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Universidade de São Paulo – Escola de Engenharia de São Carlos

Departamento de Engenharia de Transportes


STT 0406 – Estradas I

DIMENSIONAMENTO DE TRILHOS, DORMENTES, LASTRO, SUBLASTRO E REFORÇO DO SUBLEITO

Objetivo: apresentar o roteiro de cálculo para dimensionamento de um pavimento rodoviário completo,


incluindo trilhos, dormentes, lastro, sublastro e reforço do subleito, partindo de um subleito com CBR ou
módulo de resiliência conhecido.

Exemplo de cálculo

1. Sistema de carregamento

O trem-tipo para esta ferrovia é um vagão de minério, dado que a ferrovia será utilizada basicamente para
transporte de minério. Porém poderia ser dimensionada para a locomotiva, no caso de ferrovia destinada
exclusivamente a transporte de passageiros, por exemplo.

P1 P2 P3 P4
Vagão de minério  178cm  236cm  178cm 
P1  P2  P3  P4  29.825 kgf

29.825
Carga por roda:  14.912,5 kgf / roda
2

2. Espaçamento dos dormentes

S = 54 cm, com taxa de 1.852 dormentes/km – espaçamento típico de projeto, ainda que possa ser utilizado outro
não muito menor ou maior que este.

3. Módulo da via ou módulo da linha

O módulo da via ou o módulo do suporte do trilho pode ser muito variável ao longo da linha em razão dos
muitos fatores e variáveis envolvidos. Valor recomendado pela AREA: u = 140 kgf/cm 2 = 14 MPa (valor
compreendido entre 1500 e 2000 psi para as condições de bitola e dormentes da AREA). Parâmetro
aparentemente difícil de ser interpretado fisicamente, mas procura representar a rigidez da linha. É variável
porque tal valor fica sujeito à rigidez dos componentes da via, aos módulos dos materiais das camadas do
pavimento, à umidade, à temperatura, entre fatores os mais importantes.

4. Tipo de trilho

Para ferrovias de grande fluxo de transporte e alta carga por eixo, tem sido adotado o trilho TR – 68 (136 RE da
AREA) com as características a seguir:

Momento de inércia: I = 3.950 cm4


Módulo em relação ao boleto: Zb = 392 cm3
Módulo de inércia em relação ao patim: Z p = 464 cm3 – sempre se considera o módulo em relação ao patim, dado
que o patim, em virtude das suas características geométricas, é mais frágil que o boleto, ou seja, se ocorrer
ruptura, vai ocorrer muito provavelmente no patim e não no boleto.
Módulo de elasticidade longitudinal: E = 2,15.106 kgf/cm2
O trilho pode ser pré-dimensionado pelo procedimento da AREA, empregando o diagrama-mestre. A título de
exemplo, pode-se fazer a verificação do TR-68 e depois fazer a verificação do TR-57, que é o primeiro abaixo do
68. Seria um exercício complementar a ser dado, por exemplo, ao final da aula, caso haja tempo disponível.

5. Cálculo de x1 (distância de uma carga sobre uma roda até o ponto de momento nulo):

 4 4 EI  4.2,15.106.3950
x1   4  x1  98cm (em pontos cuja distância ao ponto de aplicação da
4 u 4 140
carga é superior a 98 o momento provocado por aquela carga é zero – representa a área de influência daquela
carga)

6. Cálculo do momento fletor e da tensão no patim

M o  0,318  Pd  Cm  x1

com Cm obtido do diagrama-mestre (curva tracejada, relacionada a momento), sendo C m o coeficiente de


influência das cargas vizinhas.

Pd  k  P  P d  2  14.912,5  Pd  29.825 kgf (carga por roda considerando um fator de impacto igual a
2)

Verificação do valor de Cm tomando como referência o eixo 1:

x
x  0 e x1  98   0  Cm  1
x1
178
x  178 e x1  98   1,82  Cm  0,20
98
414
x  414 e x1  98   4,22  Cm  0,03
98
592
x  592 e x1  98   6,04  Cm  0,00
98
Cm  1  0,20  0,03  0,00  0,77

Verificação do valor de Cm tomando como referência o eixo 2:

x
x  0 e x1  98   0  Cm  1
x1
178
x  178 e x1  98   1,82  Cm  0,20
98
236
x  236 e x1  98   2,41  Cm  0,19
98
414
x  414 e x1  98   4,22  Cm  0,03
98
Cm  1  0,205  0,191  0,030  0,574

