.


82

A intensidade de turbulência fornecida aos escoamentos na saída do sistema ensaiado, calculada

baseada no diâmetro de saída do sistema que é de 61 mm, foi de Re = 36.000 para 18 m/s e Re =

54.000 para 27 m/s. A razão de equivalência, , foi variada de 0,6 até 0,9 para cada vazão mássica

de ar em que as avaliações experimentais foram realizadas. A Tabela 3.5 apresenta as condições

operacionais dos ensaios para cada nível de intensidade de rotação analisado.

TABELA 3.5 – Condições operacionais dos ensaios.

Re ̇ (g/s) ̇ (g/s) Razão de equivalência Potência térmica (kW)

()

0,73 0,6 35

36.000 20 0,85 0,7 40,8

0,97 0,8 46,6

1,09 0,9 52,3

1,09 0,6 52,3

54.000 30 1,27 0,7 61

1,45 0,8 69,6

1,63 0,9 78,2


83

4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este capítulo apresenta os resultados e discussões advindos dos ensaios realizados no

sistema estabilizador de chamas desenvolvido (SEC), em diferentes condições operacionais. Os

ensaios foram realizados com o objetivo de se observar como a intensidade de rotação dos reagentes

pré-misturados influenciou simultaneamente: os escoamentos reativos e não reativos, as oscilações

de pressão no interior da câmara de combustão e as concentrações de NOx e CO nos gases de

exaustão.

4.1 – Escoamentos reativos e não reativos

Como mostrado na Tabela 3.5 os resultados dos escoamentos reativos foram obtidos em

ensaios com número de Reynolds iguais a 36.000 e 54.000 para potências térmicas entre 35 e 78,2

kW, obtidas através da variação da razão de equivalência de 0,6 a 0,9. Os níveis de intensidade de

rotação foram variados de 0,03 a 0,6, conforme apresenta a Tabela 3.1.

Observe-se que as condições de Reynolds foram determinadas experimentalmente levando em

consideração as condições de estabilidade da chama, minimização do efeito de parede, retorno de

chama e “blow out”.

Para números de Reynolds menores ou iguais a 18.000, em todas as intensidades de rotação, o

ponto de estabilização das chamas aproximou-se das paredes do sistema desenvolvido e estas se

aqueceram progressivamente, de modo que a partir de um momento o ponto de estabilização

deslocou-se para dentro do SEC quando a chama ancorou-se em suas paredes e ocorreu o retorno da

mesma.

Já para Reynolds maiores ou iguais a 72.000, independente do número de rotação ensaiado, a

chama aumentou sua dimensão e começou a interagir com a parede da câmara de combustão. O
84

“efeito parede” causou o distanciamento da chama em relação à saída do sistema de estabilização e

em seguida ocorreu o “blow out”.

Os resultados das análises dos escoamentos reativos e não reativos são apresentados em forma

de vetores e linhas de corrente que representam as imagens médias e as imagens instantâneas dos

escoamentos. Neste trabalho, utiliza-se a nomenclatura de imagem instantânea para o campo de

velocidade do escoamento obtido para cada um dos 170 pares de imagens correlacionadas através

do sistema PIV e de imagem média o comportamento médio destes pares, ou seja, a média dos

campos de velocidade dos 170 pares analisados.

As chamas geradas durante os ensaios foram fotografadas e as respectivas imagens foram

utilizadas para determinar os contornos das chamas através de linhas pontilhadas. As imagens

resultantes foram sobrepostas às imagens médias e em seguida apenas os contornos das chamas

foram transferidos para as imagens médias. O procedimento descrito pode ser observado através das

Figuras 4.1 a 4.4 e este foi utilizado para determinar o contorno da chama em todas as imagens

médias de escoamentos reativos dos ensaios realizados. Os retângulos amarelos nas Figuras 4.1 (a)

e (b) representam o SEC.

As intensidades de rotação S = 0,03 e S = 0,1 foram os dois níveis em que as chamas suspensas

estabilizaram mais distante do SEC, aproximadamente a 75 mm da saída deste. Para esses números

de rotação as imagens médias dos escoamentos reativos e não reativos apresentaram linhas de

corrente axialmente paralelas, o que pode ser um indicativo da influência da baixa quantidade de

movimento angular no escoamento de reagentes que deixou o SEC. Nessas intensidades de rotação

os resultados dos campos médios de velocidade dos escoamentos reativos para as condições de

Reynolds determinadas para os ensaios, Re = 36.000 e Re = 54.000, não apresentaram formação de

vórtices na região interna das chamas.


85

(a) (b)

FIGURA 4.1 – Fotografia e contorno da chama para Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7.

250 19,0
225 17,0
200 15,0
Velocidade média (m/s)

175 13,0
Posição (mm)

150 11,0
125 9,0
100 7,0
75 5,0
50 3,0
25 1,0
-100 -50 0 50 100
Posição (mm)
FIGURA 4.2 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7.
86

FIGURA 4.3 – Sobreposição do contorno da chama sobre a imagem média do escoamento.

250 19,0
225 17,0
200
Velocidade média (m/s)
15,0
175 13,0
Posição (mm)

150 11,0
125 9,0
100 7,0
75 5,0
50 3,0
25 1,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.4 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7

(Linha pontilhada representa o contorno da chama).


87

A comparação entre as imagens médias dos escoamentos reativos e não reativos permite

observar a expansão radial dos gases, devido à combustão, através do aumento da distancia radial

entre as linhas de corrente no escoamento reativo em relação ao não reativo. Tal comportamento

pode ser observado através das Figuras 4.4, 4.5, 4.10, 4.11, 4.16, 4.17, 4.22 e 4.23, que apresentam

a média dos campos de velocidade.

As Figuras 4.4, 4.11, 4.17 e 4.23 apresentam também o contorno das chamas, através de linhas

pontilhadas, para escoamentos reativos em razão de equivalência igual a 0,7 onde é possível

verificar que a chama não apresentou variações significantes em seu formato ou na distância de

suspensão em relação à saída do SEC para S = 0,03 e S = 0,1 em Re = 36.000 e Re = 54.000.

Comportamento idêntico foi observado para essas intensidades de rotação e números de Reynolds

em razões de equivalência de 0,6 a 0,9.

As Figuras 4.6 a 4.9 mostram as quatro primeiras imagens instantâneas para os escoamentos

com Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7 onde é possível notar uma região em que não foi possível obter

correlação entre as partículas das duas imagens adquiridas e processadas pelo sistema PIV, mesmo

para diferentes fluxos de particulados. Observe-se que essa região representa o contorno da chama.

Uma possível razão para tal comportamento pode ser devido a uma rápida aceleração das partículas

na fronteira dessa região, causada pela expansão dos gases, o que associada às forças inercias e as

forças viscosas inerentes ao escoamento com Re = 36.000 impossibilitaria ao sistema PIV

correlacionar as imagens dessas partículas.

Note-se através das imagens instantâneas apresentadas nas Figuras 4.12 a 4.15 que mantendo

as condições de ensaio e variando apenas o número de Reynolds de 36.000 para 54.000 houve

aumento na correlação das partículas, provavelmente devido à alteração na relação entre as forças

inercias e as forças viscosas oriunda da nova intensidade de turbulência do escoamento. Isso pode
88

ter possibilitado às partículas penetrarem na região de chama e permitiu ao sistema PIV fornecer um

campo de velocidade completo.

Para a intensidade de rotação S = 0,1 o fluxo da quantidade de movimento angular do

escoamento tornou-se maior de que em S = 0,03, o que aumentou a correlação de partículas para os

escoamentos com Re = 36.000 na região interna da chama. Porém, torna-se possível observar

através das Figuras 4.18 a 4.21 que para a região localizada entre a saída do SEC e a base da chama

as partículas não foram correlacionadas pelo sistema PIV. Já para Re = 54.000 a correlação nessa

região aumentou, mas não o suficiente para obter o campo de velocidade completo, conforme

apresentam as Figuras 4.24 a 4.27.

