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Os Princípios Éticos e sua Aplicação no Direito

Autor:
BERNARDES, Marcelo DI Rezende
RESUMO: Diante dos fatos explícitos na realidade brasileira, apontando para a transgressão ética
em massa e, consequentemente, o progressivo desrespeito às normas de moral e conduta, urge um
retorno aos princípios éticos em todas as camadas sociais. O presente artigo tem por finalidade
relacionar os conceitos de Ética e de Direito, destacando aspectos gerais, mas não menos
importantes, de ambos. Neste sentido, este artigo tratará de questões relacionadas à ética e, em
específico, referente ao Direito e seu profissional.
PALAVRAS-CHAVE: Ética. Moral. Direito.
Introdução
Na atualidade, o papel da ética tem sido foco de significativas discussões nos meios acadêmico e
profissional. Isto porque na sociedade contemporânea, desventurosamente, tem se tornado comum a
exposição de condutas antiéticas nas diferentes áreas profissionais e do conhecimento.
É bem verdade que a conduta humana não está sempre em conformidade com as leis éticas,
contudo, existe a necessidade de se ressaltar a importância da ética na fundamentação da ação
humana, pois o conteúdo ético é universal na humanidade e característico da espécie humana, diga-
se, universal, porém não estático.
Segundo Leonardo Boff (2003), a crise moral e ética que se instalou na atualidade propicia a
desintegração das relações interpessoais, justificada na grande tensão encontrada pela tentativa de
funcionamento em torno de interesses particulares em detrimento dos interesses do direito e da
justiça, assim ele afirma: "Tal fato se agrava ainda mais por causa da própria lógica dominante da
economia e do mercado que se rege pela competição, que cria oposições e exclusões, e não pela
cooperação que harmoniza e inclui" (Boff, 2003: 27).
O fato ético, em interface com as transformações sociais, detém proporcionalmente a possibilidade
de atualizações. Segundo Ashley (2003: 60), "da mesma forma que as sociedades transformam-se
ao longo do tempo, os valores culturais de que os indivíduos se servem para organizar sua realidade
e suas ações, também tendem a sofrer modificações".
Deste modo, o conteúdo ético mencionado está sujeito a alterações da mesma maneira que ocorre
com o meio social. Conceitos outrora considerados éticos podem perder tal status por ora ou
definitivamente. A reorganização produz uma nova realidade. Trata-se de um movimento que deve
estar sempre em análise, pois a sociedade é dinâmica e está em processo contínuo de mudança,
como expressa muito bem, a perspectiva dialética.
A ética relaciona-se com as ações do homem, sendo direcionada para as inter-relações sociais. Sob o
ponto de vista dialético, o ideal ético fundamenta-se em uma vida social igualitária e justa, ou seja,
a ética, nessa visão, tem como pedra angular o bem coletivo (Braga, 2006).
Os Princípios Éticos e sua Aplicação no Exercício do Direito
A conceituação de toda e qualquer categoria inserida nas Ciências Sociais e Humanas, ao longo da
história da Filosofia, se constitui em tarefa árdua devido à grande variedade de pontos de vista.
Entretanto, se faz necessário tal exercício no sentido de apresentar, em maior ou menor grau,
objetividade dos significados, com a finalidade de contribuir para a melhor compreensão do
assunto.
Na tentativa de se conceituar Ética, a realidade relatada se comprova. "A ética é daquelas coisas que
todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta" (Valls,
1993:7). Para Augusto Comte (1798-1857), citado por Lima (2007) a Ética consiste na: (...) a
suprema ciência, do amor por princípio, do amor sem cabeça, moral cósmica, naturalista e social,
pois recompõe os laços do universo da natureza com o universo da moralidade e vê nas regras do
comportamento humano um caso das leis que presidem a ordem universal. Ética em que o homem
está submetido, em virtude de sua submissão à humanidade (...).
De acordo com Vázquez (1984:12), "Ética é um conjunto sistemático de conhecimentos racionais e
objetivos a respeito do comportamento humano moral, melhor dizendo, é a teoria ou ciência do
comportamento moral do homem em sociedade".
Durkeim conceitua Ética da seguinte forma: "Tudo que é relativo aos bons costumes ou às normas
de comportamento admitidas e observadas, em certa época, numa dada sociedade" (Durkeim apud
Oliveira, 2006).
Segundo Moore (1975: 4) "a Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom, isso se dá porque
o maior objetivo da Ética é tentar aproximar o ser humano da perfeição, alcançar a sua realização
pessoal".
Sob o ponto de vista de Jean-Paul Sartre (1905-1980), de acordo com Lima (2007), a ética é: (...)
uma moral da ambiguidade e da situação. Vai da liberdade absoluta e inútil à liberdade histórica, da
náusea diante da gratuidade das coisas, do em si e o para si, do ser e do nada, do ser para outros, do
existencialismo como humanismo, da crítica da razão dialética. É o homem, o ser humano, isto é,
cada indivíduo em determinadas circunstâncias, em determinada "situação", que por sua livre
escolha cria o valor de seu ato. Todos os valores são relativizados, exceto aquele que a liberdade
outorga a si mesma, quando se considera fim supremo (...).
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, Ética é "o estudo dos juízos de apreciação que
se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja
relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto".
Etimologicamente observado, Ética origina - se no grego ethos, e encontra correlação no latim
morale, com o significado sinônimo de conduta ou ainda referente aos costumes. Podemos concluir
que etimologicamente ética e moral são palavras iguais, porém, será apresentada posteriormente a
diferenciação básica entre Ética e Moral.
Uma das configurações atribuídas à palavra Ética é de cunho filosófico. Ética enquanto parte da
Filosofia diz respeito a uma direção para reflexão sobre a complexa questão da moral no ser
humano, relacionado ao meio social em que está inserido.
O autor Henrique Cláudio de Lima Vaz, em sua obra intitulada "Ética e Direito", alerta para o
perigo das teorias consideradas na atualidade que questionam a validade da Ética filosófica,
dizendo: (...) parece difícil admitir que uma teoria do ethos no sentido filosófico da sua justificação
ou fundamentação racional possa desaparecer do horizonte cultural da nossa civilização, a menos
que desapareça a própria filosofia e a civilização venha a mudar de alma e de destino. (Vaz, 2002:
63).
A Ética, como categoria filosófica, impulsiona o exercício crítico - reflexivo das bases moralistas,
quando necessária elucidação à dos fatos morais. Desta forma, é notável que a Ética, na Filosofia,
não oferece um código de normas, antes incentiva o homem, como ser racional e social, a praticar o
senso crítico e auto - avaliativo em suas atitudes e modo de agir. Neste sentido, o professor Ângelo
