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Accountability.

A Lei de Responsabilidade Fiscal e a participação popular:

João Caputo e Oliveira1

Resumo:
Este trabalho busca trazer uma reflexão sobre as ações da população e dos
conselhos comunitários na gestão dos recursos públicos. Verificam-se as
formas de participação da sociedade e as composições dos conselhos.
Evidencia-se a participação de algumas esferas sociais nas decisões
orçamentárias do poder público. Trata da responsabilidade social de todos,
mormente dos membros de conselhos comunitários, e da necessidade de
educar a população para que tenhamos membros atuantes e conscientes nos
conselhos.
Palavras chaves: conselho, controle, gasto, responsabilidade
Os conselhos populares tem sido uma realidade, mais fortemente presente, desde a
redemocratização que culminou com a Constituição de 1988 e sua participação no cenário das
políticas públicas vem se ajustando desde a sua implantação.
Contudo sua participação, como mostrará este artigo, ainda não é exatamente aquela
esperada como instrumento de aplicação correta e controle dos recursos destinados às
políticas públicas.
Antes de começarmos a discorrer sobre o nosso tema especificamente, vamos observar
o termo inicial de nosso trabalho accountability, para isto recorremos à internet e obtivemos o
seguinte:
Accountability é um termo da língua inglesa, sem tradução exata para o
português, que remete à obrigação de membros de um órgão administrativo
ou representativo de prestar contas a instâncias controladoras ou a seus
representados. Outro termo usado numa possível versão portuguesa é
responsabilização (Wikipédia)
Os conselhos populares são fóruns que além de participar ativamente na definição da
aplicação dos recursos públicos destinados à área especifica de sua atuação também exercem
uma fiscalização e controle sobre a forma como este gasto é efetuado.
A participação popular nas decisões de governo pode ser encontrada anteriormente ao
processo de redemocratização, mesmo no governo militar conforme citado a seguir:
Ainda durante o regime militar, um pequeno número de municípios
governado pelo então MDB adotou políticas participativas. Uma dessas
experiências, analisada por Castro (1988), ocorreu em Piracicaba (SP), no