250 15,0
225 14,0
13,0
200 12,0
Velocidade média (m/s)
175 11,0
10,0
Posição (mm)

150 9,0
8,0
125
7,0
100 6,0
5,0
75 4,0
50 3,0
2,0
25 1,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.5 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 36.000 e S = 0,03.
89

250
22,0
225 20,0
200 18,0
175 16,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
150 14,0

125 12,0
10,0
100
8,0
75
6,0
50
4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.6 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7.

250
22,0
225 20,0
200 18,0
Velocidade (m/s)

175 16,0
Posição (mm)

150 14,0
125 12,0
10,0
100
8,0
75
6,0
50
4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.7 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7.
90

250
225 20,0

200 18,0

175 16,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
14,0
150
12,0
125
10,0
100
8,0
75
6,0
50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.8 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7.

250 22,0
225 20,0
200 18,0
175 16,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

150 14,0
12,0
125
10,0
100
8,0
75
6,0
50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.9 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,03 e  = 0,7.


91

250
25,0
225
22,5

Velocidade média (m/s)


200
20,0
175
17,5

Posição (mm)
150
15,0
125 12,5
100 10,0
75 7,5
50 5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.10 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 54.000 e S = 0,03.

250
27,5
225
25,0
200
22,5
Velocidade média (m/s)

175 20,0
Posição (mm)

150 17,5
125 15,0
100 12,5
10,0
75
7,5
50
5,0
25
2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.11 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,03 e  = 0,7

(Linha pontilhada representa o contorno da chama).


92

250 25,0
225 22,5
200
20,0
175

Velocidade (m/s)
17,5

Posição (mm)
150 15,0
125 12,5
100 10,0
75 7,5
50 5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.12 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,03 e  = 0,7.

250
24,0
225 22,0
200 20,0
175 18,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

150 16,0
14,0
125
12,0
100 10,0
75 8,0
50 6,0
4,0
25
2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.13 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,03 e  = 0,7.


93

250
25,0
225
22,5
200
20,0
175

Velocidade (m/s)
17,5

Posição (mm)
150
15,0
125
12,5
100 10,0
75 7,5
50 5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.14 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,03 e  = 0,7.

250
27,5
225
25,0
200
22,5
175
Velocidade (m/s)

20,0
Posição (mm)

150 17,5
125 15,0
100 12,5
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.15 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,03 e  = 0,7.


94

250 12,0
225 11,0
10,0
200

Velocidade média (m/s)


9,0
175
8,0

Posição (mm)
150 7,0
125 6,0
100 5,0
4,0
75
3,0
50 2,0
25 1,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.16 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 36.000 e S = 0,1.

250 18,0
225 16,0
200
14,0
Velocidade média (m/s)

175
12,0
Posição (mm)

150
10,0
125
8,0
100
75 6,0

50 4,0

25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.17 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,1 e  = 0,7

(Linha pontilhada representa o contorno da chama).


95

250 22,0
225 20,0
200 18,0
175 16,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
150 14,0

125 12,0
10,0
100
8,0
75
6,0
50
4,0
25
2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.18 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,1 e  = 0,7.

250 22,0
225 20,0
200 18,0
175 16,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

150 14,0

125 12,0
10,0
100
8,0
75
6,0
50
4,0
25
2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.19 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,1 e  = 0,7.
96

250 24,0
225 22,0
200 20,0
175 18,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
16,0
150
14,0
125 12,0
100 10,0
75 8,0
6,0
50
4,0
25
2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.20 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,1 e  = 0,7.

250 22,0
225 20,0
200 18,0
175 16,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

150 14,0

125 12,0
10,0
100
8,0
75
6,0
50
4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.21 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,1 e  = 0,7.
97

250
20,0
225
18,0
200

Velocidade média (m/s)


16,0
175

Posição (mm)
14.0
150
12,0
125
10,0
100
8,0
75
6,0
50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.22 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 54.000 e S = 0,1.

250 27,5
225 25,0
200 22,5 Velocidade média (m/s)

175 20,0
Posição (mm)

150 17,5

125 15,0
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.23 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,1 e  = 0,7

(Linha pontilhada representa o contorno da chama).


98

250 27,5
225 25,0
200 22,5
175 20,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
150 17,5

125 15,0
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.24 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,1 e  = 0,7.

250 27,5
225 25,0
200 22,5
175 20,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

150 17,5

125 15,0
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.25 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,1 e  = 0,7.


99

250 27,5
225 25,0
200 22,5
175 20,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
150 17,5

125 15,0
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.26 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,1 e  = 0,7.

250
25,0
225
22,5
200
20,0
175
Velocidade (m/s)

17,5
Posição (mm)

150
15,0
125
12,5
100 10,0
75 7,5
50 5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.27 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,1 e  = 0,7.
100

Observou-se através dos ensaios que, para a intensidade de rotação S = 0,2 e independente

do número de Reynolds do escoamento, quando a razão de equivalência foi aumentada a chama

suspensa aproximou-se em direção à saída do SEC, estabilizou-se em nova posição e aumentou seu

raio. O oposto também foi verdadeiro, quando a razão de equivalência, , foi reduzida a chama se

moveu e estabilizou em outro ponto mais distante da saída do SEC e com raio menor, o que é

coerente com o comportamento de uma chama pré-misturada, ou seja, quando  se aproxima da

estequiometria a velocidade de chama aumenta e o ponto de estabilização, onde a velocidade local

dos reagentes se iguala a de chama, aproxima-se da saída do SEC. Esse comportamento pode ser

notado através das imagens médias do escoamento reativo e dos contornos das chamas apresentados

nas Figuras 4.29, 4.35, 4.40, 4.45, 4.50, 4.55, 4.60 e 4.65.

As Figuras 4.28 e 4.34 apresentam a média dos campos de velocidade dos escoamentos não

reativos onde é possível notar que não há formação de vórtices de precessão. A literatura define o

vórtice de precessão (VP) como sendo um comportamento médio do escoamento onde as linhas de

corrente mostram uma iminência de um processo de recirculação que não se completa. Já a análise

das imagens médias dos escoamentos reativos permite notar a formação e o desenvolvimento dos

vórtices de precessão e o rompimento destes formando uma zona de recirculação na região interna

das chamas com núcleo constante em aproximadamente 150 mm distante da saída do SEC para

todas as razões de equivalência ensaiadas.

O desenvolvimento dos vórtices de precessão e a formação da zona de recirculação na região

interna da chama, obtidos através da média dos campos de velocidade, apresentou relação direta

com a razão de equivalência para a intensidade de rotação 0,2. Ao aumentar  a chama se torna

mais intensa e maior quantidade de energia é liberada em forma de calor, o que amplia a expansão

radial dos gases e, por consequência, aumenta a região de baixa pressão que surge na região interna

da chama e torna os vórtices de precessão maiores até que ocorra o seu rompimento e a formação de
101

uma zona de recirculação. A chama se deforma e acompanha o crescimento dos vórtices de

precessão, assume novo formato com maior raio e desloca-se em direção à saída do SEC.

Nas Figuras 4.29 e 4.35 é possível identificar através das imagens médias a formação do

vórtice de precessão para S = 0,2 e  = 0,6 e o contorno das chamas através das linhas tracejadas

para Re = 36.000 e Re = 54.000, respectivamente, onde se verifica a suspensão das chamas em

aproximadamente 65 mm. As Figuras 4.40 e 4.45 mostram a média dos campos de velocidade e os

contornos das chamas para Re = 36.000 e Re = 54.000, respectivamente, em razão de equivalência

0,7 onde se pode observar: o desenvolvimento do vórtice de precessão, tornando-se maior do que

em  = 0,6, a permanência de seu núcleo na posição vertical de 150 mm e a mudança na suspensão

das chamas para 60 mm distante da saída do SEC. O mesmo comportamento pode ser observado

para a razão de equivalência 0,8 onde o núcleo do vórtice de precessão permanece na mesma

posição, mas seu tamanho aumenta o que desloca a chama para aproximadamente 55 mm da saída

do SEC, como apresentam as Figuras 4.50 e 4.55. Para  = 0,9 ocorre o rompimento do vórtice de

precessão e a formação de uma zona de recirculação interna, conforme pode ser observado nas

Figuras 4.60 e 4.65, as chamas aumentam seu diâmetro e aproximam-se ainda mais do SEC, ficando

suspensas em relação à ele 50 mm.