OBS:
1. Os valores de Cm foram obtido considerando a referência primeiro no eixo 1 e depois no eixo 2, sendo adotado
o maior valor, que leva ao maior momento. Se não houvesse simetria, teria que verificar todos os eixos.
2. Os alunos têm dúvida, quando se calcula o C m com a carga no eixo 2, se a distância do eixo 1 ao 2 deve ser
tomada negativa. Na verdade tanto faz, pois as curvas para C m e Cd são simétricas em relação ao eixo das
ordenadas.
3. O maior momento pode ser obtido com a referência em um eixo e o maior deslocamento vertical do trilho
pode ser obtido com a referência em outro eixo, portanto, os eixos 1 e 2 (no caso de haver simetria do sistema de
carregamento) têm que ser verificados tanto para obter o C m quanto o Cd.

M o  0,318  (29.825)  0,77  98  M o  715.689 kgf .cm

Mo 715.689
A tensão máxima no patim será:  máx    máx   1.542 kgf / cm2
Zp 464

O esforço admissível, na base do trilho, segundo a AREA, é determinado levando em conta os seguintes fatores
de influência: por conta da flexão lateral, descontar 20%; variações nas condições da via levam a um desconto de
15%; desgaste e corrosão dos trilhos, descontar 15%; superelevação não-compensada da via, descontar 15%; e,
por conta de esforço provocados por variação de temperatura, descontar 20.000 psi.
Para um trilho de limite de escoamento igual a 70.000 psi, a tensão admissível à flexão seria:

70000  20000
 adm    adm  25.000 psi (1760 kgf / cm2 )
1,2  1,15  1,15  1,15
 max  1150   adm  1760 (kgf / cm2 ) - como a tensão atuante é inferior à admissível, o trilho é adequado!

7. Cálculo da depressão máxima

Verificação do valor de Cd tomando como referência o eixo 1:

x
 0  Cd  1
x1
x2
 1,82  Cd  0,26
x1
x3
 4,22  Cd  0,05
x1
x4
 6,04  Cd  0,00
x1
Cd  1  0,26  0,05  0,00  1,21

Verificação do valor de Cd tomando como referência o eixo 2:

x
 0  Cd  1
x1
x2
 1,82  Cd  0,26
x1
x3
 2,41  Cd  0,09
x1
x4
 4,22  Cd  0,05
x1
Cd  1  0,26  0,09  0,05  1,30
0,39  Pd  Cd
yo 
u  x1

0,39  29.825  1,3


yo   yo  1,10 cm
140  98

8. Cálculo da reação sobre o dormente (carga transferida pelo dormente ao lastro)

0,39  Pd  Cd  s
qo  (s = espaçamento entre dormentes – de eixo a eixo)
x1
0,39  29.825  1,3  54
qo   qo  8.332 kgf (máxima carga do trilho sobre um apoio do dormente)
98

Pressão contra a face inferior do dormente na depressão máxima: p M


q 8.332
pM  0   4,73 kgf / cm 2
A 1.760

l = comprimento do dormente = 244,00 cm


b = base do dormente = 22,86 cm
h = altura do dormente = 17,78 cm

A  c  b  Ab  77  22,86  1.760cm 2

OBS: No cálculo da área se considera a área de socaria, que é ilustrada na figura. O lastro é compactado apenas
nesta região, que é a mais solicitada pela pressão dos trilhos. O cálculo aqui foi feito com c igual a 77 cm mas
pode pegar 80 cm.

9. Pressões sobre as camadas

As pressões sobre as camadas são obtidas pela fórmula de Talbot, considerando o valor da pressão imposta pelo
carregamento ferroviário. Note que a fórmula dá o valor da pressão em uma determinada profundidade.
A tensão admissível será obtida por meio da fórmula de Heukelom. Ao se igual a tensão admissível com a tensão
atuante, se obtém a espessura equivalente necessária de material sobre uma dada camada, de modo a suportar
aquela tensão. É o mesmo princípio do projeto do pavimento rodoviário baseado no CBR: a espessura
equivalente de material sobre o subleito em tese é suficiente para proteger o subleito da ação das cargas do
tráfego.

