RIO DE JANEIRO – RJ
2018
INTRODUÇÃO
Para Perini (1996, p.32) “uma gramática, enquanto descrição de uma língua é
na verdade um conjunto de hipóteses, mais ou menos bem fundamentadas”. O
estabelecimento de classes para os vocábulos é parte dessa tarefa descritiva. Para
tornar essa descrição coerente, é preciso que critérios sejam estabelecidos.
Inicialmente, é necessário o agrupamento das palavras conforme traços em comum,
ou seja, de acordo com características morfológicas, sintáticas ou semânticas.
Posteriormente, a classificação se faz em função de objetivos. Se temos, por
exemplo, um objetivo descritivo, a taxonomia estará em função de descrever a
ordem dos termos no sintagma nominal. Perini (1996) nos esclarece sobre este
assunto ao afirmar: Os critérios de classificação possíveis são infinitamente
variados, e a seleção de critérios se faz em função dos objetivos da classificação. O
mesmo conjunto de elementos será classificado diferentemente caso mudem os
objetivos. (PERINI, 1996, p.310)
Dessa forma, faz-se necessário que o critério classificatório esteja relacionado
ao objeto classificado e seja relevante, relevância que depende do objetivo da
classificação, podendo este variar de acordo com a necessidade. E, o que vemos,
no presente livro, são critérios voltados para o significado dentro de um contexto de
aprendizagem que ele pretende seguir, como por exemplo: “ a classificação das
palavras em categorias como um fim em si mesma”, “ a mudança de postura em
relação à língua (eliminando por exemplo a noção de erro e inserindo a noção de
adequação, ou abrindo espaço para refletir sobre as variedades linguísticas)”.
Assim, os autores afirmam aos professores que adotarem tal material didático:
1- Substantivo
Pronomes pessoais
Para indicar essas três pessoas que participam das situações de comunicação,
empregando os pronomes pessoais.
Os pronomes oblíquos o, a, os, as assumem as formas lo, la, los, las quando
são empregados após formas verbais terminadas em r, s ou z e as formas no, na,
nos, nas quando são empregados após fonemas nasais (am, em õe, etc). Observe:
Vamos enviar os postais agora?
Vamos enviá-los agora?
Contraponto
Pronomes de tratamento
Toda vez que interagimos com outras pessoas por meio da linguagem, esta
varia de acordo com a situação. E nem sempre temos consciência disso. Se nosso
interlocutor é, por exemplo, um amigo íntimo, de nossa idade, temos uma forma de
tratá-lo; se é uma pessoa mais velha, temos outra; se é um desconhecido ou uma
autoridade, temos outra ainda.
Essas diferenças manifestam-se de várias formas: no vocabulário, na
entonação da fala, na altura da voz, nas formas como nos dirigimos ao interlocutor,
etc.
Para tratarmos nosso interlocutor com respeito, com cerimônia ou com
informalidade, empregamos pronomes de tratamento, que são palavras e
expressões como senhor, senhora, vossa senhoria, vossa excelência e você, entre
outras.
Pronomes possessivos
3- Adjetivos
1) Em qual das falas esse verbo está conjugado e é empregado por meio de
uma forma simples, ou seja, com uma única palavra?
7- O Advérbio
Dentro do mesmo parâmetro que o livro do 6º ano apresenta, os autores
iniciam o estudo da classe dos advérbios apresentando ao aluno um poema
intitulado ”Lisboa: Aventuras”, de José Paulo Paes, juntamente com perguntas
iniciais sobre interpretação e significado no contexto. “Após isso, aborda a parte do
“Conceituando” sobre algumas classificações circunstanciais do advérbio e, abaixo,
define-o como: “A palavra que indica as circunstâncias em que se dá a ação verbal.”
E gira em torno da ideia que a palavra expressa naquele contexto, ou seja, mais
uma vez faz-se o uso do critério semântico. É interessante que os autores ressaltam
a palavra semântica propositalmente em negrito, cujo objetivo é dar ênfase ao que
pretendem transmitir e construir no saber de seu aprendiz.
Vejamos sua disposição visual para tal definição:
8- Verbo (II)
9- A preposição
Os autores introduzem o grupo classificatório das preposições apresentando
ao leitor uma tirinha de Fernando Gonsales, que também deseja mostrar, em sua
interpretação, a ambiguidade de sentido por meio de um vocábulo “espada”. Logo de
início, percebe-se que entra em cena o critério semântico usado para trabalhar
ambiguidade lexical e apresentar também a descrição da nomenclatura da presente
classe, ao dizer logo abaixo, na parte do “Conceituando” que a preposição é “uma
palavra que liga duas outras palavras, de forma que o sentido da primeira é
completado pela segunda.”
Há, indiretamente o uso do critério morfológico da língua inserido na
presença do vocábulo “palavra” no conceito, que traz para o leitor uma reflexão
breve dessa definição através da organização estabelecida pela concordância de
gênero e número entre os vocábulos “ palavra”, “que” , “duas” e “palavras”.
Tirinha usada para conceituar a classe da Preposição:
Após mostrar o conceito ao aluno, os escritores do livro didático apresentam,
de acordo com a gramática tradicional da língua, as classificações das preposições
em: Combinação e Contração, sempre acompanhadas de exercícios que
apresentam a gramática vinculada ao texto e não apenas solta num exercício formal.
Abordam também os valores semânticos das preposições, que é encaixado logo
após o exercício de aplicação, dando ênfase ao significado das preposições de
acordo com um contexto preestabelecido. Também, antes de mostrar
tradicionalmente as subclassificações das preposições, lança ao leitor outra tirinha
para que possa internalizar o sentido da classe, como aparece abaixo:
PERINI, Mario A. Gramática descritiva do português. 2. ed. São Paulo: Editora Ática,
1996.