As quatro primeiras imagens instantâneas de cada condição de ensaio realizada para a

intensidade de rotação 0,2, em razões de equivalência de 0,6 a 0,9 e escoamentos com Re = 36.000

e Re = 54.000 são apresentadas nas Figuras 4.30 a 4.33, 4.36 a 4.39, 4.41 a 4.44, 4.46 a 4.49, 4.51 a

4.54, 4.56 a 4.59, 4.61 a 4.64 e 4.66 a 4.69. Através das imagens instantâneas é possível observar na

região vertical de 150 mm os diversos vórtices identificados pelo sistema PIV e que formam as

imagens médias, nas quais foram identificados os vórtices de precessão e a zona de recirculação

interna das chamas. Nota-se também através das imagens instantâneas que existe um padrão para o

escoamento axial externo aos vórtices que nas imagens médias pode ser encontrado externo ao
102

vórtice de precessão ou zona de recirculação interna, inclusive com velocidades na mesma ordem

de grandeza.

De maneira geral, a correlação das partículas aumentou para os ensaios com número de

rotação 0,2 quando comparados com S = 0,03 e S = 0,1. Porém, várias imagens instantâneas

apresentam regiões sem correlação e não foi identificado um padrão de comportamento que levasse

a uma explicação para essa tendência.

250
7,5
225 7,0
200 6,5

Velocidade média (m/s)


6,0
175 5,5

Posição (mm)
5,0
150
4,5
125 4,0
3,5
100 3,0
75 2,5
2,0
50 1,5
25 1,0
0,5
-100 -50 0 50 100
Posição (mm)

FIGURA 4.28 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 36.000 e S = 0,2.
103

250 18,0
225 16,0
200
14,0

Velocidade média (m/s)


175

Posição (mm)
12,0
150
10,0
125
8,0
100
6,0
75
50 4,0

25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.29 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,6

(Linha pontilhada representa o contorno da chama).

250 22,0
225 20,0
200 18,0
175 16,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

150 14,0
12,0
125
10,0
100
8,0
75
6,0
50
4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.30 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,6.


104

250 18,0
225 16,0
200
14,0
175

Velocidade (m/s)
12,0

Posição (mm)
150
10,0
125
8,0
100
75 6,0

50 4,0

25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.31 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,6.

250 18,0
225 16,0
200
14,0
175
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

12,0
150
10,0
125
8,0
100
75 6,0

50 4,0

25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.32 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,6.


105

250 20,0
225 18,0
200 16,0
175

Velocidade (m/s)
14,0

Posição (mm)
150 12,0
125 10,0
100 8,0
75 6,0
50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.33 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,6.

250 12,0
225 11,0
10,0
200
9,0
Velocidade média (m/s)
175
8,0
Posição (mm)

150 7,0
125 6,0
100 5,0
4,0
75
3,0
50
2,0
25 1,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.34 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 54.000 e S = 0,2.
106

250 27,5
225 25,0
200 22,5

Velocidade média (m/s)


175 20,0

Posição (mm)
150 17,5

125 15,0
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.35 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,6

(Linha pontilhada representa o contorno da chama).

250 27,5
225 25,0
200 22,5
175 20,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

150 17,5

125 15,0
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25
2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.36 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,6.


107

250 27,5
225 25,0
200 22,5
175 20,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
150 17,5

125 15,0
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.37 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,6.

250 27,5
225 25,0
200 22,5
175 20,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

150 17,5

125 15,0
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.38 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,6.


108

250 27,5
225 25,0
200 22,5
175 20,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
150 17,5
15,0
125
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.39 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,6.

250 18,0
225 16,0
200
14,0
Velocidade média (m/s)

175
12,0
Posição (mm)

150
10,0
125
8,0
100
75 6,0

50 4,0

25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.40 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,7
(Linha pontilhada representa o contorno da chama).
109

250 18,0
225 16,0
200
14,0

Velocidade (m/s)
175

Posição (mm)
12,0
150
10,0
125
8,0
100
75 6,0

50 4,0

25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.41 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,7.

250 18,0
225 16,0
200
14,0
175
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

12,0
150
10,0
125
8,0
100
75 6,0

50 4,0

25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.42 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,7.


110

250 18,0
225 16,0
200
14,0
175

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
12,0
150
10,0
125
100 8,0

75 6,0

50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.43 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,7.

250 18,0
225 16,0
200
14,0
175
Velocidade (m/s)
12,0
Posição (mm)

150
10,0
125
8,0
100
75 6,0

50 4,0

25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.44 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,7.


111

250 27,5
225 25,0
200 22,5

Velocidade média (m/s)


175 20,0

Posição (mm)
150 17,5
15,0
125
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.45 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,7

(Linha pontilhada representa o contorno da chama).

250 27,5
225 25,0
200 22,5

175 20,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

17,5
150
15,0
125
12,5
100
10,0
75
7,5
50 5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.46 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,7.


112

250
20,0
225
18,0
200
16,0
175

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
14,0
150
12,0
125
10,0
100
8,0
75
6,0
50
4,0
25
2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.47 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,7.

250 24,0
22,0
225
20,0
200
18,0
175
Velocidade (m/s)

16,0
Posição (mm)

150 14,0
125 12,0
100 10,0

75 8,0
6,0
50
4,0
25
2,0
-100 -50 0 50 100
Posição (mm)

FIGURA 4.48 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,7.


113

250 22,0

225 20,0

200 18,0

175 16,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
14,0
150
12,0
125
10,0
100
8,0
75
6,0
50
4,0
25
2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.49 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,7.

250 18,0
225
16,0
200 Velocidade média (m/s)
14,0
175
Posição (mm)

12,0
150
10,0
125
100 8,0

75 6,0

50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.50 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,8
(Linha pontilhada representa o contorno da chama).
114

250 18,0
225 16,0
200
14,0
175

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
12,0
150
10,0
125
100 8,0

75 6,0

50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.51 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,8.

250
15,0
225 14,0
200 13,0
12,0 Velocidade (m/s)
175 11,0
Posição (mm)

10,0
150
9,0
125 8,0
7,0
100 6,0
75 5,0
4,0
50 3,0
25 2,0
1,0
-100 -50 0 50 100
Posição (mm)

FIGURA 4.52 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,8.


115

250 18,0
225 16,0
200
14,0

Velocidade (m/s)
175

Posição (mm)
12,0
150
10,0
125
100 8,0

75 6,0

50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.53 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,8.

250 18,0
225 16,0
200
14,0
175
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

12,0
150
10,0
125
100 8,0

75 6,0

50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.54 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,8.


116

250 25,0
225
22,5
200

Velocidade média (m/s)


20,0
175
17,5

Posição (mm)
150
15,0
125
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25
2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.55 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,8

(Linha pontilhada representa o contorno da chama).

250 27,5
225 25,0
200 22,5
175 20,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

150 17,5
15,0
125
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.56 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,8.


117

250 24,0
225 22,0
200 20,0
18,0
175

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
16,0
150
14,0
125 12,0
100 10,0
75 8,0
6,0
50
4,0
25
2,0
-100 -50 0 50 100
Posição (mm)

FIGURA 4.57 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,8.

250 25,0
225
22,5
200
20,0
175
Velocidade (m/s)

17,5
Posição (mm)

150
15,0
125
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25
2,5
-100 -50 0 50 100
Posição (mm)

FIGURA 4.58 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,8.


118

250 27,5
225 25,0
200 22,5
175 20,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
150 17,5

125 15,0
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25
2,5
-100 -50 0 50 100
Posição (mm)
FIGURA 4.59 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,8.

250 18,0
225 16,0
200 Velocidade média (m/s)
14,0
175
Posição (mm)

12,0
150
10,0
125
100 8,0

75 6,0

50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.60 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,9

(Linha pontilhada representa o contorno da chama).


119

250 18,0
225 16,0
200
14,0
175

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
12,0
150
10,0
125
100 8,0

75 6,0

50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.61 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,9.

250 18,0
225 16,0
200
14,0
175
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

12,0
150
10,0
125
100 8,0

75 6,0

50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.62 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,9.


120

250 18,0
225 16,0
200
14,0
175

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
12,0
150
10,0
125
100 8,0

75 6,0

50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.63 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,9.