V. Cenci afirma: A ética não pode prescrever conteúdos ao agir, nem pode instrumentalizá-lo; não é
seu papel fornecer soluções concretas ao agir humano. A ética precisa contar com a capacidade de
os indivíduos encontrarem saídas plausíveis, racionais para o seu agir. A ética filosófica (formal e
universalista) não pode, paternalisticamente, dizer o que o indivíduo deve fazer, prescrevendo
ações; ela não pode se constituir em um receituário para a conduta cotidiana dos indivíduos, nem
servir de desculpa para justificar seu agir mediante motivos puramente externos. A justa medida
requerida pela ética não é extraída por intermédio de fórmula alguma; ela é medida
qualitativamente, por isso requer mediania. (Cenci, 2002:88).
De acordo com Marilena Chauí (1998), o que foi apresentado por Cenci (2002) corresponde ao
principal pilar da diferenciação entre Moral e Ética, pois para ela toda moral é normativa enquanto
designada a ditar aos sujeitos os padrões de conduta individual e ou social, assim como os valores e
costumes das sociedades das quais participam. Já a ética não é necessariamente normativa. A
professora ainda sistematiza a subdivisão de ética em normativa e não normativa. Normativa seria a
ética de deveres e obrigações e não normativa a ética que tem como objeto de estudo as ações e
paixões humanas embasadas no ideal da felicidade de acordo com o critério da relação razão -
vontade - liberdade.
De qualquer forma, não se pode pensar filosoficamente a Ética se não relacionada ao agente ético.
Neste sentido, seria responsabilidade da Ética a definição da figura do agente ético e de suas
atitudes. De acordo com este paradigma, o agente ético corresponde ao sujeito consciente que sabe
o que são suas ações, sendo livre para escolher o que faz e responsável pelas consequências de seus
atos (Chauí, 1998).
Para Souto & Souto (1981), o sujeito, desde que em perfeito estado de juízo, já possui a ideia do
que é certo ou errado em suas atitudes. Nas sociedades em geral existem os códigos de conduta
estabelecendo o que deve ser considerado como certo ao agir. Dessa forma, existe a ideia de como
fazer.
O jurista João Baptista Herkenhoff (1987:83) enuncia o seu entendimento acerca de Ética ditando:
"o mundo ético é o mundo do "dever ser (mundo dos juízos de valor) em contraposição ao mundo
do "ser" (mundo dos juízos de realidade). Já a moral, segundo Herkenhoff (1987: 85), "é a parte
subjetiva da ética" que ordena o comportamento humano para consigo mesmo, além de englobar os
costumes, obrigações, maneiras e procedência do homem em convívio com os demais. A moral é
compreendida na forma de uma conduta voluntária isenta de pressões externas ao indivíduo.
Assim, a moral pode ser entendida como a listagem de normas de ação específica, estando então
implícita em códigos, normatizações e leis que regulamentam a ação do ser humano em meio social.
Por ocasião da exposição de definições da palavra moral, é importante ressaltar que alguns a
igualam à Ética, mas na realidade contemporânea, por certo que ambas são aplicadas
diferentemente.
Segundo Vázquez (1984), a moral deriva da necessidade comum aos indivíduos de se relacionarem
buscando o bem para a coletividade, podendo ser definida também como um conjunto de normas e
regras que tem a finalidade reguladora das interações entre os indivíduos dividindo o mesmo espaço
em um mesmo tempo. A moral, dessa forma, consiste em um dado histórico mutável e dinâmico que
evolui conforme as transformações políticas, econômicas e sociais, tendo em vista que a existência
de princípios morais estáticos seria impossível.
Segundo Nicola Abbagnano (1970: 652), em seu Dicionário de Filosofia, moral é um substantivo
configurado de diferentes formas, tais como: 1 - O mesmo que Ética; 2 - O objeto da Ética que
consiste na conduta direcionada por normas.
Para Søren Aabye Kierkegaard (1813-1855), citado por Lima (2007), a moral é existente em uma
vida que levou a sério o cristianismo, do poeta cristão, do indivíduo diante de Deus.
Existe a definição que circula em torno do entrelaçamento entre Ética e Moral, no sentido de que
existiria um método científico para se estudar a Moral, baseado em uma teoria que propicia a
descrição das normas e valores comportamentais. "A Ética é uma ciência da moral, pois questiona
ao buscar por que e em quais condições determinada ação é considerada boa ou má, até que ponto
ajuda a construir a identidade de uma nação, grupo ou pessoa". (Ribeiro, 2000: 137).
Mesmo diante de tantos percalços controversos, a distinção entre ética e moral é necessária, pois,
verifica-se, que sem a moral, a ética se tornaria em inutilidade no sentido de consistir em abstrata
reflexão de experiência.
Em resumo, a diferenciação entre Moral e Ética pode acontecer de várias maneiras: Ética é
princípio, moral são aspectos particulares de determinado tipo de conduta; Ética é permanente,
moral é temporária; a Ética possui a propriedade da universalidade enquanto que a moral é restrita à
dada cultura; Ética é regra, moral é prática de tal regra; Ética é teoria, moral é prática desta teoria.
Definindo, verifica-se que Direito é uma palavra oriunda do latim directum, derivada do verbo
dirigere, que tem o significado de ordenar. Conclui-se, etimologicamente falando, que o vocábulo
Direito significa "aquilo que é reto" "que está coerente com a justiça e equidade". Portanto, pode-se
dizer que Direito é a disciplina da qual se originam as normas a serem observadas pelo homem e
englobam direitos e deveres, dos quais ninguém se isenta. Conforme Pinho (1995), o Direito pode
ser entendido como "aquilo que é" ou "que deve ser". Assim, o Direito surgiu em resposta à
necessidade de se estabelecer regras gerais para o convívio do homem em sociedade. O Direito é
considerado antes de tudo, uma instituição ética que trabalha no sentido de aplicar as leis, os
princípios morais, tais como: igualdade, justiça, liberdade, dentre outros, na solução de
controvérsias.
Diante da escorreita explicitação de tais conceitos, é possível observar a Ética em interface com o
Direito, se acatada a definição de conduta amparada na aplicação de regras morais no meio de
convívio social, ou seja, a caracterização do homem enquanto ser relacional. É essa face normativa
da Ética que a relaciona intimamente com o Direito. Nesse sentido, a contínua discussão da Ética
dentro do Direito encontra respaldo no fato de ser uma área das Ciências Humanas que busca a
consolidação e manutenção da justiça e da moralidade social.
Faz-se apropriada, aqui, a definição de Cenci (2002: 90) para Ética, que "nasce amparada no ideal
grego da justa medida, do equilíbrio das ações". Ângelo Cenci ainda esclarece que "a justa medida é
a busca do agenciamento do agir humano de tal forma que o mesmo seja bom para todos". Para
tanto, indaga-se: e não é esse o fundamento para o exercício cotidiano dos profissionais do Direito?
Resta evidente, embora alguns até discordem, que os valores éticos e morais devem ser o