1
Físico, Pós-graduando em Educação Fiscal e Cidadania. Trabalho apresentado na disciplina
Responsabilidade Fiscal e Social, do curso de especialização em Educação Fiscal e Cidadania – ESAF, sob a
orientação do Prof. Wéder de Oliveira
período 1977-1982. Castro sugere que a motivação do prefeito em propor
a participação direta da comunidade no processo decisório destinava-se
a:
a) mostrar aos governos, federal e estadual, que os recursos destinados a
Piracicaba e vinculados a determinados projetos não atendiam às
prioridades da comunidade;
b) pressionar a Câmara de Vereadores para aprovar leis controvertidas.
(destaque nosso) A avaliação de Castro foi a de que o processo participativo
em Piracicaba teve caráter mais consultivo que deliberativo, apesar da
criação de inúmeros conselhos, inclusive para o orçamento. Como em várias
outras experiências similares, com a eleição do novo prefeito essa política
desapareceu.
No mesmo período, em Lages (SC), outra experiência ganhou visibilidade
nacional. Como em Piracicaba, o prefeito de Lages, Dirceu Carneiro,
também pertencia ao MDB, mas a principal marca dessa gestão não foi
estimular a participação no processo orçamentário e sim na promoção
de pequenas iniciativas de intervenção urbana, implementadas
cooperativamente entre o governo e a comunidade. Mudou-se também o
foco do planejamento urbano, que deixava de ser abrangente para
concentrar-se nos problemas do cotidiano da população (destaque nosso)
(Ferreira, 1991). Apesar de o objetivo ter sido governar com a participação
popular, não havia organização da comunidade e o governo local interveio
para promover a mobilização e estimular a criação de associações
comunitárias. (Souza – 2001)
Observamos pelos destaques feitos no texto acima que os objetivos reais eram tornar a
população aliada do governante para pressionar os governos, federal e estadual de um lado e
realizar pequenas intervenções urbanas de outro. Mas não se pode diminuir o valor dessas
iniciativas principalmente levando-se em conta o contexto histórico-político em que foram
implantadas.
Mais recentemente encontramos outros casos relatados:
As cidades mineiras de Uberlândia e Juiz de Fora — com cerca de 370 mil
habitantes cada uma — e Governador Valadares — habitada por cerca de
230 mil habitantes —, alvos das considerações que se seguem, apresentam
como característica comum o fato de terem sido palco, nos anos 80, de
experiências administrativas do tipo participativo (sobre o conceito ver
Prates e Andrade, 1985). Desenvolvida no âmbito de governos
peemedebistas que ocuparam as prefeituras daqueles municípios no período
de 1983 a 1988, a prática participativa de governo revelou-se, em todos os
três casos, indutora de mudanças nos padrões de organização da população e
nas formas locais de intermediação de interesses sociais.” (Costa -1997)
Estas experiências envolviam as associações de moradores, que passaram a ter
participação na interlocução junto às prefeituras em substituição a vereadores e “pessoas
influentes” como cita Costa, o autor do artigo.
Ele mesmo acaba por demonstrar ceticismo em relação a estas experiências mineiras,
argumentando que os líderes comunitários de certa forma se tornaram intermediários de
interesses políticos, o que evidentemente não é o objetivo de uma associação de moradores.
No caso de conselhos em que existe a participação de membros do executivo,
inclusive com cargos de direção, esta “condução” de decisões pode ser bem mais evidente.
Com o avanço da redemocratização e a ascensão ao poder dos partidos de esquerda,
principalmente do Partido dos Trabalhadores, em muitas cidades; mantendo a coerência com
o discurso partidário que preconiza a participação popular nas decisões, mormente nas
orçamentárias temos a introdução em maior evidência do Orçamento Participativo – OP.
Contudo não podemos deixar de assinalar que o OP não se restringe aos municípios
administrados pelo PT.
Observa-se, entretanto, na literatura estudada que grande destaque é dado a duas
experiências de OP: Porto Alegre e Belo Horizonte. Há vasta documentação analisando vários
aspectos do que aconteceu nestas duas cidades. Vamos observar alguns aspectos destes
estudos e tecer alguns comentários.
Importante também observar que a experiência de conselhos é diversa da dos
Orçamentos Participativos, uma vez que os conselhos agem especificamente em um
determinado setor, educação, saúde, segurança etc. Ao passo que o OP permite que sejam
discutidos diversos setores de gastos públicos, inclusive os que possuem conselhos
específicos, mas com uma participação maior e mais aberta da sociedade através de
audiências públicas.
Para que os municípios recebam verbas destinadas a várias áreas de políticas sociais é
imprescindível a existência dos conselhos; que são organizados de acordo com determinações
legais, editadas pelo poder público definindo sua composição e a forma de participação dos
conselheiros. Só este aspecto poderia levar à formação de um conselho que atuaria somente
para corroborar as ações do governo local, contudo a composição paritária abre de fato portas
aos anseios populares, desde que bem representados.
Outro aspecto de crucial importância é o nível de organização e engajamento da
sociedade. Observa-se que isto faz grande diferença na qualidade das ações dos conselheiros.
Devemos observar que nossa experiência com a democracia é nova e nossa sociedade ainda
possui um alto nível de omissão de seus integrantes em qualquer tipo de matéria, não ó as de
