NOTÍCIA HISTÓRICA:
CONCEITOS:
1
a) a atividade realizada, em regra, pelas partes, com o fim de demonstrar a
veracidade de suas alegações (ex.: reconhecimento pessoal de “X” pela
testemunha, observando o disposto no art. 226 do CPP);
b) os meios ou instrumentos utilizados para a demonstração da verdade de uma
afirmação ou existência de um fato (ex.: o réu apresenta atestado médico –
documento – comprovando que no dia Y, horário Z, foi submetida a exames);
c) o resultado final da atividade probatória, ou seja, a certeza ou convicção que
surge no espírito de seu destinatário.
FINALIDADE DA PROVA:
2
comprovada, não havendo os efeitos da revelia, no sentido de serem tido como
verdadeiros os fatos alegados na inicial pela simples falta de contestação.
3
- Princípio da identidade física do juiz, previsto no artigo 399, §2º, CPP, que diz
que o juiz que presidiu a instrução deverá proferir sentença. Devendo ser
aplicado subsidiariamente o artigo 132, do CPC.
- aplica o sistema da persuasão racional na apreciação da prova pelo juiz.
- Princípio do contraditório: até a década de 1970 limitava a garantia de
participação das partes no processo, com o direito à informação oportuna,
igualando as partes. É o estabelecimento do critério de igualdade ou da par
conditio (paridade de armas), no sentido de que a participação garantida se
fizesse em simétrica paridade.
- Princípio da ampla defesa: Com a ampla defesa, a participação do acusado se
agiganta, pois passa a ser exigida não só a garantia da participação, mas também
a efetiva participação. A ampla defesa abrange a defesa técnica por defensor
devidamente constante dos quadros da OAB para todos os atos do processo,
como também a autodefesa, manifestada principalmente no interrogatório.
Admite-se até a possibilidade de prova obtida de forma ilícita, desde que
favorável ao acusado, equiparando-se à legítima defesa.
- Necessidade de produção de provas em juízo, pois não pode fundamentar
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação criminal.
Exemplo: as testemunhas terão de ser inquiridas novamente e costumam dizer
que não falaram na delegacia o que consta do interrogatório. Podem praticar
crime de denunciação caluniosa e de falso testemunho.
- Restrições da lei civil quanto ao estado das pessoas. Ex: deve ser juntado o
documento que comprova o estado da pessoa para comprovar a menoridade
relativa do réu, mas entendo que sua falta não poderá impedir o benefício da
circunstância atenuante. Para condenar, por exemplo, em corrupção de menores,
é essencial a juntada de documento que comprova a idade.
A Súmula 74 do STJ menciona que: Para efeitos penais, o reconhecimento da
menoridade do réu requer prova por documento hábil.
4
Álibi: al = outro, ibi = lugar. Provar que estava em outro lugar, outra situação,
não tendo a possibilidade de praticar o crime. É quase impossível fazer prova
negativa, portanto, faz-se uma prova positiva que exclui a acusação pelos
confrontos fáticos e temporais.
Quanto ao inciso II, quando se falar em dirimir dúvidas, não quer dizer
que ao Juiz lhe é lícito fazer prova. Se, por exemplo, não ficou provada a autoria
e materialidade, deve absolver. Entretanto, pode por exemplo, pedir a explicação
de um perito.
5
qual o nome do cachorro, totalmente desvinculado da prova que se necessita
fazer.
- Fatos incontroversos são aqueles alegados por uma parte e não contraditado
pela outra parte, mas eles devem ser comprovados no processo penal, diferente
do que ocorre no juízo civil.
ART. 157
PROVAS ILÍCITAS: São aquelas cuja obtenção viola princípios constitucionais
ou preceitos legais de natureza material, como por exemplo, confissão obtida
por tortura, busca sem expedição de mandado. Nos termos do artigo 5º, LVI, da
CF, são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meio ilícito.
A prova ilícita será sempre inadmissível no processo, sendo que admite a prova
obtida por meios ilícitos para benefício do réu, como exemplo as gravações
ambientais.
O §1º consagrou o princípio da teoria dos frutos da árvore envenenada (Fruit of
the poisonous tree doctrine – conjunto de regras jurisprudenciais nascidas na
Suprema Corte Norte americana). Prova ilícita por derivação. Há duas exceções:
- inexistência de nexo causal entre a prova ilícita e a prova acoimada de derivada
da primeira (ex.: o réu alega que confessou mediante tortura, sendo que percebe
que quando houve a confissão, já havia sido expedido mandado para apreensão
de um determinado bem).
