Esta palestra tem como objetivo alertar a Indústria da Construção Civil da necessidade
imediata da aplicação do controle total da qualidade visando a redução do custo da
construção e principalmente aumentar a durabilidade das obras.
Como é possível que o mesmo brasileiro, que faz a escola do ITA, em São José dos
Campos, é capaz de fazer um avião que vença em concorrência de qualidade e preço a
indústria aeronáutica da França, Israel e Canadá, fornecendo para os Estados Unidos e
Inglaterra, e o mesmo brasileiro, que cursou uma escola de engenharia civil, não é
capaz de fazer uma laje de cobertura impermeabilizada que não vaze.
Não é transformar em palacete uma casa de interesse social, mas construir a casa,
pelo menos, com estabilidade estrutural, conforto, durabilidade e baixo custo.
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O QUE É QUALIDADE?
CONTROLE DA QUALIDADE
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Na primeira etapa, até o início do século, a qualidade era estipulada e controlada pelo
próprio artesão, ou seja, se nossos avós desejavam um bom produto, procuravam um
bom artesão que, pelo orgulho do que fazia, ou conhecimento, procurava fazer o melhor
possível, melhor que seus concorrentes, Seu nome era a garantia do produto.
É a qualidade que vem de cima para baixo, da vontade do Presidente da Empresa para
a Direção, e, desta, para a linha de produção é a Garantia Total da Qualidade (GTQ).
Diríamos mesmo, que o processo foi sabiamente escondido, como o sabem fazer os
orientais, fazendo com que o mundo industrial partisse por um processo oposto, isto é a
qualidade. Supunha-se que esta poderia ser obtida pelos Círculos de Controle de
Qualidade (CQQ), onde os operários, reunidos ao fim da jornada de trabalho, em
grupos, procuravam meios, métodos e especificações para melhorar a qualidade do
produto. Ledo engano, pois, a indústria japonesa conseguia, com sua qualidade total,
colocar no mercado americano de automóveis, em 1984 (segundo Lee Yacocca), 8
milhões de carros japoneses, contra 7 milhões de carros americanos. Isso aconteceu
nos Estados Unidos da América do Norte.
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Indústrias, que se recusam a fazer qualquer produto que não seja superior ao de seu
concorrente.
Finalmente, a sexta etapa é a Garantia Total da Qualidade agregando os valores
relacionados a seguir.
O diferencial entre empresas que atingiram a GTQ será a satisfação do cliente interno
(funcionários), que sentirão orgulho de trabalharem na empresa, e saberem como
encantar o cliente externo (consumidores).
Os eletricistas colocam, em geral, por empreitada, fios, cuja pureza do cobre, seção e
espessura de plástico de proteção elétrica e térmica nunca são verificados.
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Tudo nos leva a crer, e a experiência em todo o Brasil nos demonstra, que a Indústria
da Construção não pode continuar a executar milhares e milhares de habitações (e
necessitamos de milhões para os próximos anos), sem o controle da qualidade, ou sem
que a Garantia Total da Qualidade seja imediatamente implantada. E essa Garantia
Total da Qualidade só poderá ser implantada de cima para baixo, ou seja, só será
válida se os empresários da Construção se conscientizaram de que o controle deve ser
estendido, pelo menos, em primeira etapa, aos materiais cuja durabilidade e resistência
sejam essenciais à obra.
Mão-de-obra
Metodologia
6 M´s Máquinas
Material
Meio ambiente
Metrologia
“A qualidade começa pela educação e acaba na educação. Uma empresa que progride
em qualidade é empresa que aprende, que aprende a aprender” Kaoru Ishikawa.
Na falta de Normas Nacionais, por que não adotar as Normas do Mercado Comum
Europeu, já que foram ou estão sendo unidas às Normas Internacionais (ISO), com as
Alemãs (DIN), Francesas (AFNOR), Inglesas (BS) e até mesmo americanas(ASTM)?
O art. 39, item VIII do Código de Defesa do Consumidor, diz, resumindo, que “é vedado
ao fornecedor de produtos ou serviços em desacordo com as Normas da ABNT ou de
outra entidade credenciada pelo CONMETRO”.
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Será que continuaremos a usar o serrote manual, desafiado, movido à energia
muscular, consumindo como combustível o feijão tão caro e de baixo rendimento,
enquanto pequenas serras manuais custam poucos meses de salário de carpinteiro e
produzem vinte vezes mais?
Por quanto tempo ainda nossos pedreiros continuarão a assentar tijolos, fazendo 25
movimentos por tijolo, quando Taylor e Fayol já nos ensinaram que é possível faze-lo
com 8 movimentos? Será que a caixa de argamassa não poderia estar à alturade 0,80
m, ergonomicamente colocada, diminuindo a energia gasta em movimentos inúteis e
cansativos?
Meio Ambiente – É necessário dizermos, claramente, que o lixo das cidades não pode
continuar a ser constituído de entulho de obra. Melhor dizendo: desperdício, que cria
junto com o lixo domiciliar, esconderijo, alimentação, ambiente propício para a criação
de roedores, de insetos, e de agentes transmissores de doenças infecto-contagiosas.
Será que moer os resíduos de tijolo e argamassas, embora custe apenas vinte por
cento do custo de areia, terá que ser obrigatório por lei, ou pela prisão ou multa dos
responsáveis, ao invés de assumido conscientemente pelos construtores?
Qual o custo desse controle? É a pergunta que todos fazem. Para a Construção Civil,
não representa mais que três por cento do custo da obra, propiciando, ainda, uma
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economia de, pelo menos, dez por cento, pela redução de perdas, da manutenção e
atendimento às reclamações pelos famosos cinco anos de responsabilidade, ditados
pelo Código Civil, At. 1245, conferindo melhor conceito ao nome da Construtora.
Deveremos realizar todos os ensaios para reduzir o risco a zero? Não! São muitas as
causas possíveis de falha, em cada material ou serviço. No entanto, se classificarmos
essas causas, pela sua freqüência de ocorrência, veremos que poucas causas,
somadas, perfazem, em geral, cerca de 90% delas.
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1. Determinar em cada fase, do projeto, especificação, suprimento, mão-de-obra,
execução, controle, serviço, operações e manutenção os 4 ou 5 itens de maior
incidência de erros (80 a 95% de freqüência – Lei de Pareto);
2. Exercer sobre estes itens 95% dos esforços deixando para os demais itens 15 a
20, apenas 5% dos esforços;
Fonte:
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