cunho orçamentário.
Interessante observar que as pessoas reclamam de forma sistemática de vários serviços
oferecidos pelo governo: saúde, educação, transporte... Nas rodas de amigos sempre surgem
críticas e sugestões para a solução desses mais variados problemas e apontam com convicção
as medidas para resolvê-los.
Contudo, instadas a participar diretamente do processo decisório, esquivam-se de
várias formas: dizem que isto é responsabilidade do governo; que não tem tempo para
participar; que não “ganham para isso”, e o mais variado e surpreendente rol de desculpas de
toda a sorte. O fato é simples: não querem se envolver nas decisões.
Sobre este caso em particular há uma explicação que pode nos auxiliar a compreender
e reside justamente em um aspecto de nossa história política, que tem como não poderia
deixar de ter, influência direta na formação educacional do povo. Não fomos educados para
pensar e nos manifestar, para nos envolver com este, ou qualquer outro, tipo de questão.
A nossa única obrigação é votar. Depois desse momento toda a responsabilidade pela
gestão dos recursos públicos, pela execução dos serviços essenciais passa diretamente aos
ombros do “escolhido”. Isto significa vários problemas a menos para ocupar nosso tempo.
Por outro lado, quando a sociedade se organiza, consciente de seus deveres antes de
seus direitos, de suas responsabilidades com o bem de todos e de cada um; evidentemente a
participação em todos os processos econômicos, políticos e sociais ocorre de forma natural.
Da mesma forma que criamos historicamente uma sociedade passiva, também
alimentamos uma convicção de poder nos nossos governantes, poder para decidir
unilateralmente. Mudar este fato é preciso e tem acontecido, mas, obviamente tem seus pontos
de resistência.
Para grande parte dos governantes isso representa uma ameaça direta a seus interesses
pessoais, e, obviamente fazem de tudo para retardar o processo garantindo seus interesses pelo
tempo que for possível.
Para mudar este quadro só há um meio, educar os jovens e reeducar os adultos, esta
última tarefa evidentemente muito mais difícil que a primeira.
Nesse ponto específico encontramos várias ações e programas de cunho sócio-
educativo dentre os quais o PNEF – Programa Nacional de Educação Fiscal – que, juntamente
com outros vem trabalhando na mudança comportamental da população buscando interiorizar
conceitos de responsabilidade e participação.
Reconhecemos a dificuldade de atingir a sociedade com um programa dessa natureza,
dificuldades que surgem de várias fontes, mas principalmente da falsa associação de educação
fiscal a educação “arrecadatória”, há claramente uma resistência em alguns setores da
sociedade baseada nesta desinformação.
Por outro lado dentro da Receita Federal, nosso ambiente de trabalho, grande parte dos
colegas reage à proposta de educação fiscal por se julgarem “doutores” no assunto, sem
sequer tentar vislumbrar a real abrangência do programa.
Fizemos estas observações apenas para evidenciar a realidade com a qual nos
deparamos e que devemos mudar, pois são as pessoas, funcionários da receita ou não que em
última análise comporão os diversos conselhos.
Para tentar contornar esses obstáculos o PNEF adotou uma abordagem que divide suas
ações em várias camadas da sociedade, que vão desde as escolas de ensino fundamental,
passando pelo ensino secundário e universidades, tendo, ainda, uma ação voltada para o
segmento da sociedade que não se encontra mais nos bancos escolares de qualquer natureza.
Ressaltamos, ainda, que a mais recente Conferência Nacional de Educação (Conae)
aprovou uma proposta para que o tema “Educação Fiscal para Cidadania” faça parte do
conteúdo obrigatório para a formação dos profissionais de educação. O projeto provavelmente
será aprovado sem dificuldades pelo Congresso Nacional para fazer parte do Plano Nacional
de Educação (PNE) dos próximos 10 anos.
A Educação Fiscal visa à construção de uma consciência voltada ao exercício da
cidadania. O objetivo é propiciar a participação do cidadão no funcionamento e
aperfeiçoamento dos instrumentos de controles social e fiscal do Estado. Sua missão é
conscientizar a sociedade, através da escola, da função sócio-econômica do tributo.
Além disso, busca o despertar do cidadão para acompanhar a aplicação dos recursos
postos à disposição da Administração Pública, tendo em vista o benefício de toda a
população. O tributo é um instrumento que pode e deve ser utilizado para promover as
mudanças e reduzir as desigualdades sociais. O cidadão, consciente dessa função social do
tributo como forma de redistribuição da Renda Nacional e elemento de justiça social, é capaz
de participar do processo de arrecadação, aplicação e fiscalização do dinheiro público. É o
conhecimento que desejamos dos conselheiros, pois ele cria a participação consciente.
Atualmente, devido a esta falta de consciência participativa a composição dos
conselhos fica marcada pela presença de alguns setores mais organizados, como sindicatos e
alguns partidos políticos ou representantes do poder executivo, que tem interesse no resultado
das aplicações de recursos.
Encontramos o seguinte material sobre a composição institucional dos conselhos:
Constatamos uma grande diversidade de segmentos sociais representados na
composição dos conselhos municipais. Entre os segmentos sociais
identificados, destacam-se:
• Instituições governamentais (Poder Executivo, Poder Legislativo,
universidades, fundações e instituições públicas).