- prova separada, podendo ser obtida de fonte independente: parece que foi
derivada, mas não foi, por exemplo, quando o réu é torturado para confessar,
mas para o deferimento do mandado de busca e apreensão, foram obtidas
informações anteriores à tortura, não tendo qualquer ligação.
6
DO EXAME DE CORPO DE DELITO E DAS PERÍCIAS EM GERAL:
ART. 158:
Transeunte é o crime que não deixa vestígio.
Não transeunte é o crime que deixa vestígio.
Corpo de delito é o conjunto de vestígios materiais deixados pela infração penal,
a materialidade do crime, aquilo que se vê, apalpa, sente, em suma, pode ser
examinado através dos sentidos.
Prova pericial é uma prova técnica, na medida em que pretende certificar a
existência de fatos cuja certeza, segundo a lei, somente seria admissível a partir
de conhecimentos específicos.
Vestígio é o rastro, pista ou o indício deixado por algo ou alguém. Trata de
prova imposta pela lei (prova tarifada), podendo ocorrer a nulidade do feito.
Exame de corpo de delito é a verificação da prova da existência do crime, feita
por peritos, diretamente, ou por intermédio de evidências quando já
desapareceram os vestígios. O corpo de delito é a materialidade do crime.
O exame de corpo de delito por ser direto ou indireto, conforme existam ou não
os vestígios.
O artigo 525, do CPP diz que somente pode ser recebida a denúncia se já houver
o exame de corpo de delito. Alguns entendem que este exame já deverá vir antes
do recebimento da denúncia, mas outros entendem que tal prova pode ser feita
após o recebimento da peça inaugural.
A confissão do acusado, por si só, não é levada a efeito, deve ser a mesma
corroborada com o conjunto probatório.
ART. 159
O exame de corpo de delito é realizado por perito oficial, portador de diploma
de curso superior. Geralmente o perito é do quadro de carreira.
Com a nova legislação, o exame pode ser realizado por somente um perito
oficial, salvo quando a perícia exigir conhecimento técnico em mais de uma
área. A lei 11343/2006 já mencionada que o exame de constatação pode ser feito
por um só perito oficial.
Art. 50, § 1º, lei 11343: “Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante
e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação
da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste,
por pessoa idônea”. Há posicionamento de que o laudo definitivo pode ser feito
por somente um perito.
§1º. Na falta de perito oficial, deverá a perícia ser feita por duas pessoas idôneas,
as quais deverão prestar compromisso.
§2º. O perito oficial não presta compromisso porque já o fez quando tomou
posse no seu cargo.
§3º. Possibilidade de quesitação pelas partes, assistente de acusação e, quanto ao
ofendido, formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. Neste caso,
7
prevalece o entendimento que o ofendido deve estar representado por advogado,
no caso, o assistente de acusação.
§4º. O juiz que admitirá o assistente técnico e este atuará após a conclusão dos
trabalhos do perito oficial (não peritos oficiais). Não poderá o juiz recusar
injustificamente.
§5º. I – respostas complementares e possibilidade de oitiva do perito. No
entanto, o juiz somente deverá escutar o perito, se sua oitiva for realmente
necessária.
ART. 160:
Laudo pericial é a conclusão que os peritos chegaram e é dividido em:
Preâmbulo, Descrição, Conclusão e Encerramento.
ART. 161:
Quanto mais próximo do crime, melhores os vestígios.
ART. 162:
Trata de intenção de perceberam os sinais tanatológicos, bem como evitar
situações de morte aparente.
Exame necroscópico ou necropsia, tanatopsia ou autópsia consiste no exame
exterior realizado em um cadáver para posteriormente realizar um exame
interno.
ART. 163/166
Tratam de cadáver. O antônimo de Exumação é Inumação.
ART. 168: Nos crimes de lesões corporais, deve proceder a novo exame quando
o primeiro for incompleto (situação do caput). No entanto, deverá ser feito novo
exame após os imediatos 30 dias para fins de classificara o delito. O exame
complementar pode ser suprido por testemunhas, neste caso, também somente
quando impossível a realização do exame.