Anda di halaman 1dari 5

RELATÓRIO DE FLUXO REFERENTE À OBSERVAÇÃO DO GRUPO FOCAL DE

CAPITAL SOCIAL E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA REALIZADO NO DIA 29 DE


OUTUBRO DE 2003, À TARDE.
ALUNO: OSVALDO ROSA VALENTE

1 – CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

O grupo focal cujo fluxo vai ser aqui relatado visou discussão de dois temas
próximos e de alguma forma relacionados que são Capital Social e Participação Política,
presentes no Primeiro Survey da Região Metropolitana de Belo Horizonte (PRSMBH).
O grupo da tarde tinha que fazer a discussão dos temas propostos tendo como base de
homogeneidade dos participantes o grau de escolaridade que, no caso, era alta, isto é,
pessoas com no mínimo o ensino médio completo.
Compareceram à reunião do Grupo Focal sete pessoas cujos nomes completos e
exatos dados sócio-demográficos não foram disponibilizados até o momento. Aqui a
única informação é com relação ao sexo dos participantes: quatro do sexo feminino e
três, do masculino.
Além dos participantes/informantes (Mônica, Caldeira, Luciana Luiza, Maria
Célia, Antonio, Arivelto e Luciana), estavam presentes na sala duas mediadoras (Maria
Palacios e Sylvana Pessoa), três observadores (Osvaldo Valente, Juliana Maron e Karine
Carneiro), a coordenadora da organização do grupo focal (Corinne Davis), e a
responsável pela futura transcrição das fitas. Além dessas pessoas diretamente
envolvidas no trabalho, havia uma convidada que ficou para assistir às discussões, mas
que delas acabou por não participar. Assim, no total, havia 15 pessoas na sala em que
ocorreu a discussão sobre os temas propostos.
Como foi orientado pela coordenadora da organização do grupo focal, este
relatório cobre “os aspectos não substantivos” das discussões, isto é, cobre-se aqui o
fluxo da discussão e não o seu conteúdo.