• Instituições sindicais (sindicatos e associações profissionais)
• Instituições patronais (entidades de classe e prestadoras de serviços)
• Instituições da sociedade civil organizada/usuários (associações de
moradores, instituições filantrópicas e assistenciais, ONGs, entidades
religiosas, movimento social). JUNIOR, O. A. S; AZEVEDO, S.;
RIBEIRO, L. C. Q.
Com isto evidenciamos que a presença marcante nos conselhos é dos seguimentos
organizados da sociedade, conforme dito anteriormente.
Outro item a ser considerado é o nível de escolaridade dos conselheiros. Das cidades
cinco cidades pesquisadas, no mesmo estudo da citação acima, nenhuma tem um percentual
de participação de mais de 22 por cento de pessoas com baixa escolaridade e uma com menos
de 40 por cento de pessoas de alta escolaridade.
É claro que o nível de escolaridade proporciona um maior entendimento, pelo menos
teoricamente, dos processos relacionados às aplicações dos recursos dispensados para as
ações sociais que se fazem necessárias ao dispêndio dos recursos públicos que se fazem
presentes.
Um detalhe interessante é que nos conselhos há pouca ou nenhuma margem para atuar
sobre as ações de assistência privada disseminadas nos municípios. As decisões ficam restritas
àquelas que recebem recursos públicos, pois é justamente sobre a aplicação deles que os
conselhos deliberam.
Além das diferentes características das próprias pessoas, mas como conseqüência
direta delas, que proporcionam diferentes graus de associativismo mesmo dentro da mesma
cidade conforme encontramos no texto Democracia e Gestão Local: a experiência dos
conselhos municipais no Brasil escrito por Júnior, O. A. S; Azevedo, S. e Ribeiro, L. C. Q.;
gerando então distintas possibilidades que caracterizam a nossa sociedade repleta de
diferenças, até mesmo pela história local de cada região brasileira.
Isso interfere sobremaneira na possibilidade de produzir estas políticas públicas
responsivas, onde o administrador público não teme prestar contas daquilo que faz o que seria
o melhor dos mundos se realizado em todos os lugares.
Longe de nós, pois seria um contra-senso conhecendo esta realidade, buscar a
implantação de uma cultura desta magnitude em um ambiente que ainda guarda, e muito,
hábitos e costumes arraigados de muito tempo e que precisar ser mudados. Por isso a
importância da ação junto aos professores conseguida na CONAE, pois eles serão os
formadores dos conselheiros do futuro, uma vez que, pelo que percebemos até o momento, a
ação dos conselhos vem se aprimorando.
Também muitas fontes de informação vêm sendo colocadas à disposição dos
conselheiros e da sociedade como o portal da transparência, que pode ser acessado no
endereço eletrônico: www.portaltransparencia.gov.br/ repleto de informações sobre gastos
públicos, se não for possível encontrar em detalhes como o recurso foi gasto no município
pode-se encontrar o quanto foi repassado pelo governo federal para cada um dos fundos que
recebem recursos.
Mais do que uma visita a estes portais, interessante seria, um estudo mais aprofundado
da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF – Lei Complementar 101 de 04 de maio de 2000,
que veio cumprir o que preconiza o artigo 168 da Constituição Federal de 1988:
Lei complementar disporá sobre:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e
demais entidades controladas pelo poder público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização das instituições financeiras;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da
União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das
voltadas ao desenvolvimento regional. (C.F. art. 168)
Muito mais que ser um simples limitador de gastos dos poderes públicos é uma forma
de ajustamento de conduta dos administradores, criando regras e condições para os repasses
de recursos entre os entes federados, limites de endividamento com pessoal, situados entre os
de despesas correntes.
Divulgado apenas em parte pela mídia, passando à população menos esclarecida que
se tratava apenas de uma lei para evitar endividamento ao final dos mandatos eletivos a LRF é
muito mais, contém todo um regramento para buscar o equilíbrio continuado das contas
públicas, exigindo previsões antecipadas de arrecadação e gastos de modo a comprovar este
equilíbrio.
Obriga o chefe do executivo em cada esfera a relatórios periódicos de execução
orçamentária, impondo cortes e ajustes para corrigir falhas, bem como aos dirigentes dos
demais poderes, uma vez que a origem dos recursos é arrecadação cuja responsabilidade é do
executivo em cada nível administrativo dentro da república.
Também impede a transferência de valores da União a entes federados que
apresentarem desequilíbrio constante em seus demonstrativos de contas.
Interessante notar, que uma inovação importante foi introduzida pela LRF, e que é
pouco divulgada ou conhecida. Toda renúncia de receitas, também conhecidas como
renúncias fiscais, deve ser acompanhada de demonstração do seu impacto orçamentário-
financeiro, e mais, que este foi considerado na previsão das receitas ou deve estar
acompanhado da medida compensatória correlata de modo a manter o nível de arrecadação.
Atendida uma das necessidades acima podem ser efetuadas as renúncias fiscais. Isto, com
certeza, dificulta a chamada guerra fiscal que havia se estabelecido entre os estados para atrair
investimentos industriais.
Contudo observa-se que, mesmo com a informação disponível, o uso dela ainda é
