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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
LISTA DE ABREVIATURAS ..................................................................................... 2
1. TEMA .................................................................................................................... 3
1.1. Delimitação do tema no tempo e no espaço ...................................................... 3
1.3. Contexto ............................................................................................................. 4
1.4. Justificativa ........................................................................................................ 4
2. PROBLEMATIZAÇÃO ........................................................................................ 5
3. METODOLOGIA .................................................................................................. 6
3.1. Tipo de Pesquisa ................................................................................................ 6
3.1.1. Quanto a natureza ........................................................................................... 7
3.1.2. Quanto a abordagem do problema ................................................................. 7
3.1.3. Quantos aos Objectivos .................................................................................. 7
3.2. Tipo de Amostragem ............................................................................................. 8
3.3. Universo Populacional ....................................................................................... 8
3.4. Instrumentos de Colecta de Dados ..................................................................... 9
3.5. Tratamento, Análise e Interpretação dos Dados .................................................. 10
4. OBJECTIVOS DE ESTUDO .............................................................................. 11
4.1. Objectivo Geral ................................................................................................ 11
4.2. Objectivos Específicos ..................................................................................... 11
5. QUESTÕES DE PARTIDA ................................................................................ 11
6. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 12
6.1. Conceitos ......................................................................................................... 12
6.2. Classificação das Drogas Perante a Lei ........................................................... 14
6.3. A Problemática do uso de Drogas nas Escolas ................................................ 14
6.4. Factores que levam ao uso de Drogas nas Escolas .......................................... 15
6.5. Efeitos das Drogas na Sociedade e no Organismo........................................... 17
6.6. O Impacto das Drogas nas Escolas Secundárias .............................................. 18
6.7. A Legislação Moçambicana e as Drogas ......................................................... 21
7. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES .............................................................. 23
8. ORÇAMENTO PARA A REALIZAÇÃO DA PESQUISA ............................... 24
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 25
INTRODUÇÃO
O período que constitui a adolescência se intensifica principalmente nas séries escolares
que compõem o Ensino Médio. Dessa forma, podemos lembrar que é um período da
idade humana, em que o adolescente está à procura de uma identidade, que possa
representá-lo
como pessoa, sendo alvo de várias influências e novas experiências que poderão definir
sua personalidade por muitos anos.

O contacto com as drogas nesse período pode mostrar-se prejudicial, haja visto que
estão por se conhecer ainda. O consumo de álcool, cigarro e cannabis sativa são os mais
comuns neste período, não podendo esquecer que o consumo de tabaco em pó, não
apenas entre adolescentes do Ensino Médio, mas também nos mais novos, vem
aumentando assustadoramente no contexto zambeziano das escolas públicas. A família
tem a função de inserir seus membros na cultura, tendo directa relação de como o
adolescente reage à variada oferta de drogas na sociedade, mais especificamente no
âmbito escolar.

A dependência de drogas é um dos temas de grande preocupação nacional e


internacional, devido não só aos danos causados a saúde individual e coletiva, mas
também pelo impacto em toda a sociedade, exigindo para sua prevenção e
enfrentamento a adoção de políticas e ações articuladas que visem minimizar as
consequências deste tão relevante problema social, bem como conscientizar a população
sobre o tema em questão.
O consumo de drogas cresce consideravelmente a cada dia, pois ela não escolhe religião
ou nível social; está presente em todos os lugares e realidades desde muito tempo. Esse
aumento pode ser atribuído a vários factores, principalmente aos que se referem na
forma em que é transmitida a informação sobre a droga e quem a recebe. A prevenção
do uso indevido de drogas é fundamental para a sensibilização sobre os riscos e perigos
causados por elas. As ações de prevenção ao uso de drogas nas escolas não deveriam ser
isoladas ou tratadas fora do contexto de uma prática pedagógica.

Assim, algumas escolas em Moçambique tem sido destacadas como instituições de


ensino que detêm muitos usuários de drogas.

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LISTA DE ABREVIATURAS

MINEDH………………...……..Ministério da Educação e Desenvolvimento da


Humano

ESGPUM ……………………….Escola Secundária Geral e Pré Universitária de


Mocuba

OPS……………………………………………...…Organização Panamericana de Saúde

RCPCCBA…………………………Regulamento sobre o Controlo da produção,


Comercialização e Consumo de Bebidas Alcoólicas

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1. TEMA

Análise da problemática do consumo de drogas nas escolas: Caso da Escola secundária


Geral e Pré – Universitária de Mocuba (2° Trimeste de 2017 - 2° Trimestre de 2018)

1.1.Delimitação do tema no tempo e no espaço


A pesquisa será direccionada a Escola Secundária Geral e Pré – Universitária de
Mocuba uma instituição de ensino, que cita na avenida Julius Nherere, Província da
Zambézia, Distrito de Mocuba, com vista a obter resultados plausíveis através da
Análise da problemática do consumo de drogas nas Escolas no período compreendido
entre 2° Trimeste de 2017 - 2° Trimestre de 2018.

1.2.Definição do Problema

O problema "Drogas" nas redes da escola pública pode ter sua origem, além do já
exposto na introdução, na influência da mídia e na diversidade cultural, fazendo com
que o trabalho pedagógico do professor não siga o processo evolutivo que deveria
seguir com as inúmeras possibilidades que a ludicidade proporciona no processo de
ensino aprendizagem. Os alunos, sendo oriundos das classes populares menos
favorecidas, principalmente, não se conectam, totalmente, naquele ambiente escolar no
qual deveria ocorrer o processo de interacção "professor-aluno, aluno-professor",
processo, esse, indispensável para as suas aprendizagens, o ensino qualitativo requer
uma visão da necessidade de novas experiências educativas que tenham por base os
componentes socializadores e integradores para situar a criança no espaço da escola.