2 – A DISCUSSÃO E SEU ANDAMENTO

A primeira observação geral acerca da discussão foi o seu atraso. Originalmente


marcada para começar às 14 horas, ela sofreu um atraso de pelo menos 40 minutos. Um
dos obstáculos para o bom andamento das discussões é a sua duração, que não pode ser
muito prolongada em função do cansaço dos participantes. O atraso no início significa,
querendo-se ou não, cansaço adicional para os participantes.
Ademais, deve-se notar o atraso de uma das mediadoras (Sylvana Pessoa)
ocasionou num primeiro momento a escolha apressada de outro mediador (Rodrigo
Fernandes) e, no momento em que a apresentação começava a ser feita, a sua
substituição pela moderadora que chegou atrasada. Deve-se notar que tal acontecimento
foi acompanhado de outro que aconteceu simultaneamente: a mediadora chegou
acompanhada de uma convidada que, em função do atraso, não pôde participar da
discussão do grupo. Fora da discussão, pôde-se notar sua vontade de interferir
(participar), mas, como ainda teve que preencher o questionário sócio-demográfico (o
que atrasou ainda mais sua volta à sala em que a discussão já iniciara), atrasou-se em
demasia para dela participar.
Uma conseqüência do atraso foi a quebra da ordem de quem (qual moderador)
faria as perguntas do roteiro, como sugerida pela coordenadora do grupo. Além disso,
impossibilitou que ambas combinassem a forma como atuariam – ainda que isso
pudesse ter ocorrido antes do dia da realização do grupo focal.
O segundo ponto a ser considerado é a atuação das mediadoras. A utilização de
dois mediadores poderia representar uma vantagem para o bom andamento da
discussão, dada a inexperiência dos estudantes na realização de tal forma de pesquisa
qualitativa. A vantagem seria que enquanto um colocaria a questão para discussão, o
outro poderia ficar mais atento ao que os informantes diziam e fazer uso daquilo que na
“cola” para os moderadores, estava designado como “frases úteis”, ou seja,
essencialmente pedidos de maiores esclarecimentos sobre o que o informante acabara de
dizer e que parecia útil para levantar pontos polêmicos e interessantes. Como, contudo,
não se abriu a possibilidade de um moderador “interferir” nas perguntas que estavam
sob responsabilidade do outro (houve apenas um caso em que uma mediadora
“interferiu” nas questões postas pela outra, mesmo assim, tratou-se de indicar que um
informante estava querendo participar, fato que passava desapercebido para a que fazia
as perguntas), alguns pontos de vista interessantes não foram explorados. O exemplo
mais claro disso foi o momento em que um dos participantes, claramente defendendo
uma posição que era diametralmente oposta a que os outros estavam defendendo, disse
que “participar é bom”.
O terceiro ponto foi o grau de discussão/interação entre os próprios participantes.
Levando-se em conta aquilo que se considera o andamento ideal de um grupo focal, isto
é, o fato de que as questões postas levantem uma discussão entre os próprios
participantes, com pouca intervenção dos mediadores, este “objetivo” foi alcançado
apenas em alguns poucos momentos. No mais das vezes, a discussão dependeu muito da
intervenção dos mediadores para que os participantes expusessem suas opiniões e
experiências. Isso explica o fato de que, de um total de 199 intervenções, 81 tenham
sido dos mediadores. Explica também o baixo número de intervenções feitas por outros
participantes enquanto outros expunham sua opinião – foram 7 intervenções desta
natureza. Explica, além disso, que apenas duas perguntas pedindo esclarecimentos
tenham sido feitas de participante para participante – notando-se que tais perguntas
foram feitas por apenas um deles (Arivelto). Pode-se, talvez, relacionar tais
acontecimentos ao nervosismo dos participantes. O que é importante notar, contudo, é
que tal forma de participação na discussão e, portanto, andamento da discussão, deu um
tom de centralização da discussão nas figuras dos moderadores, prejudicando a
interação dos participantes.
Feitas essas considerações, passar-se-á aqui a relatar o fluxo da discussão
pergunta a pergunta, levando em consideração o roteiro estabelecido pelo grupo.