pequeno por parte de alguns conselheiros e, menor ainda, por parte da sociedade em geral.
Em recente visita realizada por colegas do Grupo Estadual de Educação Fiscal de
Goiás – GEFE-GO, ao Conselho Municipal de Educação em Goiânia ficou evidenciado o
desconhecimento de praticamente todos os conselheiros presentes do PNEF em um primeiro
momento, pois o objetivo da visita era justamente fazer uma palestra de sensibilização destes
conselheiros.
Mais que isto, em conversa informal foi dito aos nossos colegas que lá estiveram que
pouco ou nenhum treinamento específico de orçamento e assuntos fundamentais ao exercício
da função de conselheiro foi oferecido a eles.
É evidente que precisamos ter formas de treinar ou preparar o cidadão para ser
conselheiro, de modo a que estes tenham uma ação precisa no quer tange ao conhecimento do
gasto público, seu efetivo controle e prestação de contas para a sociedade.
Esta é uma das formas para que com todos os saberes necessários ao desempenho de
sua função eles podem atuar de forma consciente e responsável, trazendo o maior proveito ao
bem comum.
Quanto mais especializados forem nas questões administrativas e orçamentárias, e
principalmente éticos, melhor poderão representar o povo. E estes conhecimentos técnicos
estão cada vez mais disponíveis nos sítios governamentais destinados ao controle social.
Quanto à parte moral espera-se que cada um saiba cultivá-la e que a sociedade representada
nos conselhos também exerça o seu papel fiscalizador para não conduzir, ou reconduzir, a
cadeiras de conselhos aqueles que não apresentarem esta linha de comportamento.
Mais uma vez aqui os conteúdos existentes no PNEF são ideais para trazer uma visão
ampla e responsável aos membros de qualquer um dos conselhos que possamos conhecer. O
programa se ajusta, como uma luva, aos anseios de uma sociedade justa e consciente.
Precisamos intensificar nossa ação junto a este tipo de pessoas, uma vez que elas já
romperam a barreira da inação, iniciaram os passos na participação efetiva da gestão e
controle social dos recursos públicos.
Os dados relativos aos gastos públicos devem agora ser disponibilizados via internet.
A Lei Complementar 131 de 28 de maio de 2009 abaixo transcrita por ser pequena:
Art. 1o O art. 48 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 48. ...................................................................................
Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante:
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas,
durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes
orçamentárias e orçamentos;
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em
tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e
financeira, em meios eletrônicos de acesso público;
III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que
atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da
União e ao disposto no art. 48-A.”(NR)
Art. 2o A Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, passa a vigorar
acrescida dos seguintes arts. 48-A, 73-A, 73-B e 73-C:
“Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art.
48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou
jurídica o acesso a informações referentes a:
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no
decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a
disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente
processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou
jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento
licitatório realizado;
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das
unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.”
“Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é
parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão
competente do Ministério Público o descumprimento das prescrições
estabelecidas nesta Lei Complementar.”
Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cumprimento das
determinações dispostas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e
do art. 48-A:
I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
com mais de 100.000 (cem mil) habitantes;
II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta
mil) e 100.000 (cem mil) habitantes;
III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000 (cinquenta
mil) habitantes.
Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão contados a partir
da data de publicação da lei complementar que introduziu os dispositivos
referidos no caput deste artigo.” (www.planalto.gov.br)
Introduz algumas mudanças interessantes, principalmente no que diz respeito à
publicidade dos atos dos dirigentes, determinando, inclusive, prazo de quatro anos para que
todos os municípios brasileiros tenham publicados os seus atos de execução de despesas e de
arrecadação em sistema público de acesso eletrônico.
È certo que os conselhos apresentam terreno fértil para a semeadura de
desenvolvimento dos ideais do PNEF, contudo não podemos perder de vista que o bom
trabalho desses conselheiros pode também servir com o incentivo a que a sociedade em geral
busque nestes sítios de internet que surgirão dados para acompanhar o desempenho de seus
administradores.
Assim poderemos ter a responsividade cada vez mais presente e efetiva em cada uma
das esferas de governo.
Ser responsivo é prestar contas dos atos administrativos e orçamentários praticados.
Esta é a forma consciente de atuação que esperamos dos nossos conselheiros em um
primeiro momento, e depois de todo o povo.
REFERÊNCIAS

