▪ Art. 12, § 3º, III e art. 14, § 3º, II, ambos do CDC ▪ Art. 927, § único do CC/02
▪ Arts. 932 e 933 CC/02 ▪ Art. 1521 do CC/16 ▪ Art. 927, § único do CC/02
▪ Arts. 932 e 933 CC/02 ▪ Art. 1521 do CC/16 ▪ Artigos 929 e 930 do CC/02
▪ Art. 187 e 1228, § 2º do NCC ▪ Arts. 936 a 938 do CC/02 ▪ Art. 932 do CC/02
▪ Art. 116 do ECA (c/c art. 112 do ECA) ▪ Art. 5º, § único do CC/202
TEMA:
Responsabildiade Civil
PROFESSOR:
BRUNO ZAMPIER
ii) Solidarismo Constitucional: Pensando na vítima e nos seus interesses lesados nos
faz construir uma sociedade verdadeiramente solidária.
iii) Reparação integral: Dentro da ideia antiga do restitutio in integrum teríamos como
grande princípio da responsabildiade civil o principio da reparação integral. A ideia é tanto quanto
possível dentro de um ideal de fazer justiça devemos pensar na vítima retornando a
situação que ela vivenciava antes da lesão.
Todos os danos experimentados pela vítima serão suportados pelo autor da lesão.
▪ Função da responsabilidade civil moderna: reparar o dano, o prejuízo mais evitar que o
dano se consume.
Aqui temos uam ideia de ilícito mais restrita porque quando uma das partes no contrato
não cumpre o que fora convencionado teremos a figura do inadimplemento.
Hoje noa estamos tão preocupados com a estrutura da responsabildiade civil mas sim
com a função que esse ramo deve cumprir. Esse é um dos fundamentos para que parte da
doutrina afirme que essa dicotomia não é mais necessária, não tem mais porque falar nessa
dicotomia.
Hoje o próprio CDC traz a figura do consumidor por equiparação, exemplo: a vítima de
um acidente de consumo prevista no art. 17 da lei 8078. Exemplo mais atual do buy standard.
Hoje a responsabilidade civil prevista no CDC pode ser tanto contratual quanto
extracontratual.
Para definirmos o prazo de prescrição para reparação civil, para o STJ, devemos
fazer a divisão em responsabilidade contratual e extracontratual.
Já se for contratual o STJ entende que não há prazo especial de prescrição, logo
aplicaremos o prazo geral previsto no art. 205 do CC de 10 anos.
Responsabilidade civil dos pais pelos atos praticados pelos filhos menores.
No CC/16 o art. 1521 preconizava que os pais só seriam responsáveis pelos atos
praticados pelos seus filhos menores se a vítima provasse que os pais custodiaram mal, vigiaram
mal e portanto assim aquele menor praticou aquele ato. Ou seja, cabia a vítima provar a
omissão culposa dos pais. Temos aqui uma responsabilidade subjetiva por culpa provada.
O CC/02 nos artigos 932 e 933 preconiza que não discute-se mais culpa. Se houve
ato praticado por menor que veio a causar danos a terceitos caberá aos pais responder por esse
terceiro. Os pais serão sim responsabilizados perante esse terceiro independentemente de prova
da sua culpa. Ou seja, atualmente as responsabilidade dos pais praticados pelos seus filhos
menores é uma responsabilidade objetiva.
2ª Corrente: A regra hoje para essa corrente é a responsabilidade ser objetiva. Essa
corrente prevê isso porque na jurisprudência do STJ a maior parte das hipóteses é de
responsabilização objetiva. A exceção são os raros casos de responsabilização subjetiva.
O art. 927, § único do CC/02 trouxe uma abertura dentro do sistema de responsabiliade
civil. Há uma clausula geral de responsabilização objetiva nessa norma.
ATO ILÍCITO
A norma jurídica é a aquela norma que esabelecerá um certo comportamento, uma certa
conduta que as pessoas deverão adotar. O descumprimento da norma jurírida irá gerar a
aplicação de uma sanção coercitiva por parte do Estado, ou seja, ao adotar uma conduta contrária
ao que está previsto na norma esta conduta contrária a norma é chamada de conduta contrária ao
direito, ou seja, antijurídica.