53,87  pM
ph  (Fórmula de Talbot)
h1, 25

0,006  Ed
Fórmula de Heukelom:  adm  , em que Ed é o módulo de resiliência do solo
1  0,7  log N

Grupos de tráfego da antiga RFFSA*: A – grupo 1: N = 2,2.106


B – grupos 2 e 3: N = 1,6.106
C – grupos 4, 5 e 6: N = 1,0.106
D – grupos 7, 8 e 9: N = 0,6.106
*Rede Ferroviária Federal SA
Considerando um CBRsubleito = 3% → Ed  100  CBR  Ed  100  3  300 kgf / cm 2
Com pM = 4,73 kgf/cm2 e a ferrovia sendo do grupo A (N = 2,2.10 6), a tensão admissível no subleito pela fórmula
de Heukelom é:

0,006  Ed 0,006  300


 adm    adm    adm  0,33 kgf / cm 2
6
1  0,7  log N 1  0,7  log 2,2.10

Queremos que a tensão que solicita o subleito seja menor que a tensão admissível dele (  adm  ph ), então:
1 0,8
53,87  pM  53,87  pM  1, 25  53,87  4,73 
 adm   h     h     h  203,8cm
h1, 25   adm   0,33 

Ou seja, 203,80 cm é a espessura total do pavimento (h LASTRO+hSUBLASTRO+hREFORÇO) para proteger o subleito com
CBR de 3% da tensão pM = 4,73 kgf/cm2 (admitindo que as camadas são de pedra britada).

Repete-se o procedimento para as demais camadas. Sabendo que o CBR do reforço do subleito é 10%:

0,006  1.000
Ed  100  10  Ed  1000 kgf / cm2 e  adm    adm  1,10 kgf / cm2
1  0,7  log 2,2.106
0,8
 53,87  4,73 
h     h  77,8 cm, ou seja, a altura da camada de pedra britada acima do reforço deve ser 77,8 cm
 1,10 
Sabendo que o CBR do sublastro é 23%:

0,006  2.300
Ed  100  23  Ed  2.300 kgf / cm2 e  adm    adm  2,54 kgf / cm2
1  0,7  log 2,2.106
0,8
 53,87  4,73 
h
 
  h  40,0 cm, ou seja, a altura da camada do lastro deve ter ao menos 40,0 cm.
 2,54 

Adota-se hLASTRO = 40 cm

Seja tg  o ângulo de distribuição das tensões ( em relação à horizontal):


lastro de pedra britada:   40o  tg  0,839
sublastro de solo:   36o  tg  0,727
reforço do subleito:   30o  tg  0,577
Coeficiente de distribuição de tensões (CD): relação entre tg da camada pelo tg do lastro
lastro: CDL = 0,839/0,839 = 1,00
sublastro: CDSL = 0,727/0,839 = 0,87
reforço: CDR = 0,577/0,839 = 0,69

Interpretação do ângulo de distribuição de tensões: quanto menor o  maior o espraiamento de tensão e menor a
espessura necessária para um determinado nível de tensão atingir a camada inferior. Para ilustrar, pode-se desenhar
um pavimento com duas camadas com materiais distintos (um alfa de 30 e outro de 45º p. ex. A base cujo material
tem alfa de 30º terá uma dada espessura e a base cujo material tem alfa de 45º terá uma espessura maior, ou seja,
para que o mesmo nível de tensão atinja a camada inferior, a espessura de material com alfa de 45º tem que ser
maior.
A espessura final do lastro então será 40 cm vezes seu CD, ou seja, 40 x 1,00, o que nos leva a adotar h LASTRO =
40 cm
40,0
Se hLASTRO + hSUBLASTRO = 77,8 cm, então hSUBLASTRO  77,8   hSUBLASTRO = 37,8 cm
1,00

Então hSUBLASTRO = 37,8 x 0,87 = 32,87 cm, levando-nos a adotar hSUBLASTRO = 33,0 cm

40,0 33,0
Se hLASTRO + hSUBLASTRO + hREFORÇO = 203,8 cm, então hREFORÇO  203,8    hSUBLASTRO = 125,9
1,00 0,87
cm (mínimo)

Então hREFORÇO = 125,9 x 0,69 = 86,85 cm, levando-nos a adotar hREFORÇO = 87,0 cm

10. Espessuras finais das camadas

Característica da seção transversal (trilho, dormente, lastro, sublastro e reforço)

33 cm
160 cm

87 cm

Exercício proposto. Refazer o exemplo considerando o seguinte sistema de carregamento: P1 = P4 = 17tf e P2 =


P3 = 19tf, a distância entre eixos 1 e 2 igual a 300 cm, entre 2 e 3 igual a 200 cm e entre 3 e 4 igual a 300cm e u
= 350 kgf/cm2. Os demais parâmetros de projeto devem ser mantidos.

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