250 18,0
225 16,0
200
14,0
175
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

12,0
150
10,0
125
100 8,0

75 6,0

50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.64 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,2 e  = 0,9.


121

250 27,5
225 25,0
200 22,5

Velocidade média (m/s)


175 20,0

Posição (mm)
150 17,5
15,0
125
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.65 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,9.

(Linha pontilhada representa o contorno da chama).

250 27,5
225 25,0
200 22,5
175 20,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

150 17,5
15,0
125
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.66 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,9.


122

250 27,5
225 25,0
200 22,5

175 20,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
150 17,5
15,0
125
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.67 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,9.

250 27,5
225 25,0
200 22,5
175 20,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

150 17,5
15,0
125
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.68 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,9.


123

250 27,5
225 25,0
200 22,5

175 20,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
150 17,5
15,0
125
12,5
100
10,0
75
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.69 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,2 e  = 0,9.

Os escoamentos não reativos para as intensidades de rotação 0,3, 0,4, 0,5 e 0,6 apresentaram

uma estrutura de recirculação central originada pelo aumento do fluxo de quantidade de movimento

angular, conforme pode ser observado através das imagens médias nas Figuras 4.70, 4.76, 4.82,

4.88, 4.94, 4.100, 4.106 e 4.112. Já as imagens médias dos escoamentos reativos para essas

intensidades de rotação mostram uma zona de recirculação interna da chama, provavelmente porque

após a ignição ocorre a expansão radial dos gases que amplia a região de baixa pressão presente na

região central do escoamento não reativo e conduz à alteração da estrutura de recirculação para uma

zona de recirculação interna. A análise do campo médio de velocidades do escoamento reativo

também permite concluir que a zona de recirculação interna comporta-se como um bloqueio

aerodinâmico para o escoamento. Os contornos das chamas e as zonas de recirculação para os

números de rotação de 0,3 a 0,6 podem ser visualizados nas imagens médias dos escoamentos

reativos através das Figuras 4.71, 4.77, 4.83, 4.89, 4.95, 4.101, 4.107 e 4.113.
124

Nota-se também através das imagens médias dos escoamentos reativos que nas intensidades de

rotação com valores igual ou superiores a 0,3 as chamas tornam-se insensíveis a variações na razão

de equivalência e número de Reynolds, ou seja, as chamas não apresentam alterações em sua

suspensão, seu formato ou variações significantes na zona de recirculação interna em função desses

parâmetros. Para essas intensidades de rotação as chamas somente alteram a posição do núcleo e

dimensões da zona de recirculação interna com a modificação do número de rotação, o que também

modifica o formato e a suspensão das chamas. Estas, as chamas, buscam nova autossustentação com

as modificações sofridas pela zona de recirculação se deformando, tornando-se mais largas e

aproximando-se cada vez mais da saída do SEC.

Para a intensidade de rotação S = 0,3 a zona de recirculação interna desloca seu núcleo em

direção ao sistema de estabilização de chamas até aproximadamente 100 mm da saída deste, a

suspensão da chama acompanha este deslocamento e move-se para a distância de 25 mm da saída

do SEC, conforme apresentam a Figuras 4.71 e 4.77 para Re = 36.000 com  = 0,9 e Re = 54.000

com  = 0,7, respectivamente.

Nas Figuras 4.83 e 4.89 é possível, através das imagens médias, verificar o deslocamento do

núcleo da zona de recirculação interna para 90 mm e da suspensão da chama, visualizada através de

seu contorno e representada por uma linha tracejada, para a posição de 20 mm distante da saída do

SEC, para Re = 36.000 com  = 0,9 e Re = 54.000 com  = 0,7. As Figuras 4.95 e 4.101 mostram

para S = 0,5 as médias dos campos de velocidades e os contornos das chamas para as condições Re

= 36.000 em  = 0,9 e Re = 54.000  = 0,7, respectivamente, onde se pode observar o núcleo da

zona de recirculação interna em 80 mm e a altura de suspensão da chama 10 mm para ambas as

condições. A posição da zona de recirculação interna em 70 mm e a suspensão da chama em 5 mm

para a intensidade de rotação 0,6 podem ser visualizadas através das Figuras 4.107 e 4.113, que

apresentam as imagem médias e os contornos das chamas para este número de rotação.
125

As quatro primeiras imagens instantâneas para as intensidades de rotação 0,3, 0,4, 05 e 0,6

para Re = 36.000 em  = 0,9 e Re = 54.000  = 0,7 são apresentadas nas Figuras 4.72 a 4.75, 4.78 a

4.81, 4.84 a 4.87, 4.90 a 4.93, 4.96 a 4.99, 4.102 a 4.105, 4.108 a 4.111 e 4.114 a 4.117. Assim

como para S = 0,2, torna-se possível notar através das imagens instantâneas para as intensidades de

rotação S ≥ 0,3 a presença dos vórtices na mesma região onde se verifica a presença de zonas de

recirculação nas imagens médias. Percebe-se que permanece o padrão de um escoamento axial

externo aos vórtices que, nas imagens médias, pode ser encontrado externo à zona de recirculação

interna, inclusive com velocidades na mesma ordem de grandeza, e também a ausência de

correlação em algumas regiões do escoamento sem um padrão definido que possibilite uma

conclusão assertiva sobre os fatores que influenciam tal comportamento.

250 8,0
225 7,5
7,0
200 6,5
175
6,0 Velocidade média (m/s)
5,5
Posição (mm)

150 5,0
4,5
125 4,0
100 3,5
3,0
75 2,5
2,0
50
1,5
25 1,0
0,5
-100 -50 0 50 100
Posição (mm)

FIGURA 4.70 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 36.000 e S = 0,3.
126

250 12,0
225 11,0
200 10,0

Velocidade média (m/s)


9,0
175

Posição (mm)
8,0
150
7,0
125 6,0
100 5,0
75 4,0
3,0
50
2,0
25
1,0
-100 -50 0 50 100
Posição (mm)
FIGURA 4.71 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,3 e  = 0,9

(Linha pontilhada representa o contorno da chama).

250 27,0
225 24,0
200
21,0
175
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

18,0
150
15,0
125
12,0
100
75 9,0

50 6,0

25 3,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.72 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,3 e  = 0,9.


127

250 27,0
225 24,0
200
21,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
175
18,0
150
15,0
125
12,0
100
75 9,0

50 6,0

25 3,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.73 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,3 e  = 0,9.

250
25,0
225
22,5
200
20,0
175 Velocidade (m/s)
17,5
Posição (mm)

150 15,0
125 12,5
100 10,0
75 7,5
50 5,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.74 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,3 e  = 0,9.


128

250 27,0
225 24,0
200
21,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
175
18,0
150
15,0
125
12,0
100
75 9,0

50 6,0

25 3,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.75 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,3 e  = 0,9.

250 12,0
225 11,0
10,0
200
Velocidade média (m/s)

9,0
175
8,0
Posição (mm)

150 7,0
125 6,0
100 5,0
4,0
75
3,0
50
2,0
25 1,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.76 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 54.000 e S = 0,3.
129

250 16,5
225 15,0
200 13,5

Velocidade média (m/s)


175 12,0

Posição (mm)
150 10,5

125 9,0
7,5
100
6,0
75
4,5
50
3,0
25
1,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.77 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,3 e  = 0,7

(Linha pontilhada representa o contorno da chama).

250
27,5
225
25,0
200
22,5
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

175 20,0
150 17,5
125 15,0
12,5
100
10,0
75
7,5
50 5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.78 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,3 e  = 0,7.
130

250 35,0
225 32,5
30,0
200 27,5
175 25,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
22,5
150
20,0
125 17,5
100 15,0
12,5
75 10,0
50 7,5
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.79 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,3 e  = 0,7.

250
30,0
225 27,5
200 25,0 Velocidade (m/s)
175 22,5
Posição (mm)

20,0
150
17,5
125 15,0
100 12,5
75 10,0
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.80 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,3 e  = 0,7.
131

250
27,5
225
25,0
200
22,5
175

Velocidade (m/s)
20,0

Posição (mm)
150 17,5
125 15,0
12,5
100
10,0
75
7,5
50 5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.81 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,3 e  = 0,7.

