Medidas de Morbidade

Apontamentos de aula
 Medidas de ocorrência de doenças,
agravos
• Conhecer:
– O que afeta a população e em que medida
– O que compromete o pleno desempenho das
potencialidades humanas
– O que produz doença
• Como as doenças e agravos de interesse em saúde
coletiva se distribuem segundo condições de vida
– desigualdades sociais? necessidade de
intervenção?
(Mota & Kerr, 2012)
A doença como evento (ausência de
saúde): estudo das características e
do impacto sobre a situação de saúde
da população
Identificar grupos de maior risco
Indicar possíveis causas
Controle das enfermidades
Avaliação das ações
(Mota & Kerr, 2012)
 Indicador

Designa qualquer medida contada ou

calculada, qualquer observação classificável
capaz de revelar uma situação não aparente por
si só (Pereira, 1995).
 MAIOR UTILIDADE DAS
FREQUÊNCIAS RELATIVAS
Número absoluto

Resultado da contagem simples de eventos ou

indivíduos

Resultado de cálculos matemáticos (Ex. anos

potenciais de vida perdido)
 Valores absolutos
Utilidade restrita (eventos localizados no tempo e espaço)
não permitindo comparação espacial ou temporal.

Usados por planejadores e administradores:

estimativas de leitos hospitalares, previsão de medicamentos.
 BASE DO INDICADOR
Proporção de doentes,
=
local, período

50
= (100) = 0,0412541 = 4,12541 % ≅
1.212

base do
indicador ≅ 4,12 %
INDICADORES

Gerais

Específicos
 INDICADOR GERAL
Exemplo
Coeficiente geral de mortalidade, =
local, período

No total de óbitos, local,

período base do
=
No total de expostos, local,
( indicador )
período
INDICADOR ESPECÍFICO
Exemplo
Coeficiente de mortalidade por =
tuberculose pulmonar, local, período

No de óbitos por TP,

local, período base do
=
No total de expostos, local,
( indicador )
período
INDICADOR ESPECÍFICO
Outro exemplo
Coeficiente de mortalidade por =
tuberculose pulmonar em homens,
local, período

No de óbitos por TP em
homens, local, período base do
=
No de homens expostos,
( indicador )
local, período
 QUANTOS EXPOSTOS ?
2009

Janeiro 1o de julho Dezembro

Denominadores:
no de residentes estimado para a metade do
período considerado, naquele local
INDICADORES DE SAÚDE PÚBLICA

de morbidade

de mortalidade

de gravidade

de duração

de natalidade

de condições ambientais

de atividades de saúde
 Proporção

É um tipo de razão na qual os incluídos no numerador

têm que estar incluídos no denominador. Em geral é
expressa como percentagem ou outra potência de
base 10. (Hennekens & Buring, 1987).
 Coeficiente
Medida do tipo proporção que avalia o
risco (probabilidade) de ocorrência do evento
representado no numerador.
 INDICADORES
DE
MORBIDADE

Proporção entre número de casos de uma doença e a população

 Indicadores de morbidade

Número de casos de uma doença

x 10n
População

10n = 10, 100, 1000, 10.000, 100.000, 1.000.000

INDICADORES DE MORBIDADE

Coeficientes de prevalência

Coeficientes de incidência
 Prevalência
Prevalecer, persistir, continuar, acumular.

Prevalência – São os casos existentes de uma doença

(novos e antigos).

Número de casos existentes num período

Prevalência = x 10n
Número de pessoas na população
Momentânea, instantânea
Doenças de longa
ou no ponto.
duração - crônicas.

E as doenças de curta
duração, agudas?
Descreve a força
com que as doenças A prevalência é proporcional
subsistem nas à duração da doença.
coletividades (volume)
Processos terapêuticos que aumentam
a sobrevida sem curar a doença,
aumentam a prevalência.
Não mede risco;
mede proporção. Processos terapêuticos que diminuem a
duração da doença diminuem a prevalência.
 Incidência

coeficiente de incidência cumulativa

coeficiente de incidência

densidade de incidência

coeficiente de ataque

coeficiente de ataque secundário
 Incidência – número de casos novos de uma doença,
ou aqueles que iniciaram num determinado período.

Número absoluto!

Número relativo!

Número de casos novos num período

Coeficiente de incidência = x 10n
População da área exposta ao risco
 População exposta ao risco
Acidente de motocicleta: maiores de 18 anos portadores
de carteira de habilitação.