Em relação ao direito civil temos que o ato ilícito é o ato em que se atua contratiamente a
norma e além disso temos a produção de um dano a terceiro.
Ato ilícito: Para o Direito Civil seria aquela conduta, aquele comportamento que
transgeredindo a norma pré-estabelecida acarreta um resultado danoso para alguém.
Delito Civil: é aquela conduta contrária a norma que causa um dano a alguém.
Observação i: Se não houver dano não há que se falar em ilícito civil. Não há ato ilícito.
Ou seja, o direito civil ao contrario do direito penal/administrativo exige a produção concreta de
um dano.
O ilícito civil requer um dano para a sua configuração.
Observação ii: Assim como no Direito Penal o Direito Civil também possui as duas
Excludentes da ilicitude. O art. 188 do CC/02 irá trabalhar com essas causas.
No que tange a legítima defesa podemos aplicar todos os requisitos do Direito Pena no
que tange ao tema no Direito Civil:
Em relação ao tema ver informativo 371 do STJ: levar uma notícia crime a autoridade
pública constitui exercício regular de um direito não podendo o noticiante ser condenado
civilmente a pagar uma indenização aos denunciados ainda que estes ao final sejam absolvidos.
Outro caso muito ventilado sobre ERD no âmbito do STJ está ligado a liberdade de
imprensa: hoje o direito a informação é reputado com direito fundamental mais especificamente
de 4ª dimensão. A liberdade de expressão, via de regra, deve ser preservada. As condutas que
restringem a liberdade de expressão são excepcionais. Logo o jornalista possui o direito de
noticiar fatos, de informar.
ESTADO DE NECESSIDADE:
Exemplo: Condutor do veículo dirigindo o carro e uma bola atravessa na frente do carro.
Ao ver a criança desvia o carro e bate no carro estacionado. A pergunta é: A conduta é ilícita ou
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à
indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para
haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
O art. 930 prevê a possibilidade de regressão. Se o perigo ocorrer por culpa de terceiro
contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao
lesado.
Ver Informativo nº 513 do STJ: assentou-se que a indenização prevista no art. 929 do
CC/02 deve ser proporcional, ou seja, quem atuou e estado de necessidade não pode ser
condenado com a mesma forca que alguém que praticou genuinamente um ato iícito. A
indenização neste caso deve ser proporcional de menor expressão do que seria uma
indenização daquele que verdadeiramente pratica um ato ilícito.
Direito Subjetivo: faculdade de agir de acordo com a vontade do seu titular com intuito de
satisfazer seu interesse próprio.
A figura do abuso do direito traz uma analise do exercício desse direito subjetivo houve
respeito aos limites estabelecidos pela ordem jurídica ao agir na busca da satisfação da vontade
do seu interesse.
Abuso do direito ocorre quando um direito subjetivo vier a ser exercido extrapolando-se
os limites estabalecidos pela ordem jurídica.
A ordem jurídica brasileira no art. 187 do CC/02 trazendo um critério objetivo finalístico
estabeleceu de forma fluida (abstrata) como uma verdadeira clausula geral que um direito
subjetivo deve respeitar limites estabelecidos por uma função ecnomica, social, pelo princípio da
boa fé objetiva e também uma carga de moralidade do direito que são os bons costumes.
O legislador passou a responsabilidade para o julgador. Será o juiz que irá dizer
casuisticamente se o exercício de um direito foi dentro dos limites estabelecidos ou não.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Existe abuso do direito de demandar hoje. O STJ falou que o advogado que executa
honorários tem que colocar no polo passivo quem foi o réu na ação principal.
O abuso do direito pode gerar a sancao clássica que é a indenizacao, mas pode gerar
outros tipos de sanção. Este caráter do abuso do direito deve ficar cristalino.
O enunciado 539 do CJF possui uma primoroza redação, preconizando que o abuso
do direito é um acategoria jurídica autônomoa da responsabilidade civil. Ou seja, existe
responsabilidade civil sem dano, principalmente se pensarmos na função precaucional ou
inibitória. (hipóteses do art. 187 do CC/02).
