NO PROCESSO BRASILEIRO
1.INTRODUÇÃO
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ilegais à sua honra ou reputação”, garantindo a todas as pessoas o direito à proteção
legal contra tais atos.
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ordenamento jurídico que a complementa instituíram como regras indispensáveis à
dignidade humana e à manutenção do império da lei”.
É bom que fique enfatizado que provas ilícitas não se confundem com
provas ilegais ou ilegítimas. De acordo com o já analisado, enquanto as provas ilícitas
são aquelas obtidas com infringência ao direito material, as provas ilegítimas são as
obtidas com desobediência ao direito processual. Por sua vez, a provas ilegais seriam
os gêneros do qual as espécies provas ilícitas e ilegítimas, pois se configuram pela
obtenção com violação de natureza material ou processual ao ordenamento jurídico.
Sustenta essa corrente que toda e qualquer prova obtida por meios
ilícitos, deve ser de pronto rejeitada.
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Advogam os defensores dessa corrente que a prova colhida com
transgressão aos direitos fundamentais do homem é totalmente inconstitucional e,
conseqüentemente, deve ser declarada a sua ineficácia como substrato probatório
capaz de abalizar uma decisão judicial. Porém, há uma exceção: quando a vedação é
amainada para acolher a prova contaminada, excepcionalmente e em casos
extremamente graves, se a sua aquisição puder ser sopesada como a única forma,
possível e admissível, para o abrigo de outros valores fundamentais, considerados
mais urgentes na concreta avaliação do caso.
A prova que venha a ser obtida por meios ilícitos, em matéria penal,
quando favorável ao acusado, ou seja, pro reo, vem, sistematicamente, sendo acolhida
com calmaria não apenas junto aos doutrinadores como também à jurisprudência, em
obediência ao direito de defesa e ao princípio do favor rei. Como se vê, essa posição
suaviza, indubitavelmente, o rigorismo da não aceitação incondicional das provas
ilícitas. Nessas hipóteses o sujeito encontrar-se-ia em circunstância de verdadeiro
estado de necessidade, que é umas das causas, como sabemos, de exclusão da
antijuridicidade, vendo-se compelido ao uso de prova ilícita em defesa da sua
liberdade.
Uma vez no bojo do feito a prova obtida por meio ilícitos deverá ser de lá
desentranhada, visto que sendo inadmissível a sua produção pela Constituição pátria,
como já salientado anteriormente, não pode ser considerada como prova, juridicamente
falando.
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Ela inidônea e imprestável para servir de base a uma decisão judicial para
todos os efeitos. Ineficaz, portanto. Se não for desentranhada do processo, deve ser
totalmente desconsiderada para efeito de decisão, sob pena de se macular,
irremediavelmente, todo o processo judicial. A decisão judicial que tenha por
sustentáculo provas ilícitas desfavorável ao réu é totalmente nula e passível de
desconstituição via revisão criminal.
O Supremo Tribunal Federal, por seu turno, também vem decidindo nessa
mesma direção.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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seja ele monocrático ou colegiado. Por sua vez, a nulidade obetiva a extrair as
conseqüências de um ato que venha a ser praticado de modo irregular.
É o que entendemos.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NOTAS:
11
i
As Nulidades no Processo Penal, Editora Revista dos Tribunais, 6a Edição.
ii
Manual de Processo Penal, Editora Saraiva, 4a edição.
iii
Obra citada.
iv
A Gravação de conversa telefônica como meio de prova - www.oab-mg.org,br
v
Obra citada.
vi
Prova penal, Rio de Janeiro, AIDE, 1994, p. 163, e Processo penal: O direito de defesa: Repercussão,
amplitude e limites, Rio de Janeiro, Forense, 1986
vii
A eficácia dos atos processuais à luz da Constituição Federal, Revista da Procuradoria Geral do Estado de
São Paulo, São Paulo, n. 37, jun. 1992
viii
Ação penal n. 307-3 - Distrito Federal - voto (preliminar sobre ilicitude da prova)
ix
Proibição da prova ilícita, 4ª edição, São Paulo, 1997.
x
Prova - Princípio da verdade real - Poderes do juiz - Ônus da prova e sua eventual inversão - Provas ilícitas -
Prova e coisa julgada nas ações relativas à paternidade (dna) - publicada na revista brasileira de direito de
família nº 03 - out-nov-dez/1999, pág. 5
xi
Ação penal n. 307-3 - Distrito Federal - voto (preliminar sobre ilicitude da prova)
xii
Obra citada