Introdução Anotações
Você talvez já tenha ouvido a ilustração sobre cinco homens que
receberam um trote dizendo: “Eles sabem o que você fez. Saia
imediatamente da cidade!” Naquela noite, quatro deles haviam
deixado a cidade às pressas.
. Essa história não ilustra apenas o que a consciência culpada
levar a pessoa a fazer, mas também como certas pessoas são
aterrorizadas pelo medo de que outros descubram os seus
segredos.
. Algumas pessoas se importam tanto com a opinião dos outros a
seu respeito que se sentem completamente paralisadas ou
controladas pelo desejo de agradar os outros e receber deles a
aprovação que necessária.
Isso conduz à abordagem de um assunto que algumas psicologias
contemporâneas chamam “codependência emocional”, mas que a
Bíblia define como “temor de homens”.
. O temor de homens é mais comum do que se imagina. Ele tem
recebido vários rótulos ao longo dos anos.
- Quando somos adolescentes e jovens nós o chamamos
“pressão do grupo”, “desejo de agradar as pessoas”, “busca
por aceitação”, “desejo de pertencer”, etc.;
- Quando nos tornamos adultos nós o denominamos
“autoestima”, “reputação”, “codependência emocional”,
“preocupação com a aparência”, “aceitação popular”, etc.
Definição
O temor de homens, na perspectiva cristã, pode ser definido como
“a atitude de colocar as pessoas no lugar de Deus”.
. Edward T. Welch afirma que “no lugar de um temor do Senhor
ordenado biblicamente, tememos os outros”.1 Nessas ocasiões
geralmente vemos “as pessoas ‘maiores’ (isto é: mais poderosas e
importantes) do que Deus”.2
. Também, o temor de homens pode ser identificado na
preocupação exagerada acerca do que as pessoas pensarão sobre
nós!
. Na “família” do temor de homens existem o orgulho e a baixa
autoestima.
- Orgulho – quando o indivíduo quer ser visto como o
máximo, o herói, o melhor, etc.
- Baixa autoestima – quando a pessoa tem um conceito tão
elevado de si mesma que ela não se contenta com sua
realidade.
* Em ambas situações ela busca a aprovação de outros.
1
WELCH, Edward T. Quando as pessoas são grandes se Deus é pequeno. São
Paulo: Editora Batista Regular, 2008, p. 14.
2
Ibid., pg. 25.
1
Lição 9
Exemplos bíblicos
Por se tratar de um assunto tão comum na humanidade a Bíblia
está repleta de referências sobre desse tópico. Abaixo
selecionamos apenas quatro exemplos.
a. Abraão – Gn 12.10-20 e 20.1-18
. Devido ao medo dos egípcios e dos habitantes de Gerar,
aquele que deveria ser “uma bênção” para outras nações se
tornou “pedra de tropeço” e foi humilhado!
b. Os espias de Israel enviados à Terra Prometida – Nm 13-14 e
Dt 1.19-40
. Devido ao temor dos moradores da Terra Prometida alguns
israelitas foram tomados pela incredulidade e desviaram os
olhos do Senhor, apresentando um relatório pessimista quanto
à conquista da terra.
c. Saul – 1Sm 13.8-15
. A preocupação de Saul em perder o apoio do povo o levou a
transgredir o mandamento divino e fazer algo que só era lícito
aos reis, ou seja, oferecer sacrifícios.
d. Pedro – Lc 22.54-62 e Gl 2.11-21
. O medo de Pedro o levou a negar Jesus três vezes e mais
tarde em seu ministério, temendo os “da circuncisão”, ele
quase comprometeu a mensagem do evangelho.
* Em todos esses episódios, as pessoas envolvidas acabaram
temendo mais as pessoas ao seu redor do que o Senhor. As
consequências foram desastrosas em cada caso. Todavia, todas
elas ilustram que o “temor de homens” é mais comum do que se
pensa.
3
PRIOLO, Lou. Fear: Breaking its grip. Resources for biblical living. Phillipsburg,
NJ: P&R Publishing, 2009, p. 5-6.
2
Lição 9
3
Lição 9
4
Lição 9
4
WELCH, Ed. Quando as pessoas sao grandes, p. 47.
5
Ibid., 48.
5
Lição 9
6
Lição 9
7
Lição 9
a. O temor do Senhor
. Considerando que a raiz do medo de homens é um
relacionamento errado (ou a falta de um relacionamento
correto) com o Senhor, a cura desse mal implica em uma
vida sob o temor do Senhor.
. Em outras palavras, ao invés de viver obcecado com a
opinião dos outros a nosso respeito, devemos no importar
com a opinião que Deus tem a nosso respeito. O conforto e
consolo vêm de se tranquilizar no fato de que Deus é
aquele que nos concede a nossa verdadeira identidade. Por
essa razão Jesus disse: “Não temais os que matam o corpo
e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode
fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mt
10:28).
. Quanto ao temor do Senhor o livro de Provérbios ensina:
- Pv 10.27-29 – “O temor do SENHOR prolonga os dias da vida,
mas os anos dos perversos serão abreviados. A esperança dos
justos é alegria, mas a expectação dos perversos perecerá. O
caminho do SENHOR é fortaleza para os íntegros, mas ruína aos
que praticam a iniquidade”.
- Pv 14.26-27 – “No temor do SENHOR, tem o homem forte
amparo, e isso é refúgio para os seus filhos. O temor do SENHOR
é fonte de vida para evitar os laços da morte”.
- Pv 19.23 – “O temor do SENHOR conduz à vida; aquele que o
tem ficará satisfeito, e mal nenhum o visitará”.
b. A consciência limpa
. A pessoa que vive em culpa perpétua, também vive em
contínuo medo de ser punida ou exposta. Esse temor pode
ser paralisador. Por essa razão, a melhor coisa a fazer é
confessar os pecados e ter uma consciência limpa e lavada
pelo sangue do Cordeiro.
8
Lição 9
Conclusão
Não há cura automática para o medo de homens. No entanto,
mediante o contínuo processo de se buscar a Deus, teme-lo
continuamente e procurar o perdão e a purificação da consciência
o servo de Deus pode desfrutar segurança.
Ed Welch afirma que “o tratamento radical para o temor do
homem é o temor do Senhor. Deus deve ser maior do que as
pessoas para você. Este antídoto demora anos para fazer efeito; na
verdade, irá tomar toda a vida”.6
Reflexão Semanal
1. Quais são as situações nas quais você parece mais preocupado
com o parecer idiota ou tolo do que não viver contrário aos
princípios da Palavra de Deus?
6
WELCH, Ed. Quando as pessoas são grandes, p. 21.