O melhor exemplo esta quando nos debruçamos na figura da boa fé objetiva. Exemplo:
informativo 480 do STJ o adimplemento substancial ou inadimplemento mínimo. Até mesmo o
direito subjetivo de cobrança deve ser exercido dentro de determinados limites.
1º elemento: Conduta
Conduta significa comportamento e esta conduta deve ser proveniente de uma conduta
humana. Isto significa que mesmo nas hipóteses em que teremos responsabildiade civil por fato
da coisa ou por fato do animal nós teremos a presença de uma conduta humana, no mínimo uma
conduta humana de caráter omissivo. Ver arts. 936 a 938 do CC/02
Observação: as hipóteses dos arts. 936 ao 938 do CC/02 são hipóteses que se qualificam
como responsabilização objetiva.
Voluntária é a conduta que se caracteriza por ser controlável pela vontade. Não quer dizer
que na prática ela tenha sido efetivamente controlada. A contrario sensu se a conduta não for
voluntária o indivíduo não será responsabilizado.
▪ Responsabildiade Civil por fato de terceiro ou indireta: Resumidas no art. 932 do CC/02
Estas hipóteses é mais uma hipótese de responsabilização objetiva.
Ver art. 934 do CC/02 (cuidado, este direito de regresso não será aplicado nos casos
dos incisos I e II do art. 932 do CC/02)
O incapaz pode vir a ter responsabilidade civil diretamente pela sua conduta? O CC no
art. 928 trouxe a responsabilidade civil do incapaz.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de
fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o
incapaz ou as pessoas que dele dependem.
- A indenização fixada deve ser fixada pelo juiz contra o menor de forma equitativaão
fixada deve ser fixada pelo juiz contra o menor de forma equitativa.
- A indenização fixada pelo juiz não poderia privar o incapaz ou que dele necessitam do
indispensável a sua subsistência.
Observações:
▪ Essa responsabilidade do art. 928 não fez qualquer distinção entre o absoluta e
relativamente incapaz, ou seja, a lei trouxe incapacidade como um gênero.
Na emancipação voluntaria sãos os pais por escritura pública que emancipam o menor
ao praticar esse ato jurídico o pai se exime do art. 932 CC/02? A jurisprudência do STJ entende
que se os pais emanciparem voluntariamente o filho eles não se eximirão da
responsabilidade pelos atos praticados pelos seus filhos – Ler o REsp. 122.573 do STJ.
▪ A doutrina entende que independentemente do pai que tenha a guarda do menor ambos
os pais titurales do poder familiar serão responsabilizados pelos atos praticados pelo filho menor.
Ressalva: O STJ falou que se no caso concreto ficar provado que aquele menor só teve
aquela conduta danosa em virtude de um comportamento exclusivo de um dos pais somente este
pai é quem será responsabilizado.
Conduta Comissiva:
Conduta comissiva é aquela que envolve um agir por parte do autor do dano.
Conduta Omissiva:
A responsabilidade por atos omissivos se fará presente quando um sujeito deixar de agir
conforme determinado por uma norma jurídica.
Sem dever de agir prévio não há que se falar em responsabilidade por ato omissivo.
O dever de agir pode ser estabelecido pela lei, como no caso do policial e do bombeiro.
No ano de 2012 o STJ entendeu que o pai que abandona completamente o seu filho
enseja uma responsabilidade civil pelo abandono afetivo. Nítida responsabilidade de caráter
omissivo.
O dever de agir pode estar previsto em um contrato. Exemplo: contrato de um guia para
uma expedição na montanha e no meio do caminho ele abandona na montanha os seus
contratantes.
Outro exemplo jurisprudência em vogal é quando o indivíduo adere a uma rede social é
obvio que adere-se a um contrato virtual tornando-se um verdadeiro consumidor. Ao celebrar esse
contrato a rede social tem a obrigação de, por exemplo, retirar conteúdos ofensivos. Se isso não
ocorrer o provedor pode ser responsável pela omissão, por não ter retirado do ar as mensagens
de conteúdo ofensivo.
