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A NOVA REGULAMENTAÇÃO DO BANCO CENTRAL PARA AS FINTECHS.

PODEMOS ESPERAR UMA REGULAMENTAÇÃO PARA AS EXCHANGES?

Por Eduardo Martins de Mendonça Gomes

Ainda desconhecida por muitos consultores jurídicos, empreendedores e criadores de


staturps a Resolução nº 4.656 do Banco Central do Brasil (BC), publicada em 26 de
abril deste ano, inovou no ordenamento jurídico brasileiro e finalmente regulamentou as
fintechs.

A referida resolução, que ficou conhecida como “regulação das fintechs”, dispõe sobre a
sociedade de crédito direto (SCD) e a sociedade de empréstimo entre pessoas (SEP),
disciplinando a realização de operações de empréstimo e de financiamento entre pessoas
por meio de plataforma eletrônica, estabelecendo os requisitos e os procedimentos para
autorização para funcionamento, transferência de controle societário, reorganização
societária e cancelamento da autorização dessas instituições.

A regulamentação das fintechs era algo muito esperado pelo setor. As empresas que
desenvolvem soluções financeiras e securitárias por meio de aplicativos bem como seus
investidores, a muito, precisavam de uma regulamentação que conferisse a essas
atividades empresariais maior segurança jurídica.

O novo cenário, ou nem tão novo assim, de empresas que usam a tecnologia disruptiva
para apresentar melhores produtos e serviços se consolidou sem uma regulamentação
precisa, sobretudo as fintechs que atuam com serviços de pagamento e crédito. De
acordo com a FINNOVATION, os segmentos com maior quantidade de fintechs no
Brasil são; “pagamentos e remessas” representando 25% do total, com 96 startups;
“gestão financeira empresarial”, com 17% do total, tem 63 startups; e “empréstimos”
representam 15% do total, com 56 startups.

Embora ainda não haja regulamentação especifica versando sobre as exchanges de


criptomoedas sabemos que suas características a enquadra como fintech, pois esta é
gênero e aquela é espécie. A exemplo disso podemos citar a “LEY PARA REGULAR
LAS INSTITUCIONES DE TECNOLOGÍA FINANCIERA” mais conhecida como
“Ley fintech”, em vigor desde março de 2018 no México que incluiu as exchanges de
criptomoedas no rol de empresas consideradas como fintech. O regulador mexicano
buscou, por meio da referida Lei, promover a inclusão e a inovação financeira, a
proteção ao consumidor, a prevenção à lavagem de dinheiro, a preservação da
estabilidade financeira e a promoção da competição.

Até pouco tempo atrás, ninguém acharia ser possível adquirir um cartão crédito, fazer
empréstimos, realizar uma alienação fiduciária ou contratar um seguro sem pisar os pés
em um banco ou corretora de seguros, hoje tudo isso é feito pelas fintechs através dos
apps nos smartphones, da mesma forma a compra e venda de criptomoedas por meio de
exchanges. Contudo, no momento atual as exchanges brasileiras estão renegadas,
habitando um grande “limbo jurídico”. Por sua vez, os usuários dos serviços dessas
empresas não contam com nenhum regime solido de proteção legal.

É preciso lembrar que já tivemos episódios em que alguns bancos queriam encerrar as
contas dessas empresas no Brasil. As principais exchanges de bitcoins do país, juntas,
superam, em número de clientes, a bolsa de valores (B3). É uma realidade e não se pode
fingir que é uma onda, uma bolha ou uma brincadeira. Até quando os órgãos
reguladores estarão arraigados no conservadorismo? Até quando os usuários de
criptomoedas estarão desassistidos quando realizam essas operações sem nenhuma
segurança jurídica?

Alguns paços, embora tímidos, têm sido dados em relação a uma possível
regulamentação. Citamos abaixo alguns entendimentos da CVM sobre o assunto. Leia
mais aqui.

De acordo com o formulário de perguntas e respostas (FAQ) emitido pela CVM em 16


de novembro de 2017, os ativos virtuais emitidos no âmbito de ICOs podem ser
compreendidos como algum tipo de valor mobiliário, principalmente quando conferem
ao investidor, por exemplo, direitos de participação no capital ou em acordos de
remuneração pré-fixada sobre o capital investido ou de voto em assembleias que
determinam o direcionamento dos negócios do emissor. Seria o caso de um “cripto-
ativo” do tipo equity para o qual se aplica o art. 2º da Lei 6.385/76.

Ainda no ano passado a CVM emitiu importantes entendimentos que implicam direta ou
indiretamente na regulamentação das emissões de moedas eletrônicas, um deles é o
Parecer Nº 32/2005 que trata sobre o uso da Internet em ofertas de valores mobiliários e
na intermediação de operações, e Nota Oficial a respeito das ICOs em que o órgão
reiterou que certas operações de ICO podem se caracterizar como operações com
valores mobiliários já sujeitas à legislação e à regulamentação específicas, devendo se
conformar às regras aplicáveis.

Enquanto isso cabe a sociedade civil juntamente com as exchanges, fundos de


investimentos, portais de notícia especializados, instituições de ensino, grupos de
pesquisa e empresas que aceitam essas “moedas” pressionarem os congressistas por
uma regulamentação específica para o setor, nos moldes da resolução que tratou sobre
as fintechs.
Eduardo Martins de Mendonça Gomes. É Membro do escritório R.Amaral
Advogados onde trabalha com Direito Financeiro, Direito Digital e Corporativo.
Pesquisador do TeDirei – Grupo de Estudo e Pesquisa em Tecnologia, Direito e
Inclusão. Consultor na Diretoria Financeira na Revista Dizer - Periódico eletrônico
semestral do curso de Direito da Universidade Federal do Ceará. ISSN: 2594-4207.

in: https://www.linkedin.com/in/eduardo-martins-089227b0/

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