CHAIA, V.; TÓTORA, S.; CONSELHOS MUNICIPAIS E A INSTITUCIONALIZAÇÃO


DA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA: a Região Metropolitana de São Paulo

COSTA, S.; Revista Brasileira de Ciências Sociais: MOVIMENTOS SOCIAIS,


DEMOCRATIZAÇÃO E A CONSTRUÇÃO DE ESFERAS PÚBLICAS LOCAIS
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-9091997000300008&script=sci_arttext&tlng=en
acessado em 12de maio de 2010 21:45; vol. 12 n. 35 São Paulo Fevereiro; 1997

JUNIOR, O. A. S; AZEVEDO, S.; RIBEIRO, L. C. Q.; OS CONSELHOS MUNICIPAIS


E A GESTÃO URBANA

SOUZA, C.; São Paulo em Perspectiva: CONSTRUÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS


INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS: PAPEL DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-8392001000400010&script=sci_arttext&tlng=en
acessado em 12 de maio de 2010 22:28; vol. 15 n. 4 São Paulo; out/dez 2001

WIKIPEDIA: http://pt.wikipedia.org/wiki/Accountability acessado em 12 de maio de 2010


21:21

PLANALTO. GOV. BR; Lei Complementar 131 25/05/2009 :


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp131.htm acessado em 09 de agosto de
2010 : 21:14

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