Ver STJ:
▪ REsp. 618.533.
2º elemento: Culpa
A culpa no Direito Civil é uma culpa lato sensu, ou seja, encolverá tanto o dolo quanto a
culpa em sentido estrito.
Dolo no Direito Civil é o dolo que enseja a responsabilidade civil. Ele será a violação
intencional de um dever jurídico com a intenção deliberada de se causar prejuízo a outrem, ou
seja, alguém adota aquele comportamente visando causar um dano a outrem.
Culpa stricto sensu: não há intensao de causar prejuízo a outrem. A violação do dever
jurídico não é intencional neste caso, ela ocorre em virtude da inobservância de um dever objetivo
de cuidado.
O agente quer adotar aquela conduta mas ele não quer a ocorrência daquele resultado
danoso. Esta inobservância deriva da falta do dever objetivo de cuidado.
A imperícia ocorre quando o individuo estuver exercendo uma atividade ou serviço para o
qual ele era em princípio qualificado mas ele deixa de observas regras de comportamento obtidas
a partir da qualificação que ele fez. Exemplo clássico: erro médico.
Na prática é comum que uma mesma conduta posssa ser classificada como mais de uma
modalidade de culpa stricto sensu.
Mas, a classificação no que tange ao grau de culpa (culpa grave ou culpa leve) já foi
importante para os civilistas, especialmente quando não falávamos na responsabilidade objetiva.
Essa classificação era usada para o juiz mensurar o valor da indenização. Isso atualmente não é
relevante para o direito civil, pois o art. 944 do diploma civilista preconiza que a indenização deve
ser medida não pelo grau de culpa mas sim pelas extensão do dano.
▪ Art. 944, § único do CC/02: quando fica rprovado no caso concreto que o grau de culpa
foi ínfimo e o dano causado foi muito extenso, ou seja, desproporção manifesta entre o grau de
culpa e a desproporção do dano.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de
sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Na responsabilidae objetiva podemos ter condutas culposas sim, o que não precisa provar
e a culpa.
A discussão do grau de culpa permitida no 944 § único e 945 se aplcia tanto as hipóteses
de responsabilidade subjetiva quanto objetiva.
O art. 738, § único do CC. O nosso legislador nos lembra que mesmo sendo contrato de
transporte o contrato com responssabilidade objetiva excepcionalmente o grau de culpa da
pessoa transportada pode ser discutida para fins de indenização.
Não está presente somente no Direito Civil. Também presente no Direito Penal.
Estudar a causalidade de um evento é estudar como um evento se forma e como ele irá
acontecer.
Em suma: relação de causa e efeito entre a conduta do agente e o dano sofrido pela
vítima.
Para sabermos se houve ou não o nexo causal devemos perquirir a causa do resultado
a conduta que está sendo analisada pode ser reputada como causa do resulatdo danoso. Ou
ainda, havendo várias causas qual ou quais delas podemos dizer que fora a produtora do
resultado danoso.
Condição seria todo e qualquer fato que esteja na origem daquele dano. Exemplos:
Um acidente automobilístico. Sujeito na condução de veículo // esse carro está sendo dirigido em
uma estrada // no momento do acidente havia uma chuva // a estrada estava mal conservada // o
sujeito estava em alta velocidade condição são os fatos que estão na origem do dano. Todos
os fatos narrados são condições para a produção do evento.
Causa é toda condição que pudermos dizer que é determinante para a produção
daquele resultado de dano. Condição é qualquer fato, mas a eleição da causa depende da
análise de uma situação vivenciada naquele acidente.
Causa, por exemplo olhar as condições e eleger qual ou quais deles são as produtoras
ou determinantes na produção daquele resultado.
TEORIAS:
Segundo essa teoria todas as condições devem ser reputadas como causas de um
determinado evento danoso. Se o dano é único não podemos dividir aquilo que o antecede, ou
seja, as causas.
Crítica: ao igualar todas as condições chamadas de causas acabamos por permitir uma
regressão infinita levando responsabilidade para sujeitos que não se ligaram diretamente aquele
dano.
