→ Elipse
Observe os exemplos:
A cada um, o que lhe é de direito. (Deve ser dado a cada um o que é seu.)
Tenho dois filhos, um neto e amo todos da mesma maneira. (Observe que o
sujeito/pronome "eu" está elíptico no verbo da oração. É relevante ressaltar que a
elipse resolve a redundância de pronomes em: 'Eu tenho [eu]', 'Eu amo [eu]', 'Eu
irei fazer' [Farei].
André Luiz estava atrasado. Optou pelo elevador. (André Luiz optou por utilizar o
elevador, pois estava atrasado.)
→ Zeugma
Zeugma é uma forma particular de elipse. Ele ocorre quando o termo omitido já
havia sido mencionado anteriormente.
Observe os exemplos:
→ Silepse
A silepse é a concordância atribuída ao termo que não está expresso no texto, mas,
sim, à ideia que o termo representa. Podemos inferir que se trata de uma
concordância psicológica, anormal, porque se faz com um termo oculto, mas
facilmente subentendido. Há três tipos de silepse: de gênero, número e pessoa.
Silepse de gênero
Observe os exemplos:
Note que o adjetivo 'bela' não está concordando com o substantivo próprio comum
'Rio Branco', o qual, gramaticalmente, pertence ao gênero masculino. Assim, o
adjetivo concorda com a ideia contida no interior do termo, ou seja, a cidade de Rio
Branco.
Nesse caso, note que o adjetivo 'abalado' concorda com o gênero masculino, e não
com o termo 'Vossa excelência', que é do gênero feminino.
Silepse de número
Ocorre quando o verbo não concorda sintaticamente com o sujeito da oração, mas,
sim, com a ideia contida nele.
Observe os exemplos:
O pelotão saiu. Caminharam em sentido ao batalhão.
Silepse de pessoa
Observe o exemplo:
→ Polissíndeto
Observe os exemplos:
Sabe que é difícil ser aprovado, mas tenta, mas estuda, mas vá em frente.
Mariana, aos doze anos, cantava e gritava e dançava e pulava e era aquela festa!
A repetição das conjunções 'mas' e 'e' chama a atenção do leitor para o trabalho com
a linguagem para enfatizar os verbos do período composto.
→ Assíndeto
Observe o exemplo:
Tens moradia, tens alimento, tens roupa lavada, tens roupa passada, tens amor.
→ Pleonasmo
Consiste na repetição de um termo ou ideias por meio das mesmas palavras ou
palavras diferentes. O objetivo do pleonasmo é realçar a ideia a fim de torná-la mais
expressiva.
→ Anáfora
É a repetição de uma ou mais palavras no início de versos e/ou frases que cria um
efeito de reforço e de coerência ao texto. Os termos anafóricos podem, muitas
vezes, ser substituídos por pronomes relativos.
Insólito foi o campeão e o vice da Copa anterior terem voltado para casa sem abrir
as malas. Em 2006, Itália e França fizeram a final. Agora, encontraram-se na saída
do aeroporto.
[…]
Insólito foi que faltaram ao encontro os superastros mais aguardados. Messi quis
comparecer, fez o que pôde, e viu-se alguma coisa. Dizem que Cristiano Ronaldo
esteve lá, mas ninguém o viu: talvez tenha estado ocupado demais vendo a si mesmo.
Insólito foi uma nova estrela, inesperada, ter surgido da profundeza dos mares e se
elevado ao ponto mais alto do firmamento futebolístico.
[…]
Insólito foi que no fim houve justiça, o que não é frequente no futebol e na vida. A
Espanha venceu a Copa pela primeira vez. Quase um século esperando. O polvo
anunciou, e a Espanha desmentiu minhas suspeitas.
→ Anacoluto
Anacoluto é a interrupção de uma oração iniciada por uma palavra ou locução, que
sofre uma mudança da construção sintática, ou seja, em sua estrutura, resultando
no desligamento entre o início e o restante do(s) período(s). Essa estrutura que não
se integra à parte interrompida é chamada de anacoluto.
Essa figura de sintaxe é mais comum na fala do que na escrita. Isso ocorre porque
grande parte dos falantes recorre à topicalização, destacando anteriormente o que
será o assunto da conversa e, em seguida, tecem comentários a seu respeito.
O anacoluto também é chamado de "frase quebrada", pois corresponde a uma
interrupção na sequência lógica do pensamento. Também podemos encontrar o
anacoluto em muitos provérbios típicos da linguagem verbal oral, por exemplo:
'Quem ama o feio, bonito lhe parece'.
O anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva em casos muito especiais. Em
geral, a menos que seja uma (des)construção sintática intencional, devemos evitá-
lo e criar melhores condições para que nossos interlocutores nos compreendam no
momento da interação verbal.
Observe os exemplos:
O marizeiro que ficava embaixo, a correnteza corria por cima dele. (José Lins do
Rego, 1976.)
→ Hipérbato
Assim, quando invertemos essa ordem (Um carro Silvana comprou ontem.), criamos
a figura de construção ou de sintaxe conhecida como hipérbato.
Observe os exemplos:
É como brisa o amor. (Na ordem direta seria: O amor é como brisa.)
Dos meus assuntos cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus assuntos.)
→ Sínquise