250
9,0
225
8,0
200
Velocidade média (m/s)

7,0
175
Posição (mm)

150 6,0

125 5,0

100 4,0

75 3,0

50 2,0

25 1,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.82 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 36.000 e S = 0,4.
132

250 18,0
225 16,5
15,0
200

Velocidade média (m/s)


13,5
175
12,0

Posição (mm)
150 10,5
125 9,0
100 7,5
6,0
75
4,5
50 3,0
25 1,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.83 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,4 e  = 0,9
(Linha pontilhada representa o contorno da chama).

250 28,0
225 26,0
24,0
200
22,0
Velocidade (m/s)

175 20,0
Posição (mm)

18,0
150
16,0
125 14,0
100 12,0
10,0
75 8,0
50 6,0
4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.84 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,4 e  = 0,9.


133

250 28,0
225 26,0
24,0
200 22,0

Velocidade (m/s)
20,0

Posição (mm)
175
18,0
150
16,0
125 14,0
100 12,0
10,0
75 8,0
50 6,0
4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.85 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,4 e  = 0,9.

250 26,0
225 24,0
22,0
200
20,0
Velocidade (m/s)

175
Posição (mm)

18,0
150 16,0
14,0
125
12,0
100 10,0
75 8,0
6,0
50
4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.86 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,4 e  = 0,9.


134

250 28,0
225 26,0
24,0
200 22,0

Velocidade (m/s)
175 20,0

Posição (mm)
18,0
150
16,0
125 14,0
100 12,0
10,0
75 8,0
50 6,0
4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.87 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,4 e  = 0,9.

250 17,0
16,0
225
15,0
200 14,0
Velocidade média (m/s)
13,0
175 12,0
Posição (mm)

11,0
150 10,0
125 9,0
8,0
100 7,0
6,0
75 5,0
4,0
50
3,0
25 2,0
1,0
-100 -50 0 50 100
Posição (mm)

FIGURA 4.88 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 54.000 e S = 0,4.
135

250 35,0
225 32,5
30,0
200

Velocidade média (m/s)


27,5
175 25,0

Posição (mm)
22,5
150
20,0
125 17,5
100 15,0
12,5
75 10,0
50 7,5
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.89 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,4 e  = 0,7
(Linha pontilhada representa o contorno da chama).

250 22,5

225 20,0
200 17,5
Velocidade (m/s)

175 15,0
Posição (mm)

150 12,5
125
10,0
100
7,5
75
5,0
50
2,5
25

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.90 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,4 e  = 0,7.


136

250 35,0
225 32,5
30,0
200 27,5

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
175 25,0
22,5
150
20,0
125 17,5
15,0
100
12,5
75 10,0
50 7,5
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.91 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,4 e  = 0,7.

250 35,0
225 32,5
30,0
200 27,5
175 25,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

22,5
150
20,0
125 17,5
100 15,0
12,5
75 10,0
50 7,5
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.92 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,4 e  = 0,7.


137

250 35,0
225 32,5
30,0
200 27,5

Velocidade (m/s)
175 25,0

Posição (mm)
22,5
150
20,0
125 17,5
100 15,0
12,5
75 10,0
50 7,5
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.93 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,4 e  = 0,7.

250
9,0
225
8,0
200
Velocidade média (m/s)

175 7,0
Posição (mm)

150 6,0

125 5,0

100 4,0

75 3,0

50 2,0

25 1,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.94 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 36.000 e S = 0,5.
138

250 13,0
225 12,0
11,0
200

Velocidade média (m/s)


10,0
175 9,0

Posição (mm)
150 8,0
7,0
125
6,0
100 5,0
75 4,0
3,0
50
2,0
25 1,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.95 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,5 e  = 0,9
(Linha pontilhada representa o contorno da chama).

250 28,0
225 26,0
24,0
200 22,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

175 20,0
18,0
150 16,0
125 14,0
12,0
100
10,0
75 8,0
50 6,0
4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.96 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,5 e  = 0,9.


139

250 21,0
225 19,5
18,0
200 16,5

Velocidade (m/s)
175 15,0

Posição (mm)
13,5
150
12,0
125 10,5
100 9,0
7,5
75 6,0
50 4,5
3,0
25 1,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.97 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,5 e  = 0,9.

250
18,0
225 16,5
200 15,0
13,5
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

175
12,0
150
10,5
125 9,0
100 7,5
75 6,0
4,5
50
3,0
25 1,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.98 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,5 e  = 0,9.


140

250 24,0
225 22,0
200 20,0
18,0

Velocidade (m/s)
175

Posição (mm)
16,0
150
14,0
125 12,0
100 10,0
8,0
75
6,0
50
4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.99 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,5 e  = 0,9.

250 14,0
225 13,0
12,0
200 11,0
Velocidade média (m/s)

175 10,0
Posição (mm)

9,0
150
8,0
125 7,0
100 6,0
5,0
75 4,0
50 3,0
2,0
25
1,0
-100 -50 0 50 100
Posição (mm)

FIGURA 4.100 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 54.000 e S = 0,5.
141

250 18,0
225 16,5
200 15,0

Velocidade média (m/s)


13,5
175

Posição (mm)
12,0
150
10,5
125 9,0
100 7,5
75 6,0
4,5
50
3,0
25 1,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.101 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,5 e  = 0,7
(Linha pontilhada representa o contorno da chama).

250 35,0
225 32,5
30,0
200 27,5
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

175 25,0
22,5
150 20,0
125 17,5
15,0
100
12,5
75 10,0
50 7,5
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.102 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,5 e  = 0,7.


142

250 36,0
225 33,0
200 30,0

Velocidade (m/s)
27,0

Posição (mm)
175
24,0
150
21,0
125 18,0
100 15,0
12,0
75
9,0
50
6,0
25 3,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.103 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,5 e  = 0,7.

250 30,0
225 27,5
200 25,0
22,5
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

175
20,0
150
17,5
125 15,0
100 12,5
75 10,0
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.104 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,5 e  = 0,7.


143

250
36,0
225 33,0
200 30,0
175 27,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
24,0
150
21,0
125 18,0
100 15,0
12,0
75
9,0
50
6,0
25 3,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.105 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,5 e  = 0,7.

250 8,0
7,5
225 7,0
200 6,5
Velocidade média (m/s)

6,0
175 5,5
Posição (mm)

150 5,0
4,5
125 4,0
3,5
100
3,0
75 2,5
2,0
50 1,5
25 1,0
0,5
-100 -50 0 50 100
Posição (mm)

FIGURA 4.106 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 36.000 e S = 0,6.
144

250
30,0
225 28,0
200 26,0

Velocidade média (m/s)


24,0
175 22,0

Posição (mm)
150 20,0
18,0
125 16,0
14,0
100
12,0
75 10,0
8,0
50 6,0
25 4,0
2,0
-100 -50 0 50 100
Posição (mm)

FIGURA 4.107 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 36.000, S = 0,6 e  = 0,9

(Linha pontilhada representa o contorno da chama).

250 32,5
225 30,0
27,5
200
25,0
Velocidade (m/s)

175 22,5
Posição (mm)

150 20,0
17,5
125
15,0
100 12,5
75 10,0
7,5
50
5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.108 – Primeira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,6 e  = 0,9.


145

250
22,0
225
20,0
200
18,0
175

Velocidade (m/s)
16,0

Posição (mm)
150 14,0
125 12,0
10,0
100
8,0
75
6,0
50 4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.109 – Segunda imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,6 e  = 0,9.

250
25,0
225
22,5
200
20,0 Velocidade (m/s)
Posição (mm)

175
17,5
150
15,0
125
12,5
100 10,0
75 7,5
50 5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.110 – Terceira imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,6 e  = 0,9.


146

250
25,0
225
22,5
200
20,0

Velocidade (m/s)
175

Posição (mm)
17,5
150
15,0
125
12,5
100
10,0
75 7,5
50 5,0
25 2,5

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.111 – Quarta imagem instantânea para Re = 36.000, S = 0,6 e  = 0,9.