Casos de alunos das escolas secundárias que se apresentam embriagados, trajando


uniforme escolar tendem a aumentar, e são recorrentes não só nas escolas secundárias,
como também em algumas escolas primárias. Quando não são detectados pelos
professores, acabam apresentando-se nas salas de aula onde perturbam o ambiente de
leccionação. O professor e os outros colegas são as principais vítimas.

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1.3.Contexto

O papel da escola é de formar cidadãos participativos e capazes de analisar o que é bom


ou não para si, de fazer suas escolhas se o assunto lhe é questionado e de refletir se com
isso afetará ou não a vida de outras pessoas. Por isso tal assunto não foge do contexto
escolar. Trabalhar formas de prevenção nas escolas ao se tratar de assunto relacionado
às drogas (licitas/ilícitas), de uma maneira que venha a contribuir com informações
necessárias a ser passadas a nossos alunos, instituição e sociedade em si; é uma maneira
de sensibilizá-los em um ambiente próprio.

A escola é parte da sociedade, por isso a importância de se desenvolver tal assunto neste
ambiente, este texto vem como intuito de contribuir e se fazer refletir sobre o que está se
fazendo com o assunto “drogas” nas escolas e como pode – se auxiliar crianças e
adolescentes na sua formação enquanto sujeitos. Mostrando que prevenção é o caminho
necessário para se coibir o uso/consumo de drogas.
Em virtude dos problemas de saúde e violência que encontramos na sociedade,
relacionados em grande medida ao consumo de drogas, e as dificuldades em debater tal
assunto em relação à prevenção e ao consumo, que não é uma tarefa fácil. Porém é de
fundamental importância nas instituições escolares.

1.4.Justificativa

Frequentemente observamos o aumento do consumo das drogas e seu fácil acesso à


população e particularmente as escolas. Com a falta de informações ou muitas vezes
irrelevantes para os estudantes, contribuí para a dispersão do vício pelas escolas em geral e
pelo país. Esta pesquisa abordará cada causa, efeito e tratamentos necessários para
combater as drogas nas escolas, facto esse que torna relevante esta pesquisa.

A intenção aqui não é achar culpados, até porque trabalhar o assunto drogas nas escolas
não diz respeito somente a ela, mas a toda sociedade e família. Contudo, actualmente
percebe-se que pouco mudou e se fez para melhorar em relação a esse assunto e foram
tais acontecimentos que direcionaram nosso olhar para a pesquisa proposta.

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2. PROBLEMATIZAÇÃO

A droga é um problema social que causa dependência e em alguns casos observamos


danos irreversíveis. O tráfico intenso, que ocasiona fácil acesso à maioria das drogas.
Descontentamento, fuga e negação da realidade e da sobrevivência em que vivemos.

Busca de sensação, de euforia e de novas experiências, motivada principalmente pela


curiosidade, que se manifestam principalmente nos jovens, hoje são o grupo mais
próximo das drogas. Motivados por sensações e pela falta de informação, buscam novas
experiências e constantemente e se aventuram num mundo que na maioria das vezes não
tem volta.

Abordar o assunto, de forma a conseguir diminuir o consumo e encontrar caminhos para


a prevenção, não é uma tarefa fácil. Cercados de medos, dúvidas e principalmente
desinformação, pais, professores, educadores e também alunos muitas vezes mantêm
um a espécie de tabu quando o tema é abordado, o que agrava, e muito, as
possibilidades de um combate mais eficaz.

Segundo apurou o jornal Canal moz, em algumas Escolas Secundárias da província da


Zambézia existem alunos que fumam cigarros, cannabis sativa vulgo (suruma) e
consomem bebidas alcoólicas de todo tipo. Ainda neste contexto segundo a mesma
fonte os alunos misturam refrescos com álcool ou até mesmo fazem a substituição da
água mineral pelo álcool e, assim, torna-se complicado para os professores notarem que
os seus alunos estão consumindo álcool.

Aliando – se a definição do problema e o conteúdo acima apresentado levanta – se a


seguinte questão: Até que Ponto o Consumo de Drogas nas Escolas Pode Influenciar no
mau Funcionamento da Administração Pública futuramente?

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3. METODOLOGIA
A distinção entre método e metodologia em uma pesquisa torna-se importante tanto
quanto o âmbito de ambas deve ser confinado de modo melhor operacionalizar os
princípios, pressupostos e problemas basilares de investigação.

Método para Santos (2010) procuram traduzir uma concepção global do planeamento
de uma investigação que compreende em primeiro lugar um caminho de investigação
apropriado e validado face aos objectivos, meios, resultados esperados da mesma e
contexto de implementação, incluindo a definição e operacionalização de conceitos e a
formulação de hipóteses. A noção de método deve incluir também em segundo plano o
planeamento e concretização de um ou mais técnicas e procedimentos.
Para Richardson (2002, p. 70) “método em pesquisa significa a escolhia de
procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação de fenómenos.” Portanto,
esses procedimentos se aproximam seguidos pelo método científico que consiste em
delimitar um problema, realizar observações e interpretá-las com base nas relações
encontradas, fundamentando-se, se possível, nas teorias existentes.
Já Marconi e Lakatos (2003, p. 84) relatam que método é “conjunto das actividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o
objectivo - conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”.
No entender de Marconi e Lakatos, todas as ciências caracterizam-se pela utilização de
métodos científicos, entretanto, nem todos os ramos de estudo que empregam estes
métodos são ciências. Sendo assim pode-se dizer que a utilização de métodos científicos
não é da alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o emprego de métodos
científicos. Porém um estudo em sua metodologia deve apresentar as etapas a serem
seguidas tendo como objectivo avaliar os vários métodos utilizados, assim como
potencializar a pesquisa através do uso adequado de cada procedimento metodológico,
possibilitando visualizar os pressupostos essenciais da experiência e garantindo maior
eficiência e segurança ao estudo.
3.1.Tipo de Pesquisa
O pesquisador classificou a pesquisa sobe quatro pontos de análise nomeadamente:
quanto a natureza, quanto a abordagem do problema, quantos aos objectivos e quantos
aos procedimentos.

