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O NOIVADO E O CASAMENTO NA COMUNIDADE JUDAICA DO SÉCULO I

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de
se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.” (Mateus 1.18)

“A cultura da comunidade judaica do século I esclarece a relação entre José e Maria. As mulheres se
casavam ainda adolescentes, numa idade em que a atual sociedade ocidental categorizava como menina. Este
procedimento garantiria que as mulheres casassem no começo dos seus melhores anos para gerar filhos. Elas se
casavam com homens mais velhos, que já estavam estabelecidos em seus negócios e podiam prover as
necessidades básicas da esposa. Devemos lembrar que a expectativa de vida era menor, que o romance era um
assunto periférico e que a sobrevivência e o bem-estar da família eram interesses primários. As mulheres eram
raramente vistas em público e somente com véu, o que tornava impossível o reconhecimento de seus traços
faciais. Só na procissão de casamento era considerado adequado que uma mulher aparecesse em público sem o
véu. O judeu raramente – talvez nunca – falava com uma mulher em público.

A proposta de casamento era feita entre o pretendente e o pai da noiva em perspectiva. A menina menor
de doze anos e meio podia ser noiva de qualquer homem sem o consentimento dela. Depois desse tempo a
menina podia ter algum grau de influência na união proposta. O noivado ocorria um ano antes da finalização do
matrimônio e era o processo por meio do qual a futura esposa era transferida da autoridade do pai para o marido.
Era frequente a troca de dotes, com o pai recebendo pagamento e, às vezes, vice-versa. Na época do noivado a
mulher era considerada esposa legal do marido ainda que a união não tivesse sido consumada; o marido poderia
se divorciar dela por comportamento impróprio, como aparecer em público sem véu, conversa excessiva com
homens ou infidelidade (Jeremias, 1975, pp. 359-376).

Maria estava na adolescência quando ficou noiva de José, que talvez estivesse na casa dos trinta anos
ou mais e era carpinteiro estabelecido (veja Mt 12.46; 13.55, onde José está ausente e presumivelmente morto;
veja também Mc 3.31; 6.3; Jo 2.1-12; 19.25-27; At 1.14, embora Jo 6.42 talvez indique que José viveu o bastante
para ver o ministério público de Jesus). É provável que o comércio de José envolvesse mais do que está implícito
no significado atual de carpinteiro ou empreiteiro. Talvez ele fosse viúvo quando casou com Maria, já que a
tradição da igreja não identificou que os “irmãos” e “irmãs” de Jesus são filhos de Maria; eles poderiam ter sido
meios-irmãos e meias-irmãs de Jesus (os filhos de José de uma união anterior). Além disso, as palavras “irmão”
e “irmã” também podem aludir a primos ou outros parentes. A ausência de irmão germano explicaria o motivo
de Jesus entregar sua mãe ao discípulo amado e não a algum de seus parentes (Jo 19.26,27). O Evangelho de
Mateus se concentra na perspectiva de José em relação às narrativas pertinentes à infância de Jesus, ao passo
que Lucas enfatiza o papel de Maria (Lc 2.51).” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Mateus – Atos. Vol. 1. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.)

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