fundamento da construção do profissional do Direito, no sentido da aplicação dos princípios morais
enumerados pela Ética geral aplicada ao campo profissional, possibilitando a prática da ética
profissional. A pessoa tem que estar imbuída de certos princípios ou valores próprios do ser humano
para vivenciá-lo nas suas atividades de trabalho. De um lado, ela exige a deontologia, isto é, o
estudo dos deveres específicos que orientam o agir humano no seu campo profissional; de outro
lado, exige a diciologia, isto é, o estudo dos direitos que a pessoa tem ao exercer suas atividades
(Camargo, 1999: 33).
O Direito, se analisado sob o ponto de vista cultural, abarca o sentido de ser uma realidade referente
a valores, possuindo como missão intrínseca a progressiva busca pela segurança jurídica que
consiste em bem social e da justiça. Tais objetivos são comuns à Ética, contudo, não se pode atribuir
à norma ética o valor imperativo da norma jurídica. São definidas como normas éticas: (...) as
normas que disciplinam o comportamento do homem, quer o íntimo e subjetivo, quer o exterior e
social. Prescrevem deveres para a realização de valores. Não implicam apenas em juízos de valor,
mas impõem a escolha de uma diretriz considerada obrigatória, numa determinada coletividade.
Caracterizam-se pela possibilidade de serem violadas. (Herkenhoff, 1987: 87).
Acresce-se ainda, a validade da norma jurídica que só é verificável quando esta resguarda os
princípios éticos. Pode-se tomar como exemplo da prerrogativa de retorno aos valores morais e da
vinculação entre Ética e Direito, o Constitucionalismo. A ideologia de democracia materializa-se
com a indelével proteção dos direitos e garantias fundamentais do cidadão, por intermédio da
Constituição que rege o país.
O saudoso jurisconsulto Miguel Reale em seu livro "Lições Preliminares de Direito" já defendia que
"(...) as normas éticas não envolvem apenas um juízo de valor sobre os comportamentos humanos,
mas culminam na escolha de uma diretriz considerada obrigatória numa coletividade" (Reale,
2002:33). Nesta perspectiva, a ética pode ser entendida como uma tomada de decisão, uma escolha
embasada em um conjunto de valores organizadores de uma determinada sociedade. De acordo com
Reale (2002: 35), "toda norma ética expressa um juízo de valor, ao qual se liga uma sanção (...)".
A ética, neste sentido, corresponde a uma obrigação e seu cumprimento tem como pressuposto a
ideia do que é justo diante da sociedade, que pode ser aceita ou não de acordo com o juízo de valor
de cada um.
Miguel Reale (2002: 42) afirma que "a teoria do mínimo ético consiste em dizer que o Direito
representa apenas o mínimo de Moral declarado obrigatório para que a sociedade possa sobreviver",
relacionando Direito e Moral, ambos inseridos em um complexo ético, pois o viver de forma ética
corresponde ao ato de acrescer uma regra moral de uma norma jurídica em uma situação qualquer.
Ao contrário do que acontece na realidade, onde se constata que na prática jurídica ocorre
comumente a conduta antiética, principalmente entre aqueles que exercem papel de maior poder,
sendo verificada a falta de respeito e de profissionalismo de alguns profissionais com relação
àqueles que somente necessitam e buscam soluções para as lides, a observância dos preceitos éticos
no exercício do Direito se faz necessária por ser uma questão que merece atenção de todos os
envolvidos no assunto, dada a sua relevância ímpar. Uma vez que o Direito vive a constante
transformação de acordo com o desenvolvimento sócio-cultural, também a ética se adéqua ao
Direito sem perder o conteúdo de seus princípios.
Ressalta-se ainda, a relevância da ética no exercício da profissão do Direito, tendo em vista a
natureza da atividade jurídica relacionada aos principais valores éticos, quais sejam, a justiça e
moralidade.
Referente à conduta ética do profissional do Direito - especificamente o advogado, tem-se que: O
serviço profissional é bem de consumo e, para ser consumido, há de ser divulgado mediante
publicidade. Em relação à advocacia, é necessária uma postura prudencial. Não se procura
advogado como se busca um bem de consumo num supermercado. A contratação do causídico está
sempre vinculada à ameaça ou efetiva lesão de um bem da vida do constituinte (Nalini, 2006: 247).
Ainda esse mesmo autor, vem a nos esclarecer sobre a responsabilidade do profissional do Direito
no que tange à probidade: "(...) quem escolhe a profissão de advogado deve ser probo. (...) Quem
procura um advogado está quase sempre em situação de angústia e desespero. Precisa nutrir ao
menos a convicção de estar a tratar com alguém acima de qualquer suspeita" (Nalini, 2006: 252.).
Sobre a Ética e o profissional exercendo o Direito, pode-se salientar ainda que, não existe o
exercício de defesa da justiça e equidade sem a aplicação de normas éticas a embasar o
ordenamento jurídico. Nesse sentido, comenta com muita propriedade Ruy de Azevedo Sodré
(1967:32), "a ética profissional do advogado consiste, portanto, na persistente aspiração de amoldar
sua conduta, sua vida, aos princípios básicos dos valores culturais de sua missão e seus fins, em
todas as esferas de suas atividades".
Por fim, temos que a Ética é o estudo geral do que é certo ou errado, bom ou mal, justo ou injusto,
apropriado ou inapropriado. Assim, é possível a conclusão do objetivo da Ética na fundamentação
de regras estabelecidas pela Moral e pelo Direito, porém, ressaltando, que ela se diferencia de
ambos, na medida em que não dita regras. (Glock & Goldim, 2003).
Conclusão
De acordo com o apresentado, é possível afirmar que é de grande valia a recuperação do sentido da
ética, enquanto instrumento indispensável da vida social, pois é dos fatos concretos instalados na
sociedade que se originam os costumes e o próprio Direito.
Pode-se concluir que a ética norteia a maneira de se comportar do homem, incluindo tanto nas
esferas públicas e sociais, com nas íntimas e subjetivas. A ética não está limitada somente ao
conjunto de juízos de valor, mas se sobressai imponente como código de disciplina aprendido
obrigatoriamente pela sociedade.
O conjunto de deveres morais é a diretriz da conduta do sujeito na vida e na profissão que exerce,
sendo que tal conjunto contribui para a conscientização profissional que deve ser composta de
práticas que resultem em integridade, dignidade e probidade, de forma coerente para com o
ordenamento jurídico vigente.
Em síntese, o sujeito deve ansiar pela ética profissional em seu desempenho cotidiano, ressaltando a
validade de sua adoção como código principal de vida, pois, tanto ética quanto a moral devem ser
resguardadas, propiciando crescimento profissional. Além disso, é de crucial importância que o
profissional do Direito, como agente transformador da sociedade, oriente o ser humano no sentido
de uma vida digna amparada por princípios éticos.
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Antes de tudo, o que é Ética?