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3.1.1. Quanto a natureza
Quanto à natureza, a pesquisa é considerada como básica, pois o objectivo central da
investigação básica é conhecer e explicar os fenómenos em sua realidade natural e
social, ou por outra, uma vez que não tem propósito de aplicabilidade imediata, é
generalista, voltada para descoberta de conhecimentos novos, pois buscou-se fazer um
estudo da problemática do consumo de drogas nas escolas, caso da Escola secundária
Geral e Pré – Universitária de Mocuba (2016 – 2017), colaborando apenas como meio e
fonte de conhecimento.

3.1.2. Quanto a abordagem do problema


Quanto a abordagem do problema a pesquisa é qualitativa, pois o pesquisador esteve
interessado em ter acesso a experiência, interacção e documentos em seu contexto
natural e de uma forma que se dê espaço as suas particularidades nas matérias nas quais
pretendeu estudar.
No entanto Kauark, Manhaes e Medeiros (2010, p. 25) afirmam que:
“ A Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica
entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o
mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não pode ser
traduzido em números. A interpretação dos fenómenos e a atribuição
de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não
requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a
fonte directa para colecta de dados e o pesquisador é o instrumento-
chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados
indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais
de abordagem”.

Já Sampieri, Collado e Lúcio (2006, p. 5) dizem:

“O enfoque qualitativo, em geral, é utilizado sobretudo para descobrir


e refinar as questões de pesquisa e utiliza colecta de dados sem
medição numérica para descobrir ou aperfeiçoar questões de pesquisa
e pode ou não provar hipóteses em seu processo de interpretação”.

Na abordagem destes dois autores é visível a relação que ambos citam sobre este tipo de
pesquisa em que o seu foco principal é a não quantificação dos sujeitos em números,
mas que ele é a peça chave no processo de obtenção de informação.

3.1.3. Quantos aos Objectivos


A pesquisa quanto aos fins é uma Pesquisa Descritiva, cujo Vergara (1998, p. 45)
advoga que:

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“Uma pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou
de determinado fenómeno. Pode também estabelecer correlações entre
variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os
fenómenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação. Pesquisa de
opinião insere-se nessa classificarão”.

Cervo, Bervian e Silva (2007) advogam que toda a pesquisa em especial a descritiva,
deve ser bem planeada se quiser oferecer resultados úteis e fidedignos, mas esse
planeamento deve envolver também a tarefa de colecta de dados, que corresponde a
uma fase intermediária da pesquisa descritiva.

3.2.Tipo de Amostragem

O tipo de amostragem a ser utilizado será por acessibilidade ou conveniência que


constitui instrumento que permitirá que a investigadora seleccione a amostra de acordo
com a disponibilidade dos mesmos e ainda de forma que a investigadora possa decidir
quem entrevistar, partindo do pressuposto de que ele tem as informações que a
pesquisadora necessita para a construção de suas asseverações isto é, abrangendo as
áreas de afectação existentes na instituição e que por limitação do tempo e
disponibilidade será precedida de forma criteriosa visando garantir que não se excluam
funcionários com cargos de chefia e de direcção.

3.3.Universo Populacional
População é um conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas), que possuem as
características que serão objecto de estudo. Assim, a população alvo, para o estudo
serão os estudantes que frequentam e que frequentaram o nível médio na ESGPUM que
sejam residentes na cidade de Mocuba. (Vergara 2007, p. 48)
3.3.1. Participantes ou Amostra
Sobre a amostra Vergara (2007, p. 48) afirma que população amostral ou amostra é uma
parte do Universo (população) escolhido segundo algum critério de representatividade.
Neste contexto por se tratar de um estudo usando o enfoque qualitativo, a método para a
extracção da amostra foi amostragem não probabilística do tipo intencional que para
Martinazza (2008, p.79): “é aquela em que o amostrador deliberadamente escolhe certos
elementos para pertencer à amostra, por julgar tais elementos bem representativos da
população”.

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Para a pesquisa que pretende-se realizar, a amostra irá consistir na selecção de
estudantes do curso diurno, que estejam a frequentar 11ª e 12ª classe respectivamente, e
estudantes que até o 2° trimestre de 2017 frequentaram a 11ª e 12ª classe, a amostra será
constituída por 210 participantes dos quais, 75 estudantes da 11ª e 75 da 12ª
frequentando o presente ano lectivo, 25 estudantes da 11ª e 25 estudantes da 12ª que
frequentaram no ano anterior as respectivas classes e 10 professores de ambos os sexos.
3.4. Instrumentos de Colecta de Dados
Para a obtenção de informações, juntos dos participantes usou-se os seguintes
instrumentos de colecta de dados: Questionário, observação directa e análise
documental.
A colecta de dados será mediante aplicação de um questionário do modelo de perguntas
fechadas e abertas.
Para Dencker (1998, p.146), o questionário é um instrumento que propõe a obtenção de
“maneira sistemática e ordenada, informações sobre as variáveis que intervêm em uma
investigação, em relação a uma população ou amostra determinada”.
Este aspecto fez com que se escolhe – se esta técnica por ser muito eficiente para a
obtenção de dados em profundidade acerca do comportamento humano, oferecendo
maior flexibilidade, uma vez que o estudante apenas poderá responder com símbolos.
Já Sampier (2006, p.459) Observação é uma técnica de recolha de dados que tem como
propósito explorar e descobrir ambientes.
E para Quivy e Dione (1999, p.156) Observação Directa“ é aquela em que o próprio
investigador procede a recolha das informações, sem se dirigir aos sujeitos
interessados”.
A escolha desta técnica deve-se ao facto de o pesquisador ter a possibilidade de explorar
certos comportamentos durante a entrevistas, verificar os procedimentos em louco,
assim responder-se-á ao terceiro objectivo específico.
Segundo Gil (2009, p. 51): a análise documental “vale-se de materiais que não recebem
ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objectos da pesquisa”. Diz ainda o autor que na pesquisa documental, como primeiro
passo temos que fazer a exploração das fontes documentais, cujos estes documentos
alguns deles são de primeira mão, isto é, que não receberam qualquer tratamento
analítico, tais como: documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos,
diários, filmes, fotografias, gravações etc.