2.1 – A DISCUSSÃO PASSO A PASSO

A primeira pergunta foi “Gostaríamos que cada um de vocês contasse uma


situação do seu dia-a-dia em que precisou pedir a ajuda de alguém ou em que fez um
favor a alguém”.
A questão possuía os seguintes “probes”: “1) Em qual âmbito ocorreu a situação
(família/ vizinhança/trabalho)?”“; “2) Você tem algum exemplo de acontecimentos deste
tipo relacionados a: a) favores/ajuda não monetários (tomar conta de crianças, pedir
algum mantimento, pedir algum utensílio…); b) favores/ajuda financeira (comprar no
cartão de crédito de alguém, participar de “caixas de dinheiro”, pedir ou emprestar
dinheiro, pedir ou emprestar cheques, avalizar transações imobiliárias, comprar fiado ou
na caderneta…); c) favores/ajuda emocional (resolver ou intervir em brigas, auxiliar ou
pedir auxílio devido a tristezas e depressões…)”.
Esta primeira pergunta foi feita pela mediadora Maria Palacios. Como é questão
de cunho muito particular, perguntando pela experiência vivida por cada um dos
participantes, ela foi respondida por todos os participantes. Deve-se notar que esta
pergunta foi feita logo após a Introdução proposta pelo grupo, na qual foram explicadas
as regras para a discussão. Isso quer dizer que foi ignorado o “quebra gelo” presente no
roteiro.
A segunda pergunta foi “De uma maneira geral, vocês acham que as pessoas
costumam devolver os favores e ajudas que recebem?”. Ela possuía o seguinte “probe”:
“Existe gratidão ou as pessoas são ingratas?”.
Esta questão ficou a cargo da moderadora Sylvana Pessoa. Sendo uma questão
mais opinativa, a participação dos respondentes foi livre, não sendo ninguém apontado
para ser o primeiro a respondê-la. Ainda que tenha ocorrido uma ou outra referência
cruzada, isto é, um participante se referindo a o que outro havia falado, a discussão
permaneceu em sua maior parte a cargo da moderadora. O “probe” foi perguntado.
A terceira rodada de perguntas foi iniciada com a moderadora Maria Palacios
retomando um aspecto da primeira questão. Verificou-se especificamente o “probe”
referende à ajuda financeira. A questão referia-se à experiência dos respondentes, mas,
ao contrário de como foi posta inicialmente, respondê-la era facultativo. Assim, apenas
um deles não relatou nada referente ao tema. O tema gerou descontração no grupo, com
muitos rindo assim que ele foi posto em discussão.
A quarta rodada de perguntas foi referente à terceira questão presente no roteiro, a
saber, “Gostaríamos que cada um de vocês nos contasse se participam de alguma
atividade em grupo de qualquer tipo, tais como: associações de bairro, partidos
políticos, clubes, atividades religiosas ou outros”.
Com esta pergunta saiu-se do tema Capital Social e entrou-se no tema
Participação Política.
Esta questão ficou a cargo da mediadora Maria Palacios. Pôde-se notar que a
questão era ampla demais (a relação de opções era exaustiva, na medida em que
procurava cobrir todos os tipos de associações listadas no questionário do PSRMBH),
apesar de seu caráter particular (pedia pela experiência pessoal dos participantes). Por
isso, talvez, ela acabou por se fundir com pergunta seguinte do roteiro, a saber, “As
pessoas que participam podem contar para a gente como e porque participam e as que
não participam porque não participam?”, e com seus “probes”, a saber, 1 – “A
associação a que você pertence incentiva ou pede sua participação? Como? (Passando
informações, marcando reuniões e eventos…)” e 2 – “Existe algum grupo que você
gostaria de participar e não participa? Por quê?”.
O acontecimento acima apontado foi uma decorrência da própria noção que os
participantes possuíam de “participação política”. Instados a falar do assunto, não viam,
por exemplo, participação regular em grupos religiosos como uma forma de
participação de caráter político. Neste sentido, a moderadora teve que insistir, via
repetição da longa lista de associações, para que eles se vissem ali presentes. Isso
acabou por levar a moderadora a realizar a questão seguinte, a mais opinativa que
buscava as motivações para participar ou não nas associações listadas. Diante disso, a
questão foi uma das que mais motivou os participantes a colocarem suas posições
acerca do tema.
A quinta rodada de perguntas referia-se à questão “Para você o que seria uma
pessoa participativa?”, que tinha os seguintes “probes”: 1 – “O que é participar muito ou
pouco?”; 2 – “Você acha que as pessoas só participam das coisas que lhes dizem
respeito?”; e 3 – “O que pode estimular uma pessoa que nunca participa a começar a
participar de algum tipo de reunião?”.
A cargo da moderadora Sylvana Pessoa ocasionou, como a questão anterior,
grande número de intervenções por parte dos entrevistados. Os “probes” foram cobertos
pelo próprio andamento das discussões.
A rodada final da discussão girou em torno da forma de encerramento proposta
pela coordenadora do grupo focal que sugeriu a seguinte forma de encerrar: “para que
possamos encerrar nossa discussão, alguém tem algo mais a nos dizer a respeito dos
temas abordados?”.
Tal encerramento coube à moderadora Maria Palacios. Pode-se notar que, não
tendo nenhuma questão em particular para se debruçarem, os participantes apenas
pareciam interessados em encerrar a reunião. As intervenções que se pode observar são
decorrência do esforço da moderadora.

Anda mungkin juga menyukai