Ética vem do grego “ethos” e significa caráter e conduta. Está relacionada à consciência individual.

A Ética busca, assim, distinguir o bem do mal, de forma a orientar ações humanas sempre para o
lado positivo, sendo que todas as atitudes pessoais se refletirão na coletividade

A ética no Direito

Quando se fala em Ética Jurídica, entende-se que é um conjunto de regras de conduta que regulam a
profissão. O objetivo é garantir a boa prática da atividade e a preservação da imagem do advogado.

A obrigação de ser ético no Direito

A Ética desempenha um papel fundamental no exercício do Direito. Afinal de contas, durante a sua
trajetória, o advogado vai se deparar com várias situações que, muito mais do que a capacidade
técnica, exigirão dele formação moral capaz de orientá-lo a ser o mais justo possível.
O art. 33 do Código de Ética e Disciplina enfatiza, inclusive, que o advogado tem a obrigação de ser
ético.

Entre os seus deveres (parágrafo único do art. 2º do mesmo Código), estão a preservação da honra,
nobreza, dignidade da profissão em sua conduta, velando sempre tanto por sua reputação pessoal
quanto profissional.

A ética para o estudante de Direito

A disciplina de Ética deve ser obrigatória em todos os períodos do curso de Direito. Assim, ano
após ano o estudante vai acumular os princípios que nortearão o seu desempenho profissional.

Vale lembrar que a base formadora de ideias que moldam a conduta começa no universo acadêmico.
Um aluno que depreda a Universidade, não respeita professores ou prefere o bar às aulas
dificilmente será um bom advogado.

A ética para o advogado formado

Já o advogado formado tem um grande compromisso com a sociedade, prestando-se a defender o


indivíduo de forma isenta, levando em consideração a Justiça e a verdade.

Do mesmo jeito que a Advocacia é essencial para a Justiça no País, a Ética é fundamental para a
promoção do advogado na sociedade.

Conclusão

A Ética é uma das principais armas que o advogado tem para guiar sua carreira profissional e
pessoal.

O sucesso de um profissional não pode ser medido apenas pelos casos conquistados ou êxito
financeiro, mas também na sua relação com a moral e a civilidade.
Muito mais do que respeitar o Código de Ética somente pelo medo de ser punido, o advogado deve
se conscientizar do seu papel de ajudar na sociedade em que vive.

Resumo:

Objetiva ressaltar a importância da Ética para a formação do profissional de Direito, desde a sua
entrada na universidade até a sua inserção no mercado de trabalho, tratando especificamente do
advogado, do promotor e do juiz, e definindo, para tanto, o que é Ética e Ética jurídica para um
operador dessa área.

1. Introdução

Diante da situação reinante no mundo atual, verifica-se que há um desvirtuamento da conduta


humana, refletido na violência, no egoísmo e na indiferença pelo outro, assentando-se na perda de
valores morais, o que torna imprescindível a abordagem da Ética. Sendo assim, para uma
convivência harmônica do indivíduo em sociedade, é preciso que haja uma reformulação dos
conceitos norteadores do comportamento humano. Através da Ética, o homem usa sua consciência
para apoiar e direcionar suas ações, almejando o fortalecimento de uma sociedade mais justa.

A razão de nossa reflexão, fundamentada na Ética e no papel que a mesma desempenha na área
jurídica, faz-se necessária para ressaltar a sua importância no exercício das atividades dos
operadores jurídicos, buscando, assim, o alcance de uma sociedade mais democrática; afinal, para
que haja democracia, o cidadão tem de possuir consciência, o que garante acesso mais amplo aos
seus direitos, e, não excluindo os seus deveres. Haja vista que um profissional bem orientado tornar-
se-á não apenas competente, mas, sobretudo, ético. Sendo, dessa forma, oportuno convocar os
protagonistas da área jurídica – estudantes de Direito, advogados, promotores, magistrados – para
refletirem sobre os seus atos profissionais.

2. Conceito de Ética
A palavra “Ética” vem do grego ethos, que significa, etimologicamente, caráter, conduta, estando
mais ligada à consciência individual, não esquecendo que todas as atitudes pessoais se refletirão na
coletividade. Assim sendo, ela busca distinguir o bem do mal, orientando sempre as ações humanas
para o lado positivo.

O professor e advogado, Marcus Cláudio Acquaviva, se manifesta em seu livro, intitulado Ética
jurídica, a respeito do conceito de ética:

Resumindo: a) A Ética observa o comportamento humano e aponta seus erros e desvios; b) formula
os princípios básicos a que deve subordinar-se a conduta do homem; c) a par de valores genéricos e
estáveis, a Ética é ajustável a cada época e circunstância. (ACQUAVIVA, 2002, p. 27).

2.1 Ética jurídica

O estudo da Ética é de extrema relevância para o exercício profissional, visto que ocorre, no
cotidiano, a deparação com infindáveis situações, as quais exigirão um mínimo de formação moral
capaz de orientar no sentido do justo.

Em Direito, quando se fala em Ética jurídica, o que se entende por isso é ética profissional, ou seja,
para os operadores do Direito, a ética é um conjunto de regras de conduta que regulam a atividade
jurisdicional, visando a boa prática da função, bem como a preservação da imagem do próprio
profissional e de sua categoria. É, dessa forma, um tipo específico de avaliação ou orientação da
prática jurídica que se encontra paralelo à orientação determinada pelas normas processuais e pelas
normas objetivas de Direito, e para a qual também se pode conceber uma certa forma jurídica de
codificação - códigos de ética, e também uma certa forma de sanção - tribunais de ética. A Ética
jurídica é, portanto, formulada a partir da prática profissional do Direito.

3. Deontologia

Deontologia é a disciplina de Filosofia do Direito que versa sobre deveres, direitos e prerrogativas
dos operadores técnicos do Direito, bem como de seus fundamentos éticos. Esse termo deriva do
grego deontos (dever) e logos (tratado). É expressão criada pelo filósofo inglês Jeremy Bentham
(citado por Acquaviva, 2002, p. 27), que, em sua obra Deonthologie or Science of Morality, a
designa como a ciência dos deveres do homem em geral, cidadão ou profissional.

Deve ser uma disciplina tratada nos primeiros períodos do Curso de Direito para que sejam
incutidas nos estudantes as idéias as quais nortearão seu futuro profissional, como também nos
cursos e de reciclagem de todas as carreiras jurídicas, já que, enquanto disciplina conhecedora da
ética profissional, deve tratar dos deveres morais de quem lhe diz respeito.

4. Operadores jurídicos

4.1 O Estudante de Direito

É no meio acadêmico que se formam e se fortalecem os ideais de honestidade e de melhor conduta,


os quais servirão de base aos futuros operadores técnicos da ciência jurídica.