250
26,0
225
24,0
200 22,0
Velocidade média (m/s)

175 20,0
Posição (mm)

18,0
150
16,0
125 14,0
12,0
100
10,0
75 8,0
50 6,0
4,0
25 2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)
FIGURA 4.112 – Imagem média do escoamento não reativo para Re = 54.000 e S = 0,6.
147

250
26,0
225
24,0
200 22,0

Velocidade média (m/s)


175 20,0

Posição (mm)
18,0
150
16,0
125 14,0
12,0
100
10,0
75 8,0
50 6,0
4,0
25
2,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.113 – Imagem média do escoamento reativo para Re = 54.000, S = 0,6 e  = 0,7

(Linha pontilhada representa o contorno da chama).

250 42,0
225 39,0
36,0
200 33,0
175 30,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

27,0
150
24,0
125 21,0
100 18,0
15,0
75 12,0
50 9,0
6,0
25 3,0

-100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.114 – Primeira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,6 e  = 0,7.


148

250 42,0
225 39,0
36,0
200 33,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
175 30,0
27,0
150 24,0
125 21,0
18,0
100
15,0
75 12,0
50 9,0
6,0
25 3,0

100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.115 – Segunda imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,6 e  = 0,7.

250
33,0
225
30,0
200 27,0
175 24,0
Velocidade (m/s)
Posição (mm)

150 21,0
125 18,0
15,0
100
12,0
75
9,0
50
6,0
25 3,0

100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.116 – Terceira imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,6 e  = 0,7.


149

250
33,0
225 30,0
200 27,0
175 24,0

Velocidade (m/s)
Posição (mm)
150 21,0
18,0
125
15,0
100
12,0
75
9,0
50 6,0
25 3,0

100 -50 0 50 100


Posição (mm)

FIGURA 4.117 – Quarta imagem instantânea para Re = 54.000, S = 0,6 e  = 0,7.

Para facilitar a visualização dos resultados as Figuras 4.118 e 4.119 apresentam um resumo dos

comportamentos observados através das análises dos resultados obtidos pelo sistema PIV. A Figura

4.118 mostra esquematicamente as intensidades de rotação que não apresentaram nenhum tipo de

vórtice (S =0,03 e S = 0,1), a transição em S = 0,2 e os números de rotação em que foram

identificadas zonas de recirculação interna nas chamas (S ≥ 0,3). Para S = 0,2 o esquema apresenta

a influência da razão de equivalência na formação, desenvolvimento e rompimento dos vórtices de

precessão (VP) e o surgimento da zona de recirculação. Já para S ≥ 0,3 é apresentado o

deslocamento da zona de recirculação interna em relação à saída do SEC. A Figura 4.119 mostra

esquematicamente a influência das variações do número de rotação (ΔS), da razão de equivalência

(Δϕ) e do número de Reynolds (ΔRe) sobre a distância de suspensão das chamas em relação à saída

do SEC.
150

(S)
Deslocamento da zona de
recirculação interna em 0,6
relação à saída do SEC 0,5 Zona de Rompimento do VP e
recirculação (ϕ) formação da zona de
(S) 0,4 interna recirculação interna
0,9
70 mm 0,6 0,3
Transição 0,8
80 mm 0,5 0,2 Desenvolvimento
o 0,7 do VP
90 mm 0,4 0,1
Sem formação 0,6 Formação do VP
100 mm 0,3 0,03
de VP

FIGURA 4.118 – Esquema da formação de vórtices e zona de recirculação interna nas chamas.

Deslocamento da
chama em relação
à saída do SEC
Deslocamento da
(S)
chama em relação
5 mm 0,6 à saída do SEC
10 mm 0,5
Sensível a ΔS (ϕ)
20 mm 0,4
0,9 50 mm
25 mm 0,3
Sensível a Δϕ 0,8 55 mm
0,2
0,7 60 mm
75 mm 0,1 Insensível a ΔS,
0,6 65 mm
75 mm 0,03 Δϕ e ΔRe

FIGURA 4.119 – Esquema do deslocamento das chamas em relação à saída do SEC.


151

Os resultados descritos acima são relevantes por estenderam os estudos de diversos autores:

Cheng et al (1992), Cheng e Derek (1995), Yegian et al (1998), Littlejohn et al (2002), Johnson et

al (2005) e Legrand et al (2008), descritos na seção 2.5, pois identifica em S = 0,2 a intensidade de

rotação mínima em que o fluxo de quantidade de movimento angular fornecido ao escoamento de

reagentes é suficiente para iniciar a formação e o desenvolvimento dos vórtices de precessão e que

nessas condições o rompimento desses vórtices de precessão e formação de uma zona de

recirculação interna das chamas é função da temperatura de chama. Outra contribuição significante

é o deslocamento da zona de recirculação interna em função do número de rotação e a influência

desta zona de recirculação no formato e suspensão das chamas. Adicionalmente, é relevante a

influência observada das variações de razão de equivalência, de número de Reynolds e de número

de rotação sobre o comportamento das chamas.

4.2 – Oscilações de pressão no interior da câmara de combustão

Observa-se graficamente nas Figs. 4.120 a 4.126 que as frequências apresentam uma leve

tendência de aumento variando de 50 até 64 Hz para razões de equivalência de 0,6 a 0,9,

independentemente do número de rotação ou do número de Reynolds. Já com relação à amplitude,

as oscilações apresentam condições de operação estáveis em Re = 36.000, onde se notam pequenas

amplitudes para as oscilações e estas tendem a diminuir com o aumento da razão de equivalência.

Para Re = 54.000, o pico de amplitude em  = 0,6 apresenta um valor quase duas vezes maior do

que para em  = 0.7, embora para ambos os casos os valores sejam baixos. Ao aumentar a razão de

equivalência de 0,7 até 0,9 observa-se uma tendência de queda da amplitude.

A possível causa de a amplitude aumentar na condição de operação  = 0,6 e Re = 54.000 é

o limite de apagamento inferior, que ocorre em 0,59 para Re = 54.000 enquanto que para Re =

36.000 é em  = 0,56. Nessa condição de operação para Re = 54.000, a chama pré-misturada


152

encontra-se muito pobre o que influencia a sua estabilidade, devido à sua menor velocidade de

queima quando pequenas oscilações na taxa de liberação de energia podem causar flutuações de

pressão uma vez que o sistema torna-se muito lento para se recuperar.

Embora as medições realizadas pelo sensor de pressão estejam muito próximas ao seu limite

de erro, a sensibilidade do sensor de pressão que foi utilizado é de 1 mbar, nota-se uma tendência

sistemática para todos os números de rotação nas diferentes razões de equivalência e números de

Reynolds. A partir dessa tendência conclui-se que a intensidade de rotação exerceu pequena

influência nas frequências e nas amplitudes das oscilações de pressão no interior da câmara de

combustão.
153

S = 0,03
Amplitude (mbar)
Frequência (Hz)
Re = 36.000
3,0 100

2,5
2,0 80

1,5
1,0 60

0,5
Amplitude (mbar)

0,0 40

Frequência (Hz)
0,6 0,7 0,8 0,9

Re = 54.000
3,0 100
2,5
2,0 80
1,5
1,0 60

0,5
0,0 40
0,6 0,7 0,8 0,9

Razão de equivalência ()

FIGURA 4.120 – Oscilações de pressão na câmara de combustão para S = 0,03.


154

S = 0,1
Amplitude (mbar)
Frequência (Hz)
Re = 36.000
3,0 100
2,5
2,0 80

1,5
1,0 60

0,5
Amplitude (mbar)

0,0 40

Frequência (Hz)
0,6 0,7 0,8 0,9

Re = 54.000
3,0 100

2,5
2,0 80

1,5
1,0 60

0,5
0,0 40
0,6 0,7 0,8 0,9

Razão de equivalência ()

FIGURA 4.121 – Oscilações de pressão na câmara de combustão para S = 0,1.


155

S = 0,2
Amplitude (mbar)
Frequência (Hz)
Re = 36.000
3,0 100
2,5
2,0 80

1,5
1,0 60

0,5
Amplitude (mbar)

0,0 40

Frequência (Hz)
0,6 0,7 0,8 0,9

Re = 54.000
3,0 100
2,5
2,0 80
1,5
1,0 60

0,5
0,0 40
0,6 0,7 0,8 0,9

Razão de equivalência ()

FIGURA 4.122 – Oscilações de pressão na câmara de combustão para S = 0,2.