Não se presta a responsabildiade civil.
Obs.: Esta teoria foi adotada no Direito Penal de forma mitigada (art. 13 do CP).
Exemplo: Um homicídio um homem comprou uma arma e estava no beco. Disparou a arma
causando o resultado morte responderá pelo art. 121 do CP. Quem vendeu a arma será
responsabilizado? Se aplicarmos puramente a teoria a resposta será sim. Todavia, o Direito
Penal mitiga a teoria aplicando um filtro que é exatamente a tipicidade que a
responsabilização penal possui. O homem que vendeu a arma só responderá como partícipe
do homicídio se houver dolo ou cullpa intrínsecamente ligado a sua conduta.
Diante desse cenário o magistrado terá que dentro de um juízo de probabilidade pinçar
qual dessas condições deve ser reputada como causa. O juiz converterá alguma ou algumas das
condições em causa.
O juiz pode chegar a conclusão de que vários carros passaram na estrada naquele dia, a
estrada estava mal conservada para todo mundo, mas a alta velocidade daquele indivíduo fora o
Esta teoria foi aceita no Direito Civil como uma das teorias aptas a justificar o nexo de
cusalidade.
Essa teoria não está prevista expressamente dentro do Código Civil. Apesar disso
alguns autores dizem que se pinçarmos o art. 335 do CPC/73 poderíamos dele utilizar como
forma de fundamentação legal para a teoria em voga.
Também chamada por alguns autores de teoria de interrupção do nexo causal. De acordo
com essa teoria devemos buscar a condição que se vincula de maneira direta ou imediata ao
dano que fora produzido devendo então ser desconsideradas outras condições denominadas
condições indiretas, mediatas.
Exemplo: O sujeito estava na estrada em alta velocidade com alto índice pluviométrico e
ao cair em um buraco perdeu a direção e bateu em outro carro Nessa narrativa tanto a chuva
quanto o buraco podem ter sido causas, mas segundo essa teoria, dentre as várias
condições deve-se escolher apenas a causa que fora produtora direta e imediata no
resultado. O juiz pode entender que o acidente só aconteceu porque estava mal
conservada, mas o fator decisivo foi o buraco, assim somente o Estado responderá.
Se o juiz chegar a conclusão de que foi a alta velocidade quem responderá será
somente o motorista.
Para a visão dessa teoria deveos nos apegar apenas e não somente não a uma ideia de
probabilidade e verificar concretamente qual foi a conduta decisiva.
Essa teoria foi sim adotada pelo Direito Civil tanto pela doutrina, como pela
jurisprudência ASSIM COMO PELA LEGISLAÇÃO CIVILISTA. O art. 403 do CC estabelece
que esta é a teoria a ser adotada.
Quando o nosso Direito Civil tratou das perdas e danos no título do inadimplemento das
obrigações estabeleceu no art. 403 que somente os danos diretos e imediatos devem ser
indenizados.
Existem outros julgados do STJ em que a propria corte se vale da teoria do dano direto ou
imediato como no RESP 858511; Informativo 432 do STJ.
Tem julgados que o próprio STJ utiliza seja para responsabilzar seja para não
responsabilizar e fundamentou com as duas teorias, exemplo estampado no informativo 374 e
informativo 450 do STJ.
Observações finais:
Teoria da necessariedade
Para acabar com essa confusão acerca de qual das duas adotar alguns autores estão
trabalhando a ideia de uma teoria chamada de relação de necessariedade. Segundo essa teoria
buscaremos no caso concreto qual é a condição que realmente gerou a produção daquele
resultado danoso, ou seja, verificaremos com grau de quase certeza qual a condição que ensejou
o dano, ou seja, qual foi a condição necessária para a produção daquele dano trabalharemos
com a ideia de uma condição no sentido de que não haveria outra causa capaz de explicar aquele
dano.
O professor Gustavo Tepedino (no Resp. 858.511) fala que o STF aplicou exatamente
essa teoria.
De certa forma essa teoria afasta a abstração trazida pela teoria da causalidade
adequada e ao mesmo tempo não fica vinculado ao fato que está ligado diretamente a produção
daquele dano.