Tétano neonatal: nascidos vivos.

O coeficiente de incidência mede o risco de doença (agravo).

São úteis nos estudos da etiologia de doenças.

Alta incidência significa alto risco pessoal ou comunitário.

A incidência mede a velocidade com que casos novos são agregados.

 Vamos supor que em uma determinada área foram diagnosticados:

3 casos de febre tifóide em janeiro,

5 em fevereiro e
2 em cada um dos meses restantes daquele ano.

Portanto, a incidência de febre tifóide terá sido de:

3 casos de febre tifóide em janeiro, 5 em fevereiro e
2 em cada um dos meses restantes.

A incidência no ano foi de 28 casos.

Admitindo que a população da área, naquele ano, fosse de 100 mil habitantes:

28
Coeficiente de incidência de FT = = 28 por 100.000 habitantes
100.000
 Coeficiente de
incidência cumulativa
Coeficiente de incidência cumulativa da =
tuberculose pulmonar, local, período

No de casos novos de TP, local,

período base do
= ( indicador )
No de residentes sadios no
início do período, naquele
local
 Coeficiente de incidência
Coeficiente de incidência da =
tuberculose pulmonar, local, período

No de casos novos de TP, local,

período base do
= ( indicador )
No de residentes estimados
para a metade do período,
naquele local
 Densidade de incidência
Densidade de incidência da TP, local, =
período

No de casos novos de TP, local,

período base do
= ( indicador )
No de pessoas-período de
observação, local
 Pessoas-ano
Para uma determinada área, admitimos que toda a população
permaneceu exposta ao risco durante todo o tempo.

Às vezes, precisamos calcular medidas epidemiológicas para

uma população específica (escola, indústria) em um determinado
período.

Em tais situações, a maneira mais correta de calcular coeficientes

é levar em conta os tempos de exposição individuais:

Pessoas-ano = número de indivíduos X tempos de exposição.

 Pessoas-ano
Nº operários na indústria A - 1000
Nº operários que trabalharam o ano todo - 50
Nº operários que trabalharam 6 meses - 450
Nº operários que trabalharam 3 meses - 500
Nº de casos de intoxicação aguda no ano - 20

Total de pessoas-ano - (50x1)+(450x0,5)+(500x0,25)=(50)+(225)+(125)=400

Número de casos novos (iniciados) no período
Taxa de incidência = x 10n
Número de pessoas-ano

20
Taxa de incidência = x 100 = 5 casos por 100 pessoas-ano
400
 Coeficiente de ataque
Coeficiente de ataque de gastroenterite, =
local específico, período curto

No de casos novos de GE, local

específico, período curto base do
= ( indicador )
No de indivíduos expostos
naquele local e período
específicos
 Coeficiente de
ataque secundário
Coeficiente de ataque secundário de =
difteria, local específico, período curto

No de casos novos de difteria

após contato com caso-índice,
local específico, período curto base do
= ( indicador )
No de indivíduos que
tiveram contato com o
caso-índice naquele local e
período específicos
Eventos que influenciam a prevalência em
uma comunidade aberta.
 Em epidemiologia, a duração de uma doença é o intervalo
médio de tempo que vai desde o momento do seu diagnóstico
até a depuração por cura, óbito ou emigração do acometido.

Então, P é aproximadamente = I x D
Quando I e D são constantes no tempo, então P = I x D

Assim,
para diminuir a prevalência,
pode-se atuar no dois fatores:

evitar o aparecimento de novos casos

(prevenção primária)
e
encurtar a duração da doença
(prevenção secundária)
 Fontes de informação para os
indicadores de morbidade

notificação obrigatória de doenças

registros de unidades de saúde

registros de médicos particulares

registros de serviços médicos de indústrias

registros especiais de doenças

registros de óbitos

inquéritos de morbidade

registros de seguro social ou privado

inclusão de perguntas no censo
 Fonte de dados sobre população
Censo e amostra

Bases de dados:

DEMO - Censo demográfico;

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios

Variáveis demográficas importantes:

Idade, sexo, procedência
 Sistemas de informação
SIA-SUS - Sistema de Informações
Ambulatoriais do SUS, 1991;

SIH-SUS - Sistema de Informações Hospitalares

do SUS, 1983;

SINAN - Sistema de Informação de Agravos de

Notificação, 1990.