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Finalmente irá redigir-se o relatório final que será apresentado em dois formatos,
primeiro em Microsoft Word e segundo em Microsoft Power Point.

3.5.Tratamento, Análise e Interpretação dos Dados

Para a análise e interpretação dos dados, será adoptada a técnica da triangulação que,
para (Lakatos e Marconi, 2009), é uma técnica de investigação social complementar á
técnica da entrevista, análise bibliográfica e da observação que trata de fazer aparecer o
máximo possível os elementos de informação e de reflexão, que servirão de matérias
para uma análise sistemática de conteúdo que corresponde as exigências, de estabilidade
e de inter-subjectividade dos processos.

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4. OBJECTIVOS DE ESTUDO
4.1.Objectivo Geral
 Analisar o envolvimento de estudantes com as drogas na Escola Secundária
Geral e Pré – Universitária de Mocuba
4.2.Objectivos Específicos
 Identificar as formas de actuação do estudante no ambiente da ESGPUM;
 Realizar um diagnóstico sobre o uso e abuso de drogas e álcool entre estudantes
na ESGPUM;
 Compreender os factores que levam os estudantes da ESGPUM ao uso de
drogas.

5. QUESTÕES DE PARTIDA

De acordo com os autores Quivy & Campenhoudt (2008 pp. 31-32):


“o investigador deve obrigar-se a escolher rapidamente um primeiro
fio condutor tão claro quanto possível, de forma que o seu trabalho
possa iniciar-se sem demora a estruturar-se com coerência (…). Este
ponto de partida é apenas provisório, como um acampamento-base
que os alpinistas constroem para prepararem a escalada de cume e
que abandonarão por outros acampamentos mais avançados até
iniciarem o assalto final”.
Assim, a questão de partida deve ser clara e concisa quanto possível, tendo em conta o
seu carácter norteador num trabalho de investigação. Até porque, ainda de acordo com
Quivy & Campenhoudt (2008), a melhor forma de começar um trabalho de investigação
na área das ciências sociais consiste num esforço por enunciar o projecto sobre a forma
de uma pergunta de partida. Em face do problema levantado, propõe-se que o mesmo
seja auxiliado pelas seguintes perguntas de partida:

P 1: Qual é o comportamento dos estudantes da Escola Secundária Geral e Pré –


Universitária de Mocuba?

P 2: Até que ponto o uso de drogas influencia no comportamento de estudantes da


Escola Secundária Geral e Pré – Universitária de Mocuba?

P 3: Será que a condição económica e social leva os estudantes da Escola Secundária


Geral e Pré – Universitária de Mocuba ao consumo de drogas?

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6. REFERENCIAL TEÓRICO
6.1.Conceitos
a) Drogas

De acordo com Abramovay (2006), as drogas são definidas como toda substância,
natural ou não, que modifica as funções normais de um organismo. Também são
chamadas de entorpecentes ou narcóticos.

Mas segundo Albertina (2004), as drogas são produtos químicos que se usam no
tratamento ou prevenção de doenças ou deficiências dos seres vivos. Os remédios são
feitos com drogas. Podem ser administradas por via oral, pela respiração, por meio de
injecções intradérmicas, intramusculares ou venosas, por absorção através da pele ou
das mucosas, por enemas.

Ainda segundo a mesma autora, a acção de algumas drogas é o resultado de efeitos


físicos ou químicos. Esta acção depende da absorção das drogas e sua passagem para a
corrente sanguínea. O sangue as transporta para os diferentes tecidos do corpo, onde se
produz a reacção. É difícil determinar a acção de algumas destas drogas

Assim, percebe - se que drogas são substâncias naturais ou artificiais que alteram o
funcionamento normal do organismo. Mas como afirma a autora acima citada os
medicamentos também são classificados como drogas.

b) Escola

Segundo Kauark et all (2010) a escola (do grego scholé, através do termo latino schola)
é uma instituição concebida para o ensino de alunos sob a direção de professores. A
maioria dos países tem sistemas formais de educação, que geralmente são obrigatórios.
Nestes sistemas, os estudantes progridem através de uma série de níveis escolares e
sucessivos. Os nomes para esses níveis nas escolas variam por país, mas geralmente
incluem o ensino fundamental (ensino básico) para crianças e o ensino médio (ensino
secundário) para os adolescentes que concluíram o fundamental. Uma instituição onde
o ensino superior é ensinado, é comumente chamada de faculdade ou universidade.

Além destas, os alunos também podem frequentar outras instituições escolares, antes e
depois do ensino fundamental.

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De acordo com os mesmos autores a pré-escolafornece uma escolaridade básica para as
crianças mais jovens. As profissionalizantes, faculdades ou seminários podem estar
disponíveis antes, durante ou depois do ensino médio. A escola também pode ser
dedicada a um campo particular, como uma escola de economia ou de música, por
exemplo.As escolas podem ser públicas ou particulares. Kauark et all (2010)

SegundoSudbrack (2003, p.20) as escolas podem ser mistas, femininas ou masculinas.


Podem ser colégios de aplicação. Podem ser exclusivas para crianças com necessidades
especiais. Podem ser escolas religiosas. Escolas para adultos incluem instituições
de alfabetização, de treinamento corporativo, militar e escolas de negócios.

Na visão de Lessa(1998) a escola é uma instituição que tem como finalidade a formação
e a educação de crianças e adolescentes. Aprende – se a ler e a escrever, além de
praticar – se desporto, e conhece – se pessoas novas, aprende – se a conviver e respeitar
os professores e funcionários que fazem parte dessa instituição.