156

S = 0,3
Amplitude (mbar)
Frequência (Hz)

Re = 36.000
3,0 100
2,5
2,0 80
1,5
1,0 60

0,5
Amplitude (mbar)

0,0 40

Frequência (Hz)
0,6 0,7 0,8 0,9

Re = 54.000
3,0 100
2,5
2,0 80
1,5
1,0 60

0,5
0,0 40
0,6 0,7 0,8 0,9

Razão de equivalência ()

FIGURA 4.123 – Oscilações de pressão na câmara de combustão para S = 0,3.


157

S = 0,4
Amplitude (mbar)
Frequência (Hz)
Re = 36.000
3,0 100
2,5
2,0 80

1,5
1,0 60

0,5
Amplitude (mbar)

0,0 40

Frequência (Hz)
0,6 0,7 0,8 0,9

Re = 54.000
3,0 100
2,5
2,0 80

1,5
1,0 60

0,5
0,0 40
0,6 0,7 0,8 0,9

Razão de equivalência ()

FIGURA 4.124 – Oscilações de pressão na câmara de combustão para S = 0,4.


158

S = 0,5
Amplitude (mbar)
Frequência (Hz)
Re = 36.000
3,0 100
2,5
2,0 80
1,5
1,0 60

0,5
Amplitude (mbar)

0,0 40

Frequência (Hz)
0,6 0,7 0,8 0,9

Re = 54.000
3,0 100
2,5
2,0 80
1,5
1,0 60

0,5
0,0 40
0,6 0,7 0,8 0,9

Razão de equivalência ()

FIGURA 4.125 – Oscilações de pressão na câmara de combustão para S = 0,5.


159

S = 0,6
Amplitude (mbar)
Frequência (Hz)
Re = 36.000
3,0 100
2,5
2,0 80
1,5
1,0 60

0,5
Amplitude (mbar)

0,0 40

Frequência (Hz)
0,6 0,7 0,8 0,9

3,0 Re = 54.000 100


2,5
2,0 80
1,5
1,0 60

0,5
0,0 40
0,6 0,7 0,8 0,9

Razão de equivalência ()

FIGURA 4.126 – Oscilações de pressão na câmara de combustão para S = 0,6.


160

4.3 – Emissões de NOx e CO nos gases de exaustão

De forma geral observou-se níveis muito baixos de emissões de CO e NOx, independente das

intensidades de rotação ou número de Reynolds, que foram influenciados principalmente pela razão

de equivalência. Observe-se que os valores medidos estão em uma faixa onde o erro do medidor é

bastante significativo tornando as conclusões limitadas. As Figuras 4.127 a 4.133 apresentam os

resultados das emissões corrigidos para valores de 15% O2, em conformidade com a Resolução

Conama nº 382/06 - Anexo V – “Limites Máximos de Emissão de Poluentes Para Fontes Fixas”.

O valor máximo medido de CO ocorreu na razão de equivalência 0,6, independente da

condição de operação provavelmente devido à baixa temperatura de chama que tem como

consequência a redução da taxa de oxidação do CO para CO 2. O monóxido de carbono tendeu a

diminuir com o aumento da razão de equivalência para  = 0.7 onde a temperatura dos gases era

maior e também existia maior concentração de espécies hidrogenadas, o que acelera

consideravelmente a conversão de CO para CO2. Já para as razões de equivalência 0,8 e 0,9 apesar

de a temperatura de chama e a concentração de espécies hidrogenadas serem maiores e a

disponibilidade de oxigênio menor, as concentrações medidas de CO apresentaram valores

superiores aos obtidos para  = 0.7. Isto indica a forte influência da redução do tempo de residência

devido ao aumento da razão de equivalência, considerando a variação de 0,7 para 0,8 e 0,9, o que

conduziu a um aumento da concentração de CO.

A literatura divide os mecanismos de formação de NOx basicamente em mecanismo térmico

(ou de Zeldovich), mecanismo imediato (ou de Fenimore), via N2O e mecanismo do combustível.

Os mecanismos via N2O e do combustível não exerceram influência nos resultados, uma vez que o

mecanismo via N2O é significativo apenas em condições de altas pressões e o do combustível

possui relevância apenas quando espécies nitrogenadas estão presentes em sua composição. Sabe-

se que a produção de NOx é fortemente dependente da temperatura, pressão, tempo de residência e


161

grau de mistura dos reagentes. Particularmente, em relação ao grau de mistura dos reagentes pode-

se observar que como o sistema é pré-misturado o tempo de mistura é muito menor que o tempo de

reação, por esse motivo o número de Reynolds e o de rotação tem pouca influência nos resultados

das emissões. Entre esses parâmetros destaca-se a temperatura de chama que é considerada como o

principal fator para a formação do NOx. Em condições em que a temperatura encontra-se a partir de

1.800 K a taxa de formação de NOx aumenta rapidamente com o aumento da temperatura da

combustão, esse comportamento foi observado nos ensaios realizados e pode ser notado através das

Figuras 4.127 a 4.133. As emissões de NOx apresentaram valor máximo para todas as condições de

ensaios em  = 0,9, quando a temperatura máxima de chama foi alcançada, e diminuíram

gradativamente quando a razão de equivalências foi reduzida até  = 0.6, condição em que

apresentou níveis de emissões próximos a 0 ppmv. Para a condição de 0,9 também existiu uma

maior contribuição do NOx devido ao mecanismo de Fenimore (prompt), quando comparado a

condição de 0,6, mesmo que este mecanismo tenha uma contribuição bem menos significativa em

relação ao térmico.
162

S = 0,03
CO (Re = 36.000)
CO (Re = 54.000)
NOx (Re = 36.000)
NOx (Re = 54.000)
50 50

40 40

NOx ppmv (15% O2)


CO ppmv (15% O2)

30 30

20 20

10 10

0 0

0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

Razão de equivalência ()

FIGURA 4.127 – Concentrações de NOx e CO medidas para S = 0,03.


163

S = 0,1
CO (Re = 36.000)
CO (Re = 54.000)
NOx (Re = 36.000)
NOx (Re = 54.000)
50 50

40 40

NOx ppmv (15% O2)


CO ppmv (15% O2)

30 30

20 20

10 10

0 0

0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

Razão de equivalência ()

FIGURA 4.128 – Concentrações de NOx e CO medidas para S = 0,1.


164

S = 0,2
CO (Re = 36.000)
CO (Re = 54.000)
NOx (Re = 36.000)
NOx (Re = 54.000)
50 50

40 40

NOx ppmv (15% O2)


CO ppmv (15% O2)

30 30

20 20

10 10

0 0

0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

Razão de equivalência ()

FIGURA 4.129 – Concentrações de NOx e CO medidas para S = 0,2.


165

S = 0,3
CO (Re = 36.000)
CO (Re = 54.000)
NOx (Re = 36.000)
NOx (Re = 54.000)
50 50

40 40

NOx ppmv (15% O2)


CO ppmv (15% O2)

30 30

20 20

10 10

0 0

0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

Razão de equivalência ()

FIGURA 4.130 – Concentrações de NOx e CO medidas para S = 0,3.


166

S = 0,4
CO (Re = 36.000)
CO (Re = 54.000)
NOx (Re = 36.000)
NOx (Re = 54.000)
50 50

40 40

NOx ppmv (15% O2)


CO ppmv (15% O2)

30 30

20 20

10 10

0 0

0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

Razão de equivalência ()

FIGURA 4.131 – Concentrações de NOx e CO medidas para S = 0,4.


167

S = 0,5
CO (Re = 36.000)
CO (Re = 54.000)
NOx (Re = 36.000)
NOx (Re = 54.000)
50 50

40 40

NOx ppmv (15% O2)


CO ppmv (15% O2)

30 30

20 20

10 10

0 0

0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

Razão de equivalência ()

FIGURA 4.132 – Concentrações de NOx e CO medidas para S = 0,5.