É fundamental ao estudante de Direito, para se transformar num profissional competente e ético,


saber utilizar adequadamente as instalações da universidade, respeitar os professores e os colegas,
espelhar-se nos melhores exemplos de conduta profissional e empenhar-se para enriquecer seus
conhecimentos jurídicos, preocupando-se sempre em discernir o que é moralmente certo do que é
eticamente reprovável.

São, portanto, alicerces essenciais para a construção de uma carreira promissora, tomando-se como
base uma formação técnica e moral das mais sólidas.

4.2 O Advogado

A Constituição Federal Brasileira, em seu artigo 133, institui que “o advogado é indispensável à
administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão,
nos limites da lei”.

É patente que a profissão de advogado representa um múnus social, isto é, esse profissional do
Direito tem um elevado grau de compromisso para com a sociedade, como prestar assistência
jurídica gratuita, defender os indivíduos sem levar em conta sua opinião isolada sobre o caso e,
acima de tudo, agir com bases argumentativas fundadas na verdade.

Os deveres do advogado estão estabelecidos no Código de Ética e Disciplina, dado por um ato
administrativo do Conselho Federal da OAB [1], norteado por princípios formadores da consciência
profissional do advogado e que representam imperativos de sua conduta, a seguir: lutar sem receio
pelo primado da justiça; pugnar pelo cumprimento da Constituição e pelo respeito à lei; ser fiel à
verdade para poder servir à Justiça como um de seus elementos essenciais; proceder com lealdade e
boa fé em suas relações profissionais; empenhar-se na defesa das causas confiadas ao seu
patrocínio; comportar-se com independência e altivez, defendendo com o mesmo denodo humildes
e poderosos; aprimorar-se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciência jurídica; exercer a
advocacia com senso profissional, jamais permitindo que o anseio de ganho material sobreleve à
finalidade social do seu trabalho; agir, em suma, com a dignidade das pessoas de bem e com a
correção dos profissionais que honram e engrandecem a sua classe, resultando, portanto, numa
maneira íntegra de agir.

Desse modo, a Ética é uma das maiores armas do advogado, pois o protege e guia no caminho da
dignidade profissional, ficando cristalizado o sentimento ético como algo indissociável do exercício
do Direito, a ponto deste não ser entendido apenas como o simples dever de respeitar o Código, mas
sim como uma imposição da consciência e do novo padrão inteligível e evolutivo da sociedade, que
faz da advocacia uma das mais respeitadas profissões.

4.3 O Promotor

O promotor “é o mais independente dentre os operadores jurídicos” (NALINI, 1999, p. 247). Isso se
dá porque ele tem o poder de iniciativa, ou seja, de impulsionar a Justiça, estando sob sua
responsabilidade aperfeiçoar a prestação jurisdicional, transformar a sociedade e realizar a sua
pacificação.

A Constituição Federal, no artigo 127, atribui “a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis” aos agentes do Ministério Público, apresentando-
se como atitudes eticamente reprováveis, condenáveis aos promotores: a adoção de posturas
indiscretas, deixando-se seduzir pelos holofotes da mídia e a utilização, de forma abusiva, do poder
que dispõe.

Portanto, a função essencial do Ministério Público está relacionada à preservação dos valores
fundamentais do Estado enquanto comunidade, sendo responsável pela dedução em juízo da
pretensão punitiva desse Estado, postulando, desse modo, a repressão ao crime. Estando, assim, o
seu compromisso ético relacionado à proteção dos órgãos e negócios públicos, não esquecendo das
liberdades individuais dos cidadãos vinculados à figura do Estado.

4.4 O Magistrado

Compete ao juiz respeitar a lei, interpretando-a de forma imparcial e honesta, analisando sempre
todas as partes que compõem um conflito de interesses, o que garante, assim, o princípio do
contraditório. Devendo também o mesmo possuir um alto grau de dever e um evidente senso de
justiça.

Tem como função primordial a manutenção da harmonia social, já que assume o papel do Estado na
resolução dos conflitos. O juiz tem a obrigação de respeitar a lei genérica, podendo adequá-la ao
caso concreto pelo princípio da equidade, não se esquivando do princípio maior, que é o da justiça.

O magistrado jamais poderá abster-se de julgar um caso, alegando lacuna ou obscuridade da lei,
sendo permitido a ele recorrer, nesses casos, à analogia, aos costumes e aos princípios gerais do
Direito [2].

Um dos compromissos éticos conferidos ao magistrado é não se deixar corromper pelo poder que
lhe é conferido, prezando constantemente pela humildade e deixando de lado todas as suas volições,
para que isso não interfira na sua atividade julgadora.

Preceitua o artigo 35 da Lei Orgânica de Magistratura Nacional [3] que cabe ao juiz “cumprir e
fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, os dispositivos legais e os atos de ofício”.
Podendo-se, então, dizer que somente com estabilidade, equilíbrio psicológico e resguardo ético,
terá o magistrado condições de exercer bem suas funções judicantes.

5. Considerações finais

Diante do exposto, constata-se que a Ética e o Direito caminham, ou pelo menos, devem caminhar,
juntos, sempre na tentativa de encontrar a harmonia e a pacificação sociais, sendo necessário para
essa persecução a contribuição de cada indivíduo que se insere na sociedade.
É desse modo que os profissionais do Direito, agindo segundo preceitos éticos e pautando a sua
vida pessoal de forma coerente com a sua vida profissional, participará ativamente da construção de
uma sociedade mais democrática. Haja vista que os operadores do Direito, enquanto estiverem
desprovidos do devido cuidado ético, estarão relegando a sua profissão, gerando conflitos e
causando prejuízos à categoria em que estão inseridos, devendo, portanto, sofrerem sanções
disciplinares.

Sendo válido ressaltar que, para cumprir o seu papel com dignidade, honestidade e presteza, um
jurisconsulto põe em prática seu saber aliado, e isso é o mais importante, a preceitos éticos,
deixando evidente o seu compromisso com a justiça social.

6. Referências

ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. Notas Introdutórias à Ética Jurídica. São Paulo: Desafio Cultural,
2002.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de


outubro de 1988. Organização do texto: Cláudio Brandão de Oliveira. 10. ed. Rio de Janeiro:
DP&A, 2002. 352 p.

CARVALHO, Daltro Oliveira de. Ética do Advogado. 66 f. Matéria para Trabalho Acadêmico –
Faculdade de Direito de Franca, Laboratório de Pesquisas Jurídicas, Franca: SP.

MENESES, Geraldo Magela e Silva. Suprema Importância da Ética para os Profissionais do


Direito. Revista Jurídica Consulex. São Paulo, ano VII, n. 147, p. 54-56, fev. 2003.

NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

RIBEIRO, Wanderley. Ética, Justiça e Direito: trinômio para uma sociedade mais democrática. O
Neófito. Bahia, 07 ago 2000. Disponível em: <http://www.oneofito.com.br> Acesso em: 10 jul
2003.
VALLS, Álvaro L. M. O que é Ética? 9. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1996.

[1] Lei n 8.906/94, art. 54, inciso V.

[2] Código de Processo Civil Brasileiro, art. 126.

[3] Lei Complementar n 35/79, recepcionada pela atual Constituição segundo jurisprudência do
STF, RMS 21950.

Sumário: 1. Introdução; 2. Sobre Ética e Moral; 3. Sobre Direito e Política Jurídica; 4.


Considerações Finais; 5. Bibliografia.

Resumo: O presente artigo tem por escopo relacionar os conceitos de Ética e Direito, destacando os
objetivos de ambas as disciplinas. Procura-se, em conseqüência, indicar os pontos de intersecção
entre a Deontologia e a Política Jurídica, vendo-se nesta a disciplina capaz de apontar os rumos para
a realização da idéia de valor na construção do direito que deve ser.

Palavras-chave: Ética – Direito – Política Jurídica


1. Introdução

As tentativas de conceituar categorias das chamadas ciências sociais ou culturais têm sido bastante
tormentosas ao longo da história da Filosofia. Não obstante, sempre se procurou, com maior ou
menor grau de frustração quanto aos resultados, enfrentar o grande desafio que nos traz a
necessidade de separar da objetividade dos significados a serem construídos, o sentido emocional
que impregnam os significantes utilizados.

Tratando-se de Ética e Direito, palavras que polarizam enorme carga emocional por parte do
estudioso, essas dificuldades se mostram bem evidentes. A emotividade que lançamos sobre essas
categorias, que já se incorporaram ao nosso patrimônio espiritual, forma uma capa que dificulta o
acesso ao mínimo de racionalidade e de objetividade que nos permita fugir de proposições
meramente emotivas, para adentrarmos epistemologicamente na análise dos conteúdos.

Fazemos esta observação introdutória para exteriorizar nossa preocupação com as imperfeições que
devam brotar das tentativas realizadas, com o propósito de demonstrar a possibilidade de tratamento
objetivo na delimitação de territórios comuns da Ética e do Direito.

Se aceitarmos que, na justificação do direito vigente, deve-se considerar a tábua de valores aceita
pela sociedade em referência, então a Ética, enquanto princípio dominante na formação da
consciência jurídica, estará presente no julgamento axiológico de toda norma jurídica de caráter
atributivo. Só essa diretriz deontológica permitirá a existência de uma política jurídica para a
construção do direito que deve ser e como deva ser.
2. Sobre Ética e Moral

A palavra Ética é empregada nos meios acadêmicos com três acepções.

Numa faz-se referência a teorias que têm como objeto de estudo o comportamento moral, ou seja,
como entende Adolfo Sanchez Vazquez; "... a teoria que pretende explicar a natureza, fundamentos
e condições da moral, relacionando-a com necessidades sociais dos homens." [1] Teríamos, assim,
nessa acepção, o entendimento de que o fenômeno moral pode ser estudado racional e
cientificamente por uma disciplina que se propõe a descrever as normas morais ou mesmo, com o
auxílio de outras ciências, ser capaz de explicar valorações comportamentais.

Um segundo emprego dessa palavra é considerá-la uma categoria filosófica e mesmo parte da
Filosofia, da qual se constituiria em núcleo especulativo e reflexivo sobre a complexa
fenomenologia da moral na convivência humana. A Ética, como parte da Filosofia, teria por objeto
refletir sobre os fundamentos da moral na busca de explicação dos fatos morais.

Henrique Cláudio de Lima Vaz, em sua obra Ética e Direito, discorrendo longamente sobre essa
concepção puramente especulativa dos domínios da Ética, nas várias escolas filosóficas, entende
que, embora muitas teorias contemporâneas ponham em dúvida a possibilidade de uma Ética
filosófica, "... parece difícil admitir que uma teoria do ethos no sentido filosófico da sua justificação
ou fundamentação racional possa desaparecer do horizonte cultural da nossa civilização, a menos
que desapareça a própria filosofia e a civilização venha a mudar de alma e de destino." [2]

Numa terceira acepção, a Ética já não é entendida como objeto descritível de uma Ciência, nem
tampouco como fenômeno especulativo. Trata-se agora da conduta esperada pela aplicação de
regras morais no comportamento social, o que se pode resumir como qualificação do
comportamento do homem enquanto ser em situação. É esse caráter normativo de Ética que a
colocará em íntima conexão com o Direito.

Nesta visão, os valores morais dariam o balizamento do agir e a Ética seria assim a moral em
realização, pelo reconhecimento do outro como ser de direito, especialmente de dignidade. Como se
vê, a compreensão do fenômeno Ética não mais surgiria metodologicamente dos resultados de uma
descrição ou de uma reflexão, mas sim, objetivamente, de um agir, de um comportamento
conseqüencial, capaz de tornar possível e correta a convivência, dando-lhe inclusive o aporte
estético – a correlação do bom com o belo – conceito que nos vem da filosofia clássica. [3]

Esta terceira possibilidade do uso da palavra Ética guarda conexão com enunciado proposto por
Max Weber como ética social ou de responsabilidade, [4] é o agir consciente daquele que sabe das
conseqüências de suas escolhas atitudinais, especialmente quando as normas éticas estão formando
o núcleo axiológico da atributividade jurídica.

No dizer de Cláudio Souto e Solange Souto,

Todo indivíduo normal tem uma idéia, certa ou errada, daquilo que deve ser feito. Em toda
sociedade encontramos uma área de conduta que se situa na categoria do que deve ser. E para o
cumprimento das várias condutas pertencentes a esta categoria, existe um conhecimento, ou seja
uma idéia de como se deve fazer. [5]

Significa então dizer que, sob este aspecto, se a ética de convicção pode servir de critério para a
pessoa emitir juízos e julgar os conflitos de seus próprios valores, será a ética social o critério para
julgar o procedimento de cada um nas relações interpessoais. Como salientamos em outro texto, não
é demais insistir que a Ética, a Política e o Direito embora sejam categorias diferentes, são todas
interagentes da conduta humana: "Cabe à Ética decidir qual seja a resposta sobre o que é
moralmente correto; ao Direito sobre que seja racionalmente justo e à Política, sobre o que seja
socialmente útil." [6] Seriam estes três caminhos, aqueles que apontariam uma forma racional de
buscar o bem, o bom e o belo na vida social.
3. Sobre Direito e Política Jurídica

No universo das interações sociais, o Direito é uma ordenação de relações interpessoais e, em razão
disso, mister se faz compromisso de suas normas com princípios éticos. Funciona, pois o Direito
como regulação de conflitos de interesses e de vontades, permitindo com isso a convivência entre
pessoas e mesmo a sobrevivência do grupo.