Portanto a luz dos conceitos acima apresentados,nota – se que a escola deve ser um
espaço onde educadores e educandos trabalham em prol dos valores sociais, ética e
cidadania na busca de uma sociedade justa e ciente de sua força política.

c) Estudante

Segundo Machado(1996), aluno (do latim alumnus, alumnié), estudante ou discente é o


indivíduo que recebe formação e instrução de um ou vários professores ou mestres para
adquirir ou ampliar seus conhecimentos, geralmente nas áreas intelectuais, levando em
conta que existem diferentes aptidões e estilos de aprendizado para cada aluno -
principalmente à medida em que avança na vida escolar.

Mas de acordo com Sudbrack (2003, p. 27) a palavra estudante é utilizada como
sinónimo de aluno. Este conceito diz respeito aos indivíduos que aprendem com outras
pessoas. O termo aluno provém do latim alumnum que, por sua vez, deriva de alere
(“alimentar”).

Portanto diz-se que um sujeito é aluno da pessoa que o tenha educado e criado desde a
sua infância. No entanto, também se pode ser aluno de outra pessoa que seja mais jovem
do que o próprio. Posto isto, os termos estudante, aluno, discípulo e, inclusive, aprendiz
são permutáveis.

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6.2.Classificação das Drogas Perante a Lei

Segundo Rodrigues(2008), as drogas, substâncias naturais ou sintéticas que possuem a


capacidade de alterar o funcionamento do organismo, são divididas em dois grandes
grupos, segundo o critério de Legalidade perante a Lei: drogas lícitas e ilícitas.

As drogas lícitas são aquelas legalizadas, produzidas e comercializadas livremente e que


são aceitas pela sociedade. Os dois principais exemplos de drogas lícitas na nossa
sociedade são o cigarro e o álcool.

Outros exemplos de drogas lícitas: anorexígenos (moderadores de apetite),


benzodiazepínicos (remédios utilizados para reduzir a ansiedade), etc.

Já a cocaína, a canabis sativa, , a heroína, etc., são drogas ilícitas, ou seja, são drogas
cuja comercialização é proibida pela legislação. Além disso, as mesmas não são
socialmente aceitas.

6.3.A Problemática do uso de Drogas nas Escolas


A história ensina que o uso de substâncias psicoativas sempre estiveram presentes na
sociedade não importando a raça ou a cultura do povo. Os motivos propostos para
explicar esse uso já foram de cunho religioso e místico (LESSA, 1998).
As drogas eram utilizadas na antiguidade nas cerimônias e rituais, para obter prazer,
diversão e experiências místicas, porém essa utilização não representava, em geral, uma
ameaça, pois ainda não se sabia dos efeitos negativos que elas podiam causar. Porém na
última década, o aumento siginificativo de consumidores e dos tipos de drogas usadas
reflete-se em uma maior demanda para o tratamento de problemas relacionados ao
abuso ou dependência de drogas.
Para conhecer o efeito das drogas no organismo e suas implicações sociais, é necessário
conceituá-la, bem como identificar quais os problemas gerados com seu uso e abuso.
Segundo a médica psiquiatra, Lisia Von Diemen, Droga é qualquer substância exógena
que interfira em um ou mais sistema do organismo. São vários os tipos de drogas que
atuam de diversas formas no organismo do usuário, provocando alterações psíquicas e
comportamentais.
O uso abusivo de drogas envolve vários sectores da sociedade, tais como, jurídico,
policiais, médicos, educacionais, ocupacionais, familiares, entre outros, além de ser
cercado pela diversidade de opiniões a respeito de danos, benefícios, prazer e desprazer.

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De um lado as informações relacionadas a violência devido ao tráfico, e do outro a
mídia estimula a venda de bebidas alcoólicas, que também é um tipo de droga que causa
dependência e traz sérias consequências para a sociedade.

6.4.Factores que levam ao uso de Drogas nas Escolas


Segundo Rodrigues(2008), no âmbito escolar tem que haver certa cumplicidade entre
alunos e professores para que haja o ensino e aprendizagem no contexto desse sistema
educacional que tanto oferece aos mesmos, oportunidade para realização de tarefas
difícil de serem aplicadas e terem ótimos resultados, como é o caso de falar abertamente
ao uso indevido das drogas dentro e fora da escola. Sabemos que há fatores que ajudam
para que essa fase da vida seja vencida, no entanto há fatores que prejudicam e muito a
vida dos alunos nessa idade de transição de comportamentos até a vida adulta.

Um dos factores principal e que mais ajudam uma criança ou adolescente a não se
envolver e cair no mundo das drogas é uma família bem estruturada e com
ensinamentos de valores. Isso muitas famílias perderam e não conseguem retornar, ficou
difícil buscar o aprender e transmitir o que devemos realmente ser como ser humano.
Segundo Sudbrack (2003, p. 63) há adolescentes que apresentam maior
comprometimento com o consumo de drogas e/ ou outras problemáticas, em geral,
atreladas a conflitos de ordem familiar que os colocam em situações de risco.

Situações preocupantes é a parceria entre escola e sociedade. Hoje a escola está


esquecendo-se de passar os verdadeiros direitos e deveres dos alunos quanto o que
realmente irão buscar na vida estudantil deles. As participações dos alunos nos projetos
da escola estão isoladas, os professores preferem realizarem as tarefas que pedir aos
alunos que a pratique, que a estude e descubra através da prática o verdadeiro valor do
seu desempenho quanto produtor de seus próprios esforços e dedicação. Mostrar o
caminho colocando regras e limites, onde todos participam e ficam orgulhosos do seu
produto final.

Respeito e humildade devem ser apresentados a classe de alunados para que todos se
tornem capazes, no entanto tem que haver cobranças, combinados entre outros para que
esse meio de convivência se torne possível e agradável. A confiança que podemos
passar para os alunos nos deixa mais próximos deles para saber como anda a sua vida
dentro e fora do âmbito escolar. O trabalho para o sucesso não depende do professor e
muito menos do aluno, essas duas classes tem que andar juntas.

