UNIVERSIDADE DE CUIABÁ
CURSO ENGENHARIA CIVIL
Concreto II
Cuiabá – MT
Outubro/2017
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Cuiabá – MT
Outubro/2017
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Sumário
Introdução
Ancoragem nada mais é do que a fixação da barra no concreto, para que ela possa
ser interrompida. Na ancoragem por aderência, deve ser previsto um comprimento suficiente
para que o esforço da barra (de tração ou de compressão) seja transferido para o concreto. Ele
é denominado comprimento de ancoragem. Além disso, em peças nas quais, por disposições
construtivas ou pelo seu comprimento, necessita-se fazer emendas nas barras, também se deve
garantir um comprimento suficiente para que os esforços sejam transferidos de uma barra para
outra, na região da emenda. Isto também é possível graças à aderência entre o aço e o concreto.
COMPRIMENTO DE ANCORAGEM
Todas as barras das armaduras devem ser ancoradas de forma que seus esforços
sejam integralmente transmitidos para o concreto, por meio de aderência, de dispositivos
mecânicos, ou por combinação de ambos. Na ancoragem por aderência, os esforços são
ancorados por meio de um comprimento reto ou com grande raio de curvatura, seguido ou não
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de gancho. Com exceção das regiões situadas sobre apoios diretos, as ancoragens por aderência
devem ser confinadas por armaduras transversais ou pelo próprio concreto, considerando-se
este caso quando o cobrimento da barra ancorada for maior ou igual a 3φ e a distância entre as
barras ancoradas também for maior ou igual a 3φ. Nas regiões situadas sobre apoios diretos, a
armadura de confinamento não é necessária devido ao aumento da aderência por atrito com a
pressão do concreto sobre a barra.
De maneira simplificada, pode-se dizer que, a partir do ponto em que a barra não
for mais necessária, basta assegurar a existência de um comprimento suplementar lb que garanta
a transferência das tensões da barra para o concreto.
Temos a tabela
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O que é ADERÊNCIA?
TIPOS DE ADERÊNCIA
A aderência por adesão caracteriza-se por uma resistência à separação dos dois
materiais. Ocorre em função de ligações físico-químicas, na interface das barras com a pasta,
geradas durante as reações de pega do cimento. Para pequenos deslocamentos relativos entre a
barra e a massa de concreto que a envolve, essa ligação é destruída. Na figura mostra um cubo
de concreto moldado sobre uma placa de aço. A ligação entre os dois materiais se dá por adesão.
Para separá-los, há necessidade de se aplicar uma ação representada pela força Fb1. Se a força
fosse aplicada.
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Aderência Atrito
Por Atrito Por meio do arrancamento de uma barra em um bloco concreto), verifica-
se que a força de arrancamento Fb2 é maior do que a força Fb1 mobilizada pela adesão. Esse
acréscimo é devido ao atrito entre a barra e o concreto.
Aderência Mecânica
(LEONHARDT, 1977) mostra que mesmo uma barra lisa pode apresentar aderência
mecânica, em função da rugosidade superficial, devida à corrosão e ao processo de fabricação,
gerando um denteamento da superfície. Para efeito de comparação, são apresentadas superfícies
microscópicas de: barra de aço enferrujada, barra recém laminada e fio de aço obtido por
laminação a quente e posterior encruamento a frio por estiramento. Nota-se que essas
superfícies estão muito longe de serem efetivamente lisas. Portanto, a separação da aderência
nas três parcelas - adesão, atrito e aderência mecânica - é apenas esquemática, pois não é
possível quantificar isoladamente cada uma delas.
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TENSÃO DE ADERÊNCIA
Para uma barra de aço imersa em uma peça de concreto, como a indicada na figura
10.5, a tensão média de aderência é dada por:
• Rugosidade da barra;
• Diâmetro da barra;
• Resistência do concreto;
• Retração; • Adensamento;
ANCORAGEM DA ARMADURA
Neste item será visto como deve ser feito o detalhamento da armadura longitudinal de tração
das vigas, ou seja, até que posição do vão as barras devem se estender, e também a ancoragem
das barras que chegarem até os apoios intermediários e extremos.
Armadura de Tração
Nas Seções de Apoio Os esforços de tração junto aos apoios de vigas simples ou
contínuas devem ser resistidos por armaduras longitudinais, que devem satisfazer às condições
descritas nos itens seguintes.
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Os ganchos das extremidades das barras da armadura longitudinal de tração podem ser
Para barras lisas, os ganchos devem ser semicirculares. Vale ressaltar que, segundo
as recomendações da NBR 6118 (2003), as barras lisas deverão ser sempre ancoradas com
ganchos.
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• em ângulo reto, com ponta reta de comprimento maior ou igual a 10φ, porém não
inferior a 7cm (este tipo de gancho não deve ser utilizado para barras e fios lisos). O diâmetro
interno da curvatura dos estribos deve ser, no mínimo, igual ao valor dado na Tabela
Ligações semi-rígidas
No caso de ligações flexíveis a diferença pode ser bem maior, pois se na realidade
a ligação transmitir para o pilar um esforço de flexão, este pode estar seriamente comprometido
pela solicitação de flexo-compressão, ocorrendo também desperdício de material na viga.
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Como os painéis de fachada podem funcionar como vigas de grande altura, foi
adotado que algumas das ligações com os pilares fossem soldadas no topo e na base dos painéis
através de grapas e cantoneiras. Este tipo de ligação não apresenta dificuldades executiva além
da própria solda em campo e garante a transmissão de momentos flexão tanto com tração na
região superior (momento negativo) quanto de tração na região inferior(positivo).
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Rotação