Não será, por certo, tão só na lógica do positivismo jurídico, nem apenas no uso da força coatora do
Estado que se buscará a harmonia nos conflitos sociais. " O império do Direito – avisa Dworkin –
"é definido pela atitude, não pelo território, o poder ou o processo." [7] E essa atitude, segundo este
pensador, será essencialmente construtiva: "(...) sua finalidade, no espírito interpretativo, é colocar o
princípio acima da prática para mostrar o melhor caminho para um futuro melhor (...)". [8] Preciso
será que um conteúdo humanista esteja pulsando no interior das normas jurídicas, que as
fundamente e lhes garanta conseqüências positivas na sua aplicação e com isso a aceitabilidade e a
obediência espontânea para que tenham eficácia social.

Gustav Radbruch ressaltou, objetivamente, essa necessidade de vincular preceitos éticos às normas
jurídicas, ao conceituar o Direito como "a realidade que tem o sentido de se achar ao serviço da
idéia de justiça." [9]

Mas qual é essa realidade que deve servir à justiça, poder-se-á perguntar. E a resposta vamos buscar
no próprio Radbruch quando ele nos diz que " (...) as realidades que se acham penetradas por este
sentido especial de servirem certas idéias têm a natureza psicológica de valoração." O mesmo
Autor, após explicar-nos que, no seu entender, o território dos fatos relacionados à idéia do Direito
seja o preceito jurídico, conclui que "a essência da justiça reside na tendência para conformar as
relações dos homens entre si, no sentido da igualdade." [10]

No mesmo curso de idéias, nos diz Perelman, que "as leis e os regulamentos politicamente justos
são os que não são arbitrários porque correspondem às crenças, às aspirações e aos valores da
comunidade política." [11]

Sabe-se que o domínio normativo da Ética nem sempre coincide com o domínio normativo do
Direito. Este é mais complexo, inclui normas pragmáticas e de organização que, em princípio,
seriam neutras do ponto de vista axiológico. Mas seja qual for a finalidade do preceito jurídico, sua
validade material estará vinculada à realização do interesse geral e portanto do bem comum, sentido
que lhe empresta o valor utilidade.
Os rumos atuais do Direito, em nossa civilização ocidental, parecem indicar não só uma superação
do positivismo jurídico, que pretende emprestar à norma uma validade somente pelo fato de sua
obediência a questões técnico-formais, mas também do jusnaturalismo, cujos fundamentos
metafísicos têm servido de entrave ao entendimento do fenômeno jurídico como um dado cultural,
ou seja, como um dado da experiência.

É a lição de Perelman:

O crescente papel atribuído ao juiz na elaboração de um direito concreto e eficaz torna cada vez
mais ultrapassada a oposição entre o direito positivo e o direito natural, apresentando-se o direito
efetivo como o resultado de uma síntese em que se mesclam, de modo variável, elementos
emanantes da vontade do legislador, da construção dos juristas e considerações pragmáticas de
natureza social e política, moral e econômica. [12]

Essa constatação de que o Direito é fenômeno cultural, construído historicamente pela experiência
na vida social e nas práticas comunitárias, com a influência de variadas manifestações ideológicas,
deve explicar a formação histórica dos princípios gerais de direito e, em grau especialíssimo,
daqueles que garantem o elenco dos direitos humanos no constitucionalismo contemporâneo.

Devemos finalmente reconhecer que esse comprometimento do Direito com os princípios éticos
pressupõe uma visão utópica, se considerarmos a utopia como inconformidade com o que é e a
busca do que deve ser, mais precisamente daquela política-jurídica utópica de que nos fala
Dworkin: "Dessa forma, a política jurídica utópica continua sendo direito, seus filósofos oferecem
extensos programas que podem, caso seduzam a imaginação dos juristas, tornar seu progresso mais
deliberado e reflexivo." " (...) Nesse sentido, cada um de seus sonhos já é latente no direito
contemporâneo; cada sonho pode ser o direito do futuro." [13]

Nas possibilidades de uma Política Jurídica impulsionada pela utopia humanista da esperança e
assim preocupada com critérios objetivos de justiça [14] e de utilidade social, poder-se-ão encontrar
algumas indicações para a solução dos dilemas da experiência jurídica, que põem em correlação a
ética, a política e o direito, pois, como pensa Miguel Reale,

É na Política do Direito que se analisam as conveniências axiológicas, em função das quais o


poder é levado a optar, por exemplo, por um determinado projeto, eliminando da esfera da
normatividade jurídica todas as outras soluções propostas. [15]

4. Considerações Finais
Pode-se dizer, em conclusão, que o Direito, entendido como fenômeno cultural, ou seja, como
realidade referida a valores, tem por compromisso permanente a busca da segurança jurídica, da
utilidade social (bem comum) e da justiça. Embora os dois últimos objetivos sejam comuns à Ética,
evidentemente não podemos confundir o conceito de norma jurídica com o de norma ética, pois
que, embora ambas tenham as características básicas da bilateralidade, só a norma jurídica é
imperativo-atributiva e exigível. Disso sabemos todos. Mas é preciso ressaltar que só podemos
atribuir a uma norma jurídica validade plena, se, além dos aspectos formais de que trata com rigor a
dogmática jurídica, houver aquela conveniência axiológica de que nos fala Reale. E tal validade
material da norma jurídica só poderá ser observada se esta guardar correspondência com os
princípios que prescrevem comprometimentos éticos.

A ética do profissional do Direito

Franco Mautone Júnior*

Perde-se na noite dos tempos a preocupação humana sobre os problemas comportamentais que
sempre nos afligiram: o egoísmo, o desrespeito, a insensibilidade, a violência, a mentira, a traição, a
improbidade e a indiferença pela sorte do semelhante. Malgrado alguns filósofos renascentistas
tentassem criar uma sociedade perfeita (utópica) onde todos vivessem na mais perfeita harmonia
(como, verbi gratia, A Utopia, de Thomas Morus; A Cidade do Sol, de Tomaso Campanella; Nova
Atlântida, de Francis Bacon; Micrômegas, de Voltaire), concordamos com o jurista e filósofo José
Renato Nalini, assim como com o escritor José Saramago, que o progresso da humanidade depende
do progresso moral1. Eis o alicerce social.

A ética pode ser conceituada como a "ciência do comportamento moral dos homens em
sociedade"2. Extrai-se, pois, que a moral é objeto da ciência ética, embora a etimologia das duas
palavras seja muito próxima (mores = hábitos – latim; ta êthé = costumes – grego).