Estará presente quando o julgador verificar que para a produção do dano temos
concorrendo com uma causa outra que de alguma maneira altera também o resultado.
Exemplo: sujeito caminhava indevidamente sobre uma linha férrea. Teve parcela de
responsabilidade a empresa ferroviária? Sim, todavia, caminhar na linha férrea não é uma
conduta adequada. A causa para produção do evento morte é tanto o comportamento da vítima
quanto o comportamento da empresa.
Com base no princípio da reparação integral a lei estabeleceu a solidariedade entre os co-
partícipes. A lei estabelecerá responsabilidade solidária quando tivermos co-participação. Este
dever de solidariedade stá insculpido no art. 942 do CC.
Essa teoria prevê que quando não for possível precisar quais condutas foram as
produtoras da lesão todos os supostos responsáveis serão condenados.
1ª não indenizar a vítima. Essa teoria quer exatamente repelir essa opção.
São acontecimentos que ao ocorrerem quebram a ponte do nexo causal. Entre a conduta
e o resultado teremos a ocorrência de algum fato que irá excluir o nexo de causalidade e
consequentemente este fato fará com que o agente que perpetrou a conduta danosa não
responda pelo resultado.
O dano ocorre, assim como a conduta. Porém não poderemos afirmar que aquela coduta
fora a causa determinante daquele resultado.
Quando houver uma excludente do nexo de causalidade o dano irá ocorrer, porém não
podemos imputa-lo ao agente que adotou determinada conduta.
Obs.: O preso que se enforca dentro do presídio com o lençol fornecido pelo Estado O
STJ possui jurisprudência consolidada no sentido de que o suicídio por preso é responsabildiade
do Estado. Informativo 520. O professor Bruno não se coaduna com o STJ.
- Caso fortuito e força maior: Para o professor e STJ (REsp. 135.542) estas
expressões seriam expressões equivalentes e seria o entendimento também retirado do art. 393
do CC.
Não importa se trabalhamos com o caso fortuito ou força maior, o que precisa ser
analisado é se o evento é evitável ou inevitável.
Já eventos de força maior para esse doutrinador seria o evento previsível mas que
também teria um traço de inevitabilidade.
Segundo a doutrina de Caio Mário, que usa critérios para diferenciar o caso fortuito da
força maior Para sua doutrina o caso fortuito seria acontecimento decorrente da força da
natureza, já o evento de força maior seria o evento recorrente da ação do homem.
Para o professor Bruno Zampier os eventos devem ser verificados não quanto a sua
origem. O mais importante é exatamente ser um evento inevitável. É nesta inevitabilidade que a
força maior e caso fortuito adentram na questão da interrupção do nexo de causalidade.
- Fato de terceiro:
A princípio nós temos a conduta do “A” causadora do resultado danoso, porém no meio
do caminho o elo do nexo causal é rompido e aparece a figura de um terceiro que será o
responsável pelo resultado de dano aquela vítima.
O terceiro seria aquele sujeito que, em principio, não tinha qualquer ligação com o agente
causador do dano ou com a vítima. Assim, será a conduta deste terceiro que será efetivamente
decisiva para a produção do resultado danoso.
2ª) Pode ser equiparada a um fortuito externo e nessa hipótese não há qualquer
comportamento relevante por parte do agente, logo não podemos falar em responsabilização do
sujeito. Será o terceiro que será responsabilidado e não aquele que adotou a conduta. Exemplo:
Tiroteio entre polícia e bandidos passageiro é alvajedo dentro do ônibus // a empresa não será
responsabilizada// a responsabilidade recairá sobre aquele que efetuou os disparos.
Obs. final sobre fato de terceiro: Em muitas situações a própria lei ou a jurisprudência
através de construção hermenêutica não admitem a exclusão da responsabilidade por fato de
terceiro mesmo quando estamos diante claramente de um fato de terceiro. O exemplo melhor da
lei para o professor é aquele que fala da responsabilidade contratual do transportador por
acidente com passageiro quando ocorre um fato de terceiro Art. 735 do CC
Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa
de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.