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Sendo assim no final a vitória sempre serão de ambas as partes. Somente dessa forma é
que vamos trabalhar centrada no desenvolvimento humano e não nos sentir culpados
pela má formação da futura geração de profissionais.

Para a Organização Panamericana de Saúde OPS, 2005, Apud, RODRIGUES E


PAIVA, (2008) a escola é o local adequado para a criação de programas preventivos
envolvendo a qualidade de vida. Como agente transformador social, moral e ético,
principalmente quando há baixa motivação, insuficiência no aproveitamento,
desvalorização da educação. A escola oferecendo serviços especiais, em detrimento de
punições pode ser o começo para a prevenção. RODRIGUES E PAIVA (2008)

O foco principal do trabalho da escola deve ser a reflexão, contribuindo para a visão
críticas das situações e dos problemas e para o desenvolvimento da autonomia e da
capacidade de escolha dos adolescentes. ALBERTINA; SCIVOLETTO; ZEMEL,
(2004. p. 83).

Para que haja melhores desempenhos sobre o estudo devemos apresentar os fatores de
risco e proteção.

Factores de risco são aquelas circunstâncias sociais ou pessoais que a tornem


vulneráveis a assumir comportamentos arriscados, como usar drogas.

Factores de proteção são aqueles que contrabalançam as vulnerabilidades, tomando as


pessoas com menos chances de assumir esses comportamentos.

Quadro 1. Factores de Proteção e de Risco da Escola


Factores de Proteção Factores de Risco

Distância entre a escola e lugares que vendem Barracas, Bares, nas imediações das escolas
drogas
1.Uma família bem estruturada. 1. Falta de estrutura familiar.
2. Vigilância com os alunos propícios. 2.Visão dos acontecimentos com o aluno.
3.Visitas dos responsáveis na escola. 3.Falta Acompanhamento do responsável na
escola.
4.Estimular o aluno a participar de projetos na 4.Vulnerabilidade nas ruas.
escola.
5.Mostrar que o aluno também tem deveres. 5.Falta de estimulo para conquistas.
6.Cobrar incentiva e desenvolvimento do aluno 6.Falta de atenção quanto professor/aluno.
nos trabalhos escolares.

7.Ser um reflexo para o aluno. 7.Desinteresse com algumas disciplinas.

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8.Vinculo positivo com as pessoas. 8.Família que fazem uso de drogas.
9.Autoestima bem resolvida 9.Adolescentes frustrados.
10.Satisfação com a vida. 10.Críticas destrutivas.
Fonte: Adaptado pelo autor, 2018.

6.5.Efeitos das Drogas na Sociedade e no Organismo


Machado (1966) salientaque muitos acontecimentos violentos e rupturas sociais estão
relacionados ao uso e abuso de álcool e outras drogas, os quais podemos citar:
homicídios, atropelamentos, acidentes de trânsito, brigas, dentre outros. Os noticiários
policiais e rodoviários divulgados pela mídia televisiva todos os dias mostram que a
maioria das ocorrências são nos finais de semana, quando se eleva o uso de álcool, que é
a droga lícita mais consumida.
As drogas lícitas são substâncias que podem ser produzidas, comercializadas e
consumidas sem problema algum. Apesar dessas trazerem prejuízos aos órgãos do
corpo são liberadas por lei e aceitas pela sociedade. Essas são as mais consumidas e as
que resultam em fatalidades diárias, já que através das alterações realizadas no
organismo um indivíduo perde o controle e acaba por fazer coisas que no seu
estadonormal não faria. As drogas, além de prejudicar a saúde mental, trazem sérios
transtornos físicos para o ser humano, principalmente para aqueles que estão em fase de
desenvolvimento. O álcool, por exemplo, torna o raciocínio e a coordenação motora
lentos e compromete a capacidade de avaliar riscos. CEBRID/SENAD (2008)
O uso do álcool traz ainda sérios prejuízos para o corpo humano, tais como: gastrite
úlcera, hepatite alcoólica, cirrose, câncer no fígado, anemia, alterações de coagulação
sanguínea, aumento da pressão arterial, insuficiência cardíaca, maior risco de acidente
vascular encefálico, alterações na menstruação e muitas outras complicações de saúde
SENAD (2008).

Uma das drogas ilícitas mais usadas em Moçambique é a Canabis sativa, que é
composta por sessenta substâncias que provocam vários efeitos no organismo. No
coração ela aumenta os batimentos e a pressão arterial; nos braços prejudica a
coordenação motora; no estômago, aumenta o apetite; no cérebro compromete a
memória e a consentração, provocando confusão mental; os olhos tornam-se vermelhos
e há dilatação da pupila; na garganta provoca tosse seca e dor na garganta devido a
fumaça e no pulmão ocasiona problemas respiratório e infecção CEBRID (2008).

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Muitos espaços sociais vem sendo invadido pelas drogas. Cada vez mais o acesso dos
adolescentes e jovens a elas é facilitado, a exemplo das escolas, principalmente nas
grandes cidades que já estão sendo envolvidas pelo tráfico de drogas.