É muito comum – e necessário – que o Direito, entendido como o conjunto de normas gerais
(princípios) e positivas (regras) que regulam a vida social - abrace valores morais e os normatize
para alcançar a manutenção e desenvolvimento sociais, bem como a pacificação com justiça. Em
que pese constituírem normas de comportamento, a moral é mais ampla ou difusa, é destituída de
coerção (sanção) e abrange os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com
seu semelhante. O Direito, por sua vez, tem campo mais restrito, é constituído de sanção como
forma de coerção à observância da norma e abrange os deveres do homem para com seu
semelhante3. É célebre, assim, a comparação de Bentham ao utilizar dois círculos concêntricos para
representar o Direito e a moral, dos quais a circunferência da moral se mostra mais ampla4.
Assim, no Direito Constitucional, encontramos a dignidade da pessoa humana como princípio da
República Federativa do Brasil (art. 1º, III, CF - clique aqui); a construção de uma sociedade justa,
livre e solidária como objetivo da República Federativa do Brasil (art. 3º, I, CF), a indenização
(melhor seria compensação) pelo dano moral sofrido (art. 5º, V, CF); no Direito Administrativo, a
moralidade como princípio informador (art. 37, caput, CF), sem embargo da Lei de Improbidade
Administrativa. Quanto ao Processo Civil e Penal, há o princípio da lealdade processual. No Direito
Civil, por sua vez, os bons costumes e a boa-fé servem como forma de interpretação do negócio
jurídico (art. 113, CC - clique aqui), e a boa-fé e a probidade, como princípios contratuais (art. 422,
CC).

Mas, de nada adiantaria a previsão de inúmeras regras carregadas de inegável substrato moral se
não fossem observadas pela sociedade e, principalmente, pelos operadores do Direito. Desta forma,
o princípio maior que deve conduzir a atuação do profissional é o da ação segundo ciência e
consciência5. Com efeito, toda pessoa humana é dotada em sua alma de uma bússola natural que a
predispõe a discernir o que é certo e o que é errado, o que é justo e o que é injusto, o que é moral e o
que é imoral6. Obviamente que isso está ligado intimamente à criação, à educação e ao
desenvolvimento de cada indivíduo, uma vez que não existe um padrão humano7.

Para José Renato Nalini8, de "pouco vale o conhecimento técnico, sem o compromisso ético. Quais
os valores que o profissional deve ter em conta? 'A retitude da consciência é mil vezes mais
importante que o tesouro dos conhecimentos. Primeiro é ser bom; logo ser firme, depois ser
prudente; e, por último, a ilustração e a perícia'. (...). Não se concebe consciência ética que se não
devote ao permanente estudo. Ele é processo fundamental na consecução do crescimento humano, a
caminho da perfectibidade. Já o conhecimento técnico ou científico desacompanhado de vontade
moral é vão conhecimento. A cultura divorciada da moral pouco ou nada poderá fazer para tornar
mais digno o gênero humano".

A primeira conclusão que se extrai é que somente com o aperfeiçoamento ético do profissional do
Direito é que alcançaremos o desenvolvimento social escorreito, a garantia da dignidade da pessoa
humana e a construção de uma sociedade justa, livre e solidária.

Por outro lado, diminuir os efeitos dos inevitáveis condicionamentos comportamentais do passado
também contribuirá para o exercício límpido e justo da profissão jurídica, pois todos possuem as
suas prenoções que os guiarão para determinado caminho.

Nessa mesma linha, a formação equivocada, errônea, desviada das lições éticas trará resultados
indesejáveis à sociedade. Ora, temos que partir do pressuposto de que a profissão jurídica é uma das
poucas mencionadas na CF (art. 92 usque 135), o que sinaliza claramente o seu valor perante a
sociedade. Não é demais reconhecer, assim, a esperança que a sociedade deposita nos operadores do
Direito, os quais, em última análise, aplicarão o que se entende por certo e/ou por justo e decidirão
o destino de vidas e de patrimônios em caráter definitivo, pelo que deverão observar a frieza da
técnica jurídica iluminada com o fogo da moral em todos os momentos da deliberação, resolução e
ato acompanhado das suas conseqüências. São, pois, elementos indissociáveis e necessários para a
manutenção e desenvolvimento de qualquer sociedade sob a ótica do bem.

Por fim, vale à pena mencionar um dos Mandamentos do Advogado de Eduardo J. Couture, o qual
acredito que deve ser aplicado para todos os operadores do Direito: "teu dever é lutar pelo Direito,
mas, toda vez que o Direito se encontrar em conflito com a Justiça, lute pela Justiça".

_________________

1 NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 11.

2 NALINI, José Renato. Op. cit. p. 26.

3 MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. Parte Geral. Vol. 1. São Paulo:
Saraiva, 1998, p. 3. Todavia, não podemos olvidar da coerção social de Émile Durkheim: é “a força
que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformarem-se às regras da sociedade em
que vivem, independentemente de suas vontades e escolhas”. (COSTA, Maria Cristina Castilho.
Sociologia – Introdução à Ciência da Sociedade. São Paulo: Moderna, 1995, p. 51).

4 No entanto, para Cunha Gonçalves (Tratado de Direito Civil. São Paulo: Max Limonad, 1955, v.
1. t.I, p. 30): “o direito não está incluído na moral; nem se dá a inversa”. (...) “... os direitos imorais
têm existido, existem e existirão sempre, mas a imoralidade não lhes tolhe o caráter de direitos”.

5 NALINI, José Renato. Op. cit. p. 194. O festejado autor ainda traz outros princípios gerais da
Deontologia Forense: princípio da conduta ilibada, princípio da dignidade e do decoro profissional,
princípio da incompatibilidade, princípio da correção profissional, princípio do coleguismo,
princípio da diligência, princípio do desinteresse, princípio da confiança, princípio da fidelidade,
princípio da independência profissional, princípio da reserva, princípio da lealdade e da reserva,
princípio da discricionariedade, princípio da informação, da solidariedade, da cidadania, da
residência, da localização, da efetividade e da continuidade. A partir deste elenco, vale à pena trazer
à colação os ensinamentos de Celso Antonio Bandeira de Mello: (Curso de Direito Administrativo.
São Paulo: Malheiros, 1994, p. 451): Violar um princípio é muito mais grave do que transgredir
uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento
obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou
inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque representa ingerência
contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu
arcabouço lógico e corrosão da sua estrutura mestra”.

6 NALINI, José Renato. Op. cit. p. 30-31.

7 No entanto, somos livres. Assim, como afirma Merleau-Ponty: “Não há determinismo ou escolha
absoluta: jamais sou coisa, jamais sou consciência nua”. No mesmo sentido é a lição de Sartre: “O
importante não é o que fazem do homem, mas o que ele faz do que fizeram dele”. (Apud
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTIS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à
Filosofia. São Paulo: Moderna, 1994, p. 297 e 304, respectivamente)

8 Op. cit. p. 70.

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