>>> A mesma lógica do estado necessário. Paga a indenização as vítimas e se for o caso
regride contra o verdadeiro causador do dano.
A nossa lei não conceituou dano. Essa conceituação é fruto da doutrina, inclusive em
sede de dano o que o CC fez foi estabelecer cláusula geral, mais precisamente no art. 927 do CC.
Doutrina visando dar maior completude a cláusula geral (art. 927 do CC) fala que o dano
que deve ser objeto de reparação é aquele dano que seja qualificado como um dano injusto.
Ao enxergarmos a qustão dos danos injustos surge outra pergunta: definir que tipo de
dano injusto poderá ser passível de indenização e ensejar o respectivo pagamento.
Tradicionalmente somente os danos materiais e morais é que seriam reparados.
Seria certo hoje falamos em danos que atingem a coletividade como um todo atingindo
direitos que ficaram conhecidos como direitos difusos?
A sociedade pluralista faz surgir novos danos injustos que podem ser inclusive
dignos de indenização.
▪ Categorias de Dano
Lucros Cessantes (ou danos negativos) O dano causado ao patrimônio do sujeito pode
projetar efeitos para o futuro.
Obs – Perda de chance (ou perda de uma chance): Hoje quando se tem chances
perdidas essas oportunidades são bens em estado latente, são bens potenciais. Neste caso
teremos a supressão da probabilidade de se obter uma vantagem, ou seja, a supressão de uma
oportunidade de se alcançar uma situação futura mais favorável, efetivamente melhor.
Se a conduta do sujeito traz a supressão de uma chance, de uma oportunidade irá gerar
pagamento pelo responsável aquele que teve a chance perdida.
A perda de uma chance e o lucro cessante tem algo em comum: trabalhamos com efeitos
futuros de danos presentes.
- Danos imateriais (ou danos morais): houvera tempo em que doutrina utilizava critério
subjetivo para caracterizar o dano moral como sendo aquele que traz um abalo psíquico a vítima.
Hoje a melhor definição de dano moral é aquela que se baseia em um aspecto mais
objetivo e sobre essa óptica analisaremos qual foi o interesse lesado sem nos preocuparmos com
as consequências emocionais, ou seja, subjetivas provocadas por aquele dano.
Hoje devemos enxergar o dano moral como sendo aquele dano oriundo de uma violação
a um direito da personalidade quando um direito da personalidade for injustamente violado
poderemos falar em dano moral.
Obs.1: é possível haver indenização de damo moral sem falarmos conjuntamente com
indenização patrimonial? Hoje a própria Constituição consagra a possibildiade de termos o dano
moral desgarardo de qualquer dano patrimonial art. 5º, V, X da CRFB/88 e Súmula 37 do STJ.
Assim, via de regra, o inadimpemento por si só não enseja o pagamento de dano moral
que fora construído para incidir nos casos de responsabilidade civil extracontratual, logo o
inadimplemento de uma obrigação dentro de um contrato via de regra não gera pagamento por
danos morais.
Porém, o STJ entende que em se tratando de contratos que veiculem direitos de natureza
existencial é possível que além do pagamento de uma indenização por danos materais possa
ocorrer também o pagamento de uma indenização a título de dano moral. Isso está no enunciado
411 do CJF.
O ônus previsto no art. 333 do CPC que caberia em regra a vítima de provar a lesão a seu
direito ficará relativizado quando tivermos uma hipótese de dano moral presumido. Nessa linha
súmulas 385, 388 e 403 do STJ.
Pode haver também reparação de caráter não pecuniário se isso atender ao interesse da
vítima, como ocorre com a retratação, um pedido público de desculpas, um esclarecimento da
verdade, uma inibição de comportamento.
Obs. 6: Dano estético O dano estético é todo aquele dano que causa a vítima um
desgosto, um complexo de inferioridade alterando a sua morfologia corporal.
Segundo o STJ o dano moral é diferente do dano estético com ele não se confundido. O
STJ editou a súmula 387 para dizer que o dano estético não se confunde com o dano moral,
portanto são verbas que podem ser cumuladas.