Miriam Abramovay, em seu Livro Cotidiano da escolas: entre violências, revela a triste
realidade de mortes de vários estudante envolvidos com as drogas que tiveram suas
vidas ceifadas pelos responsáveis pelo tráfico.
Para Sanchez (1982), não há que se falar em moralidade, quando crianças e
adolescentes brasileiras estão, cada vez mais cedo, se enveredando no caminho
alternativo das drogas. Ele explica que tais caminhos são alternativos, pois quando se é
criança e/ou adolescente a vida abre um leque de oportunidades para todos. À medida
que se vai vivendo novas oportunidades de vida vão surgindo como se um cardápio
fosse aberto deixando à mostra suas opções. As drogas, também, fazem parte desse
cardápio e podem ser classificadas em drogas lícitas ou ilícitas. As drogas lícitas são as
bebidas alcoólicas, cigarros e medicamentos farmacêuticos. Por serem lícitas essas
drogas podem ser encontradas em diversos pontos comerciais e são as portas de entrada
para o uso e abuso das drogas ilícitas.
Machado (1966: p. 29) salienta, que a interação social implica transformação e o
cuidado que um ser humano deve ter com o outro. Esta concepção reconhece que as
pessoas são devedoras umas das outras e necessitadas de atenções, carinho e respeito.
Se uma pessoa não recebe tal tratamento, a tendência e que não repasse para os seus
filhos, amor, carinho e atenção, valores fundamentais para a formação do sujeito,
atribuindo-lhe um espaço importante no desenvolvimento das estruturas psicológicas e
emocionais.

6.6.O Impacto das Drogas nas Escolas Secundárias

De acordo com Sanchez (1982), durante um longo período, a abordagem do tema


drogas foi considerada tabu nas escolas Moçambicanas. A escola não é afastada da
maior parte da sociedade e é preciso construir caminhos que aproximem ainda mais a
escola e a sociedade.

Dos vários ambientes que requerem prevenção no uso de drogas, a escola de ensino
fundamental e médio tem sido indicada como um dos mais propícios para ações desta
natureza considerando-se diversas particularidades.

18
Primeiramente, o público atendido pela escola encontra-se em uma faixa de idade que
corresponde, segundo as estatísticas, ao período da vida onde grande parte das pessoas
começa a experimentar alguma droga.

Desse modo, uma intervenção preventiva neste momento será muito mais eficaz no
sentido de se interromper a tendência do usuário em prosseguir para outros níveis de
utilização da droga em maior frequência.

Diversas características da adolescência têm sido elencadas como factores de risco para
o início do uso de drogas entre as quais podemos destacar a tendência de contestar o que
é definido como correcto e a necessidade de inserção no grupo social, de ser aceito.
Um outro aspecto importante é que a escola se constitui em um ambiente onde o
adolescente passa grande período do seu dia e ali está ávido por coisas novas e aberto ao
aprendizado, disposto a canalizar as efervescências pessoais para novas experiências.
Se por um lado estas constatações podem funcionar como factores de risco ao uso de
drogas, por outro, ao conseguir interceptá-las podemos encontrar formas objectivas de
prevenir o uso de drogas.

Segundo Santos (2010), a simples realização de eventos informativos como palestras


por especialistas de fora, portanto alheios à realidade escolar não basta, pois já está
provado que o simples fato de conhecer que determinado comportamento é nocivo não é
suficiente para que o indivíduo abandone essa prática. Além disso, estas palestras
esporádicas e descontextualizadas podem despertar curiosidades desnecessárias e
funcionar como uma "droga" entorpecendo a direcção escolar, anestesiando suas
consciências e trazendo urna falsa sensação de "dever cumprido".

De acordo com Sudback (2003), o trabalho com drogas pode vir a ser feito em três
níveis: prevenção, repressão e tratamento. A prevenção divide-se em duas etapas:
prevenção primária que procura desestimular a primeira experiência dos não iniciados e
a prevenção secundária que busca prevenir o aprofundamento do uso experimental.

A prevenção coloca-se, portanto como imperativo desse processo já que o tratamento de


pessoas já em dependência é longo difícil, aleatório e caro. Quanto mais precoces, de
preferência antes do contacto do jovem com a mesma, maiores são as possibilidades de
eficácia da mesma.

19
Quando se considera a prevenção no contexto escolar deve-se dar ênfase no
investimento da formação de profissionais qualificados, bem treinados e habilidosos
para lidar com as demandas da instituição. Deve também buscar envolver o corpo
escolar inteiro e colocar o adolescente como participante activo do processo de
elaboração dos projectos utilizando linguagem acessível e escutando o que ele tem a
dizer sobre sua realidade.

Machado (1966: p. 69) salienta, que na impossibilidade de excluir as drogas do domínio


social há que se trabalhar visando à construção de sujeitos mais preparados para
enfrentar os problemas causados por elas. A prevenção entraria, portanto como parte
da formação dos sujeitos dentro do ambiente escolar. As informações, como meio mais
importante de prevenção, devem focar a qualidade de vida e não as drogas, o produto
em si. Isso poderia surtir o efeito contrário, excitar a curiosidade dos adolescentes, tão
ligado a situações desafiadoras. O processo de prevenção deve buscar abranger a
qualidade de vida ligada aos hábitos dos adolescentes, englobando seus problemas e
interesses.

A medida adequada face a problemática das drogas exigiria políticas públicas que
viabilizassem a construção de soluções que fossem colocados em contraponto com o
“modelo do medo” e a “pedagogia do terror” que silenciam e excluem sem de facto
proporcionar a devida formação de consciência relativa aos problemas aos quais as
drogas podem estar ligadas.

O jovem acaba sendo colocado numa posição de fragilidade e muitas de suas


capacidades e possíveis contribuições vem a ser ignoradas. Dessa forma, os trabalhos
realizados no sentido de evitar o envolvimento destes com as drogas acabam sendo
desvalorizados e perdem muito nos seus objectivos finais.

20
6.7.A Legislação Moçambicana e as Drogas

De acordo com alínea a) do artigo 5 do RCPCCBA1 é proibida a venda de bebidas


alcoólicas á menores de 18 anos, e na alínea e) do mesmo artigo é proibido ainda a
venda de bebidas alcoólicas nas escolas e nas imediações dos estabelecimentos de
ensino;

Como forma de dificultar o acesso as bebidas alcoólicas o nº 1 do artigo 7 do


RCPCCBA destaca que os proprietários dos estabelecimentos de venda e de consumo
de bebidas alcoólicas devem exigir, em caso de dúvida, a identificação das pessoas que
aparentam ser menores de 18 anos de idade. Assim nota-se que há mais
estabelecimentos de vendas de drogas (bar) em relação a cantinas nas imediações das
instituições de ensino da cidade de Mocuba.