168

S = 0,6
CO (Re = 36.000)
CO (Re = 54.000)
NOx (Re = 36.000)
NOx (Re = 54.000)
50 50

40 40

NOx ppmv (15% O2)


CO ppmv (15% O2)

30 30

20 20

10 10

0 0

0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

Razão de equivalência ()

FIGURA 4 133 – Concentrações de NOx e CO medidas para S = 0,6.


169

5 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

O presente trabalho teve como objetivo estudar experimentalmente a estabilização de

chamas em escoamentos com baixa intensidade de rotação, através da investigação da influência de

diferentes números de rotação (de S = 0,03 até S = 0,6) dos reagentes pré-misturados em diferentes

razões de equivalência pobre sobre os escoamentos reativos, as concentrações de NOx e CO nos

gases de exaustão e as oscilações de pressão no interior de uma câmara de combustão em ensaios a

pressão atmosférica.

Concluiu-se após as análises dos escoamentos reativos e não reativos que os vórtices de

precessão e a zona de recirculação interna influenciam o formato e a suspensão das chamas e que a

expansão radial dos gases, devido à combustão, amplia a região de baixa pressão presente na região

interna da chama fazendo a zona de recirculação comporta-se como um bloqueio aerodinâmico para

o escoamento de reagentes que deixa o SEC.

Quanto ao número de rotação em relação ao comportamento do escoamento não reativo e da

chama, pode-se inferir que:

 Para S = 0,03 e S = 0,1 não foram observados vórtices na região interna das chamas

nas imagens médias ou nas instantâneas e as chamas apresentaram insensibilidade às

variações da intensidade de rotação, da razão de equivalência e do número de

Reynolds. Nesses dois números de rotação não houve alterações significantes no

formato ou na suspensão das chamas em relação ao SEC.

 Foi possível identificar que a intensidade de rotação S = 0,2 é a transição onde

ocorreu a formação e o desenvolvimento dos vórtices de precessão e o rompimento

destes formando uma zona de recirculação interna na chama, em função do aumento

da razão de equivalência, o que alterou o formato e a suspensão das chamas.


170

 Já para intensidades de rotação com valores iguais ou superiores a 0,3 as chamas

apresentaram uma zona de recirculação interna independente da razão de

equivalência ou número de Reynolds, demonstrando sensibilidade apenas a variações

no número de rotação. Para essas intensidades de rotação os núcleos das zonas de

recirculação e a suspensão das chamas deslocaram-se em direção à saída do SEC, ao

mesmo tempo em que sofriam alterações em seu formato, com o aumento da

quantidade de movimento angular dos reagentes devido ao aumento no número de

rotação.

No que diz respeito às análises das oscilações de pressão medidas no interior da câmara de

combustão concluiu-se que a intensidade de rotação e número de Reynolds exerceu pequena

influência nas frequências e amplitudes das oscilações, sendo estas mais sensíveis a variações na

razão de equivalência principalmente próximo ao limite de apagamento inferior das chamas.

Com relação às concentrações de NOx e CO medidas nos gases de exaustão da câmara de

combustão foram obtidos valores baixos de CO e NOx, também foi possível concluir que não

houve influência da intensidade de rotação ou do número de Reynolds sobre emissões, mas apenas a

advinda da razão de equivalência.

Concluiu-se também através dos resultados obtidos pelos ensaios que para o SEC a

capacidade de aumento de vazão foi de 4:1, de 10 g/s para Re = 18.000 até 40 g/s para 72.000, o

volume requerido pela câmara para o completo desenvolvimento da chama é grande em relação às

câmaras utilizadas em turbinas a gás. Tais fatos fazem surgir a necessidade de conceitos de câmaras

de combustão estagiadas para que o SEC seja aplicado em turbinas a gás. Adicionalmente, o SEC

pode ser uma opção interessante alcançar níveis baixos de emissões de NOx e CO para queimadores

industriais em que as chamas propagam-se livremente ou para aquecedores de aplicação residencial.


171

Finalmente, como sugestões para trabalhos futuros recomenda-se a utilização das técnicas de

diagnóstico ótico PLIF e Rayleigh para determinar a formação de radicais e a temperatura nas

chamas, respectivamente, nas regiões dos vórtices de precessão e da zona de recirculação interna.

Adicionalmente, recomenda-se realizar novamente as medição das concentrações de NOx e CO nos

gases de exaustão da câmara de combustão através de medidores de maior exatidão, o que permitirá

relacionar as emissões com: a formação dos radicais, vórtices de precessão, intensidade da zona de

recirculação interna e a liberação de calor nas chamas.


172

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180

ZELDOVICH, J. The oxidation of nitrogen in combustion and explosions. Acta Physicochimica,

1946.
FOLHA DE REGISTRO DO DOCUMENTO
1. 2. 3. 4.
CLASSIFICAÇÃO/TIPO DATA REGISTRO N° N° DE PÁGINAS

TD 17 de dezembro de 2013 DCTA/ITA/TD-038/2013 180


5.
TÍTULO E SUBTÍTULO:

Estudo experimental da estabilização de chamas em escoamentos com baixa rotação para aplicações em turbinas a gás.
6.
AUTOR(ES):

Alexandre Alves
7. INSTITUIÇÃO(ÕES)/ÓRGÃO(S) INTERNO(S)/DIVISÃO(ÕES):

Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA


8.
PALAVRAS-CHAVE SUGERIDAS PELO AUTOR:

1. Estabilização de chamas. 2. Combustão em turbinas a gás. 3. Baixa emissão de NOx.


9.PALAVRAS-CHAVE RESULTANTES DE INDEXAÇÃO:

Turbinas a gás; Combustão; Estabilidade de chama; Poluição por gases; Poluição do ar; Engenharia
mecânica.
10.
APRESENTAÇÃO: X Nacional Internacional
ITA, São José dos Campos. Curso de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Aeronáutica e Mecânica. Área de Aerodinâmica, Propulsão e Energia. Orientador: Prof. Dr. Pedro
Teixeira Lacava; coorientadora: Profa. Dra. Cristiane Aparecida Martins Defesa em 11/12/2013.
Publicada em 2013.
11.
RESUMO:

As rigorosas legislações ambientais direcionam os fabricantes de turbinas a gás a desenvolver novos projetos de câmara
de combustão para reduzir as emissões de poluentes. Nas últimas duas décadas, a combustão de reagentes pré-
misturados em razão de equivalência pobre tornou-se a principal tecnologia para controlar as emissões de NOx em
turbinas a gás. No entanto, câmaras de combustão com pré-mistura pobre de reagentes são inerentemente sensíveis a
oscilações de pressão que podem conduzir a instabilidades de combustão. Essas oscilações podem afetar a liberação de
calor, as emissões de poluentes e o tempo de vida da câmara e de outros componentes do motor. Além disso, existem
outros problemas associados com a estabilização da chama em sistemas de combustão que utilizam o conceito de
câmaras com pré-mistura pobre de reagentes, tais como sopramento e retorno de chama. Em geral as turbinas a gás
utilizam alta intensidade de rotação para estabilizar as chamas através da formação de uma forte zona de recirculação.
Porém, os desenvolvimentos recentes nestes dispositivos demostram que é possível alcançar um regime específico
diminuindo a intensidade de rotação de reagentes pré-misturados e pobres com uma geometria adequada. Essa
geometria foi definida como sistema de baixa intensidade de rotação e é capaz de gerar chamas suspensas e estáveis
sem uma forte zona de recirculação do escoamento. Neste trabalho foram estudadas experimentalmente chamas pré-
misturadas e pobres, em condições de pressão atmosférica e confinadas em uma câmara de combustão, geradas por um
sistema capaz de fornecer diferentes: níveis de baixa intensidade de rotação aos reagentes, razões de equivalência e
potências térmicas. Foram analisados os escoamentos reativos, as emissões de NOx e CO e as oscilações de pressão no
interior da câmara de combustão. Os resultados demostraram a influência da intensidade de rotação na formação e
desenvolvimento dos vórtices e zona de recirculação interna, no formato e deslocamento das chamas suspensas e
apresentaram níveis: baixos de oscilações de pressão no interior da câmara e baixos de emissões de NOx.

12.
GRAU DE SIGILO:

(X ) OSTENSIVO ( ) RESERVADO ( ) CONFIDENCIAL ( ) SECRETO

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