Entretanto constata-se um esforço do governo em colocar os estudantes longe de


bebidas alcoólicas e outras drogas porém a luz do artigo 9 alínea c) do RCPCCBA é
proibida a publicidade de bebidas alcoólicas nos estabelecimentos escolares e nas suas
imediações.

Quanto a sanção para aqueles que vendem bebidas alcoólicas a menores de 18 anos, a
alínea a) do artigo 13 do RCPCCBA estabelece que, este será sancionado com multa
correspondente a 40 salários mínimos e apreensão dos produtos relacionados com a
infracção e que estejam na posse do infractor, revertendo-se a favor do Estado;

No que tange a publicidade de bebidas alcoólicas nos estabelecimentos escolares e nas


suas imediações a alínea c do mesmo artigo estabelece que a sanção será correspondente
a 80 salários mínimos.

O artigo 15 nº 1 alínea c) estabelece que compete ao ministério da saúde criar e aplicar


programas de prevenção do consumo precoce de bebidas alcoólicas em locais tais como
as instituições de ensino, recintos desportivos e culturais garantindo a sua qualidade.2

1
Cfr. Alínea a) do Art. 5 do Decreto nº 54/2013: Aprova o Regulamento sobre o Controlo da produção,
Comercialização e Consumo de Bebidas Alcoólicas

2
Alínea c) do Art. 15 do Decreto nº 54/2013: Aprova o Regulamento sobre o Controlo da produção,
Comercialização e Consumo de Bebidas Alcoólicas

21
Portanto, nota-se aqui que a responsabilidade não compete apenas aos estudantes, mas
também ao ministério de educação e desenvolvimento humano, ao Ministério da saúde,
aos pais e encarregados de educação, aos proprietários de estabelecimentos que se
dedicam a comercialização de drogas e a sociedade em geral.

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7. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES

Actividade Previsão
Inicio Termino
1. Levantamento Bibliográfico 10-02-2019 08-05-
1.1.Elaboração do pré-projecto 2019
1.2.Redacção do projecto
1.3. Entrega ao docente para avaliação
1.4.Aprovação do projecto pela comissão examinadora
2. Colecta de dados 15-09-2018 18-09-
2.1.Pesquisa Bibliográfica e documental 2018
2.2.Preparação do Questionário
2.3.Aplicação do Questionário
3. Tratamento de dados 25-08-2019 25-09-
3.1.Inferência dos resultados 2019
3.2.Analise dos resultados obtidos pela inferência
4. Redacção e aprovação da Dissertação 01-10-2019 16-12-
4.1. Redacção da versão preliminar 2019
4.2. Aceitação pelo orientador
4.3.Aceitação pela comissão examinadora
4.4.Aceitação da versão final
4.5.Encaminhamento `a comissão examinadora
4.6.Apresentação do Trabalho

Fonte: Adaptado pelo autor, 2018.

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8. ORÇAMENTO PARA A REALIZAÇÃO DA PESQUISA

Categoria Descrição Quantidade Valor unitário Total

Bloco de Notas 4 50,00mt 200,00mt

Tomadas de notas e Canetas 10 10,00mt 100,00mt


transporte
Lápis 10 10,00mt 100,00mt

Transporte 6 130,00mt 800,00mt

Resma de papel A4 3 300,00mt 900,00mt

Copias 300 5,00mt 1500,00mt


Edição
Encadernação 4 50,00mt 200,00mt

Total 3.800,00mt

Fonte: Adaptado pelo autor, 2018.

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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Legislação

Decreto nº 54/2013: Aprova o Regulamento sobre o Controlo da produção,


Comercialização e Consumo de Bebidas Alcoólicas

Doutrina

Abramovay, Miriam. (2006), Cotidiano das escolas: entre violências. Brasília:


UNESCO

Albertina, Sérgio de Paula. (2004), Álcool: quem paga a conta somos nós. Mundo
Jovem. Porto Alegre, RS

CEBRID. (2008), Prevenção ao uso indevido de drogas: curso de capacitação para


conselheiros municipais. Presidência da República, Centro Brasileiro de Informações
sobre Drogas

Consumo de álcool preocupa sector da educação em Moçambique.Disponível em


Dencker C. et Al. (1998) Métodos de pesquisa nas relações sociais.São Paulo: Herder

http://www.jornalcanalmoz.co.mz/index.php/sociedade/54314-consumo-de-alcool-nas-
escolas-preocupa-sector-da-educacao.html acesso em 23/08/2018

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Lessa, M. B. M. F.(1998), Os paradoxos da existência na história do uso das
drogas.Alcance

Machado, Nílson José.(1996), Matemática e educação: alegorias, tecnologias e temas


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Marconi, M. A. & Lakatos, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de


pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de
dados. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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Martinazza, C. A; (2008); Estatística Aplicada a Computação; (Apostila) Universidade
Regional do Alto Uruguai e das Missões Campus de Erechim.
Quivy, C. e Campenhoudt, J; (2008); A construção do Saber: Manual de Metodologia
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Richard, N. (2002). Metodologia de estudos em ciências da saúde: como planejar,
analisar e apresentar um trabalho científico. São Paulo: Roca.

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Sampieri, R.H; C. Carlos F; L. e Pilar B. (2006). Metodologia de Pesquisa. 3ª Edição.


São Paulo: Mc Graw-Hill.
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SENAD. (2008), Prevenção ao uso indevido de drogas: curso de capacitação para
conselheiros municipais. Presidência da República, Secretaria Nacional Antidroga

Sudback, Pedro Ribeiro. (2003), Sem drogas é bem melhor. Mundo Jovem. Porto
Alegre, RS

Vergara, S. C. (1998); Projectos e Relatório de Pesquisa em Administração; São


Paulo:2ed, Atlas SA.

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